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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Os treinos para a Meia e o bailado dos sete

Quando treino para uma Meia, teimam os treinos de menor distância (é uma mania que tenho) serem no mínimo na distância de 7 km, um terço da Meia, que é a prova que vou querer fazer a 20 Maio lá nas margens do Douro.

Hoje não foi diferente, tendo corrido à noite e no meio dos carros:


7 Km em 44min, numa média de 6:21 / Km

E posso dizer que esta semana já fiz uma Meia (3 treinos de 7 km, perfazendo a distância de 21). Tendo sido 45 min o primeiro, e 44 quer o segundo quer o terceiro (hoje). O que, ingenuamente e se fôssemos leigos na matéria, nos poderia erroneamente levar a pensar que faria 2h15m na Meia, o que me é só por si assustador e mais ainda se tivermos em consideração que como estou hoje, muito dificilmente faria uma Meia, e a fazê-la esses cerca de 45 min por cada terço da prova se iriam esticar no tempo a raiar o infinito...

Portanto, só há uma coisa a fazer: tenho de continuar a treinar, tenho de perder peso (estou a tratar disso, também a nível da alimentação) e consequentemente tenho de melhorar. Muito há a melhorar e acho que o posso conseguir. Atiro já com a meta (tomem nota e dia 20 Maio voltamos a falar disso, ok?) de fazer a Meia abaixo das 2 horas, e chamem-me maluca, louca completa, optimista alienada ou outra coisa qualquer, que eu não me importo mesmo nada. Acredito que está ao meu alcance e vou lutar por isso.

"Uma Meia meia feita, outra meia por fazer, diga lá minha menina quantas meias vêm a ser?"

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Domingo

Domingo dantes, era sinónimo de prova! Agora e até à próxima Meia - 7ª Meia Maratona do Douro Vinhateiro, 20 de Maio - o Domingo será sempre sinal de Corrida, quer em prova, quer em treino! É um dia em que não trabalho e tenho de o aproveitar para... entre outras coisas, correr!

E hoje corri. Mais 7 Km, hoje em 44:13, numa média de 6:18 / km

Correu e corri "bem". E constatei o que já desconfiava mas que andava a evitar: preciso de ténis novos! É que 72 Kg em cima de ténis gastos, em que o amortecimento é já uma ténue e longínqua lembrança, não me deixam adivinhar um futuro muito risonho (lesões!), o que me comprometeria e arruinaria todos os planos que ando para aqui a fazer.

Portanto...muito em breve, lá terei de abrir os cordões à bolsa. E se há coisa em que acho bem empregues os meus euros, é sem dúvida alguma nos ténis de Corrida!
Nike Lunar Eclipse +2  - querias não querias? QUERO!

Boa semana pessoal, e deixem-la lá sonhar, depois logo vos conto o que acabarei por comprar.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Diário Semanal - Sábado 25 de Fevereiro de 2012 - Faltam 12 Semanas

O que se pode fazer em 12 semanas?

- fazer um filho e vê-lo ter tamanho (ok, um bocado miniatura, mas sempre ouvi dizer que os Homens não se "medem" aos palmos) e forma de gente;
- emagrecer 12 quilos,
- engordar 15, 20 ou mais quilos;
- rigorosamente nada de novo;
- preparar uma Meia Maratona (21.097,5 metros) em condições mínimas para a começar e acabar.

Parvoíces (mais):

Sempre gostei de "começar" as semanas ao Sábado. Sábado é um bom dia para me pesar (se me quiser pesar semanalmente). Sábado é "fim-de-semana" e há lá coisa melhor para começar a semana? Para nos prepararmos física e mentalmente para mais 5 dias de trabalho com suas rotinas, obrigatoriedades e horários cansativos? Eu gosto de começar a semana ao Sábado e nem preciso de razões ou de concordância! Sábado é (normalmente) véspera de prova. E hoje, neste Sábado, faltam precisamente 12 semanas para o dia. Que dia, perguntam e podem tentar adivinhar,  que eu hoje ainda não me apetece dizer, mas não é nada difícil até para os  pouco atentos.

nome: Maria Sem Frio Nem Casa
idade: 43
sexo: F
altura: 165 cm
peso: 72,7 Kg
exercício: Corrida contínua lenta 7 km em 45m00s, média de 6:26 / Km
observações: corrida confortável, algumas dores nos gémeos, que se foram dissipando à medida que o treino decorria; batimentos cardíacos regulares numa média de 158 bat/min; depois no fim do treino, já no período de alongamentos e quando o ritmo cardíaco já havia baixado para 90 bat/min, surge uma taquicardia, sentida no peito e registada no Garmin. 185, 210, 220. Respiro fundo, tusso, tento acalmar-me mas estou assustada. O músculo bate no peito com violência. Dura cerca de 60 segundos acima dos 200 e depois pára de bater (não deixou de bater obviamente, apenas deixo de sentir bater). Olho o Garmin e regista 95 bat /min. É para isto também que o Garmin serve. Alerta! Cuidado! Estou pesada, mal preparada, talvez tenha sido do esforço a que não estou habituada, apesar do treino me ter parecido dentro de um ritmo bem confortável. Vou ao médico em breve, até porque tenho exames para lhe mostrar...
faltam 85 dias! E eu quero chegar lá e correr 21.097,5 metros e cortar a meta. De preferência viva!

Até ao próximo Sábado querido diário semanal (mas a Maria virá cá antes, com mais parvoíces, por certo)

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

"O que sempre quis dizer", "O politicamente correcto" ou "Os títulos em Portugal"

O telefone toca com frequência. Público variado. Apanha-se de tudo. Todo o tipo de pessoa. Todo o tipo de personalidade. Todo o tipo de carácter.

- Bom dia, (nome da empresa)... - responde a rapariga ao atender.
- Bom dia. Posso falar com "Fulano de tal"? - responde a voz do lado de lá.
- Com certeza. Diz-me quem fala, por favor?

Até aqui tudo normal, até à sequência seguinte do interlocutor:

- Engenheiro "Sicrano"

- Oh pá, está a conversa estragada! Desceu de nível completamente! ENGENHEIRO Sicrano?! Então o senhor engenheiro não sabe que não lhe fica nada bem, diria até que lhe fica muito mal e é de uma falta de classe tremenda se auto denominar por engenheiro, doutor ou lá o que for? Só tinha de dizer o seu nome, senhor engenheiro! E se faz questão que o tratem por engenheiro, porque afinal muito provavelmente até é, e para isso muito teve de estudar, supõe-se, então pedia à secretária, se é que a tem, ou à telefonista para lhe fazer a chamada e o anunciar, antes do senhor aparecer na linha! E ela sim, diria naturalmente e sem lhe cair nada ao chão "É o engenheiro Sicrano que vai falar". Agora o senhor se auto intitular engenheiro ao apresentar-se, é de uma grande falta de pedigree...

Claro que aqui a rapariga é apenas uma administrativa que mal acabou o secundário, mas já imaginou o ridículo da coisa se ao atender ela se apresentasse assim:  Fala a administrativa certificada com o 11º ano de escolaridade, fulana de tal" ?! É que é exactamente o mesmo tipo de resposta que o senhor engenheiro acabou de dar! Ridícula. O que vale é que pela voz, o senhor engenheiro parece ser um puto novo e ainda deve ter pouco traquejo nestas coisas, e se calhar nem é cagança mas ignorância, mas aprenda senhor engenheiro que eu não duro sempre: se auto apresentar como engenheiro é de uma grande falta de classe...

.../...

Claro que isto era o que ela queria ter respondido, mas que jamais responderá. E claro, politicamente correcta, saiu-lhe com a maior naturalidade a seguinte resposta:

- Com certeza, vou passar. - e já sem o interlocutor ouvir, dirigiu a palavra ao colega da secretária do lado - "M, é para ti, engenheiro Sicrano, (nome da empresa)." - e passou a chamada.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Um caminho novo

De início, o animal estava calmo e não ofereceu resistência. Quiseram convencê-lo a subir para a plataforma, primeiro com palavras e gestos brandos, depois mais consistentes e firmes e por fim, para fazerem face à sua relutância que aumentava, já o puxavam e empurravam com violência.

Não queria subir, expor-se assim perante numerosa assistência, mostrar o que afinal já não era surpresa para ninguém, nem mesmo para ele. Sentia vergonha, queria fugir e esconder-se para não revelar um comportamento que facilmente se adivinharia e que ele sabia reprovável e condenável.

No entanto, também sabia que fugir às evidências perante os outros, não era mais que tentar fugir de si mesmo, e isso, ele sabia que não passava de uma tentativa de se enganar a si próprio, o que, sabia também, não podia perdurar muito no tempo.

Fez uma pausa, pediu para pararem de o puxar e empurrar, e pelos seus próprios pés, num gesto quase solene subiu para a balança. Uma ovação ecoou na praça, seguida de um silêncio ensurdecedor.

71,7 Kg foi a indicação do mostrador da balança.

Olhou a multidão, depois o céu e por fim, para dentro de si mesmo. Um caminho novo estava traçado, escolhido sem medo, com um sonho no horizonte, e o primeiro passo tinha acabado de ter sido dado.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

O Amor, o Amor... e o Dia dos Namorados

Porque Amar é bom e porque não vivemos verdadeiramente se não amarmos, hoje, neste dia em que comercialmente somos bombardeados com Ele, em que os símbolos traduzidos em materialismo, se confundem com o próprio Amor, deixo aqui (também eu) um magnífico e eterno hino ao Amor:


Jane Birkin et Serge Gainsbourg "Je T'aime, moi non plus" - 1969


E há coisa melhor, que nos disponha esplendidamente bem que uma  noite, um dia, um fim-de-semana, uma semana, um mês, um trimestre, um semestre, um ano, uma vida... cheia de Amor?! Aiiiiiiiii....(suspiro profundo), como o Amor é lindo... lindo! E como é bom namorarmos. Também neste dia chamado Dia dos Namorados, namorem muito e amem muito no tempo que vos resta.


"Anda daí rapaz, que para a semana não sabemos se cá estaremos!" - foi só para rimar mas também é verdade.






Beijos da Maria Sem Frio Nem Casa, ainda sem correr a preguiçosa...

Para o Dia dos Namorados...

Para o Dia dos Namorados...

"Prova que o Amor é lindo"

Lindo? Assim como uma pizza gordurenta cheia de chourição e pimentão verde a reluzir gordura ? Gordura essa que iluminará de seguida as beiças e o queixo do/a amado/a? Não está lindo o anúncio? E os passarinhos a segurarem a faixa com seus biquinhos? Não são tão lindos?


Que raio de anúncio! Lindo e amoroso sem dúvida, eu hoje é que não estou para amar. Pelo menos, não com pizza pelo meio!

Mudando de assunto... ou talvez não, eu hoje estou mais assim:
Olhar numa nova direcção. Afinal há uma infinidade delas... e é sempre bom lembrarmos que temos vários caminhos.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

"Dois saquinhos de sangue" ou "Um fim de semana memorável"


A Vida é todos os dias, vive-se cada segundo sabendo que em cada segundo vivido, se usa e gasta um exacto segundo do crédito dos segundos que a vida nos deu e temos para viver. "Eu vivo muito intensamente cada segundo...porque a vida está sempre a contar e ...eu aproveito cada momento ao máximo, ao contrário de alguns que passam pela vida adormecidos, vazios e pobres...blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá... - parece ouvir.

Não gosta do discurso. Conhece-o bem. Pousa o lápis de carvão sobre o papel, e recosta-se na poltrona. Escreverá mais tarde. 
Mais tarde...

Há muito tempo que o desejava fazer. Sempre sentiu que é uma obrigação de todos os indivíduos saudáveis, no entanto, poderíamos agradavelmente e até orgulhosamente dizer que foi sempre a sua vida "cheia, rica e completa" que nunca lhe permitiu ir dar sangue, por falta de tempo e oportunidade, mas seria uma mentira descarada, o que a impediu de o fazer até agora foi clara e inequivocamente o egoísmo, o comodismo e a indiferença. Vira uma vez mais o cartaz a anunciar a vinda do Instituto Português do Sangue à sua aldeia para recolha de sangue e pensou que desta vez é que seria! 

De mãos dadas entraram no edifício. Seria a primeira vez de ambos. Mais um momento de cumplicidade e partilha. Algum nervosismo e muito altruísmo. Lá seguiram todos os passos necessários que à partida os habilitaria como dadores, e depressa já estava ela deitada numa maca de agulha espetada no braço, a sangrar para uma bolsa que se ia enchendo lentamente de sangue vermelho escuro. Sentiu-se ligeiramente tonta por escassos segundos, sentiu frio, mas estava bem, sempre sob a vigilância e cuidados dos técnicos, extremamente profissionais e amáveis, e no fim, quando o médico jovem e bonito, de olhos doces castanho avelã, ao analisar o sangue dela, assim, a olho nu, que com dificuldade percorria os tubos estreitos, e com suavidade como que a não querê-la assustar, conversou com ela, fez-lhe várias perguntas e falou-lhe do que "via" naqueles tubos transparentes, e que não seria nada bom que viesse a acontecer dentro das veias dela, e a aconselhou a procurar um médico com alguma brevidade, ela sentiu um frio estranho e intenso a entranhar-se-lhe no corpo. Viu o pai e escureceu-se-lhe a alma e o olhar, tem a certeza. Ainda assim sorriu, ouviu tudo com muita atenção, agradeceu, prometeu ir ao médico e foi tentar aquecer-se com café de cafeteira que ofereciam juntamente com bolinhos. Depois, deu de novo a mão ao namorado, e saiu de lá contente. Tinham lá deixado dois saquinhos de sangue. Para servir a alguém que precise dele. 

De facto, cada segundo que passa, cada passo que damos, cada acção que tomámos, é decisiva para o delinear e a direcção do nosso caminho. O nosso e até o dos outros. E este fim de semana, foi sem dúvida alguma... um fim de semana memorável.
 

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Quando nós somos os outros

Adoro conduzir. Volante nas mãos, máquina à minha mercê, controlada, poderosa, mais de uma tonelada de metal em deslocação veloz, peso bruto, potente, forte, a devorar asfalto, a comer quilómetros e a levar-me mais além até onde eu quiser, máquina bruta e assassina mas suave e delicada às minhas mãos, besta controlada, e eu sinto-me especialmente bem! Conduzo todos os dias. Coisa pouca, o necessário e o possível, dadas as inúmeras limitações. Mas adoro!

Numa determinada curva da minha "aldeia", onde passo sempre, via rápida ladeada por "rails" de ferro, via rápida que convida a acelerar por escassos quilómetros, coisa pouca portanto, noite escura, aproximação da curva, estrada em mau estado, berma quase inexistente, abrando. Não tanto (mas também) por ter de fazer a curva, mas por me lembrar que podem vir ali outros, pessoas a caminhar, a correr ou a andar de bicicleta, pois à falta de melhor quando a noite começa ao fim da tarde, ainda a horas que deveria ser dia, as bermas da via rápida são usadas como verdadeira pista de manutenção, para andar, correr e andar de bicicleta. São estas as condições da minha "aldeia" para se praticar exercício físico ao ar livre em pleno Inverno. E eu abrando a máquina. Dou sempre um espaço na curva apertada, mantendo determinada distância entre a besta de ferro, potente, e o "rail", também de ferro, sempre à espera de dar de caras com um desses heróis corajosos que se exercitam àquela hora fria e escura, naquelas condições, vulneráveis e frágeis perante as máquinas assassinas que se deslocam ali muitas vezes a mais de 100 km/hora quando nem têm condições para isso. Abrando sempre e faço a curva. A pensar nos outros.

Outras noites, quando treino e ali passo a correr, como eu desejo e gostaria que os outros, outros nessas noites, condutores dominantes dessas máquinas potentes com que me cruzo, que tanto têm de magníficas como de assassinas, dependendo das mãos, cabeça e coração de quem as manobra, se lembrassem que outros possam ir ali a correr, noite escura e fria, vulneráveis e frágeis, e que nessa noite o outro sou eu, assim como noutras noites, esse mesmo outro... serão eles. Mas muitos poucos têm essa capacidade... de perceber que em todas as situações... nós podemos ser e somos também o outro.