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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

V Grande Prémio da Arrábida

Organizado pela Associação de Atletismo Lebres do Sado, decorreu ontem dia 28 de Novembro de 2010, o V Grande Prémio da Arrábida.

Com organização técnica a cargo do Atletas Digital , a prova atingiu o número limite de inscrições (500), para ter chegados à meta no domingo de manhã 486 atletas na prova principal.

Em simultâneo decorreu ainda uma prova aberta, na distância de 7 Km sensivelmente.

Num misto de asfalto e terra batida, a prova sai de Setúbal e leva os atletas a Palmela , através de caminhos rurais, e da já conhecida e inesquecível de todos que lá vão, a Subida da Cobra. Elevados a Palmela, os atletas encontram aí uma meta volante, a partir da qual se inicia o regresso a Setúbal, enveredando os atletas pela não menos famosa Descida da Lagartixa, já em terra batida com areia solta, propícia a escorregadelas aos mais incautos. Finda a extenuante descida pela contenção do passo, os atletas são premiados com um abastecimento de Moscatel da região, que podem fazer acompanhar com biscoitos de canela também oferecidos. Uma graça a meio de uma prova, que mesmo não sendo o mais apropriado para abastecer, é certamente uma imagem a reter, o serviço por "empregado de mesa" trajado a rigor, e a oferta de tal produto da região fazem já parte da imagem de marca desta prova.

À parte esta brincadeira, a prova teve dois abastecimentos de água e esta também não faltou na chegada, onde um saco com duas t-shirts, bolo de frutas regional e garrafa de Moscatel esperavam todos os atletas.

O controlo era feito por chip, o percurso esteve bem assinalado, apenas houve umas gafes na marcação dos quilómetros, a chegada foi animada, assim como a partida, e o atleta de pelotão volta de lá satisfeito, tendo as classificações sido disponibilizadas rapidamente.

A nível competitivo e no sector feminino, a vitória foi alcançada por Cátia Serôdio (CCD Alvitejo) com 59.38, seguida de Carmen Pires (Asas do Milenium) com 1:00.02, sendo o 3º lugar do pódio de Patrícia Rosado (Vitória FC) com 1:00.10.

No sector masculino, foi Rui Baltazar (ACLIS Liberty Seguros) o vencedor, com 50.30, seguido de João Ginja (GD Macedo Oculista) com 50.38 e Rui Infante (Praças da Armada) com 50.50.

Troféus como prémio por classificação para os cinco primeiros atletas de cada escalão.

Tem esta prova ainda a particularidade de "obrigar" os atletas a correr em pelotão até ao Km 2, sendo imposto um ritmo que não é permitido ultrapassar, e só a partir daí é então dada a cada, a possibilidade de correr ao seu ritmo.

O Grande Prémio da Arrábida é uma prova muito castiça, que agrada sobremaneira ao atleta de pelotão que responde a cada edição.

Alguma demora na entrega dos dorsais leva a se repensar a forma de entrega dos mesmos, o que provocou nesta edição algum atraso na hora de partida.

Por tudo isto, é o Grande Prémio da Arrábida prova que está bem e se recomenda. Eu recomendo!

Ana Pereira



Classificações no Atleta Digital





Após a Subida da Cobra e da Descida da Lagartixa, dois terços da prova estavam feitos e há a...

... A Prova de Moscatel acompanhado de biscoitos de canela... (sim, sim, à laia de abastecimento a meio da prova! Uma tradição a manter!):
Fotos retiradas dos Albuns disponibilizados no site das Lebres do Sado


A minha corrida dentro da Corrida:

Desta vez não houve dúvidas. Ia e ia mesmo. À prova. Ao Grande Prémio da Arrábida. Desde a sua I edição, em 2006, na qual tive o prazer de participar , que tive a certeza que esta é prova que sempre que possa, lá estarei. E se nem todos os anos o consegui, neste ano, voltei a marcar presença.

Corri entre amigos, e a eles devo o facto de ter conseguido manter quer o ânimo quer o passo: obrigada António Pereira e obrigado António Pinho. A lembrar corridas passadas e a imaginar futuras. A viver e a correr esta corrida, a aquecer no jardim relvado, a dar um beijo ao pai antes da partida. A desejar boa prova aos que estão connosco, a ligar o cronómetro e passar para a outra dimensão, aquela onde me encontro, devagar, como corro, em cada passo, em direcção a mim mesma e aos que amo.

Assim a torrente de atletas serpenteou pela estrada dirigindo-se a Palmela. Envereda por um caminho de terra, cheira a gado e a estrume. Há poças de água e lama. Bolotas caídas no caminho que pisamos. Está frio mas o sol dá à paisagem um brilho inigualável e há uma serenidade envolta em mim. Corro. Outra vez corro. Haverá liberdade maior?

Sinto as pernas cansadas e imensamente pesadas. E quando alcançamos o início da subida de terra batida, denominada de Subida da Cobra, já a serpente de atletas se dispersou e eu não sou mais que um ponto laranja na sua cauda, prestes a desprender-se, a fraquejar, a arfar e a não conseguir respirar. Caminho. Entretanto os meus amigos já se adiantaram, quase sem darem pela minha paragem. Sinto-me aliviada. Posso ... desistir, e ir apenas caminhado. Por instantes interrogo-me que faço ali, assim... a correr de domingo a domingo... e... antes que a avalanche de pensamentos sobejamente conhecidos se desmoronasse sobre mim, o António Pinho volta atrás e puxa por mim. E o Pereira também não ia assim tão longe: tinha abrandado afinal, ao dar pelo meu desaparecimento.

Emoções contraditórias: muita alegria, reconhecimento e agradecimento para com os meus amigos que sem saberem, não me deixaram desistir de mim, e desapontamento, precisamente pela mesma razão, e me ver "obrigada" a continuar.

Paralelismos à parte, com uma outra vida, mais ou menos real que esta, e lá sou rebocada por eles e depressa retomo o sorriso de orelha a orelha e é com imensa felicidade que outra vez alcanço Palmela, o cimo e o fim da imensa Subida da Cobra. Solto as pernas de novo em terreno de asfalto e onde a inclinação já era agora a antecipar a descida. Dou passos mais largos. Sinto-me de novo com força. Ainda pouso os olhos sobre Palmela, castelo que acabei de alcançar, e sobre os vales, onde crescem oliveiras alinhadas e outras árvores e plantações bem organizadas, em fileiras uniformes.

Depressa saímos do asfalto para fazermos a famosa Descida da Lagartixa, terra batida com areia solta, a ameaçar fazer-nos escorregar e eu sou uma medrosa, e travo e travo e travo. Já não posso com as pernas! Fim da descida e volto a chegar ao pé dos meus amigos, que entretanto abrandaram para me esperar.

Atletas amigos conhecidos, estão hoje bem vestidos, de bandeja na mão a oferecer o famoso néctar: Moscatel de Setúbal! Tradição desta prova, de que nunca usufruí em plena prova, mas que muito admiro e gosto de ver. Sorrio e sigo. Desta vez são os meus amigos a ficar para trás: biscoitos de canela e Moscatel. Eles não se fizeram rogados e deliciaram-se.

Depressa me apanham de novo. E eu, sigo com alguma energia ainda. Energia que nada tem a ver com o ritmo demonstrado mas antes com a forma com que me sinto em relação ao esforço.

Avista-se de novo o jardim de onde partimos. É já ali a meta. Avisto o meu pai, que a poupar as pilhas da máquina fotográfica, guardava alguma energia delas para ainda me conseguir fotografar a mim (e conseguiu), e que muito desanimado se queixa que não conseguiu tirar quase fotos nenhumas.

- Não faz mal. Não faz mal pai! - grito-lhe ainda em plena prova. E não faz mal mesmo. Mesmo! Cada vez mais me consciencializo da insignificância de certas coisas perante a magnitude e importância esmagadora de outras. E dessas outras, eu trago o peito cheio hoje!

Corto a meta. Avisto o Álvaro, um "velho" amigo que da surpresa fez alegria. De nos vermos ali mutuamente, sem o esperarmos. Desligo o cronómetro, que marca 1h22m14s para os 12,76Km da prova, recebo o saco, tiro o chip, alongo, bebo água, limpo-me, cumprimento amigos que ainda não tinha visto e estou já de volta a casa, a uma semana mais. Da nossa vida. Esta, com corridas. Provas. Metas, subidas e descidas. Todos os dias.

Até para o ano Grande Prémio da Arrábida e até amanhã ou depois querido diário

domingo, 28 de novembro de 2010

V Grande Prémio da Arrábida

Organizado pelas Lebres do Sado, foi hoje que se realizou o V Grande Prémio da Arrábida, e eu estive lá, entre os 486 atletas chegados à meta:
A alguns passos da meta, com os meus amigos António Pinho e António Pereira, que me acompanharam cavalheirescamente durante os 12,76Km da prova, durante 1h22m50s, tempo que demorei para os percorrer:
Depois da meta cortada:
A cargo do Atleta Digital, estão já disponíveis as Classificações do V Grande Prémio da Arrábida aqui

Algumas fotos de autoria de meu pai, nos meus Albuns do Picasa (também disponíveis no site da AMMA)

Palavras minhas, provavelmente amanhã por aqui mesmo, neste lugar.

Até amanhã querido diário

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O Peso ...de consciência e o outro, o físico!

Não, não, não! Não me desfiz da problemática pessoal em relação ao meu peso, ao meu corpo e à comida e à forma como a uso. Era bom era! Mas não! Tem só andado meia adormecida, esta tara, fingida que esquecida. Mas não. Está tudo cá e o resultado do "deixa andar", do fingir que não ligo, que não quero saber, que estou bem, etc e tal, está à vista: 70, 1 Kg!

É hora, de novo, de tentar parar. E fazer o ponteiro da balança mudar de sentido. Tentar pelo menos, é minha obrigação. Pela minha saúde!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Classificações do Troféu da Caparica 2010


Pode ver aqui as classificações

Na foto: o Clube do Sargento da Armada nos 3 primeiros lugares - Vet. I:

1º Jorge Teixeira

2º Pedro Dias

3º Carlos Jorge

domingo, 21 de novembro de 2010

Troféu da Caparica 2010

Troféu da Caparica 2010
21 de Novembro de 2010

Integrada nas comemorações do 538.º aniversário da Freguesia de Caparica, a Junta de Freguesia mais uma vez organizou e realizou o Troféu da Caparica.

Com inscrições gratuitas, a prova proporcionou 6 percursos/provas de distâncias distintas, adequadas a cada escalão, desde o Benjamim ao Veterano. Medalhas, t-shirt, água, maçã, bolo e fita de pendurar ao pescoço" porta-qualquer coisa".

Teve partida e chegada em frente à Junta de Freguesia de Caparica com um pórtico insuflável e grades delineadoras de funil, movível conforme as provas.

Saliento a disposição e boa vontade da Junta em manter esta prova/troféu, que leva vários jovens e crianças da freguesia a conhecer e praticar o Atletismo, através de vertentes aliciantes como o é o convívio e a brincadeira, dessa força incentivando-os discretamente quando se sabe que nessas idades o amor à Corrida tanto pode nascer e ficar, como ser morto à nascença. Está pois também nas mãos de pequenos clubes que levam os miúdos às provas, muitas vezes utilizando meios pessoais, como o carro do dirigente ou treinador, ou ainda o táxi.

Com percursos bem marcados e suficientemente seguros em termos de condicionamento de trânsito, assim se correu no Monte da Caparica e zonas envolventes.

Muitas medalhas, medalhões, troféus e taças foram atribuídos por classificação, quer por escalão quer por equipas.

Tudo decorreu de forma agradável e regular, sob um sol que alternava com umas nuvens que vieram a vingar na altura de atribuição de prémios e aí, com a chuva a ajudar, um parco palco e telheiro montado onde o pódio só entrou porque estava a chover e por isso, por não se ter pensado antes ser esse o seu local de eleição, os atletas adultos batiam praticamente com a cabeça na lona que fazia de tecto, e o livre acesso dos atletas (miúdos e graúdos) ao mesmo, quer antes, durante e depois das provas, não evitou que houvessem muitas medalhas (de participação) desaparecidas, desorganização dos troféus alterando a ordem com que estavam estrategicamente arrumados, e uma taça de vidro partida, que seria para a 1ª classificada feminina.

Ainda essa aglomeração de gente tirou toda e qualquer dignidade ao pódio, que por várias vezes parecia uma cena tirada de um filme : "tudo ao molho e fé em deus".
Faltou uma mão (ou voz) de ferro que soubesse impor comportamentos - de respeito para todos - os que trabalham para pôr de pé este evento, e para com os próprios atletas premiados, e foram muitos.

E se numa zona onde a pobreza material vive de braço dado com a pobreza de cultura e educação cívica e desportiva, sendo esta última consequência da primeira, o que não seria directo e óbvio, mas infelizmente em 99% dos casos é, umas grades de ferro isolariam o local de forma a que a prova acabasse com a dignidade com que decorreu.

Meninos da rua e na rua, pés descalços ou de sapatilhas gastas e rasas e rotas, sobre as poças de água da chuva, mas olhos sorridentes, alguns de beleza ímpar e intrigante, que aprenderam hoje, que aprenderão no dia a dia? Que frutos dará o trabalho e dedicação destes clubes, destes dirigentes, destes treinadores? O futuro o dirá. Hoje, o presente só mostra que o que aprenderam ainda não chega, apesar de lhes mostrar um mundo diferente das suas casas, das suas famílias, do seu bairro. E se calhar não chegará nunca, quando a família é alheia a tudo isto.
Enquanto decorria a cerimónia de entrega de prémios (ver ao fundo):
E assim se fechou mais um Troféu da Caparica, já eram perto das 2 da tarde.

Muitos Parabéns à Junta de Freguesia da Caparica, aos Bombeiros e à GNR, e ainda a todos que dando o seu contributo passaram despercebidos, e também a todos os clubes que participaram com as crianças e jovens da sua freguesia. A eles, os meus parabéns pela coragem de manterem de pé estes eventos e estas participações, lutando com dificuldades que atletas como eu, de portátil ao colo no conforto da minha sala escrevo estas linhas, não imaginam nem uma ínfima parte.

A prova contou ainda com uma fraca participação, o que é pena, pois sem atletas, as corridas morrem...

Que a Junta de Freguesia de Caparica seja capaz e tenha condições de o evitar, conforme foi prometida pela Senhora Presidente.


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A minha Prova

Eu... sou sempre a mesma. Penso se vou, se não vou, e na maior das vezes decido bem: vou! Aconteceu hoje de novo, para não variar.

Atravesso o Tejo e a Margem Sul recebe-me. De braços abertos como o Cristo Rei, como mãe de filha durante cerca de 20 anos. Hoje, do lado de cá, voltar à Margem Sul, é sempre ...bom!

Chegámos cedo, reencontro amigos, café, casa de banho e ... fotografar os pequeninos que entretanto já tinham começado as suas provas. Adoro fotografar. Mal ou bem, como sei. Mas que adoro, adoro! Na esperança de imortalizar instantes, irrepetíveis. Expressões e gestos que ficam assim imortalizados no instante de um clic da máquina fotográfica. Delicio-me com as crianças.

A correr dando o seu melhor:
A aguardar o prémio:
A brincar e a mimar um cão vadio:


Depressa é hora de despir e aquecer. Estas provas são rápidas. E é ainda mais importante aquecer. Alinham-se as Veteranas na Partida com os Juvenis, masculinos e femininos e as Seniores femininas, se as houve... Somos apenas 4 veteranas, o resto são miúdas e miúdos.

Corri 3,770 km em 20m05s, fazendo uma média de 5:20 / Km. Não que isso importe. O que realmente importa é que estive lá e corri. Só isso importa realmente.

A prova não é difícil apesar de algum declive, que logo o meu corpo sentiu. Mas fui bem. No meu ritmo. Deixei (porque não tinha qualquer outra hipótese) a minha amiga Magnífica seguir para a frente, e vou no meu ritmo. É nisso que me concentro. E aprecio as avenidas rasgadas pela linha do Metro, aprecio ainda mais o bom condicionamento do trânsito feito pela GNR. Gosto. Não aprecio mas observo duas jovens que ora me passam ora caminham ora cortam caminho nas grandes e largas rotundas. Aqui a velhota (para elas sou) mesmo dando a volta às rotunda completa - pela estrada, ainda chega para elas. Acabo por chegar à frente de ambas. Não que isso tenha importância, mas alguma terá. Gosto de observar, e até de interagir, mas quer as duas miúdas quer um miúdo que ia nos mesmos propósitos, não me deram troco.

Gosto de correr aquela prova. Gostei muito. Chego à meta. Desligo o cronómetro, corro mais um pouco para acalmar o coração, alongo, visto-me e ... máquina em punho e agora as fotos são comigo! A partida e a chegada dos atletas da prova principal e a atribuição de prémios. Adorei.

No final, depois de saber que iam faltar medalhas e que a Junta ia ver o que podia fazer para as entregar a quem não teve (por causa do desaparecimento de várias), olho a minha e o meu prémio não é esse. O meu prémio não pode ser roubado, pois está guardado dentro de mim, e prescindo dela facilmente, o que a organização acabou por agradecer depois de alguma insistência minha. Perceberam. Talvez não valha de nada, talvez valha. Talvez chegue a alguém que a quis e a não teve... Eu pelo menos fiz o que senti que devia fazer.

Saí de lá já tarde, mas dei por muito bem empregue a minha manhã.

Adorei e agora é continuar.

Até amanhã querido diário


Perto de 400 fotos no site da AMMA Atletismo Magazine Modalidades Amadoras de António Melro e Ana Pereira, pai e filha

Classificações... em parte incerta ou talvez mais tarde no site da Junta


Os prémios ainda alinhados, arrumados, inteiros e ainda não faltava nenhum:
A 1ª e a 2ª equipa classificada, com os mesmos pontos, tendo-se decidido dar o 1º lugar ao Clube dos Amigos do Atletismo da Charneca da Caparica por terem obtido maior número de 1ºs lugares, tendo ficado em 2º o meu Clube do Sargento da Armada, aqui representado pelo meu amigo Fernando Oliveira:

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

A 36ª Meia Maratona Internacional da Nazaré

Passam os dias e as palavras não vêm, ou vêm atrasadas quando o sono já chega e lhes tira a vez, vencendo-as. Dia após dia, noite após noite. Mas não! Não vou deixar de escrever o que sinto e sei da 36ª Meia Maratona Internacional da Nazaré. É por demais importante e belo para me deixar vencer pelo cansaço e me calar. Então cá vai:
14 de Novembro de 2010
36ª Meia Maratona Internacional da Nazaré

Quando ela nasceu, eu era uma menina com cerca de sete tenros anos apenas. No entanto, já dava eu os primeiros passos na corrida inserida na equipa de Atletismo do Grupo Desportivo de Vialonga, e longe de mim, na Nazaré nascia aquela que é hoje a Meia Maratona mais antiga de Portugal: A Meia Maratona Internacional da Nazaré.

Se na altura nem sonhava nem sabia o que isso era (uma Meia Maratona), o certo é que uns bons anos mais tarde, a conheci. A conheci e a corri desde então, sempre que a vida me permitiu. Por ser A Mãe, como carinhosamente lhe chamam, e sentir nela um gosto especial da liberdade que desabrochou em forma de Associativismo em movimentos populares, dos quais destaco a Corrida para todos, na longínqua década de 70. Assim, como tantas corridas na altura, nascia a Meia Maratona da Nazaré. Que ficou. Até hoje. E correu-se pela 36ª vez. Com edições em que a participação foi muito superior (mais do dobro), este ano não deixou por isso de passar o milhar o número de participantes chegados à meta da Meia.

É uma corrida onde muitos acorrem e correm pelo misto de nostalgia e simbolismo. Nazaré, uma vila piscatória, das mulheres de sete saias, das varinas e dos pescadores, do peixe a secar, do mar revolto e implacável. E terra da Mãe das Meias Maratonas.

E foi assim nesta 36ª edição: numa manhã de céu cinzento a dar abertas ao sol teimoso, num domingo depois de uma semana de temporal a fustigar as gentes e as casas aqui nesta mesma marginal em que corremos, juntaram-se quase 2000 participantes, para correr a Meia, e participar na Volta à Nazaré e na Caminhada, eventos que decorreram em simultâneo e encheram as ruas de gente e de cor.

A prova teve uma boa organização no geral: Animação, percurso bem marcado, sem trânsito, abastecimentos de água (com excepção para o Km 15, onde a água não chegou para todos tendo valido a acção dos bombeiros e uma mangueira de onde brotava o precioso líquido para bocas sequiosas que nem a minha, cujo tempo de passagem aos 15 já marcava para um final com mais de 2 horas, que se veio a confirmar), boa assistência dos Bombeiros, controlo por chip, e os prémios de presença: t-shirt, um bom e rico bolo regional e prato pintado alusivo à prova.

Sem grandes planos a nível competitivo, Luís Ginja, do Grupo Desportivo Recreativo da Reboleira, foi o vencedor da prova com 01:09:3, seguido de Óscar Mendes, do Liberdade Futebol Clube, com 01:09:53, e de Carlos Santos, do Sport Lisboa e Benfica, com 01:10:09.

No sector feminino, Chantal Xhervelle do Machada Runners foi a vencedora com 01:24:57, seguida de Patrícia Ferreira, da Zona Alta, com 01:28:41 e de Patrícia Monteiro do A.D.C.C.J. Clark, 3ª classificada, com 01:29:36.

A Meia Internacional da Nazaré, se já viu melhores dias, pelo menos em termos de participação, continua a ser uma prova que recomendo. Bonita. Por dentro e por fora. Conto ainda ter lá muitas participações. Será bom sinal, para ela e para mim, e para todos que gostam mesmo de correr.

Parabéns a todos os envolvidos e que a Meia Internacional da Nazaré... continue de pé!

A vencedora: Chantal Xhervell

O meu amigo Joaquim Adelino em destaque no meio de pelotão, seguido de perto pelo nosso amigo Fernando Andrade que segue na sua peugada, logo ali atrás:
O prato de louça oferecido a todos que terminaram a prova:
A minha prova? Só vos digo: Eu já corro Meias outra vez!

Até domingo querido diário (se não for antes), domingo, dia de corrida de novo. Sempre. Enquanto houver pernas e corridas. E eu, lá estarei.

domingo, 14 de novembro de 2010

36ª Meia Maratona Internacional da Nazaré

Foi hoje, dia 14 de Novembro de 2010, que se realizou a 36ª Meia Maratona Internacional da Nazaré

E eu... eu... Eu já corro outra vez Meias Maratonas!!!

Está certo que demorei 2h06m a percorrer, entre amigos e com a preciosa "ajuda" destes, a distância de 21.097,5 (a uma média de 6min /Km, que era precisamente o que me propunha) mas ainda assim, fiz! Voltei a correr Meias! Pessoal, ouviram bem? Eu já faço Meias outra vez!!! Mais gorda (que estou) ou menos gorda (que não estou!), meus amigos, cumpri aquilo a que me propus. Por agora. Porque mais desafios se avizinham.

Mais de 300 fotos de António Melro no site da AMMA Atletismo Magazine Modalidades Amadoras

Classificações no site oficial da prova

e palavras minhas sobre a prova e sobre a minha prova, aqui neste mesmo sítio, o mais tardar, amanhã à noite (assim espero)

Até amanhã querido diário

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

7ª MARATONA DO PORTO

7ª EDP Maratona do Porto - cidade do Porto, 7 de Novembro de 2010

Se eu tivesse corrido a Maratona do Porto, teria sido 1181 o número de atletas chegados à meta depois de correrem os 42.195 metros da 7ª edição, hoje realizada. Assim, como eu não corri, foi 1180 esse número. Um número record, fruto de um empenho e sabedoria de um homem de seu nome Jorge Teixeira, que se tem feito acompanhar de uma equipa competente e que em conjunto atingiram um estatuto ímpar na panorâmica da organização de Corridas em Portugal. A Maratona do Porto é o ex-líbris das provas organizadas por esta entidade, não só pela magnitude da distância e as exigências inerentes, mas pela organização da mesma a roçar de muito perto a excelência.

Nascida há 6 anos, prova sonhada e realizada, que levou à meta pouco mais de 300 atletas nas 2 primeiras edições, hoje foi a maior realizada em Portugal até à data, com estes 1180 vencedores a cortarem a meta.

Em simultâneo com a Maratona, decorreu também uma prova denominada de Family Race, na distância de 14 Km e ainda uma caminhada com partida mais tarde, que na totalidade das 3 provas, levou à rua cerca de 8000 pessoas.

Com toda a informação necessária disponibilizada no site oficial (www.runporto.com), a organização disponibilizou ainda 2 autocarros para o transporte entre Lisboa e Porto a Maratonistas e familiares, com um custo simbólico e bastante acessível.

Uma Feira da Maratona a crescer de ano para ano, com mais stands de interesse, entrega de dorsais e uma "Pasta Party" - almoço à base de massa, oferecida gratuitamente a todos os maratonistas.

O dia da prova, ofereceu a todos muita animação, não só no local da Partida e da Chegada, mas também ao longo do percurso da Maratona. Quilómetros marcados, bons abastecimentos sólidos e líquidos, e uma constante vigilância quer de membros da organização quer de equipas de socorro.

Partida bem organizada, para os Maratonistas e para os participantes da Family Race. Sacos para guardar a roupa, tarefa igualmente bem organizada quer na recepção quer na devolução dos mesmos aos atletas.

No local da Partida, a oferta de chá e café a todos os atletas, na manhã que começou por se mostrar cinzenta e chuvosa para acabar mais aberta e soalheira, foi um dos exemplos de bem receber a que esta organização nos habituou.

Um percurso maravilhoso. A sair do Porto, acompanhar a margem direita do Douro, atravessar o rio pela Ponte D.Luís, correr a margem esquerda do Douro e voltar ao Porto. Um percurso belíssimo.

Prémios de presença dos quais destaco mochila, t-shirts, garrafa de Vinho do Porto com logotipo da prova, e a Medalha para todos os chegados à Meta, satisfazem os participantes.

Massagem para todos no final. Resultados divulgados no site da Runporto pouco tempo depois da prova acabar.

A Maratona do Porto é um gigante. Uma monstruosidade maravilhosa. Uma corrida épica que nos leva além de nós próprios, com todas as condições necessárias para o fazermos e que nos são asseguradas largamente pela excelente organização da Runporto.

Com apenas 7 edições é já efectivamente a melhor Maratona alguma vez feita em Portugal.

Muitos Parabéns Runporto.

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Em termos competitivos os resultados ficaram aquém do que se poderia desejar. Um 1º lugar para o queniano Alex Kirui com 2h14m25s, seguido do "nosso" Paulo Gomes com 2h15m09s, deixando a 3ª posição para o também queniano, Anthony Ndungu, que acabou com 2h15m39s.

No sector feminino, a prova foi ganha pela queniana Beatrice Toroitich com 2h37m49s, deixando bem para trás a atleta favorita, Pamela Chepchumba com 2h51m44, sendo o 3º lugar do pódio alcançado pela portuguesa Lídia Pereira da Casa do Povo de Mangualde, com 2h56m51s.



A minha Corrida de 14 Km dentro da Maratona do Porto

Correr 14 Km e depois fazer a Caminhada dentro da Maratona do Porto, em vez de correr a Maratona, é... é assim uma coisa, um doce amargo na boca. É assistir e sentir o que os outros sentem, sem o sentirmos nós, mas o desejo é tão grande, que vivo a Maratona sim! Mesmo só a correr os 14 Km, que coincidem exactamente com os 10 primeiros Km da Maratona.

Parti devagar com a Ligia. Assim vou com ela até ao km 7 e tal, sempre avistando à nossa frente os Lebres do Sado, amigos que vão para a Maratona. Ali, tão pertinho de mim, com um passo certinho, tão igual ao meu, que praticamente mantemos a distância durante os 7 km, altura em que a Ligia quebra e eu vou em frente e os apanho. Já ia "com eles" há muito tempo atrás. A suar com eles, a desejar, não ser eles, mas ir ali na mesma aventura, no mesmo barco, lado a lado. Por breves instantes finjo que vou, que sou, que estou. Ali a correr a 7ª Maratona do Porto. Mas não. Eu sei que neste momento não conseguiria. Sigo com eles breves minutos e logo me apresso a avançar porque antes me tinha cruzado com o António e o Carlos, que iam também para a Maratona e sabia que eles iam pouco mais à frente. Queria apanhá-los antes dos 10 km, da minha viragem para a Meta e deixa-los seguir para a Maratona. Acelero. Alcanço-os! Exactamente como no ano passado, e desta vez não prometo que no ano seguinte seguirei com eles na prova rainha, a Maratona. Acompanho-os já por poucos metros e logo me despeço desejando-lhes sorte e coragem e muita força. Que sei que têm, mas gosto de dar! Faço a viragem, e sigo para a minha meta de hoje. Subo a Avenida e avisto o meu pai de máquina fotográfica em punho. Corto a meta. Procuro a minha malta. Vou fazer a Caminhada que parte já daqui a pouco. As miúdas vão comprar cachorros. Atrasamo-nos e somos mesmo os últimos a partir para a caminhada. Volto a encontrar a Lígia. Caminha um pouco connosco e corre. Eu sigo a caminhar. Acompanho os meus. Lentamente...

A moto da Cruz Vermelha fecha o grupo e segue-nos de perto, garantindo-nos a segurança necessária.

6 Km depois de partirmos, recebem-nos com alegria, como com alegria chegamos nós. Muita água e bebidas isotónicas. Alegria!

Saio assim, da 7ª Maratona do Porto, sem a ter corrido, mas muito satisfeita com o que me foi proporcionado, e bastante satisfeita comigo mesma.

Até para o ano Maratona do Porto? Sem dúvida que sim!



Algumas imagens

A Viagem Lisboa - Porto, nos autocarros que a organização disponibilizou, quando ainda faltavam 236 Km:
Na Feira da Maratona, Palácio de Cristal, com a minha filhota e o Runito, mascote da Organização, a Runporto:

sonhar sempre: a 8º Maratona do Porto, já marcada para 6 de Novembro de 2011:
Os meus fiéis companheiros, meu pai e minha filha:
A Pasta Party:
Um breve vista do magnífico jardim que envolve o Palácio de Cristal:

Os Maratonistas, absolutamente vencedores, a chegar aqui, a uns escassos passos da Meta, depois de palmilhados 42.195 metros:
A meta da Maratona:
A chegada da caminhada:
Transmissão televisiva da 7ª EDP MARATONA DO PORTO, sábado pelas 15:30 hrs, na RTP 2

domingo, 7 de novembro de 2010

7ª MARATONA DO PORTO

Conforme era sabido, eu estive lá. Na cidade do Porto. Corri a Prova, que marcou no meu Garmin, a distância de 13470 metros, prova integrada na Maratona, demorei 1:16:16, numa média de 5:40 / Km De seguida fiz a Caminhada, a caminhar como o nome indica, na distância de cerca de 6 Km, evento também integrado na Maratona:

Digiro emoções várias e cansaço também de origens várias, e por hoje mais não digo daquela que é a MELHOR MARATONA de Portugal: a MARATONA DO PORTO.

Até amanhã querido diário

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Eu adoro conduzir

Eu adoro conduzir. Adoro mesmo! Aliás, por vezes até acho que o meu maior sonho é ser motorista, ou até camionista e cruzar o asfalto sobre rodas e correr o mundo de uma ponta à outra a conduzir.

Mas como o sonho é apenas um sonho sonhado em noites incertas, e ainda bem, pois outros sonhos prevalecem sobre aquele, por agora apenas adoro conduzir. Mesmo! A tal ponto que sábado vou pegar em 2 (dois!) autocarros e levar uma cambada de Maratonistas e aspirantes e apoiantes a Maratonistas, de Lisboa ao Porto.
Para quê?

Para correrem a 7ª MARATONA DO PORTO

Eles! Porque eu correrei a prova de 14 Km, sem treinos, com peso em excesso (ainda e outra vez) mas com vontade. Muita vontade de correr de novo no Porto, numa prova inserida naquela que é a MELHOR MARATONA DE PORTUGAL, onde estão inscritos 1500 atletas para a prova rainha: a Maratona!

E vocês? Vêm daí?