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sábado, 31 de março de 2007

Inteligência

Racional e emocional. Junte-se-lhe o instinto, o impulso, o desejo, o medo e a incerteza, ainda a vaidade, o amor, o próprio e o pelos outros que é coisa difícil de definir, a fome e a dor, o sexo, a luxúria, as máscaras que se vestem e quase nunca se despem, as carências e necessidades, e temos o ser humano no mais simples retrato que lhe é possível fazer.

E isto tudo para quê? Para dizer que se quero continuar a correr, tenho de treinar. Ou se pretendo continuar a levar o estilo de vida dos últimos meses, devo deixar de correr de vez! Pois o que faço – participar em provas domingo após domingo sem quaisquer treinos pelo meio, é-me mais prejudicial que benéfico - Isto diz-me a Inteligência Racional ou Noética.

Depois a outra, a grande inteligência, a inteligência de ser, analógica e instintiva, impele-me para a frente sem qualquer racionalidade. Alinho nas partidas mas cada vez é-me mais difícil chegar. Será assim tão importante chegar? Não é o caminho que importa? Já nada sei…

Quantas vezes na minha vida, faço o que sei que não devo fazer? Atraída pelo abismo, caminho sobre labaredas e sorrio. Riscos. Riscos estúpidos próprios de um masoquista. Estúpida inteligência esta. De nada serve sem a outra. Conjugar as duas? Tento. Uma e outra vez tento. A Racionalidade tem de segurar a Besta que me habita.

E porque estou outra vez a tentar, numa luta contra o que um dia hei-de descobrir, hoje fui treinar.

Acho que já não o fazia há mais de um mês. E porquê? – perguntarão. E eu, cansada, peço por favor que essas inteligências aí em cima mencionadas respondam, porque eu de inteligência útil tenho muito pouco e não sei responder.

Assim, corri durante 40 minutos. Corrida Contínua Lenta, que já nem sei o que é outra. Apenas para “pôr a máquina a funcionar”.

No fim, deitada sobre a relva, contemplo. A baía, as casas, as aves, as pessoas, a vida, eu. Autêntica contemplação interrompida por uma bola perdida de um garoto de olhos lindos e vivos, cabelo louro despenteado a esconder-lhe o olhar maroto.

- Desculpe minha senhora…
Sorrio quando lhe devolvo a bola, que ele segura com as mãos sujas.
- Não faz mal.

É bom saber que há vida. Que há bolas que rolam e meninos lindos e sujos de Sol a correr atrás delas e a sorrir.


A mim parece-me que a Primavera começa hoje. Papoilas e malmequeres irrompem do betão e das rochas, e onde jamais se julgaria existir vida , um qualquer pedacinho de terra brota vida em jorros de cor.
É. Que me desculpem os eruditos, mas a Primavera começa hoje dentro de mim. E só… porque eu quero. E eu quero. E não vou deixar que voltem a pisar as minhas flores, e eu, desta vez não as vou esquecer de regar, prometo.

segunda-feira, 26 de março de 2007

Corrida do Dia do Pai – Porto – 25 de Março de 2007

Organização: Runporto


Alegoria da Cidade do Porto

O Porto é uma cidade linda! Absolutamente linda. Apaixona-me e encanta-me. Passeio nela à noite de mão dada à beira do Douro, beijo a própria Paixão e enamorada do Amor aperto-te nos meus braços e sonho acordada, tão forte e segura eu, como folha de papel à chuva em dia de temporal. Porto, cidade minha, tanto já calcada e beijada e molhada de lágrimas e de risos e gargalhadas também, onde tantas vezes já este corpo cansado caiu, se deixou colher e adormeceu feliz por uma noite.
A Corrida

A viagem de sábado fez-se em cerca de três horas. Consegui encher o carro, não sobrando nem um lugar. À Corrida do Dia do Pai, levei o meu pai e três amigos. De imediato vamos levantar os dorsais. Como sou uma mulher de sorte, tinha um lugar à espera e as t-shirts no tamanho exacto que quis. Uma pequena fila e várias pessoas a atender fizeram com que não perdêssemos tempo.


A noite foi nossa e depressa nos vimos na partida no domingo. Quase 17.000 pessoas responderam à chamada e o mesmo valor em Euros foi dado pela Sport Zone à Ass. Port. Paralisia Cerebral. Um por cada participante. Foi essa a nossa missão, que bem cumprimos, pois ali não tínhamos outra.

Um crescimento abrupto, dos 10.200 do ano passado para os 15.000 na Mini/Caminhada e mais cerca de 2000 na Corrida de 10 Km deste ano, crescimento esse sem dúvida consequência de um excelente trabalho de divulgação e incentivo e não só, levou a alguma demora no escoamento da partida, a fazer-nos lembrar muitas maratonas internacionais. Hoje e aqui era apenas uma Mini e uma Corrida de 10 Km mas acredito que nos iremos aproximando aos poucos.

- Porque levas o teu pai, se não vai correr ? – perguntou-me alguém ainda em Lisboa, não com ar de crítica mas antes de espanto.
- Porque… está vivo! Porque gosta de caminhar, conviver, passear, conversar, fazem-lhe bem estas coisas e eu… prefiro dar-lhe estas “flores” enquanto ele cá está. – respondo.

E o pai foi caminhar e fazer reportagem fotográfica. Mexeu-se, conversou e divertiu-se.

Eu e os meus amigos fomos correr. E corri feita doida tentando acompanhar dois amigos que encontro já em prova, mas aquele ritmo estaria bem para mim se a prova tivesse 5 km. Eu sabia. E mesmo antes disso acabou-se-me a energia. Ainda faltavam outros 5 Km, e aí foi vê-los passar por mim. Sem nunca deixar de correr mas talvez mais lenta do que se caminhasse assim cheguei à meta sempre muito bem acompanhada por um raro amigo que a par de situações passadas, não me abandonou.

.

Com Fernando SousaA chegada com 54 minutos (10 Km) não me diz absolutamente nada, pois tive a prova partida ao meio pela minha falta de sensatez. Ainda assim, recordo-me no ano passado ter feito 59 minutos, mas a um ritmo bem mais constante e confortável. Temos água e bebida energética no final que uma boa parte dos participantes prefere levar em paletes num verdadeiro e autêntico saque digno da época medieval, se não pré-histórica. Pergunto eu se esses indivíduos chegassem uns largos minutos depois e não tivessem eles abastecimento no final, que diriam? Claro que acções dessas são sempre os “outros” que as tomam, mas não podemos esquecer que nós somos os “outros” para os “outros”. É aquela coisa simples mas que leva séculos a ser mudada: a mentalidade. Façamos alguma coisa e não percamos a esperança. Bebi água quando a consegui alcançar e quis foi sair dali o mais rápido que pude.

Havia também massagem no final para os interessados, e apoio médico.
Registo assim com agrado um evento notável, uma onda laranja contra o azul do céu e do mar, onde quem participa devia perceber porque participa. O fundamental aqui é mesmo participar. É sermos e valermos um euro para a Ass. Portuguesa Paralisia Cerebral. É termos a oportunidade de ajudar fazendo o que gostamos.

E assim, por culpa minha, chego ao carro derreada mas como sempre, feliz em mais uns momentos da minha vida.



Leva-me para "casa" por favor... - parece pedir a Maria Sem Frio Nem Casa

terça-feira, 20 de março de 2007

Arrumo a casa, arrumo a cama, a roupa e a mala. Arrumo a cozinha, a loiça e os brinquedos. Arrumo a vida e as ideias.

Preparo-me para ir à Corrida do Dia do Pai já no próximo domingo dia 25 de Março, no Porto.
Preparo. Preparo a mala, o carro, a roupa, a cabeça e o corpo. O corpo... No meio disto tudo o corpo é o que está menos preparado, mas esse responderá como sempre responde: o suficiente para acabar a prova, que é o que se lhe pode exigir de momento.

Fotos do ano passado no meu album, em: http://www.pbase.com/mariasemfrionemcasa/galleries

Este ano: a mesma corrida, outra vida.

Recordo que esta Corrida, organizada pela Runporto, tem inscrições gratuitas e por cada participante dá a Sport Zone 1 Euro à Assoc. Port. Paralisia CerebraL

Tem ainda esta corrida duas opções de participação: a Mini/Caminhada (4 Km) e a Prova principal na distância de 10 Km.

Adivinhem em qual estarei eu. Por certo, voltarei para contar.

Inscrições ainda abertas em

http://www.runporto.com/diadopai.htm

terça-feira, 13 de março de 2007

Corrida das Lezírias 2007 – 11 de Março de 2007

Foto de Autor desconhecido - retirada de http://nimbypolis.blogspot.com/com/ -
“Porque é que vens aqui correr Ana?”

Há 3 semanas que não corro, desde os 20 km de Cascais a 18 de Fevereiro. Que loucura. Nem uns ténis calçados entretanto para uma corridita de 30 minutos que fosse.

A Organização está excelente. Cresceu a prova, cresceu a qualidade. Revejo amigos e caras. Caras, sempre caras que não nos são nada apesar dos beijinhos trocados. Poucos sinceros, muitos apenas banais e usuais.

- Puxa Ana, conheces mais gente que sei lá o quê!

Sorrio e respondo:

- E de que me serve isso?

De facto serve apenas (e já não é pouco) para nos tornar o momento feliz. O momento, sempre o momento, pois já alguém dizia que a vida é feita apenas de momentos. E no momento que durou aquela manhã, fui feliz. Depois, tudo voltou à normalidade, e busco agora outros momentos. Felizes de preferência.

A prova sai da estrada, atravessa Vila Franca de Xira, passa a ponte e entra nas Lezírias. O Tejo e os cavalos correm ao nosso lado. As águas e as crinas em movimento genuíno e inimitável. Os músculos dos animais sob a pelagem suada e luzidia. Cada passo, cada contorno deixando adivinhar os músculos de um animal perfeito.

Ouço-lhes os cascos e o relinchar, em manada, livres, tão livres, como eu sou agora. Brancos, castanhos, pretos e malhados. Ao nosso lado. Sou eu também um cavalo hoje. Sem rédeas, freio ou arreios. Crina à solta. E param ali adiante, e voltam a correr. Correm as águas do Tejo em direcção ao mar, apenas travadas pelas frágeis barcas que dormem sobre a água, seguras ao cais por grossas cordas. Pequenos obstáculos no decurso da água que os contorna e segue firme na direcção que tem de seguir.

Sou água que vai para o mar ultrapassando obstáculos, sou cavalo à solta, sou feliz nas Lezírias, como já o fui outras vezes e noutros lugares. Dou por mim a sorrir. Várias vezes. Como se tivesse descoberto que posso de novo sorrir. Nem que seja apenas … por momentos.

15 Km certificados. 1h20m12s. Melhor, é que seria de estranhar…


Fotos de http://www.fotodesporto.com/home05out.php

quarta-feira, 7 de março de 2007


Sport Zone Corrida da Mulher – Porto – 4 de Março de 2007

Sei muito pouco sobre o Cancro. Só sei que mata. Sei também que certos tipo de Cancro se diagnosticados a tempo as possibilidades de tratamento e cura aumentam substancialmente.

A Sport Zone Corrida da Mulher – Porto, realizada no 4 de Março de 2007 e organizada pela RunPorto, teve como principal objectivo a angariação de fundos para a Liga Portuguesa Contra o Cancro, assim como a chamada de atenção para a importância da prevenção e diagnóstico atempado.

Corrida de participação exclusiva às mulheres, por cada uma chegada à meta, deu a Sport Zone, a quantia de 2 euros àquela entidade. Fundos para ajuda na investigação e meios de tratamento.

Eu estive lá com a minha garota de 9 anos. Choveu. À nossa volta cantavam jovens e dançavam. Mães e bebés. Senhoras mais velhas. Magras, gordas, de todas as idades, estratos sociais e culturais. No entanto ali muito pouco as distinguia. A música dá alegria. Grupos de meninas como a minha há-de ser, cantam e dançam juntas, alheias ao drama das vidas de quem tem de lidar com o Cancro.

Arrepio-me. Um nó na garganta e penso na Marta, 17 anos, que não pôde vir pois o seu estado débil não o permitiu. Aguarda e deposita uma esperança difícil de suster na quinta operação que vai fazer dentro de dias. Luta contra o cancro instalado e em assustador desenvolvimento no seu jovem corpo. Penso ainda na Carla que jamais voltará a estar entre nós, pois aos 28 anos deixou os filhos pequenos e a família. Faleceu vítima de Leucemia. E ainda no Dr. Humberto, que de forma abrupta passou da figura bonita, alta e forte que tinha para um velho fraco e débil, absolutamente degradado, vítima de Cancro nos ossos. Em pouco mais de três meses a morte trouxe-lhe alívio.

Arrepio-me! Não sei o que é o Cancro. Queria acreditar num Deus para lhe pedir protecção, e para dar alento, esperança e salvamento a quem já se vê a braços com este drama. Mas não tenho em que acreditar. Acredito apenas que os desejos se podem tornar reais e por isso com muita força desejo que a Marta e todas as Martas consigam ganhar a corrida contra o Cancro. Só posso desejar com a pureza que ainda existe e que faço questão de preservar no meu peito. Desejo e acredito! Pouco mais posso fazer.

As inscrições foram gratuitas. 12.000 Mulheres alinharam e sob chuva contínua e por vezes forte fizeram os 5 km do percurso. Havia ainda abastecimento a meio da prova e está esta organização de parabéns. Numa 2ª edição conseguiu reunir 12.000 Mulheres que sentiram o apelo, e se tão pouco se pode fazer, ali no dia 4 de Março, fizeram alguma coisa. A solidariedade juntou-as e funcionou. O alerta para a prevenção foi dado, embora pudesse e devesse ser mais activo e persuasivo. Mas vamos ainda na 2ª edição de uma iniciativa já gigantesca e que promete crescer mais. Há ainda um caminho longo para percorrer. Acredito que as Mulheres responderão.

No final, as saídas foram as necessárias para o bom escoamento das participantes e houve transporte gratuito para o local da partida.

Uma iniciativa de louvar! De parabéns também está a Sport Zone por se associar a tão nobre causa.

Um evento absolutamente extraordinário. Arrepiante, comovente e lindo! As palavras fogem-me e já não consigo dizer mais nada… Para o ano lá estarei. Para correr ou andar. Aqui, o que importa mesmo é participar. E alertar! Alertar! Chamar a atenção para a prevenção e a importância do diagnóstico precoce.

Nota: texto (entre muitos outros) também presente no site da AMMA - Atletismo Magazine Modalidades Amadoras, onde muito me orgulho de colaborar: http://www.ammamagazine.com/Main/Main.htm

segunda-feira, 5 de março de 2007

Sábado, 3 de Março de 2007, véspera da 2ª edição da Corrida da Mulher - Porto

http://www.runporto.com/index.html:

Já estive aqui. Outras noites, outras provas. Hoje, secretamente uma prova ganha! Descanso o corpo e o todo sobre a cama. Afundo-me na suavidade das almofadas de penas e saboreio. Saboreio a vitória. Tranquilizante sabor que degusto e me sabe a novo. Um sabor que me mostra que vale a pena lutar, manter a cabeça erguida e respirar e sorrir e acreditar e viver!


2ª feira, 5 de Março de 2007

Hoje, vou dar lugar à minha filha. Falará ela. Calo-me eu. Falarei amanhã ou depois. Hoje, um dia depois da 2ª edição da Corrida da Mulher – Porto, isto é o mais importante. Porque o resto, o resto já saiu nos jornais e passou na televisão.


Corrida da Mulher

Antes de começar a Corrida havia música. Toda a gente dançava e cantava. De repente começou a chover. Muita gente não se importou e decidiu continuar. A minha mãe disse-me que algumas pessoas não vieram por causa da chuva. Quando uma pessoa gritava as outras gritavam também.

Começou a prova. Andamos, andamos, até que chegamos a um mini-túnel. Havia gritos por toda a parte. Quando saímos do túnel vimos um dálmata e a minha mãe disse:

- Vamos apanhá-lo?

Eu respondo que sim e lá fomos. O dálmata era muito giro. Continuamos a andar e entrou-me uma pedra para o sapato.

- Mãe! Tenho uma pedra no sapato.
- Então pára aqui. Tira o sapato.
- Não é preciso, deixa.

Continuamos e eu reparei que já estava toda molhada. Via pessoas de cor-de-rosa mas nem todas estavam assim. Muitas tinham casacos por cima e isso impedia de ver a camisola. O meu sapato começou a ficar molhado mas não me importei muito. Andamos, andamos, até que eu perguntei à minha mãe:

- Já andamos 1 Km?
- Claro que já! Até já andamos mais ou menos 3 Km, querida.

E eu, feliz, comecei aos pulos. Havia muitas pessoas molhadas e com sacos na cabeça. De vez em quando via um cãozinho. Um era castanho com um lacinho rosa na coleira. De repente começou a chover mais! A minha mãe disse:

-Maf, está a chover pedra! – e começou a choramingar.
- Ah ah ah – comecei eu a rir.

Depois rimo-nos as duas. Eu estava toda, toda encharcada!

- Mãe, tenho o pé molhado – disse eu.

Depois de andarmos um bocadinho, já estávamos na meta. Eu pensei que eram quatro metas porque havia quatro coisas que pareciam pontes. Nem tivemos tempo para ir buscar o saco com coisas. Estava a chover. Fui directa
à minha carrinha. E este foi o fim da prova.

Mafalda Paixão
9 anos
5 de Março de 2007


Nota: texto (entre muitos outros) também presente no site da AMMA - Atletismo Magazine Modalidades Amadoras, onde muito me orgulho de colaborar: http://www.ammamagazine.com/Main/Main.htm

sexta-feira, 2 de março de 2007

Corrida da Mulher - Porto - já no próximo domingo 4 Março


Encostar o corpo ao leito e esperar pela madrugada. Faltam poucas horas para de novo atravessar um outro leito. E depois fazer-me ao mar.

Em franca recuperação retomo a fastidiosa rotina. Rotina… Senti-me bem por voltar, e embarcar logo no Martim Moniz, o meu barco preferido. O Martim Moniz é um barco grande. Bem, não é assim muito grande mas é bem maior que os triviais mas de beleza inigualável no mundo cacilheiros.

Um cheiro a café invade-nos as narinas e os sentidos e a alma, num doce balançar do rio que afaga o casco azul e branco. É bom voltar. A rotina, essa odiada mas também apreciada rotina não por si mas pelo que representa, é necessária também.

Deito-te. E já me levanto. Esta é a parte pior. Dormir a correr. E depois, correr a dormir…

Ainda não retomei os treinos (desde Cascais).

Domingo ainda noite descerei o Tejo, despedir-me-ei de Lisboa por um dia, e sempre junto à costa, entrarei no Douro a agoniar. Estas entradas nos portos são sempre piores que o próprio mar onde habitam monstros e sereias e bichos encantados. Enjoo sempre, e acho que nunca me habituarei.

É que vou estar presente na Corrida da Mulher no Porto. 12.000 inscrições.
12.000 mulheres…

A par do ano passado, com a minha filha vou descer até ao Castelo do Queijo numa onda gigantesca rosa. Sorrisos, choros, alegrias e dramas lado a lado. Cada mulher uma história. E o cancro… Por cada uma de nós dois euros serão dados pela Sport Zone à
Liga Portuguesa Contra o Cancro.

A Morte, sempre presente ao nosso lado, em cada segundo. Toquei-lhe na anca e ela sorriu…

Mas hoje ainda estamos vivas. Que podemos nós fazer? Podemos correr ou simplesmente andar. E enquanto podemos... façamo-lo por favor.