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terça-feira, 31 de julho de 2012

"Sabor a nada" ou "São dias"

Corri.

Devagar como tem de ser. Estreei uns ténis. Confortáveis mas longe de serem umas luvas para os meus pezinhos de Cinderela a calçar o 41 da Nike+6 Vomero, que prometem estabilidade, amortecimento e conforto em níveis elevados, adequando-se portanto a corredores gordos, quer dizer, pesados como eu, que até têm Osteopenia e como tal uma tendência para as lesões ósseas.

Corri só 5 Km em 32m. Propositadamente só esta distância e só esta velocidade, apesar de me ser difícil outra. Afinal é este apenas o meu 3º treino depois da paragem de 5 semanas.

Ecoam durante a curta corrida, muitas vozes na minha cabeça. Só tenho de ouvir as que me levantam e empurram para a frente. Outras há que me desmotivam, me atiram ao chão e me fariam desistir logo ali, exausta, derreada e aniquilada. Resignada a uma condição que recuso aceitar. A condição dos mortos. E eu estou viva e quero continuar viva! Continuar a ser eu. Viva.

Por fim, correu bem o treino e corri bem eu. Mas depois, depois... o sabor desvanece-se. O treino soube a tão pouco... Parece que nem corri apesar das pernas claramente o desmentirem. Mas por instantes parece até que o treino soube a nada, o frango ao jantar soube a nada, o molho do frango soube a nada, o pão soube a nada, o vinho soube a nada, a salada de alface e tomate soube a nada e eu... a nada saibo...

São dias. Ou então, de facto e inequivocamente, 5 Km não dão nem para aquecer (manias e pretensionismo de quem um dia foi Maratonista)

Até amanhã querido diário

domingo, 29 de julho de 2012

Fim de fim de semana e fim de férias

E eis que este foi o último fim de semana destas férias.

Aproveitado e bem, como se pôde, se soube e se quis. E no fim, a apreciação é excelente.

Sábado: uma volta de bicicleta. 11 Km pedalados em pouco mais de 1 hr. Sim, é muito devagar, mas fomos a passear e eu não ando mais que isto, e ainda assim atirei-me para o chão! É que eu ando muiiiiiiiiiiito mal de bicicleta. Problemas relacionados com equilíbrio, falta de confiança e descoordenação, obviamente causados pela tardia aprendizagem (idade adulta), agravados e alimentados pela pouca prática. Mas não é que mesmo equacionando o esforço físico que faço (para me equilibrar, para não cair, para a bicicleta ir para onde eu quero - tarefa muito difícil pois a bicha parece ter vida e vontade própria, etc), mais o medo que venço em cada pedalada que dou e ainda somando as quedas que vou dando, a coisa me dá imeeeeeenso prazer e continuo a achar que vale a pena e que hei-de repetir? Por isso está nos meus planos continuar a pedalar...E muita pena tenho de não ter mais à-vontade para usufruir ainda mais da actividade!


Domingo:

Treino de Corrida: 8 Km em 51 minutos

Muito calor e alguma dificuldade em continuar a partir do km 6 e tal. Ainda assim, procurando as escassas sombras do parque, terminei com 8 Km, que fora a distância que estipulara para hoje. 

Dores: zero! Parece que a tíbia está fina e vou-me considerar totalmente recuperada. No entanto tenho de ter juízo e aumentar o volume de treino da forma mais gradual possível para não me acontecer o mesmo que me aconteceu, pois acredito que a causa da dor na tíbia que me fez parar há 6 semanas atrás, tenha sido o facto de eu me ter armado em Ferrari e querer ir dos zero aos cem em 3 segundos, quando não passo afinal de um Renaulzito ou coisa parecida e como tal, para além de nunca chegar aos 100, preciso de mais tempo. Ou seja havia semanas em que corria 10 Km, para na semana seguinte correr 40 Km! O resultado não poderia ser bom. O aumento de carga tem de ser mais gradual. Nesta preparação para a 36ª Meia Maratona de S.João das Lampas, quero ver se isso não sucede. Vou com cautela e mais juízo (espero!)


Amanhã é dia da retoma do trabalho e de descanso nos treinos.

Até amanhã querido diário

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Outro dia de férias, que chatice...


... que chatice... porque esta dose se está a acabar, claro!

Mas enquanto isto dura, aproveita-se o melhor que se pode, se quer e se sabe.

Hoje foi dia de praia de novo. Um dia mais limpo e já deu para apanhar uns bons banhos de sol intercalados com os de mar. De mar, salvo seja, que só lá fui a fugir e caminhar ao longo dele deixando-o banhar-me os pés. Banho de imersão mesmo, fiquei-me pelo rio, que com a maré cheia vai enchendo com água do mar, embora não deixe de ser um bocado "água parada", que não aprecio, mas sempre dá para refrescar e brincar um pouco. Face à pouco profundidade, correr na água teve de fazer parte da brincadeira, pois foi logo o que me veio à cabeça. Porque será?



E isto é tudo muito giro mas falta-me qualquer coisa. E hoje, quando faltam 6 semanas para a 36ª Meia Maratona S.João das Lampas, tinha de correr. De experimentar correr, pelo menos, para ver se já me posso dar por recuperada da lesão (depois de 5 semanas sem correr: Corrida Volkswagen) e mergulhar em treinos para a 36ª Meia Maratona S.João das Lampas, pois o tempo que me resta já é menos do que seria desejável. Significa que vou ter de aumentar carga mais depressa do que devia, para daqui a 6 semanas estar a correr 21 Km. O costume portanto.



E ao fim da tarde, cautelosamente.... corri 5 km em 33 minutos, sem dor! Temos portanto a porta aberta para as Lampas! São João me aguarde!!!

quinta-feira, 26 de julho de 2012

E foste à praia? E correste?

- E foste à praia? - perguntam-me.

E hoje respondo que sim, fui à praia, mas foi a 1ª vez este ano!

- E porquê? Não gostas de praia? - perguntam de novo.

Gosto e muito! - respondo. No entanto já não gosto (como acontecia na minha adolescência) de lá ficar o dia inteiro e ter de suportar as piores horas de exposição solar. Quando bate a hora de almoço, o sol a pique, e mesmo à sombra é suplicante. Há sempre o mar para nos refrescar, é verdade, mas 1 minuto depois de sairmos é o mesmo! Sinto que me baixa a tensão arterial e não aguento, sinto-me mal, por isso normalmente não faço (no máximo) mais de 3 ou 4 horas seguidas de praia. Até posso lá voltar no mesmo dia, ao fim da tarde, mas fujo das horas de mais calor.

E então, nestas férias, porque optei (por necessidade também) por continuar a trabalhar no meu 2º emprego  e só tirar férias do emprego principal, tenho horários chatos e como não moro propriamente a 2 passos da praia, para lá ir, vejo-me limitada a poder usufruir da praia precisamente naquelas horas em que não a suporto: chegar lá já a meio da manhã e sair de lá a meio da tarde (quando lá deveria chegar para uma 2ª dose). Por isso não tenho ido.

Hoje fui, e estive lá precisamente até à 1 da tarde, tendo já feito um esforço a partir do meio dia. Sim, porque se quando lá chegámos estava neblina e um ar fresco agradável, depressa o sol abriu para logo começar a queimar! Claro que se aproveita sempre. Assim haja vontade. E havia! Caminhámos bastante e lemos um pouco. Não me atrevi a tomar banho de mar apesar de o adorar (ali o mar é bravo e eu tenho-lhe muito respeito).

Portanto, o dia (?) de praia foi bom, e as férias continuam por mais uns dias.

Já quando me perguntam:

- E correste?

Eu respondo que não, e quando me perguntam porquê, eu não encontro nenhuma razão para além de um banal "não me tem apetecido", sem no entanto deixar de achar essa razão um fraco justificativo, pior do que um "não tenho tempo" (que agora nem é o caso) até porque a Corrida costumava fazer-me sentir bem, mas parece que já não me lembro do que isso é. Claro que sabemos de vim de uma lesão e se agora em movimentos normais já nada me dói, não sei se me vai voltar a doer a correr, e se calhar, é isso que não me apetece descobrir. Talvez por temer que a resposta seja sim, sim, a correr ainda dói! Talvez seja esse o medo e o esteja simplesmente a adiar. Mas se não experimentar não sei... e a 36ª Meia Maratona de S.João das Lampas aproxima-se e com dor ou sem dor, o tempo escoa, implacável e certeiro...

Parece portanto que só há uma coisa a fazer...

quarta-feira, 25 de julho de 2012

"Ressaca" ou "Actos e Consequências"

Recorda-se de algumas coisas. Recorda-se do seu braço moreno, forte e esguio, esticado no ar sobre a mesa irrepreensivelmente posta com uma toalha branca de linho bordada, e alcançar o copo de vinho tinto, que lentamente levantou no ar com os seus dedos finos e levou à boca. Recorda-se de ter pensado ao visualizar a sua própria mão, que deveria ter cortado as unhas e também do sabor intenso do líquido a descer-lhe a garganta, divinamente fresco em comparação com a temperatura que se fazia sentir na sala cheia. Recorda-se de discutir a importância da temperatura a que um vinho é degustado no expoente das suas qualidades. De apreciar a temperatura "certa", aquela à qual é recomendado a degustação e apreciação do mesmo. Recorda-se de rir, de falar entusiasticamente e de repetir o gesto demasiadas vezes.

Depois, recorda-se ainda dos rostos e dos sorrisos. Das mulheres jovens, bonitas e interessantes que acabara de conhecer, da sua companheira, bonita e de uma frescura notável apesar dos seus 40 anos, e recorda-se que o facto de não ter cortado as unhas deixara de ter importância. Recorda-se das gargalhadas, dos olhares lascivos, de lhe servirem mais vinho e por fim, de ter feito amor, assim, sem querer.

Hoje, acorda tarde e  recorda-lhe o sabor amargo na boca seca, a noite que passou. Recorda-se de quase tudo, arrepende-se do sexo que teve e sabe que consequentemente o telemóvel lhe vai tocar daqui a pouco sendo isso apenas o início ou a continuação do que ele não quer. Recorda-se do rosto dela em êxtase quando debaixo dele se contorcia de prazer. Recorda-se de quase tudo e tudo se resolverá um dia, pensa. A única coisa que não recorda e que o atormenta verdadeiramente é se usou ou não usou preservativo...

terça-feira, 24 de julho de 2012

Há pessoas que continuam de férias...



Há pessoas que continuam de férias, e aproveitam para fazer uma Caminhada na Tapada Nacional de Mafra.

Delas é o caso a Maria, cuja maior alegria foi levar o seu pai e vê-lo caminhar, para além de feliz e contente, são e forte para subir e descer montes e explorar a Tapada como um miúdo, recordando no entanto os seus tempos de caçador amador, mas desta vez, envergar uma máquina fotográfica em vez da espingarda com que antigamente se satisfazia ao caçar 1 ou 2 coelhos, ou mesmo 1 passarito para o jantar, nas suas caçadas. Quando a caça era o que não é hoje, quando o prazer de se aventurar na Natureza se sobrepunha ao número de peças caçadas, que era absolutamente insignificante face ao gosto de se embrenhar pela serra ou pinhal e caminhar.



E ver os grandes veleiros do mundo saírem do Tejo foi também um espectáculo memorável:

E comer um gelado em Cascais, na Santini, conhecida Gelataria da qual se diz fabricar os melhores gelados do mundo, é um prazer que todos deveriam experimentar. Se são ou não os melhores do mundo, não sei, mas que são MUITO bons, ai isso são! Incomparáveis com qualquer gelado que já se tenha comido, garanto-vos!
E Lisboa é uma cidade muito bonita e com tanto para ver e desfrutar! Aqui, o Padrão dos Descobrimentos:
e a Torre de Belém


















E depois temos o Cabo da Roca, o ponto mais Ocidental da Europa
 

E lá, como em tantos lugares, há sempre algo a lembrar-me quem sou - aqui uma alusão aos vencedores das primeiras edições do Grande Prémio Fim da Europa, prova em que já participei algumas vezes e que elejo como uma das mais bonitas de Portugal.
 

Eu e a máquina fotográfica, uma combinação que me deixa feliz
E Corridas por ora? Por ora nada! E parece que as férias continuam para esta rapariga...

sábado, 21 de julho de 2012

As Férias continuam

“D.João, quinto do nome na tabela real, irá esta noite ao quarto de sua mulher, D.Maria Ana Josefa, que chegou há mais de dois anos da Áustria para dar infantes à coroa portuguesa e até hoje ainda não emprenhou. Já se murmura na corte, dentro e fora do palácio, que a rainha, provavelmente, tem a madre seca, insinuação muito resguardada de orelhas e bocas delatoras e que só entre íntimos se confia. Que caiba a culpa ao rei, nem pensar, primeiro porque a esterilidade não é mal dos homens, das mulheres sim, por isso são repudiadas tantas vezes…/…

Já se deitaram. Esta é a cama que veio da Holanda quando a rainha veio da Áustria, mandada fazer de propósito pelo rei, a cama, a quem custou setenta e cinco mil cruzados, que em Portugal não há artífices de tanto primor, e, se os houvesse, sem dúvida ganhariam menos."

José Saramago, in "Memorial do Convento"
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Convento de Mafra

Mandado construir por D. João V, conta a História que por conselho dos frades franciscanos, como promessa a cumprir-se caso a rainha engravidasse, visto o casamento durar há mais de 2 anos e descendentes da rainha nem vê-los, já que bastardos gerados em ventres de freiras, por quem el-rei tinha uma certa tendência, segundo reza a história, já eram alguns e isto se contarmos apenas com os de que há conhecimento. Entretanto Rainha prenhe, início da construção do Convento (1717), inicialmente prometido para 13 frades. Mas dada a conhecida extravagância do monarca e a luxúria com que todo o seu reinado ficou marcado, depressa aumentou a capacidade do Convento para 40, depois 80 e por fim 300, chegado mesmo a albergar 350 frades. Não contente com a grandiosidade da obra do Convento, quis ainda D.João V construir uma Basílica (que em nada ficaria atrás da Basílica de S.Pedro em Roma) e ainda o Palácio com a sua Tapada, onde realeza e nobreza caçavam.

Quer o Convento de Mafra, com o Palácio e a Basílica, quer a Tapada de Mafra, merecem sem dúvida alguma uma visita demorada.

Da mesma forma, "Memorial do Convento" é uma obra que recomendo vivamente. Uma das minhas preferidas, de José Saramago.

A fachada:

O interior. O chão


Sala da Caça: O candeeiro, magnífico assim as várias peças de mobiliário
Eu na Sala da Caça, descubram-me lá se faz favor...



E a magnífica Biblioteca, de uma riqueza excepcional, apesar de inacabada, com mais de 36.000 obras, encadernadas a couro e gravadas a ouro, tudo por obra e graça dos frades Franciscanos: 

A limpeza e conservação dos livros é feita naturalmente pelos morcegos que habitam a área, e que se encarregam de eliminar todo o tipo de insectos que seriam responsáveis pela destruição das obras

A Basílica:


A cúpula
Santa Ana, mãe de Maria, por sua vez, mãe de Jesus

E eu...aqui numa das celas dos frades enfermos, onde moribundos aguardavam a morte:


 E depois, temos ainda o pão de Mafra, que eu adoro:



Nota: só a foto do pão não é nossa, porque... já foi comido :)