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terça-feira, 30 de agosto de 2011

10º Trilhos do Monsanto - a prova, ou "O desaparecimento do dorsal 134" ou ainda "A Sorte que eu tive"

Eu não quero fazer análises nem relatos artísticos ou estatísticos. E muito menos falar dos vencedores e das marcas obtidas com eventual significado nacional. Sim, porque os Trilhos do Monsanto é uma prova integrada no calendário do Circuito Nacional de Montanha 2011 e a sua organização a cargo da Junta de Freguesia de São Domingos de Benfica e das Terras de Aventura, teve o apoio da Câmara Municipal de Lisboa e da Federação Portuguesa de Montanhismo e Escalada. Por isso teria tudo para ser anunciada e divulgada e depois bem noticiada com profissional reportagem nos meios de comunicação social de grande prestígio. Mas isso não aconteceu.

E eu sou só uma mulher que corre. E só quero dizer que adorei a corrida. Não sendo novata em provas de Montanha e nascida e criada e trabalhadora durante mais de 20 anos no coração de Lisboa, espantosamente nunca tinha corrido os Trilhos, mesmo já conhecendo o Monsanto, pulmão verde da minha cidade. E nos Trilhos descobri uma Montanha dentro da minha cidade: Lisboa. Não muito alta mas grande em verde e suas sombras frescas. Grande em terra e odores. Simplesmente grande e magnífica.

Foi-me fácil a inscrição com o pagamento, via mail, foi-me no entanto muito difícil e demorado o levantamento do dorsal mediante o crescente aparecimento de "problemas" com inscrições e a falta de flexibilidade e expediente da organização para os resolver. No meu caso, tinha levado comigo o comprovativo de pagamento, inclusive o comprovativo da própria organização acusando o recebimento e confirmando as inscrições (minha e do António Pereira), ambos constávamos na lista de inscritos afixada no secretariado da prova, ele com o dorsal 135 e eu com o 134. Com ele estava tudo bem, mas o meu dorsal (134 de acordo com lista da organização) tinha simplesmente desaparecido... Aceita-se um engano, uma entrega indevida, uma rabanada de vento que o levasse para o céu, e tudo continuaria a estar bem se a organização não se mostrasse impotente para resolver o problema (?) quando tudo indicava e provava que a minha inscrição estava feita e paga. O problema (?) residia no facto de "não haver mais dorsais" e a senhora parecia não saber sair desta situação difícil (?)... Depois, fala com A, com B, com C, correu o alfabeto todo e por fim depois de muitos minutos decorridos, diz-me que eu tenho sorte e lá vem com um dorsal, de seu número 509, onde escreve à mão o meu nome e apelido. Sorte? Eu sorri, aceitei o papel chamado dorsal e repeti para ela "Tive muita sorte! Olhe a sorte que eu tive! Muito obrigada!" Saí dali o mais depressa que pude, desculpando o amadorismo e nervosismo enquanto outros atletas lá ficaram a tentar resolver problemas idênticos. Desejei-lhes "boa sorte" e saí para a rua. Ainda a tempo para um café, equipar-me, aquecer e apresentar-me na zona de controlo.

Portal insuflável para a partida. Os Caminheiros tinham partido 15 minutos antes. Partida dada.

Algum asfalto e depois terra e muito e muito verde. Por tudo aquilo vale a pena! A vegetação e seu cheiro, os ramos a tocarem-nos nas pernas e nos braços, as pedras e as raízes das árvores a romperem do solo. As dores no pé, o levantar cedo, os treinos que fiz e todas as batalhas vencidas para poder correr. Tudo isso estava agora compensado ali, durante quase hora e meia no meu caso. E que importa isso? Tinha o meu pai de novo à minha espera, inspirava vida em cada inalação e em cada passo dado. Foram assim os meus Trilhos do Monsanto.

O percurso muito bem marcado, de dificuldade ligeira a moderada, quer em desnível quer em perícia e técnica exigida, suficientes abastecimentos de água, simpatia dos voluntários, excelente cobertura fotográfica - AMMA, saco no final com água, bolachas e chocolates e t-shirt de algodão. Excelente controlo de trânsito também facilitado pelo pouco asfalto que pisamos.

Classificações disponibilizadas com rapidez. Prémios monetários para os primeiros classificados e conste na história que aqui acaba que o dorsal 509 saiu de lá muito satisfeito. Já do 134 nada sabemos e a sua história continua por contar.

Classificação geral:

No sector masculino:
1º Rui Muga, do Mogadourense, com 45:06
2º Pedro Rodrigues, do Mogadourense, com 45:24
3º José Sousa, do ARC Águias de Alvelos, com 46:15

No sector feminino:
1ª Fernanda Miranda, do ARC Águias de Alvelos, com 54:30
2ª Amélia Vieira, do GDC Castelo de Paiva, com 58:01
3ª Verónica Scutaru, do Garmin Olímpico de Oeiras, com 58:24


Algumas imagens

Poucos metros depois da Partida:

A poucos metros da Meta:

E uma boa sequência na Meta, apanhada pelo José Gaspar, da AMMA:
Durante a prova, hei-de recordar sempre os Trilhos do Monsanto, uns bocados correndo e outros...andando!
Fotos da AMMA - Atletismo Magazine Modalidades Amadoras, estas duas especificamente do trabalho fotográfico de seu colaborador Manuel António

domingo, 28 de agosto de 2011

10º Trilhos do Monsanto - Lisboa Verde

Voltei a levar o meu pai às Corridas. Foi hoje nos 10º Trilhos do Monsanto - Lisboa Verde.
E isso é o importante hoje.

Está velhote o Melro, mas "bem". Gostou ele de reencontrar amigos, e mais gostei eu por ele.

Corri sempre na companhia do meu Amigo António Pereira, e percorri os 11,880 Km em 01:25:03, média de 7:09 / Km.

Fui 350ª classificada entre 416 atletas chegados à meta
Não é que eu tenha estado bem, mas note-se que se trata de uma prova de Montanha e cuja altimetria é a seguinte:
O pezinho, como a Sandra Silva carinhosamente chamou, está cada vez mais lixado, pois o piso irregular e o desnível obrigaram a um bom esforço, mas ... apesar de novo inchado e dorido, não me vai fazer parar!

Amanhã a história - a minha pois claro - dos 10º Trilhos do Monsanto, aqui neste mesmo local.

Até amanhã querido diário


Fotos do 10º Trilhos do Monsanto no site da AMMA - Atletismo Magazine Modalidades Amadoras

e no album Picasa de Pedro André

Aqui as Classificações do 10º Trilhos do Monsanto

sábado, 27 de agosto de 2011

Visão (*) da Vida

Cada vez mais a Vida se me apresenta como um espaço em branco entre o Nascimento e a Morte. Cabe-nos a nós preencher esse espaço. Cabe-me a mim preencher esse espaço que se chama a minha Vida.

Com a "pata" desinchada, "apenas" a doer o tendão na planta do pé, o tal que faz o arco do pé, e sem treinos, o espaço de amanhã de manhã será preenchido (a concretizar-se o previsto e desejado) com os 10º Trilhos do Monsanto, em Lisboa verde.

Até amanhã querido diário

(*) - "Ideia sem fundamento", diz o dicionário, ou "com e não é pouco", digo eu

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Pata inchada


Se disser que o pé humano é das partes do corpo, se não mesmo a parte, mais rica em ossos e tendões, não devo estar muito longe da verdade apesar das minhas noções de Anatomia serem as de um absoluto leigo.

Por isso, fosse da introdução brusca de carga (acho que foi), fosse lá do que fosse, só sei que estou lesionada mas não sei o que tenho. Sei apenas que tenho o peito do pé esquerdo inchado, a puxar para o lado interno, de tal forma que quase me "enche" o arco do pé e me faz parecer que tenho pé chato, o que não é de todo verdade. Inchaço acompanhado de dor ao toque e ao movimento (caminhar e correr).

Portanto, este é hoje o panorama com a atleta lesionada:

treinos: parada
pata: inchada
alma: desanimada
corrida: arrumada


Até amanhã querido diário

sábado, 20 de agosto de 2011

"Post" sem Alma

Sem Alma e sem Corpo, que este, o Corpo, depois de ter sido atirado à água e obrigado a fazer o que não queria na 5ª feira, ontem 6ª feira, fingiu-se cheio de vontade e ao fim do dia correu "ligeiro" 8,150 Km em 45 min, média de 5:31/Km, andou depois na boa-vai-ela grande parte da noite, dormiu apenas 4 horas e hoje, sábado às 7 da manhã, quando a Alma lhe propunha um treino longo logo de manhã cedo na ordem dos 18 Km, o Corpo, esse, cansado e moído, vingou-se e fez-lhe o manguito, acusando um desgaste afinal absolutamente natural!Ainda assim, correu entre touros e cavalos durante 1h28m47s, numa média de 5:55/Km e parou ao 15º Km, tendo-se recusado a prosseguir, acabando arreliado e empurrado, os 3 Km de treino estipulado que lhe faltavam, em passo de Caminhada, o que lhe demorou 30 min exactos.



Ora toma que é para aprenderes!

Bom Domingo para todos, e até amanhã querido diário

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

"O Corpo e a Alma" ou "O efeito do exercício físico"

Logo de manhã tinha arranjado a mochila com a tralha da Natação e levara-a para o emprego, pois tencionava ir fazer piscina ao fim da tarde.

Estava dorida em termos musculares, mas apenas fruto do trabalho muscular a que se submeteu esta semana (Corrida e Natação) depois de muitos dias de total inactividade.

Mas o Corpo pedia-lhe descanso, suplicava pelo sofá e argumentava que merecia um dia de regresso ao nada fazer, enquanto se entupiria de comida, até fingir esquecer as minúsculas e insignificantes contrariedades com que se debate no dia a dia, saciando-se e confortando-se enquanto se enterraria no sofá e simultâneamente num pântano de onde não é fácil sair. Já a Alma, sabia que se o Corpo ganhasse, aliado à parte negra da própria Alma que também lhe sussurrava para não ir, haveria um novo trilho traçado, um passo dado em direcção ao Inferno. Por outro lado, se a parte lúcida e clara da própria Alma ganhasse e ela fosse à piscina, o caminho continuaria iluminado, ganhando até uma nova tonalidade de azul onde ela se sente tão bem.

Reuniu forças como se de um exército se tratasse e com firmeza e surpresa - não fosse ele reagir e defender-se - e atirou o Corpo à água, juntamente com a parte negra da Alma.

Nadou vigorosamente durante exactos 60 minutos, e saiu da água renascida. De Corpo e Alma, unidos num só, coabitando em plena harmonia, felicidade e serenidade, afastado agora que estava o negrume da Alma, certamente afogado jaz morto no fundo da piscina e está por isso desaparecido por agora.
Até amanhã querido diário

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

4ª feira, força e fragilidade


Hoje voltei a ir correr ao Parque de Santa Iria. Com uma grande dor de pernas (depois de uma semana parada, seguida dos 18 Km corridos na 2ª feira e de 1 hora de piscina ontem), lá me apresentei no treino de hoje.

Consegui levar os meus pais. Finalmente o meu pai já aceita a ideia de ir saindo de casa. Claro que não iria caminhar, nem fotografar, nada. Apenas sair de casa, apanhar ar, ver pessoas, e respirar de novo a vida. Claro também que o cenário não lhe traria boas recordações, mas tudo se ultrapassa, menos a morte, e essa ainda aqui não chegou.

A minha mãe foi também. Para o acompanhar e porque também precisa.

Eu fiquei toda contente por eles irem, e corri com energia. Um pouco com o coração nas mãos, preocupada por as últimas memórias daquele cenário não serem as melhores, pensava constantemente "e se... ele se sente mal, e se a minha mãe cai, e se ... e se... e se..."

Senti uma fragilidade em ambos, talvez mais do que a que realmente existe. Talvez eu esteja mais alerta, mais atenta, mais preocupada, mas todo este susto que passámos nas últimas semanas também serviu para eu tomar consciência da riqueza e privilégio que é ter ainda os meus pais vivos e razoavelmente saudáveis. Como se gozar da companhia deles e lhes proporcionar momentos bons fosse urgente e imprescindível. E é. Na realidade é mesmo. Entregarmo-nos e dar de nós a quem amamos é urgente e inadiável. Porque amanhã não sabemos se podemos.

A par destas reflexões sentia uma força imensa no meu treino. Deliberadamente procurei subidas e descidas (a pensar nas rampas da MMSJL), e subi e desci com muita força (muita...é relativo e subjectivo como sabemos, o que quero dizer é que me senti muito bem e com força).

Corri 10.100 metros em 56min, média de 5:33 / km

Hoje foi assim. Amanhã, amanhã dirá e amanhã direi.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Feriado, Treino e ... "Piromaníaca, eu?!"

2ªfeira, feriado nacional, 9 da manhã, Lezírias do Tejo, Vila Franca de Xira

Manhã serena e Lezírias serenas. Um sol morno numa atmosfera abafada, um rio sereno, libelinhas, cavalos, aves diversas, cães (em dias de treino no meu caminho ou eu no deles, eu bem que os dispensava, mas eles estavam lá, obrigando a inventar novo percurso!)

Mas vais mesmo correr a Meia Maratona de S.João das Lampas dia 10 Setembro? - pergunto a mim mesma, e se tinha dúvidas, hoje deixei de as ter. Mas és uma mulher ou uma galinha? Vais chorar o peso acrescido nos últimos dias, e vais continuar a te sentir tão miserável e procurar alívio (???) a enfardar mais e mais e mais comida?!

Olha, amanhã não sei, mas hoje corri 18 (dezoito!) Km em 1h46m, média de 5:53/Km

Mas alguém se atreve a duvidar que eu vou mesmo ser capaz de correr a Meia Maratona de S.João das Lampas dia 10 Setembro? Eu não me atrevo mais a duvidar!


À tarde: Vialonga a arder! Serras e montes que certamente o meu amigo Adelino já palmilhou tanta vez. Tanto verde a arder! O Homem tudo destrói, e a mim dói, doi mesmo.

Impossibilitada de fazer algo mais que observar e desejar que o vento páre e que os Bombeiros consigam vencer e salvar o verde que ainda resta, limito-me a assistir e de máquina em punho registei imagens que aqui trago. Eu, e algumas dezenas de pessoas, incluindo repórteres da TVI, da SIC e da RTP.

Até que uma senhora num veículo, passa por nós, pára o carro ao lado do meu, abre a janela e eis que o fel que a corrói sai-lhe pela boca, certamente na tentativa de aliviar alguma dor: "Piromaníaca!!!!" - grita-me.

Já por mim haviam passado carros da GNR, a PSP, da Protecção Civil e dos Bombeiros. Passaram e seguiram pois eu não estava a estorvar ou incomodar alguém. Pensava eu, até passar aquela mulher... Se a sua forma de manifestar a dor era essa, muitos carros e muita gente teve ela para abordar e descarregar a sua raiva ao longo da estrada. Resta-me desejar que no fim ao chegar a casa, a mulher se sinta melhor, mas mais importante que isso desejo mesmo é que o fogo seja controlado e que sobre verde, onde existem coelhos, lebres, aves, e tanta e tanta vida... Piromaníaca, eu?! - ele há cada uma!

sábado, 13 de agosto de 2011

Números...

Quando a Nutricionista que a segue desde Abril e a ajudou a perder cerca de 14 quilos, lhe disse espantada perante o súbito e rapidíssimo aumento de peso dela:

"Nunca imaginei! Pensei que você fosse daquelas pessoas que depois de se verem magras, gostasse tanto e se sentisse tão bem, que já não voltasse a engordar assim..."

"Pois... isso são as pessoas normais... Não eu." - responde ela, por demais já habituada à dificuldade e até incompetência quando de profissionais de saúde se trata, em alcançar completamente a dimensão do problema e achar que este não passa de uma escolha errada de alimentos e de um número na balança.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A menina comilona

A menina comilona come demais. Come na falsa esperança de saciar necessidades para além das físicas, e na incapacidade de as identificar claramente e satisfazê-las, preenche espaços vazios com comida, amaciando feridas antigas e novas, confortando ilusoriamente como se de um abraço forte se tratasse, mas espaços esses, depois, fisicamente demasiado cheios, a fazem parar perante a real iminência de explosão abdominal. E o chão e o tecto da sala em que ela se encontra não ficariam nada bonitos se isso acontecesse, garanto-vos, tal é a miscelânea de ingredientes com que ela se intoxica e maltrata, injectando em si comida como se de heroína em seringa e agulha infectada se tratasse.

Equilíbrio precisa-se. Treinos precisam-se. A Meia Maratona de S.João das Lampas abaixo de 1h50m?! Esqueçam lá isso, que a menina comilona, é também uma brincalhona.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Nada, Nadar e Pipas

Ontem, domingo, fiz... nada.

Hoje, 2ª feira, o que fiz foi ... nadar 1 hora!

Até amanhã querido diário, e fiquem a saber que está tudo a correr muito bem com o meu Melro, mas devagarinho, muito devagarinho, mais ou menos como eu nado... nas calmas, com persistência e paciência, usufruindo de cada braçada, satisfeita e feliz por as poder dar, a viver cada exacto momento com prazer e gratidão, no caminho de uma evolução, de uma melhoria que se deseja, contínua mas muito lenta.

Assim sendo, de máquina fotográfica em punho, horas a fio (sim, muitas vezes, horas!), muitas vezes de pé, de braços levantados a suportar o peso da máquina e a focar para fotografar a malta a correr, não é assim para já, nem para muito breve, infelizmente... mas lá chegará, esperemos.

sábado, 6 de agosto de 2011

Sábado e outra vez "dias assim"?!


Queria fazer um treino de 14 km, tendo em vista a Meia Maratona de S.João das Lampas, a 10 de Setembro próximo.

Comecei o treino bem. Cheia de energia e muita vontade de treinar. Queria ir devagar. E correr 14 km. Corria num ritmo confortável (achava eu). Nem olhava para o Garmin cada vez que ele apitava avisando que mais 1 Km tinha sido percorrido, para não me deixar influenciar pelo tempo que tivesse levado a fazer esse quilómetro. Simplesmente deixava-me ir ouvindo o meu corpo e ajustando o ritmo. Ia bem. Sentia-me muito bem. Acreditava que ia correr 14 Km com aquela "facilidade". E assim fui ouvindo os quilómetros serem feitos cada vez que o Garmin apitava, e eu sempre forte, e eis que... lá pelo km 9 e tal, a energia que tinha, pareceu ter-se esgotado. Completamente e de forma abrupta e repentina! Arrastei-me até perfazer 12,020 Km de treino, em 1h05m44s, média de 5:28 / Km, e dei o treino por terminado.

Em casa verifico que mantive um ritmo regular médio de 5 e tal por quilómetro e só quebrei de facto nos 3 últimos quilómetros, mesmo não sendo nesses o ritmo superior a 5:38, o que não combina muito bem com a sensação que tive de me arrastar nesses últimos quilómetros.

Erros a corrigir para os dias deixarem de ser "assim"? Talvez introduzir um pouco mais de hidratos de carbono na alimentação, e... para treinos a que eu chamarei longos (acima de 10 Km) obrigar-me a correr mais devagar, para... correr durante mais tempo e mais quilómetros.

Ainda assim considero o treino de hoje, inequivocamente positivo (mas haverá algum negativo? sim, haverá mas isso são outros filmes, em que se treina demais, quer carga quer intensidade/dificuldade o que vai prejudicar a evolução e até um retrocesso na forma, por fadiga e desgaste). Agora no meu caso, tenho é de fazer mais quilómetros. E o tempo voa. E falta pouco mais de 1 mês para a MMSJL.

E meu amigo Orlando Duarte, se depois do meu último treino, ficou sem dúvidas nenhumas que eu faça a MMSJL abaixo de 1h50m, eu, neste momento tenho muitas e sérias dúvidas em consegui-lo... mas ainda não pûs a hipótese de parte... continuo a sonhar pois...e a correr atrás do sonho!

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Regresso à piscina

Após uns anitos parada, no que à Natação diz respeito, eis que regresso à piscina. Porque a Natação é um magnífico exercício físico, onde as articulações não são sobrecarregadas pois o peso do corpo é totalmente suportado pela água. Tonifica, fortalece, melhora toda a condição física no geral, e eu, apesar de só ter aprendido a nadar já em idade adulta, sou fã. E agora que me parece ter de novo as condições reunidas para a praticar, aí estou eu de volta à água! Com muito prazer!

E claro, não nado nada de jeito, é mais ou menos como corro, mas que adoro, lá isso adoro! O prazer do contacto da água a deslizar envolvendo todo o meu corpo enquanto me exercito, é... absolutamente divinal. Nada se lhe equipara. E o reflexo desse efeito na nossa psique, é, a par da Corrida e certamente de outros desportos, maravilhoso. Faz milagres e eu que o diga depois de um dia e de praticamente 2 semanas altamente stressantes e desgastantes a vários níveis.

E hoje ao fim do dia foi 1h05m a nadar. Devagar, devagarinho, claro, mas... a nadar! Claro que amanhã devo estar toda partida, mas que hoje foi muitíssimo bom, lá isso foi, e isso, já ninguém me tira. E como se diz por aí e por aqui, isto quer é continuação.

Até amanhã querido diário

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Um treino normal

" E o seu pai, como está? Já está melhor?"- pergunta o rapaz quando a correr se cruza com ela, cada um no seu treino e no seu ritmo, em sentidos opostos.

"Sim, obrigada! Já saiu do hospital! Obrigada!" - responde ela com uma alegria imensa pela boa notícia que dá. Queria ainda dizer que ele teve de colocar um pacemaker, e que só hoje saiu do hospital. E que já está em casa e que está bem. Queria dizer que o pai está bem e que há todas as condições para tudo correr bem e ela voltar a ter o pai que tinha, sempre ao seu lado a viver a Corrida da forma que lhe é possível. Queria dizer que estava feliz, feliz, muito feliz por as coisas estarem a correr bem com o pai. Mas o momento já tinha passado, ambos se tinham afastado nos seus percursos de treino e tanta conversa até pareceria disparatada.

Mas é que ela se sente assim: bem, confiante e feliz. Muito feliz, constatando uma vez mais que a Felicidade são momentos e coisas simples a fazem despoletar e atingir picos magníficos. Não que as melhoras do pai se enquadrem nesse grupo das coisas simples, mas o facto dela voltar a correr sabendo que o pai está "bem", alguém lhe perguntar pelo pai e ela poder dar aquela resposta, explodindo de alegria e entusiasmo, levou-a a um desses picos de felicidade soberba e magnífica. E continuou a correr, feliz como um cachorro sem trela.

Correu hoje 12,130 Km no tempo de 1h05m03s, numa média de 5:22 / Km.

As coisas estão a voltar ao normal. O pai está "bem", em casa, e ela voltou aos seus treinos normais, nem cheia de força, nem muito cansada. Apenas um bom treino normal. Já em casa é que repara que não foi propriamente num ritmo lento... (para o seu nível, claro...)

Até amanhã querido diário

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Maçãs

Guarda-me sempre a fruta do almoço e do jantar. Na maior parte das refeições tem sido maçãs e o meu pai guarda-as para mim porque sabe que eu gosto e ele as dispensa.









Hoje, apesar de ter sido transferido de manhã para outro hospital onde o pacemaker já lhe foi colocado sem qualquer sobressalto ou surpresa, não foi excepção, e quando ao fim do dia o visitei, contrariando um vulgar e agradável comodismo que me poderia absorver, mas eu enquanto ele estiver internado e eu puder, irei sempre visitá-lo, pois apesar dele dizer que não é preciso, eu tenho a pretensão de acreditar que ele gosta de me ver por lá, e acabei a ajudá-lo a jantar, levei-lhe uns sumos, conversei, falei da minha mãe, da minha filha, da minha cadela, de todos vós que têm enviado votos de melhoras, e ele pergunta-me se há mais comentários (ontem tinha-lhe levado impresso para ele ler todos os comentários recebidos), e no final da refeição ainda lhe renovei o jarro com água fresca que ele tem à cabeceira e lavei-lhe a dentadura. Sim, a dentadura. Se me dissessem há dias que eu ia lavar a dentadura de alguém, ver-me-ia a torcer o nariz enojada "...que nojo....jamais!". Pois hoje, com uma naturalidade que me espantou a mim própria, fi-lo tão espontânea e naturalmente que me surpreendi. E fi-lo por uma simples razão: o meu pai precisava e não podia. E eu...podia! Simplesmente fi-lo! E acabei por trazer mais uma maçã na mala.

Está tudo portanto a correr muito bem.

E hoje eu não corri e não tenho problema nenhum por isso. Amanhã é outro dia e haverá tempo ou não para correr, logo se verá.

Até amanhã querido diário... e mais uma vez obrigada a todos que têm estado a torcer pelo Melro

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

"Sonhos" e "Digam-lhe por favor que há dias assim"



Quando ontem, ele, na cama do hospital, lhe perguntou se ela tinha corrido, ela sentiu-se quase envergonhada como se tivesse sido apanhada em falta, ao ter de lhe responder negativamente e não poder dar-lhe a alegria de descrever o seu treino: as ruas por onde fora, onde fizera o retorno, o que encontrara, o que sentira, os odores que inalara, e outros detalhes que ele tanto gostava de a ouvir relatar.

Hoje, também a pensar nele, levantou-me mais cedo noite ainda, equipou-se e foi correr. Custou-lhe. Levantar-se. Sair. Correr.

Sentia-se cansada. Muito. Como nos tempos em que se sentia e estava de facto muito pesada. Um peso e um cansaço físico diluído na mente. Cansaço, manifestação física subtil e tímida de mero desânimo moral. Correu devagar mas parou muito antes de chegar a casa. Tinha tempo e não tinha força. Caminhou depois o resto da distância que a separava de casa, enquanto pensava e sonhava que gostaria ainda de ter a hipótese de dar ao pai, a alegria de a ver voltar a fazer a Maratona.

Digam-lhe por favor que há dias assim... e apesar disso pode e deve continuar a sonhar e a lutar pelo sonhoCorreu 5 Km em 30 min