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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

1ª Meia Maratona de Guimarães

"...a Meia de todos..."

1ª Meia Maratona de Guimarães

No dia 22 de Setembro de 2013, ano em que Guimarães é distinguida como Cidade Europeia do Desporto, Guimarães dá à luz a sua 1ª Meia Maratona.

Com uma organização da Global Sport e da Tempo Livre, com apoio da Camara Municipal e da Associação de Paralisia Cerebral de Guimarães, a prova de Meia Maratona, incluída no Circuito Mundial de Meias Maratonas em Patrimónios Mundiais teve uma adesão impressionante, principalmente se considerarmos ser esta uma 1ª edição, com 1174 atletas chegados à meta e mais de 6000 participantes na Caminhada Solidária, com cerca de 6 km apenas.

A prova tem um percurso absolutamente histórico, com partida no espaço comercial "Espaço Guimarães" e desliza pela cidade, primando pela passagem em pontos de interesse histórico-cultural, como o Largo da Oliveira, o Largo do Toural e o próprio Castelo de Guimarães, simulando uma verdadeira conquista e transformando a Meia numa corrida turística, não deixando por isso (ou precisamente por isso) de ser uma prova com alguma dureza. Uma incursão na pista de Atletismo Irmãos Castro dá também à prova uma interessante variação ao percurso. Percurso esse devidamente assinalado, com quilómetros marcados e servido de suficientes abastecimentos de água, assim como chuveiros, o que se revelou de especial importância face ao calor que se fez sentir.

A prova teve como vencedores Ricardo Ribas com 1h11m00s e Dulce Félix com 1h18m9s, esta última também madrinha da prova.

Prémios monetários para os primeiros classificados da geral de ambos os sexos e também para os escalões no sector masculino.

Prémios de participação para todos: no levantamento de dorsal, saco com t-shirt técnica e t-shirt de algodão com possibilidade de impressão personalizada, escolhendo-se o motivo entre vários alusivos à prova e à cidade.

No final, medalha, água e fruta. 
Possibilidade de usufruir de massagens (que os músculos destes conquistadores bem mereciam) e transporte em autocarro para o local de Partida, visto esta distar cerca de 4,5 Km da Meta. Houve ainda sorteio entre todos, de um automóvel, uma viagem à Madeira e outros prémios.

Destaco o prémio de extremo bom gosto pelo seu simbolismo, para os primeiros classificados (1ª mulher e 1º homem): uma magnífica réplica da espada de D.Afonso Henriques.

Esta prova teve a Partida dada a horas, em ambiente muito animado e festivo. Havia um bom espaço para aquecimento, para exercícios físicos orientados por técnico e ao som da música sempre presente. A Meia e a Caminhada tiveram a partida em simultaneo, lado a lado, mas em vias diferentes, não tendo havido qualquer atropelo ou estorvo.

O levantamento dos dorsais foi possível na feira da prova, dias antes e também no próprio dia da prova, o que se reveste de especial importância para algumas situações de atletas que não podendo pernoitar na cidade, vão só no próprio dia e que moram suficientemente longe para se tornar incomportável duas viagens. Nessa feira houve demonstrações de vários produtos e serviços de vários patrocinadores e parceiros e houve também uma Conferência bastante interessante, com vários oradores, subordinada ao tema: "Correr: Riscos e Benefícios".

De negativo teve esta prova o deficiente e desastroso controlo do trânsito nos últimos quilómetros e para o último terço do pelotão, tornando-se a situação mesmo caótica e extremamente perigosa, comprometendo-se a segurança e a integridade física dos atletas, o que compromete igualmente a qualidade que esta prova mostra poder vir a ter, não fosse este cenário.

Da mesma forma, a atribuição de prémios por classificação e por escalões é escandalosamente descriminatória para o sexo feminino, para além do regulamento induzir em erro quando refere existirem 3 escalões para o sexo feminino: Seniores, F40 (dos 40 aos 49) e F50 (+ de 50), para depois atribuir prémios para as mulheres apenas na geral (num único escalão) enquanto para os homens existiam 7 (sete!) escalões, tendo todos eles direito a prémio (dinheiro e troféu) e a devida e merecida cerimónia de subida ao pódio para entrega de prémio. Das mulheres, apenas foram ao pódio as 3 primeiras classificadas. Esta é uma prática claramente discriminatória, injusta e machista e que se ainda muito se pratica por este país fora, em nada abona a favor da Corrida e muito menos incentiva ou motiva para a prática da Corrida, pelo contrário fomenta a diferença, a injustiça e a discriminação. E se não serão os prémios por classificação que motivam a prática da corrida, não se entende então porque eles existem para os Veteranos masculinos, que de idade avançada (alguns) se esforçam desmesuradamente, indo além do que o seu corpo suportaria sem riscos para a sua saúde/vida,  e vêmo-los nas provas numa competição em nada saudável, principalmente quando os prémios são dinheiro como era o caso. Isto levar-nos-ia a uma outra discussão que é a questão dos prémios monetários para os Veteranos/as.

Voltando à Meia Maratona de Guimarẽs, não fossem estes dois pontos negativos, que acreditamos a Organização, assim os considere e queira corrigir e melhorar, e estaria esta Meia Maratona a roçar a excelência, pois tem todas as condições para isso.

Ainda assim, por tudo o que Guimarães viveu e proporcionou a milhares de pessoas nesta manhã de domingo, está a Organização de parabéns e merece toda a minha admiração com o desejo e os votos que para o ano eu possa lá voltar e correr a 2ª edição!

Ana Pereira

Classificações da prova no site da prova, aqui 

Fotos da prova (vários albuns) e outras informações e notícias no Facebook da prova, aqui

Também mais algumas fotos no site da AMMA - Atletismo Magazine Modalidades Amadoras, aqui


Amanhã, por aqui mesmo...sairá uma nova versão de "A 1ª Meia Maratona de Guimarães - a minha prova"

Até amanhã querido diário

domingo, 22 de setembro de 2013

1ª Meia Maratona de Guimarães - só fotos

Estive lá e conquistei! Guimarães é lindo! Tenho de voltar. Por hoje, ficam apenas imagens...
Antes da partida, com Joaquim e amigo estreante na Meia

...depois de correr, é tempo de dar descanso ao fotógrafo e pegar eu na máquina para guardar momentos e emoções em forma de imagens. Aqui com o Tiago Lopes

Cerca de 190 fotos da 1ª Meia Maratona de Guimarães, pelo meu pai, António Melro, a serem vistas na AMMA - Atletismo Magazine Modalidades Amadoras:
Chegada a Guimarães ainda mal o Sol nascera...


Com Paulo Costa, organizador da prova

O meu pai...na Feira








AS t-shirts oferecidas por cada inscrição....impressas "à escolha" - Adoráveis!



Com Joaquim, Tiago e Natércia




E eu que nunca estivera em Guimarães... a expectativa era grande




Partida dada... ainda com Joaquim Costa, que foi para a frente

Para a meta, com José Gonçalves

Meta cortada, medalha ao peito e...sim, estou a chorar...mas é por causa do suor que me arde nos olhos!

E o suor teima em me arder terrivelmente....tenho de reduzir o consumo de sal provavelmente....


Com o meu amigo José Capela

Os vencedores: Ricardo Ribas e Dulce Felix

E eu... com os vencedores

e agora também com o Paulo Costa

A animação da partida
Até amanhã querido diário

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

O dia em que a Cindy nos deixou (6ª feira, 13 de Setembro de 2013)

Sinto...

Ainda lhe sinto o corpo, morno, de encontro ao meu. As costas dela contra o meu estômago, num misto de aconchego reconfortante e pressão dolorosa que me enrola o estômago e que não é mais que o efeito do meu derradeiro e inútil abraço. A sua pequena cabeça, apoiada no meu braço, ligeiramente pendida deixando escapar fluidos de um corpo inerte, que através do lençol branco, agora manchado, se colam à minha pele. O odor fétido da morte. A mancha no lençol branco. O peso misteriosamente agradável que suporto com ambos os braços. O corpo tépido, de temperatura agradável, que confundo com o meu próprio calor e com o do sol desta tarde quente. Um prazer aconchegante. Uma ameaça de náusea que no entanto me impede de a soltar. Aquele abraço conforta-me e dói-me ao mesmo tempo. Seguro-a nos braços como se segurasse tudo o que a sua morte representa e pudesse dessa forma evitar que ela acontecesse.

Foi horrível levar o seu pequeno corpo embrulhado.

"Entrega de cadáver" - era o cabeçalho do documento que preencheram por mim e que tive de assinar.

O corpo. O corpo dela embrulhado e agora colocado no saco de plástico preto. A colocação do corpo dela no frio. A aguardar a incineração.

A Cindy nunca foi verdadeiramente o "meu cão". Era o cão (cadela) da casa dos meus pais. Uma entre vários que eles tiveram ao longo da vida. Mas ela persistiu ao longo dos anos. E se eu tenho 44 anos, ela esteve lá pelo menos metade da minha vida (perde-se no tempo a sua idade exacta, mas associada a outros factos, sabe-se sem incertezas que a Cindy tinha no mínimo 23 anos!). Toda a minha vida adulta portanto, ela esteve lá. E se na minha vida adulta não morava lá, sempre que lá ia, ela lá estava. Fazia parte da casa dos meus pais. Fazia parte deles! E agora deixou-os. Deixou-os e entrega-se nos meus braços. Seguro-a com firmeza e entrego-a com relutância. Como se quisesse e pudesse evitar. Como se pudesse parar o curso natural da vida. Como se pudesse impedir o inevitável: a morte. Agora dela e um dia deles. Mas não posso. Entrego-a.

Jamais a esquecerei. Ficam as memórias. As boas, que hoje já recordo com um sorriso e falo delas com saudade e carinho, porque sei que agora a nossa Cindy descansa em paz. (os últimos dias foram de agonia e sofrimento)

 Um dia de banho (ai que não gosto nada!):







Uma curta metragem, personagem principal: Cindy:


Verão 2013 (o último da Cindy):


Depois....nessa mesma 6ª feira, a vida continuou, a fazer valer a velha e verdadeira frase "a vida continua". Sorri, cantei, gritei, ri, viajei, corri e não chorei. São estranhas as pessoas. Sou estranha eu. E nós, que nos vemos uns aos outros, pouco ou nada sabemos uns dos outros...

Os dias seguem, mas por uma razão qualquer, por várias ou por nenhuma... seguem sem treinos...