Mas não, ela encontra-se ainda à beira de um braço do Tejo, tão longe.
E há que ponderar prós e contras e contra a escassez de meios, há que ficar.
E à beira da baía, suavemente ela retirou os seus próprios braços do pescoço dele, e com ternura deslizou as suas mãos pelos braços dele que envolviam a cintura dela até se cruzaram nas suas costas. As mãos dela desceram devagar pelos braços dele acariciando-os até alcançar as mãos, quentes, macias e suaves. Entrelaçou os seus dedos nos dele, e obrigou-o a separar-se dela, rompendo o abraço e rasgando os corpos e descolando-se os rostos, até ficarem olhando-se de frente. Sem dizer nada, ela beijou-o ao de leve nos lábios e partiu para outra corrida.
Uma vez mais delineou os contornos da baía, indo cada vez mais longe, num abraço alargado. Correu 1h02m com a brisa e a noite.
Quando terminou ele já lá não estava, como seria de esperar. Fez os seus habituais alongamentos e não voltou a vê-lo naquela noite. Nem provavelmente nas seguintes, pensou.
Este fim de semana, ela não estará onde mais desejaria - Porto, e domingo alinhará perto de casa e dadas as circunstâncias, a escolha foi demasiado fácil apesar de não ser a primeira. Domingo participará na Corrida das Lezírias.
1 comentário:
É frequente subestimarmos o poder que cumprir as promessas que a nós próprios fazemos tem. É, no entanto, o que nos aproxima dos Deuses. Plutarco já nos ensinou há um par de milénios que nunca estamos tão próximos deles, dos deuses, como quando nos dominamos a nós próprios. E cumprir as "auto-promessas" é, não só um bom princípio, como obrigatório.
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