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domingo, 23 de agosto de 2009

Treino


Perguntou-lhes se podia ir correr. Como que a pedir autorização, consentimento, aprovação e dispensa. Disseram-lhe que não, que não podia. Não tinha autorização, consentimento, aprovação nem dispensa.

Ainda assim foi. Mais dependente que nunca, mais solicitada e necessária que nunca para outras corridas, virou costas e foi. Correr. Permitiu-se e obrigou-se. Porque a corrida lhe faz falta também.

Perguntou ao vento se podia voar e ele respondeu-lhe que não, que não podia. Ainda assim, ela continuou. Perguntou ao céu se podia sonhar, e ele respondeu-lhe que não, que não podia. Ainda assim, ela continuou.
Perguntou ao Tejo e às serras se podia repousar os olhos neles e eles responderam-lhe que não, que não podia. Ainda assim, ela continuou. Perguntou às ervas se podia ali passear o corpo e a alma e elas responderam-lhe que não, que não podia. Ainda assim, ela continuou.

Cansada, correu 30 minutos apenas. Queria correr mais mas sentiu-se muito cansada. 30 minutos apenas. Mas dos bons! Dos que valem por dias inteiros. Como iguaria em mesa de rei. Depois, meteu-se no carro e voltou à outra vida, sem no entanto apagar aqueles singelos 30 minutos de vida, que a alimentariam, gota a gota, esticando-se no tempo até ela meter nova dose, ou os esgotar por completo.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

8ª Légua de Vialonga – 15 de Agosto de 2009




Foi aqui que comecei, há mais de 30 anos, num clube que abandonou a modalidade de Atletismo, o Grupo Desportivo de Vialonga.

Hoje, “Os Patuscos de Vialonga” organizam a Légua, que se realizou pela 8ª vez, com o apoio da Junta de Freguesia de Vialonga. Integrada no programa das Festas Populares em honra de Nossa Senhora da Assunção, a Légua teve inscrições gratuitas e juntou várias dezenas de atletas, para além de outros tantos de escalões mais jovens, provas essas que decorreram após a Légua, opção inteligente e sensata, tendo em conta o calor próprio da época, e fazer partir a prova principal mais cedo que as restantes é certamente uma nota positiva.

Prémios monetários para os primeiros e taças, medalhões e medalhas para os restantes, até ao 10ºclassificado de todos os escalões, pode fazer parecer à primeira vista factor motivador de participação, mas se considerarmos que os restantes atletas “ganhavam” apenas uma garrafa de água, em minha opinião, a motivação do dinheiro, não é de todo a mais correcta nem apelativa, opinião que reforço vivamente quando esses prémios se referem aos escalões jovens, como por exemplo benjamins.

Por outro lado, é oferecido a todos sem excepção e extensivo a acompanhantes, um almoço constituído de sardinhas, carne, salada, pão, fruta e bebidas, num belíssimo pinhal, servido de forma muito bem organizada, em ambiente de agradável convívio e onde se procedeu à entrega dos prémios.

A prova em si decorreu de forma encantadoramente amadora, por entre ruas de prédios em ruínas e por bairros problemáticos. Trânsito deficientemente cortado nalguns troços, o que sempre põe em causa toda e qualquer organização por mais esforçada, empenhada e dinâmica que seja, como é o caso desta.

Não faltou água no final da prova, quer fosse para beber, quer fosse para o banho de quem o solicitou.

As inscrições foram feitas de forma simples, houve sempre boa disponibilidade para esclarecimentos, o levantamento de dorsais não levantou problemas, e as partidas e chegadas, assim como classificações não transpareceram problemas de maior.

Resumindo: a Légua de Vialonga é uma prova de Verão, relativamente bem organizada para o número de atletas que respondem à chamada, e que recomendo, mais que não seja, como experiência.

Ana Pereira
Agosto de 2009

sábado, 15 de agosto de 2009

8ª Légua de Vialonga - 15 de Agosto 2009

Integrada nas Festas Populares em honra da Nossa Senhora da Assunção, em Vialonga, realizou-se no dia 15 de Agosto de 2009, a 8ª Légua de Vialonga.

Estive lá e demorei 29m46s para percorrer a distância anunciada.

Deixo aqui apenas uma imagem (com o Joaquim Adelino, e informo que muitas mais estão disponíveis (cerca de 160 fotos) na Galeria de Fotos da AMMA -Atletismo Magazine Modalidades Amadoras

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Treinar

“Treinar” pressupõe que se está a preparar corpo e espírito para alguma coisa. A fazer qualquer coisa com o intuito de vir a fazer melhor. Por isso se treina. Adestra-se. Quer-se o corpo e/ou a alma destra em qualquer coisa. Por isso se treina.

Nem sempre assim será. Pode-se treinar para simplesmente se conviver e passar momentos agradáveis, quer na companhia de alguém, quer sozinhos. O treino pode revestir a simples forma de viver momentos de prazer e lazer. E apenas como consequência, se estará de facto a treinar.

Foi assim hoje. Conseguir dar motivação a alguém que não corre há mais de 20 anos, para calçar os ténis, vestir uns calções e uma t-shirt, largar o tabaco por meia hora que seja, e dar uns passos de corrida, como se fosse a primeira vez, é algo gratificante e enriquecedor. Até para mim, ser egoísta e egocêntrico no que a treinos e corridas diz respeito, confesso, não me servindo de justificação dignificante o facto do tempo que escasseia para de facto me treinar.

No entanto, as excepções fazem a regra. E hoje foi excepção. Uma pessoa especial, um treino especial. . O prazer da partilha, patente e fundamental neste tipo de “treino”, torna-o tão ou mais frutífero e deleitoso como um treino técnico e específico.

39 minutos de exercício físico, alternando ritmos de muito lento a lento, alternando ainda com caminhada, não deixando de correr também ao meu próprio ritmo que por si, é lento também.

Fosse como fosse foram 39 minutos. Melhor que nada como treino. E muito bom como momento vivido. É que isto da Corrida é um meio, jamais um fim.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

48 minutos

O treino de hoje chama-se 48 minutos.

48 minutos no
Parque Urbano de Santa Iria da Azóia.

A amabilidade, simpatia e hospitalidade do Joaquim Adelino e da
Susana e Daniel , que em verdadeira comitiva me deram as boas vindas ao "seu" Parque de treinos, onde eu espero vir a treinar com frequência, deram um colorido especial ao meu fim de dia. Mesmo sem treinarmos juntos, pois o meu horário possível é terminar o treino a tempo exacto de ser literalmente corrida do Parque, que tem horário também, como é natural, e porteiro e segurança e iluminação e outras coisas mais, correndo o risco de ficar lá fechada, foi muito bom vê-los por ali.

48 minutos ao vento e a subir e a descer, que aqui a menina pode ser burra, mas não burra de andar muito tempo à volta da nora. Prefere variar, mesmo que isso implique, e neste caso implica, percursos bem mais acidentados e duros portanto. Ainda assim prefiro-os e devagar por devagar, ao menos divirto-me a pisar torrões de terra e ervas e perder-me em caminhos que de repente deixam de ser caminhos, e ser obrigada a ir a corta-mato. É assim que eu gosto de correr.

Agora digam-me! Digam-me por favor! Digam-me por favor que ainda vou a tempo de me preparar para correr a Meia Maratona de São João das Lampas, dia 12 de Setembro, sem ser retirada de prova por excesso de tempo gasto ainda nem meia prova decorrida... É que isto está...mal!

Mas como bem sei, isto quer é continuação. E vai ter. Podem escrever.

domingo, 9 de agosto de 2009

Porque...

...É preciso correr.
...A Corrida faz-me falta.
...E sinto muito a falta dela.

E porque vêm aí:

a 7ª Légua de Vialonga, já no próximo sábado dia 15 de Agosto de 2009,
informações: Geral@jf-vialonga.pt , Flávio (Patuscos) 936293390

a Corrida do Homem e da Mulher, a 6 de Setembro

a 33ª Meia Maratona de S.João das Lampas , a 12 Setembro

e a Meia Maratona Sport Zone a 18 Outubro

e mais, e mais, e mais... certamente.

Por tudo isso e muito mais, hoje recomecei. Recomecei mesmo!

Serra acima, serra abaixo. 16 minutos para cima, onde alcanço o céu e lavo os olhos no Tejo ao fundo no vale, e 14 minutos para baixo, de regresso a casa. Totalizo: 30 minutos apenas. Apenas... um treino, um passo. E com um passo apenas se iniciam grandes caminhadas, odisseias mesmo.

E regresso a casa...

É bom estar de novo em casa. E sorte, desta ser a minha casa. A cara e a alma varridas e lavadas pelo vento no fim de um dia de Verão.

Até amanhã, que se deseja com outro treino, se não melhor... igual.