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quinta-feira, 12 de março de 2009

Cumprindo a promessa... e continuando a sonhar




Quem me presta um pouquinho de atenção é capaz de estar recordado que no passado domingo prometi a mim mesma que esta semana ia treinar.

E à falta de outras virtudes, cumprir promessas é coisa que a rapariga faz relativamente bem. Desde que determinadas circunstâncias não mudem, a palavra dela também se mantém.

Por isso hoje chegou a casa, apanhou a roupa (mas esta mulher tem sempre roupa no estendal nos dias em que vai correr?!), espremeu um limão cujo sumo diluiu numa garrafa de água, despiu-se, equipou-se, calçou os ténis, colocou o cronómetro no pulso, pegou nos documentos do carro e neste último e dirigiu-se ao local do treino.

Noite morna outra vez e ainda mais cheia estava a lua. Correu facilmente e verificou que para o mesmo percurso do último treino, demorou menos tempo, pelo que continuou a correr e como hoje tinha tempo, esticou o treino para 1 hora certinha de corrida contínua lenta. Magnífico simplesmente. A promessa está-se a cumprir.

Entretanto, algumas horas antes (não muitas) e a mais de 300 km de distância, ele matutava na última noite. Via e revia cada momento com ela. Cada gesto, cada palavra proferida, cada olhar intenso, cada gargalhada cúmplice num entendimento invulgar, cada beijo que ficara por dar. Tinha vontade de ir, mas os inúmeros obstáculos que teria de enfrentar e a catrefada de dúvidas que o assaltavam refreavam-lhe a vontade. Como iria ela reagir? Gostaria da surpresa? Seria bem-vindo? Tomaria ela a surpresa como um abuso, uma invasão da sua vida? Enfim, uma miscelânea de sentimentos e contradição de desejos pareciam impedirem-no de decidir. Por fim, já a pouco tempo de chegar a tempo, pegou no capacete e na moto e fez-se à estrada.

Quando chegou viu o carro dela estacionado, pelo que confirmou estar no sítio certo e que ela deveria estar a treinar ainda. Como ainda era cedo, sentou-se na esplanada à beira da baía, pediu um café duplo (a noite ia ser longa) e saboreou-o descansando o olhar no reflexo da lua sobre a água calma da baía.

Por fim chegou ela. Primeiro não o reconheceu logo. Depois, num misto de surpresa e alegria súbita, aproximou-se dele, fitou-o nos olhos com uma intensidade invulgar, e para seu espanto não se importou de estar transpirada e suja e malcheirosa e com vestígios do sal do suor no rosto, como se perante ele não precisasse de se esconder, e completamente despida de quaisquer escudos, sorriu e abraçou-o com toda a força que tinha, como há muito tempo não abraçava ninguém.

4 comentários:

Fernando Andrade. disse...

Ei-la feliz, em volta da baía,
Correndo, pela noite, devagar,
Olhando as águas calmas, onde via
O reflexo de prata do luar.
Se estava prometido, não esquecia
Que por toda a semana ia treinar!
Reserve-lhe o destino missões dessas
Que ela é “pagadora de promessas”.

Anónimo disse...

Olá minha querida..

Passei para ver as novidades e desde já desejar-te um lindo e maravilhoso fim-de-semana..

Voltarei em breve...

Beijinhos com amizade e carinho...

António Almeida disse...

Olá Maria
vão 2, muito bem, estás a ganhar 2-1, até logo à noite...
Bonitas palavras, doces e acariciadas pela "Ana".
Vemo-nos domingo, até lá...

Cris Folgar disse...

Que lindo Ana!! Adorei!
Bjs