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segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

16ª Sport Zone S.Silvestre Cidade do Porto


Numa noite de chuva, vento e frio, junto à Câmara do Porto, viu-se chegar à meta 1869 atletas que tiveram a coragem e o prazer de participar nesta 16ª edição de uma prova já consagrada. A S.Silvestre Cidade do Porto. Para além dos mais de 2000 caminheiros e corredores que optaram pela participação na prova sem fins competitivos realizada em simultâneo na distância de 4 Km.

Brilho de atletas de elite acompanhado do outro, o brilho de quem corre para se vencer apenas. Para se sentir melhor. Na corrida e/ou na vida. O brilho do pelotão, que enche as ruas e faz a festa como ninguém, enchendo de cor as ruas, salpicando-as com o seu suor e oferecendo sorrisos ou esgares involuntários apenas.

A prova, organizada pela Runporto, com o apoio da Câmara Municipal e Governo Civil do Porto, FPA, Associação Atletismo do Porto, Conselho Regional de Arbitragem da AAP e PSP do Porto, não destoou de tantas outras a cargo desta mesma organização. O profissionalismo pôs de pé uma prova gigante com um serviço de muito boa qualidade pelo custo da inscrição (Eur 5,00), que creio, consegue agradar se não a todos, à maioria dos atletas.

Desde a inscrição e informação/divulgação da prova, através do site da organização, à rápida disponibilização dos resultados após a mesma, passando por excelente animação em condições atmosféricas adversas bem desfavoráveis, pontualidade, percurso totalmente cortado ao trânsito, bem sinalizado, apesar da falta da indicação dos quilómetros, abastecimento suficiente a meio, prémios de presença (camisola de algodão de manga comprida), controlo por chip (o que permitiu não considerar atletas que cortaram a meta antes de completarem as 2 voltas que totalizavam os 10 Km - desportivismo e verdade desportiva onde estais?!)

Por esta magnífica prova proporcionada a todos os que não temeram o mau tempo e lá se apresentaram, está sem dúvida alguma a Runporto de Parabéns.





Agora... Eu e a S.Silvestre do Porto 2009

Soltei os cavalos. Apetecia-me correr. Depois de na véspera (na S.S. Gaia) ter ido num ritmo que não era o meu, hoje precisava soltar-me. Prazeres diferentes, vividos na mesma intensidade. A intensidade com que se vive a vida. E na qual, no meu caso, a corrida está inserida, entranhada, absolutamente encastrada num orgão qualquer ou talvez até em todos, ramificada de tal forma que a sua remoção exigiria perícia de contornos cirúrgicos e adivinha-se tão dolorosa quanto a mesma é executada cruelmente a frio.

O tempo estava frio, vento e chuva. Dorsal ao peito, encontro amigos, bebo café, troco beijos, sorrisos, calor nos olhares, palavras. E apoio-me
nelas e neles e nela, na corrida. Apoio-me simplesmente. Porque preciso.

Já na zona de partida, saltito, tentando "aquecer". Rostos estranhos como o meu. Sinto-me só. Como só somos, desde que nascemos até morrermos. Entretanto, vivamos e corramos.

De entre a multidão um rosto conhecido gritando o meu nome "Ana!!!" - olhos brilhantes no escuro, atravessando caminho para chegar a mim. Aperto-lhe a mão como uma partilha. De um momento, de um sentimento, aparentemente de uma corrida apenas, mas de muito mais. Acompanhamo-nos mutuamente desde o tiro de partida. Sinto que a minha companhia está ainda pior que eu. Vou ao meu ritmo, mas sinto que ela me prende, o que eu permito voluntariamente pois a prova tem 10 km e é preciso ter cabeça. Penso (se chegar lá em condições) deixá-la para trás ao km 5 (meio da prova). No entanto por essa altura temos de enfrentar uma valente subida e não é por não querer que não largo a minha amiga. Mantenho e ela acompanha-me. Estamos bem. Eu estou bem. O vento é forte, a chuva abençoa-nos e o frio corta o rosto, a mãos, as coxas desnudas. Ainda assim avanço. Avanço como se essas contrariedades me fizessem correr mais ainda.

Ao km 7, sinto-me tão bem, que lhe digo que vou para a frente, o que ela já me vinha sugerindo há muito tempo. Avanço e parece que voo (a relatividade das coisas pela percepção individual...subjectiva e enganosa) e avanço velozmente (?)

Passo vários atletas como seria de esperar, apesar de mesmo nos últimos metros voltar a sentir falta de força, devido à ligeira subida para a mesma. Acabo com 58m08s, o que me valeu um 1538º lugar na classificação geral, entre 1869 atletas chegados à meta, e 22ª no escalão, entre 46 veteranas chegadas.

Uma prova que muito me agradou e até entusiasmou para outros vôos. Próxima corrida talvez no dia dos meus anos que se aproxima.

Em tempos, a minha corrida foi dividida assim:

1º Km: 5:48
2º Km: 6:35
3º Km: 5:38
4º Km: 5:26
5ª Km: 5:24
6º Km: 6:36
7º Km: 7:02
8º Km: 5:11
9º Km: 4:58
10º Km: 4:57

Resultados da prova no site oficial da entidade organizadora Runporto

Fotos da malta:

Outra malta a correr:

sábado, 26 de dezembro de 2009

7ª S.Silvestre de Gaia



Organizada por várias entidades, entre elas a Câmara Municipal de Gaia e a Gaianima, realizou-se hoje a 7ª S. Silvestre de Gaia.

Com a prova principal a anunciar 10 km, uma Mini e Caminhada de 4 Km e uma S.Silvestre da Pequenada, reuniram-se centenas de atletas para correr ao fim deste dia de Inverno soalheiro, num percurso praticamente plano à beira Douro.

Com uma taxa de inscrição de Eur 3,50 para a prova principal, foi proporcionada uma prova bem organizada e com poucos reparos.

Levantamento de dorsais sem irregularidades, ambiente festivo, pontualidade nas partidas, um percurso bem sinalizado, apesar de não corresponder à distância anunciada (é superior), falta de marcação de quilómetros, total corte de trânsito, segurança garantida, bom acompanhamento de prova, abastecimentos suficientes, posto de controlo na viragem, algum público, muito boa recepção na meta, com chá quente e bolo-rei, e um admirável azulejo e t-shirt de boa qualidade para todos para além dos prémios monetários e taças, atribuídos por classificação.

Uma prova que provavelmente deixará vontade de voltar à maioria dos participantes, e que foi sem dúvida mais uma edição de sucesso.

Parabéns pois a todos os envolvidos no evento.


A minha S.Silvestre de Gaia ou a prova 100 imagens

Às vezes sou egoísta. Às vezes não. Hoje não fui.

A minha forma é neste momento, sem forma apenas. Ainda assim, movida por forças conhecidas e desconhecidas, inscrevi-me e corri. Como habitualmente nos últimos tempos, sem treinos, posso dizê-lo sem falhar muito à verdade.

Impulsionada por ele para estar aqui hoje, corri com ele. Com um prazer intenso e renovado que não sentia há muito, corri ao seu ritmo que é ligeiramente mais lento que o meu neste momento, o que é perfeitamente justificável pela sua vida inteira de sedetarismo e absoluta estreia no mundo das provas.

Partímos de trás como seria sensato. E sensatamente corremos devagar. A um ritmo confortável que me permitia falar facilmente e forte o suficiente para não sermos atropelados pela ambulância que nos acompanhou rugindo baixinho até sensivelmente ao km 9, altura em que passámos duas atletas.

Este distanciamento do pelotão permitiu-nos gozar de uma calmaria reconfortante repousando o olhar sobre um Douro calmo espelhando a magnífica cidade do Porto iluminada.

Uma prova cómoda, calma, de conversa amena como a noite e o rio, reconfortante e excitante em simultâneo, pela novidade das emoções depois de tantos anos de corrida, que é simplesmente partilhar algo tão intenso e gratificante como a corrida, como se fosse a própria vida, com alguém que amamos.

Acabámos bem com 1h14m06s para uma prova que media sensivelmente 10.800 metros.

Dão-nos chá quente e doce e bolo rei.

Obrigada Vila Nova de Gaia por me receberes tão bem e me dares o que eu preciso.

Amanhã... S. Silvestre do Porto, por minha conta e risco.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Natal e....

Quando se começa a gostar da vida, começa-se também a sentir medo de a perder. Talvez não passe isso apenas de uma deformidade inerente à personalidade ou de uma enfermidade latente que no entanto há muito se manifestou.

Talvez seja este mesmo o encanto da vida: a constante volatilidade de cada segundo carregado de certezas tão fáceis quanto frágeis, sejam elas de nosso agrado ou não.

Tenho estado ausente (não repararam?) deste espaço. Presente noutros. No entanto sinto falta deste. De o preencher preenchendo-me. Em cada parágrafo, linha, palavra, despejando destroços e pedaços partidos de felicidade, recuperando-os em catadupas, doses duplas de matéria inerte e invisível, que no entanto converto em pingos de vida que uso em cada dia, salpicando-os de vida, os dias, saindo reforçada em cada passo que dou.

Vem aí o Natal e o final de mais um ano.

Deste a prova na Margem Sul (último "post") que não corria. Tenho no entanto andado e corrido por aí, já que parar é morrer, dizem, e eu ainda cá ando (e corro):


1 treinito de 39 minutos há 2 dias, a um ritmo muito lento. Muito saboroso e revigorante a nível psíquico, ainda que o físico não tenha correspondido nem estado no mesmo plano de igualdade com o primeiro para lhe ser possível usufruir da coisa com o mesmo prazer.

1 treinito a lembrar que vem aí o Natal e o fim do ano, e que tenho 20 Km para correr no próximo fim de semana. Nada mais nada menos que 2 S.Silvestres.

Antes disso, temos aí o Natal, para nos darmos.

A todos que por aqui passam, um Feliz Natal, com aquelas coisas que cada um considera essenciais, e que para mim são: Saúde, Amor, Paz e Alegria, pois sem uma não se têm as outras em pleno, e muitas outras vêm por acréscimo. Pois a todos então...

Um Feliz Natal