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domingo, 25 de maio de 2014

8ª Corrida do Guincho - Entre Serra e Mar

25 de Maio de 2014

Decorreu hoje a 8ª Corrida do Guincho - Entre Serra e Mar.

A organização esteve a cargo de Terras de Aventura, Junta de Freguesia de Alcabideche, Sociedade de Instrução e Recreio Janes e Malveira e teve o apoio da Câmara Municipal de Cascais e Federação Portuguesa de Montanhismo e Escalada. É uma prova integrada no Circuito Nacional de Montanha 2014.

Este ano, por impossibilidade das Autoridades garantirem o controlo do trânsito em zonas que se adivinhavam problemáticas, a organização alterou o percurso habitual à última da hora. Pelo menos, os atletas inscritos foram avisados por mail a pouco mais de 12 horas da prova. Desta forma, o percurso foi encurtado e evitou-se o asfasto, fazendo-se sempre por estradões de terra e trilhos.

A Partida e chegada foi desta forma marcada para junto do Campo de Futebol da Malveira da Serra e os atletas depois de terem sido chamados para controlo de partida, foram encaminhados para as arribas e falésias sobre o Guincho e as praias adjacentes. Num quase constante sobe e desce, com muita pedra, a vista do Mar e da Serra fazem jus ao nome da prova e as paisagens são de arrebatar a respiração.

Já a caminho da Meta. somos presenteados com um trilho bastante estreito onde mal cabiam os 2 pés lado a lado e seguimos uns atrás dos outros. Venho na cauda do pelotão, nem tenho muitos atletas próximos e vou bem. Quando surpreendentemente verifico que vêm caminheiros em sentido contrário. Alguém tem de parar e desviar-se do trilho para ceder passagem. Com a minha velocidade (muito lenta) e postura nesta Corrida, que é principalmente a vertente do lazer e da prática de actividade física ao ar livre, não tenho problema nenhum em abrandar, e ter cuidado ao cruzar-me com os caminheiros principalmente quando são cães e crianças pequenas. Não me perturbou nada mas não deixo de pensar como terá sido com os atletas da frente, com outros andamentos e outros objectivos com a sua participação. Infelizmente soube depois que à conta de se desviar dos caminheiros um atleta da frente (até ali) tropeça, voa e aterra sobre uma pedra que o deixa com os ossos, músculos e tendões do joelho completamente expostos pelo corte provocado pelo embate. Uma situação triste que neste caso poderia ter sido evitada, e dificilmente se percebe que uma organização com a experência como esta, tivesse colocado os caminheiros no mesmo trilho (estreito) que os atletas que numa qualquer altura do percurso se iriam obrigatoriamente cruzar. Acredito que a alteração de percurso em cima da hora tenha sido a principal causadora deste deslize, mas a organização tinha obrigação pela conhecimento e experiência que tem, de o ter evitado. Para além disso, o socorro foi prestado com alguma demora, sabendo-se no entanto que os locais e os acessos nalguns pontos neste tipo de provas nem sempre são os mais fáceis.

Todo o percurso estava bem marcado, havia muitos elementos da organização a indicar o caminho a seguir, o que começou aliás no secretariado que ficava a 1500 metros da Partida, devido à tal alteração de última hora.

A prova tinha 2 abastecimentos de água, perfeitamente suficiente para a distância.

À chegada à meta temos os seguintes prémios de participação: T-shirt de algodão, pão com chouriço fresquinho e bom, um sumo, uma maçã e água.

Há disponibilidade de instalações para banhos e a cerimónia de entrega de prémios decorreu na Sociedade de Instrução e Recreio Janes e Malveira.

As classificações ficaram disponíveis on-line muito rapidamente.

Considero a prova muito bonita e bem organizada, não fosse aquele cruzamento de atletas com caminheiros, que acredito ter sido um deslize que não se virá a repetir.

Por tudo isto paguei de inscrição EUR 8,00, que considero um bom preço pelo que é oferecido.



Fotos na Galeria de fotos da AMMA - Atletismo Magazine Modalidades Amadoras, aqui

Classificações no site Terras de Aventura, aqui

A presença da Spiridon, a acompanhar, apoiar e orientar atletas há décadas:
 O meu pai - Campo de Futebol do Malveira da Serra:


 A zona da Partida e da Chegada, ainda antes de tudo começar:
 Já quase preparada para começar:
 Luís Domingos, ex-grande atleta, agora na Organização:
 A aquecer:
A aguardar o controlo, chamada para a linha de partida:

A Partida:
Por dentro da prova (obrigada António Guedes):
 

 
 

 De Ana Marques:

De André Noronha:
Pelo Clube Atletismo Parque da Paz (Pedro Gabriel):

Pelo Egas Branco, aqui caminheiro com quem tivemos a sorte de nos cruzar (nós tivemos sorte, outros tiveram azar nestes encontros, como se pode ler no texto), na companhia de Jorge Branco - Último Km, com quem tive o prazer de fazer toda a prova:


A chegada:
Meta à vista:

Do atleta André Noronha:


 Conversa:
 Prémios nas mãos
 A t-shirt:

A minha Corrida:

Toda a semana parada. Corri e andei a prova toda com o Jorge Branco, o que se veio a revelar bastante benéfico, creio que, para ambos. Conversamos, vimos as vistas e corremos.

Nunca tinha feito esta prova, apesar de já ir na sua 8ª edição. Tem um percurso muitíssimo bonito, entre serra, mar e céu. Adorei. Muito provavelmente vou voltar para o ano. Voltará ao percurso habitual talvez, que dizem ser mais diversificado em termos de piso. Gostei deste.


Percorri os 10,270 km em 1h32m e fui o 500º atleta a cortar a meta, de um total de 540 chegados à meta.

Foi mais uma Corrida e eu saio revigorada para mais uma semana.

quinta-feira, 22 de maio de 2014

Espírito de Aliança - em video

Um breve resumo dos 100 Km da Corrida Espírito de Aliança, onde eu estive apenas nos primeiros 25 Km.

Quero para o ano correr mais, fazer mais, viver mais, deste Espírito magnífico!
 

terça-feira, 20 de maio de 2014

Corrida Espírito de Aliança - Ecos...








17 de Maio de 2014

Aprendemos todos os dias. Aprendo que os maiores desafios são os que a vida nos coloca e que sem anúncio ou aviso, surgem-nos à frente de repente, sem dia marcado na agenda, sem hora marcada para o tiro de partida, sem tempo ou hipótese sequer para pensarmos se o queremos agarrar ou não, sem  tempo para treinarmos ou prepararmos o corpo ou a mente, sem meta à vista, sem noção da passada certa, do ritmo certo ou mesmo da direcção a seguir, com poucas certezas, e por fim sem classificação ou certeza alguma afinal. A única coisa a fazer é enfrentar e seguir em frente, fazendo como podemos e sabemos, o nosso caminho.

Não terá sido este o caso da Corrida Espírito de Aliança. Uma Corrida que liga Lisboa a Mafra, num percurso de 100 Km, maioritariamente em trilhos e caminhos de terra, pelas Históricas Linhas de Torres, Corrida-convívio, sem classificações ou prémios, com ritmos rigorosamente controlados, dividida em 12 etapas, estimando-se a sua chegada a Mafra às 8 da noite, precisamente 15 horas depois do tiro de partida, em Lisboa.

O Espírito é "a união de cidadãos por uma causa, de valores que se perpetuam no tempo e de laços que nos estão no sangue" - pode ler-se no site da Organização. Organização essa a cargo do Clube do Stress e pela Revista Spiridon.

A participação era permitida a todos, para a totalidade da distância ou apenas para algumas das 12 etapas que constituiam a prova, devendo para tal fazer-se um donativo mínimo de EUR 5,00 a reverter na sua totalidade para a Fundação Portuguesa de Cardiologia. A Corrida permitiu ainda atribuir 7 bolsas de estudo a jovens estudantes, uma por cada município integrado no percurso.

Este é o Espírito da Corrida e eu simplesmente ADOREI o Espírito!

A minha Corrida Espírito de Aliança

4:30hrs da madrugada e estaciono o carro em frente ao Instituto Superior Técnico. Já muitos atletas também. Vou estrear a mochila de hidratação acabada de comprar para a ocasião que se quer a primeira de muitas e levo o meu próprio abastecimento: água, gel e barras energéticas.

Conheço alguns atletas, não muitos. Isto é outro mundo e eu gosto!

Era minha intenção fazer "apenas" as 3 primeiras etapas:

- Lisboa - Sacavém (8,7 Km)
- Sacavém-Mata do Paraíso, Vialonga (10,4 Km)
- Mata do Paraíso - Forte da Aguieira (6,6 Km)

Correr àquela hora pela cidade adormecida, sempre acompanhados pela Polícia, chegar a Sacavém já com o Sol a nascer e 1ª paragem, fim da 1ª etapa. Espera-se que todos cheguem. Há os que ficam. Há os que continuam. E outros que aqui começam. Será assim em todas as etapas. Repor energias, comer, beber, descansar um pouco e seguir. A acompanhar os que desafiadora e corajosamente enfrentam os 100 Km.

Confesso que fui muito bem até à Mata do Paraíso, onde cheguei com perto de 20 km nas pernas e onde o meu pai estaria aguardando-me e onde o meu irmão prometera estar para me acompanhar até ao Forte da Aguieira e depois fazer-me companhia no caminho de regresso a casa, já só os dois, pois a nossa Corrida Espírito de Aliança acabaria nesse ponto.

Aqui está de novo todo o apoio da organização, certificando-se que todos chegam. Pelo caminho houve sempre policiamento nos pontos em que éramos levados para a estrada ou a tinhámos de atravessar.

Mas a entrada na Mata começa logo a subir. A partir daí é sempre a subir e a descer, e será assim até Mafra segundo contam que eu não sei mas gostava de vir a saber. Mas é também a partir daqui que a beleza se manifesta e se reforça a cada passo dado. 

Porque o meu irmão chegou tarde, acabámos por ser os últimos a começar esta 3ª etapa. E eu já venho perto do meu limite e tenho de caminhar por vários metros. Aliás, daí ao Forte da Aguieira fui sempre a alternar Corrida com Caminhada. Fico sozinha e ao fim de cerca de 5 km lá está o meu irmão a aguardar-me. Seguimos no mesmo ritmo (corre-anda) até ao Forte onde nos esperam. E tenho já cerca de 26 km nas pernas (basicamente 1/4 da Corrida)

Mais uma vez a organização está 5 estrelas. Oferecem-me água. Sei que é só para os atletas dos 100 km mas eu trago uma garrafa de água vazia na mão e a mochila com água já morna e respondo "Posso?", ao que com toda a simpatia me respondem que posso e devo, ao mesmo tempo que me retiram das mãos a garrafa vazia e sinto algum reconhecimento nisso também. Sorvo a água e alinho na foto de grupo junto ao Forte. Já não sei do meu irmão. Está misturado connosco. Perfeitamente integrado no Espírito. Eu fico-me pelo sopé do grupo, as forças já me faltam para subir mais. Mas estou feliz.

Foto tirada e o grupo prepara-se para retomar agora a 4ª etapa. Nós seguimos os dois, agora de regresso a casa, mais caminhada que Corrida. Chego a casa às 10:00 hrs da manhã, precisamente 5 horas depois do tiro de partida e com cerca de 35 Km nas pernas. Estou toda partida mas estou bem.

E quero voltar para o ano. Sonho com os 100 Km mas ficarei contente em percorrer "apenas" meia dúzia de etapas. Outras etapas. Conhecer outros caminhos. Conhecer outros Fortes. Correr. Participar. Contribuir. Este ano corri 3 etapas. Para o ano quero continuar o caminho. Este é o Espírito.

Parabéns à Organização e a todas as entidades que de alguma forma contribuíram para esta Ultra-Maratona com um Espírito tão especial. O da Aliança. Ver-nos-emos de novo para o ano.

Algumas imagens:

O grupo no Forte da Aguieira:

A Andreia que correu até ao km 46 - foto do Georunner Antonio Costa

Foto ilustrativa da 3ª etapa - foto da edição do ano passado:

Também a 3ª etapa (em sentido contrário, que eu fiz com o meu mano no regresso a casa):


sábado, 17 de maio de 2014

Corrida Espírito de Aliança, Linhas de Torres - 17 de Maio de 2014





Corrida Espírito de Aliança...a decorrer ainda neste 
momento (3 da tarde) para os heróis dos 100 Km. Eu? 
Fiquei-me pelas 3 primeiras etapas, que era o previsto 
e o que já sabia que seria possível e razoável fazer 
(25,7 Km). 
Depois...o regresso a casa, pelas minhas perninhas, 
alternando Corrida e Caminhada. Tempo em  

movimento, desde o tiro de Partida até parar: 5 horas. Distância total: 35 Km
Agora estou prontíssima para a a festa e para os 
preparos da festa: Faz amanhã 17 anos que fui Mãe 
Depois terão de sair palavras de mim, que brotarão de 
como um filho parido, desta riquíssima 
experiência, mas por agora é só isto...










 


O regresso para casa