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domingo, 29 de março de 2009

Treino? Ou.... Semear corrida?


Hoje, quando me preparava para ir treinar, fui agradavelmente surpreendida por três jovens que me são muito queridas, (entre os 11 e 12 anos) que me quiseram acompanhar.

Conclusão: o meu treino foi deliciosamente por água abaixo, tendo sido substituído por 20 minutos de corrida contínua bastante lenta e muitos alongamentos e outros exercícios de ginástica na companhia excepcional destas três meninas.

Produtividade do “treino”: esperemos que bastante alta, pela sementeira dedicada que foi este meu “treino”

Até amanhã querido diário

sexta-feira, 27 de março de 2009

Oficialmente de férias e Onde eu não vou

Estou hoje desde as 18:00 hrs. oficialmente de férias. Precisava. Precisava mesmo!
Evasão precisa-se!
E para começar as férias, nada melhor que retomar os treinos.
Corri 45 minutos apenas. Sinto-me mais leve pelo que o corpo parece que não custa tanto a suportar. No entanto, o ritmo não pode aumentar muito e há um certo cansaço para impulsionar o corpo a manter a corrida.
Amanhã, 28 de Março, com muita pena minha, eu não vou estar presente nos 7º Trilhos de Mogadouro, Amendoeiras em Flor:
Mas parada, ai isso é que não vou ficar! Garanto-vos!

Até amanhã querido diário

quarta-feira, 25 de março de 2009

Mundos


Todos, pelo menos todos os que conheço de mais perto, e onde eu me incluo, vivemos no nosso mundo. No mundo que criámos. Com os problemas à sua dimensão. Nossa e do mundo. Mundo esse, mais ou menos fechado, mas nosso, sempre nosso.

Quantas vezes não valorizaríamos muito mais o que temos, e desvalorizaríamos muito mais os nossos problemas e preocupações, se olhássemos um pouquinho só para além do muro que cerca o mundo, e que nós próprios criámos?

Poderia dizer como tenho andado. Não digo porque não me apetece. Apenas digo que não tenho treinado. Não propriamente que o meu mundo tenha parado, talvez seja precisamente o contrário, e ainda bem que assim é.

O stress, necessário e fundamental à vida, pode tornar-se verdadeiramente crítico se alimentado a pão-de-ló e transformado num monstro maior que nós que nos absorve e destroi.

Paro ao sinal. Tem havido vários sinais. E eu, levanto os olhos do chão, elevo-os para além da cerca e paro.

Uma serenidade quase súbita invade-me em vésperas de férias, e o facto de não ter andado a treinar, assume e retoma as proporções devidas e merecidas, uma quase absoluta insignificância.

Quero acabar de arrumar os papéis no emprego.
Quero ir de férias, treinar todos os dias e brincar, e rir e namorar.

Quero ir dia 5 de Abril correr a

27ª Corrida dos Sinos, em Mafra

E depois… depois na semana seguinte, quero ir ao

Grande Prémio de Constância

Porque…

Porque Constância, vila poema sempre me recebeu de braços abertos, como o Tejo recebe o Zêzere, fundindo-se este nele, para juntos seguirem viagem.

Já fiz a prova várias vezes. A última vez que corri foi com a Ana Paula Pinto, na Páscoa de 2007.

Depois… depois muita coisa aconteceu.

No ano passado, apesar de inscrita não consegui lá voltar. Queria esquecer o último dia em que visitara Constância, para deixar a Margaret na sua última morada, ali, no alto da vila, vigiando os rios e certificando-se que os seus cursos se cumprem, seguindo viagem. Como se o facto de lá não voltar, apagasse o dia, a memória, o acontecimento. Mas é falso. Não mudamos o passado. Podemos apenas viver o presente construindo o futuro. Nosso e dos outros e do mundo.

E no sábado de Páscoa, dia 11 de Abril, eu voltarei a correr em Constância. Porquê?

Porque tenho uma admiração tremenda e um carinho muito especial também de gratidão, por esta mãe. Por esta mulher e esta mãe, que é a Ana Paula Pinto, e que assim escreve no seu blogue:

“ ano passado não corri em Constância. Não tive coragem. Tinha corrido há dois anos. Este ano penso correr. Pensei também levar a efeito algo que já tinha pensado no outro ano...

Correr com a mesma t-shirt com que fiz a minha primeira Meia Maratona em memória da minha filha. Correr lembrando a Margaret em Constância tem um duplo significado: homenagear a sua coragem e a sua luta na luta contra o cancro e recordá-la a quem vir o seu rosto. Recordar ainda que esse rosto tão belo e suave está sob sete palmos de terra, lá no alto, junto à Igreja Matriz, num "amontoado" de areia à espera de sepultura mais digna.

Porque tarda tanto um pedido tão simples?

No Grande Prémio de Constância vou correr pela Margaret.

Haverá mais alguém?”


Eu estarei lá. Pela Ana Paula e pela Margaret, e por tudo que as suas vidas significam! E como ela, pergunto:

Haverá mais alguém? (informações para obtenção de t-shirt no blogue da Ana Paula)

Até amanhã ou depois, querido diário

domingo, 22 de março de 2009

19ª Meia Maratona de Lisboa

Realizou-se hoje, a 19ª Meia Maratona de Lisboa

A par do ano passado, estive este ano numa outra corrida, diria mesmo numa autêntica maratona: mais de 3 horas a fotografar.

Rostos, sorrisos, olhares, sombras, fantasmas, dores e vitórias, histórias por contar em cada homem e cada mulher...

Orgulhosa e emocionantemente, fazendo parte da equipa da AMMA - Atletismo Magazine Modalidades Amadoras, eu estive presente.

Milhares de fotos na Galeria de fotos, no site da AMMA








sexta-feira, 20 de março de 2009

Aninhou-se nos braços dele, como criança assustada e cansada, como se de porto de abrigo se tratasse e ali, segura, ao lugar que sabia agora, ela sempre pertencera, pudesse por fim descansar, ser amada e feliz, onde o único medo seria perder aquilo que a vida lhe dá hoje.

Fechou os olhos e adormeceu feliz, sentindo o calor do corpo dele junto ao seu, e a sua respiração no seu pescoço. Adormeceu e sonhou. Sonhou toda a noite e o dia seguinte também.

E por fim, quando os braços dele a soltaram, livre mas segura e forte, como se o amor que ele lhe dera perdurasse eterno dentro dela, ela levantou-se, equipou-se e saiu para a rua para correr.

Correu livre, com força apesar de cansada. Estranhamente o seu corpo avança mais rápido do que alguma vez nas suas últimas lembranças. Menos tempo para correr, o mesmo percurso. Mais rápido portanto. 40 minutos apenas. A corrida soube-lhe bem. A corrida sempre a ajudara a clarificar ideias e a imprimir-lhes uma clareza difícil de obter noutras circunstâncias. Sentiu-se forte, livre, independente. Não precisa dele. O porto de abrigo são afinal os seus próprios braços, e a força que aparentemente ele lhe dera, não era mais que a sua própria força adormecida.

Ao chegar a casa, a cama encontrava-se vazia a confirmar as suas suspeitas. Afinal, ele nunca tinha existido. Nem mesmo as manchas de esperma seco sobre os lençóis a convenceram que ele existia. Nada daquilo tinha acontecido de facto.

quarta-feira, 18 de março de 2009

A Morte

Entra assim de rompante, sem bater, sem aviso, deitando a porta abaixo com estrondo, sem ter dado sinais ou fazer-se anunciar.

Surpreende-nos, sentados mais ou menos confortavelmente no sofá da sala da nossa vida, pega-nos sem preparo, e no entanto nós sempre soubéramos que ela ali estivera, silenciosa e presente.

Pensamos sempre que é de acidente. Uma notícia assim, de uma morte precoce, súbita, inesperada, de quem no Natal passado estava perfeitamente bem, e que contava 42 anos de vida. Mas não. Não foi um acidente, pelo menos de viação que é dos que mais depressa nos lembramos, ou ainda dos cardiovasculares. Mas não. Foi um acidente no crescimento e desenvolvimento anormal das células do seu corpo. Só isso. Um acidente portanto.

Se na idade adulta, por força das circunstâncias da vida ou por fraquezas nossas, pouco convivemos, já a minha infância está repleta da sua presença. Brincadeiras, partidas, risos e reinações que me punham a chorar para depressa soltar gargalhadas entre corridas suadas e jogos de apanhada. Os passeios pelo campo a apanhar amoras silvestres, os coelhos, os nossos avós… Memórias apenas agora.

Ai… como queria acreditar num deus qualquer para lhe pedir menos acidentes. Mas não posso. Estou por isso desamparada, à mercê de todos os acidentes que a vida me reserva ainda… E como eu quero viver! Viver! Mais que nunca… eu acho…

Mas os acidentes são isso mesmo: acidentes, em qualquer segundo a vida muda, dá uma volta completa de 360º, ou maior volta ainda que deixa de ser ela própria, vida.

Inúteis pensamentos estes, restando apenas este preciso segundo para viver… e legar o que o nosso eu tenha de melhor. Aproveitemo-lo então. Somos nós capazes?

Amanhã acompanhá-lo-emos à sua última morada. Descansa em paz, Paulo Jorge…

terça-feira, 17 de março de 2009

Os treinos...

Há quem ache que ela os deveria incluir na rotina. Os tornasse parte integrada e enraizada bem aninhada num pedaço qualquer dos dias da sua vida, entre tarefas, mas bem definidos eles, como tarefa imprescindível e metódica a realizar com horário em situações específicas, sem falhas. Como lavar a cara ou os dentes, por exemplo.

Mas ela não pode fazer isso. Jamais. Por mais que um motivo. Correr jamais será rotina. Porque ela tem esta alma e ela corre como quem beija e como quem ama assim… perdidamente, como o poeta:

"Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e cetim…
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente…
É seres alma e sangue e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!"

Florbela Espanca


Hoje corri cansada, no entanto o corpo ia avançando sofrido mas ligeiro. Estranha sensação esta. Repetindo o que já se passara nos treinos da semana passada, para correr durante o mesmo período de tempo de treinos anteriores, tive de ir mais longe. E fui! 50 minutos de corrida contínua! Magnífico, apesar do cansaço.

Até amanhã querido diário (sim...porque as promessas continuam)

domingo, 15 de março de 2009

Corrida das Lezírias – 15 de Março de 2009

- Gosto do que tu escreves e como escreves, mas… é muito …à mulher… - disse-lhe um amigo há uns tempos atrás. Ela quis entender aquilo como um elogio e retorquiu que se calhar era precisa e simplesmente por ..ser ela mulher, pois ao escrever não pretende mais que ser ela.

E se assim não fosse, hoje, após a Corrida das Lezírias, provavelmente no ver dele, ela não diria que correu nas asas do vento, sob um sol morno que a acariciou junto com a brisa e o Tejo no olhar, sobre a terra e o pó e a erva, no dorso de um cavalo selvagem, tão livre quanto ela, cavalgando a galope, tão veloz quanto o vento, crina e cauda ondulando como o seu próprio cabelo, músculos torneados sob o pêlo suado do animal, braços dela nus em torno dele, coração forte como o dela, batendo juntos, num corpo só, ela e animal, sonhando todos os sonhos dentro de um sonho, onde o limite é o céu.

Assim é na Corrida das Lezírias. Prova organizada pela Câmara Municipal de Vila Franca de Xira com o apoio técnico da Xistarca, com distância de 15.000 metros, certificada pela CNEC, onde somos levados depois de uma breve passagem pela cidade, a atravessar o Tejo e a percorrer parte das lezírias ribatejanas, em caminhos de terra batida e vegetação, parte deles ao longo do Tejo, retornando à cidade, ao mesmo local de onde se partiu, e onde se encontra instalada a meta. Este ano com perto de 1400 atletas chegados à meta.

Com partida junto ao Pavilhão do Cevadeiro, dada em ambiente bem animado, com música e apelativo ao movimento, dada a horas, a Corrida das Lezírias proporciona também a Corridinha Infantil, para escalões jovens, e que decorre após partida da prova principal, assim como uma Caminhada aberta a todos.

Como a Xistarca já nos habituou, inscrições são feitas de forma expedida assim como a entrega dos dorsais. A prova principal tem controlo por chip electrónico, placas com marcação dos quilómetros e abastecimentos de água de 5 em 5 Km aproximadamente.

Percurso bem sinalizado e com trânsito perfeitamente condicionado, proporcionando a segurança necessária aos atletas. A passagem pelas lezírias com os campos, as quintas, os cavalos, o rio, a ponte e a cidade, é nota positiva que torna esta prova no que ela é: inigualável.

Enriquece e caracteriza também esta prova a presença do Campino ribatejano, vestido a rigor montados sobre seus cavalos, em vários pontos da prova.

Uma imagem emblemática da região, e na minha opinião a manter. O regresso à meta leva-nos de novo à cidade, passando a Estação dos Caminhos-de-ferro e a Praça de Touros, para nos encaminhar para o Parque Urbano de Vila Franca de Xira, onde a meta nos aguarda conforme merecemos, com espaço para alongamentos, repouso e devolução de chip.

Saco final com medalha com logótipo da prova, t-shirt, bolo, água e bebida isotónica. Mais uma vez está a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira e todos os envolvidos, de parabéns!

Ana Pereira

Cobertura fotográfica com milhares de fotos captadas pela equipa da AMMA - Atletismo Magazine Modalidades Amadoras

Resultados no site da Xistarca


Agora, eu e os cavalos e a Corrida das Lezírias:

Como sabem os atentos, esta semana não posso dizer que não treinei. Treinei e muito! Mas como muitos poucos poderiam saber, chego a domingo, cansada! Mas verdadeiramente cansada!

Não que os treinos tenham sido muitos ou exigentes, mas a falta de descanso proporcional, provocou precisamente este cansaço. Após os 10 minutos de aquecimento antes da partida, sinto-me já cansada.

Parto com cautela e assim me deixo ir com o meu habitual companheiro de corrida nesta fase, Fernando Oliveira. Sem grandes aspirações, quereria fazer o melhor que conseguisse hoje, mas temo não ser muito melhor que Tomar ou mesmo se será melhor (prova com a mesma distância ).

Há um arrastar pelo asfalto que alivio com o olhar no rio e nas barcas nele adormecidas. Está calor mas esse não me aflige. A entrada nas Lezírias é sempre uma melhoria dos sintomas. Esquece-se o cansaço e a integração na paisagem é completa. Os cavalos que correm ao nosso lado levam-me dali para fora. Já não sou eu que corro, são eles. São os cavalos o misticismo desta prova que a mim me faz voar e sair dele, do meu corpo que deixo em terra, e me faz voar o espírito, abandonando as dores e os incómodos existentes, como a carne ferida entre as coxas, derivadas da fricção acompanhada de suor e de água, que resultaram em sangue e ferida em chaga ardente. Mas tudo isso é pormenor.

Ao km 11, o meu companheiro desta corrida, está ligeiramente pior que eu (talvez lhe faltassem os cavalos a ele) e eu, continuo a correr, arrisco e vou para a frente.

Cansada mas uma energia anímica difícil de compreender, e avanço pelas lezírias.

Passo bastantes atletas nesses últimos 4 km. Chego à meta e desligo o meu cronómetro que marca 1h30m01s (bem melhor que Tomar!).

O corpo volta e custa-me a andar. Mas é só isso. Depois de uns bons alongamentos, muito tempo para descomprimir, e um banho quente, sinto-me bem… apesar de mal conseguir andar…

Fiquei em 1209º lugar, entre 1384 chegados à meta. E por hoje é tudo. Não há provas à vista… só já para Abril. E até lá… logo se verá (foi só para rimar)

Antes da prova:
Já a partida dada e aqui vamos nós na cauda do pelotão:


Já a meio das Lezírias e já não posso dizer que vou muito bem:


Ao lado do Tejo:





E com a meta à vista:


O depois... a recuperar e a constatar os "estragos":


Já depois do banho:


sexta-feira, 13 de março de 2009

Promessa plenamente cumprida e o fim de semana

A esta hora, ela deveria e quereria estar a fazer as malas para rumar ao Douro, para à sua beira voltar a correr, ali onde ele entra no mar, e homenagear o seu pai, na Corrida do Dia do Pai.

Mas não, ela encontra-se ainda à beira de um braço do Tejo, tão longe.

E há que ponderar prós e contras e contra a escassez de meios, há que ficar.

E à beira da baía, suavemente ela retirou os seus próprios braços do pescoço dele, e com ternura deslizou as suas mãos pelos braços dele que envolviam a cintura dela até se cruzaram nas suas costas. As mãos dela desceram devagar pelos braços dele acariciando-os até alcançar as mãos, quentes, macias e suaves. Entrelaçou os seus dedos nos dele, e obrigou-o a separar-se dela, rompendo o abraço e rasgando os corpos e descolando-se os rostos, até ficarem olhando-se de frente. Sem dizer nada, ela beijou-o ao de leve nos lábios e partiu para outra corrida.

Uma vez mais delineou os contornos da baía, indo cada vez mais longe, num abraço alargado. Correu 1h02m com a brisa e a noite.

Quando terminou ele já lá não estava, como seria de esperar. Fez os seus habituais alongamentos e não voltou a vê-lo naquela noite. Nem provavelmente nas seguintes, pensou.

Este fim de semana, ela não estará onde mais desejaria - Porto, e domingo alinhará perto de casa e dadas as circunstâncias, a escolha foi demasiado fácil apesar de não ser a primeira. Domingo participará na Corrida das Lezírias.


quinta-feira, 12 de março de 2009

Cumprindo a promessa... e continuando a sonhar




Quem me presta um pouquinho de atenção é capaz de estar recordado que no passado domingo prometi a mim mesma que esta semana ia treinar.

E à falta de outras virtudes, cumprir promessas é coisa que a rapariga faz relativamente bem. Desde que determinadas circunstâncias não mudem, a palavra dela também se mantém.

Por isso hoje chegou a casa, apanhou a roupa (mas esta mulher tem sempre roupa no estendal nos dias em que vai correr?!), espremeu um limão cujo sumo diluiu numa garrafa de água, despiu-se, equipou-se, calçou os ténis, colocou o cronómetro no pulso, pegou nos documentos do carro e neste último e dirigiu-se ao local do treino.

Noite morna outra vez e ainda mais cheia estava a lua. Correu facilmente e verificou que para o mesmo percurso do último treino, demorou menos tempo, pelo que continuou a correr e como hoje tinha tempo, esticou o treino para 1 hora certinha de corrida contínua lenta. Magnífico simplesmente. A promessa está-se a cumprir.

Entretanto, algumas horas antes (não muitas) e a mais de 300 km de distância, ele matutava na última noite. Via e revia cada momento com ela. Cada gesto, cada palavra proferida, cada olhar intenso, cada gargalhada cúmplice num entendimento invulgar, cada beijo que ficara por dar. Tinha vontade de ir, mas os inúmeros obstáculos que teria de enfrentar e a catrefada de dúvidas que o assaltavam refreavam-lhe a vontade. Como iria ela reagir? Gostaria da surpresa? Seria bem-vindo? Tomaria ela a surpresa como um abuso, uma invasão da sua vida? Enfim, uma miscelânea de sentimentos e contradição de desejos pareciam impedirem-no de decidir. Por fim, já a pouco tempo de chegar a tempo, pegou no capacete e na moto e fez-se à estrada.

Quando chegou viu o carro dela estacionado, pelo que confirmou estar no sítio certo e que ela deveria estar a treinar ainda. Como ainda era cedo, sentou-se na esplanada à beira da baía, pediu um café duplo (a noite ia ser longa) e saboreou-o descansando o olhar no reflexo da lua sobre a água calma da baía.

Por fim chegou ela. Primeiro não o reconheceu logo. Depois, num misto de surpresa e alegria súbita, aproximou-se dele, fitou-o nos olhos com uma intensidade invulgar, e para seu espanto não se importou de estar transpirada e suja e malcheirosa e com vestígios do sal do suor no rosto, como se perante ele não precisasse de se esconder, e completamente despida de quaisquer escudos, sorriu e abraçou-o com toda a força que tinha, como há muito tempo não abraçava ninguém.

terça-feira, 10 de março de 2009

A cumprir a promessa dos treinos para esta semana

19:30 hrs... Já equipada saio de casa:
Local do treino: Baía do Seixal.
19:54 hrs, saio do carro e alongo (dou importância aos alongamentos, quer antes, quer depois de correr).

Não há muito tempo.

19:59 hrs, ligo o cronómetro ao mesmo tempo que dou início ao treino.

A noite está amena, a dar continuidade ao dia que já adivinhou e prometeu a Primavera. Marca o termómetro agora 15,5ºC. Corre uma brisa leve e suave, quase imperceptível. A baía está serena, quase vazia consequência da maré, e a água que lhe resta é um espelho da Amora velha do outro lado. E é para lá que vou, contornando a Baía e retornando pelo mesmo caminho, como a delinear-lhe os contornos, como se de corpo de mulher se tratasse, e eu a acariciasse docemente com a ponta de um dedo.
A lua cheia ao alto leva-me sempre para outros lugares, em tempo e espaço bem longe daqueles onde me encontro. E hoje apesar da gravidade insistir em me contrariar, eu hoje sinto-me leve, solta, liberta, como se tivesse asas e voasse que nem pluma. O amor… o amor anda no ar, e é a Primavera, e eu permito-me sonhar. Sonhar que ainda posso amar. Sonhar que ainda posso ser amada. Sonhar que ainda posso ser mais feliz. Sonhar que existe alguém que me busca entre a multidão, para encontrar “a tal” e “a tal” ser eu. Sentir o mesmo que ele. O coração a rebentar no peito, a bater desconcertadamente até se juntar ao dele.

Ilusão? Sonho? Eu tenho direito a eles! Prenúncio e medo de fracasso? Que se lixe! Eu hoje sonhei! E esse, o sonho, já ninguém mo rouba!
A Baía tinha já sido acariciada em toda a sua extensão e hoje já não posso fazer mais nada por ela nem ela por mim..

20:54 hrs Chego ao carro e desligo o cronómetro. Marca 55 minutos de corrida contínua

23: 55 hrs Jantar

Até amanhã querido diário

segunda-feira, 9 de março de 2009

26ª edição 3 Léguas do Nabão



Tomar. Só por si é cidade a visitar. Romântica, nostálgica, histórica, simples e bela. A convidar-nos aos passeios, a ouvir os pássaros e pavões e o borbulhar do rio ali aos nossos pés, enquanto atravessamos a ponte e nos quedamos num pato ou noutro pormenor de vida qualquer. Convida a darmos as mãos e passearmos juntos, ou simplesmente connosco próprios. Ou então sou eu que a vejo assim nestas vésperas de Primavera. Foi assim num dia que acordou cinzento mas que se rendeu ao Sol, que se realizou a 26ª edição das 3 Léguas do Nabão. E Tomar convidou a correr.

Já conhecia a prova de outras edições, e sem olhar para números, que é coisa que não me apaixona, este ano estava à espera de um maior número de participantes. Não atingiram as 3 centenas os atletas chegados à meta.

No entanto, para os que lá estiveram, e que considero poucos dado as características da prova (poderia ter muitos mais em minha opinião), a organização funcionou de forma perfeitamente satisfatória. Desde inscrições, levantamento de dorsais, partida, percurso, segurança, chegada, entrega de prémios, prémios de presença, balneários, penso que não haja pontos negativos que mereçam referência.

De bom, foram os abastecimentos aos 5 e aos 10 km (água), locais onde nos indicavam os tempos de passagem. A existência de duches ao longo do percurso para refrescar seriam dispensáveis, mas não perde a prova por isso (talvez "apenas" perca o planeta, com o desperdício de água…). As placas de marcação de kms não seriam exactas.

O percurso estava praticamente cortado ao trânsito, havendo indicações e policiamento suficiente. Corre-se ao lado do Nabão, ouvindo-o borbulhar, e lamentando o lixo preso nos troncos que se deitam sobre a água. Estradas que atravessam campos, com algum casario, de onde surge gente a incentivar. Sempre a incentivar.

A chegada no estádio dá um brilho à mesma, onde nos acolhem carinhosamente. E se não é só isso que procuramos nas corridas, é também isso! Ser bem tratado. E os quase 300 atletas assim o foram.

Balneários em óptimas instalações à disposição dos atletas e entrega de prémios por classificação no estádio. Prémios de presença: t-shirt, laranja, diploma e água. Ainda alguns prémios por sorteio (alguns diplomas tinham prémio).

As classificações foram expostas no local, embora não estivessem completas.
Acaba-se a manhã em pleno e segue-se para a cidade que nos acolhe com a sua beleza, e dificilmente não se leva vontade de voltar.

Ana Pereira
08.03.2009


Agora, a visão de uma atleta que fica quase quase em último

Eu não tenho treinado rigorosamente nada como todos sabem. Ainda assim decidi participar nesta prova. 15 km, o equivalente ao que seria um treino longo, nas calmas, pois não posso eu correr de outra forma agora.

Assim, lá nos dirigimos a Tomar. Encontros e fotos, e beijinhos e fotos, e café, e conversa e despir, colocar dorsal e eis que estamos sós. Entregues a nós próprios num pelotão demasiado escasso para o meu nível atlético, o que implicaria na certa, uma prova solitária e uma posição no final, muito perto do último, o que se veio a verificar.

Tenho a sorte do Fernando, para além de estar em má forma, estar também lesionado (e isso não é sorte nenhuma!) e sinto que terei companhia.

Assim foi durante 1h36m04s. Juntos, do princípio ao fim. Talvez a partir de meio da prova, eu senti que poderia ir um nadinha menos lento, pois sentia-o em mais dificuldades que eu. Por tudo (eu não estar assim tão bem, a prova era solitária como sempre o é na cauda do pelotão e o ir para a frente acabaria por me proporcionar um total isolamento e ainda com o risco de quebrar e ainda vir a ser apanhada, o que seria por demais humilhante nestas – e noutras –condições, e também por não o querer "abandonar"), assim, optei por ir com ele, ia ligeiramente à frente, como se o puxasse, não deixando no entanto que ele se afastasse muito (para trás) e ia falando, falando, falando. Acho que foi das provas em que mais falei. Também é preciso. Alguém que nos ouça. Até sobre coisas à primeira vista parvas e insignificantes, ou principalmente sobre essas. Eu ia num ritmo confortável. Perfeitamente confortável… Foi mesmo muito bom. Um excelente treino. Uma vez mais, agradeço ao Fernando Oliveira, que ele sim me puxou para eu não faltar à prova, conforme as nuvens negras ameaçando trovoada faziam prever, pairando sobre a minha cabeça nos dias anteriores à mesma.

Mas para a semana, nas Lezírias, a promessa está feita: irei dar o melhor que conseguir, seja lá o que isso for. Ah! E vou treinar esta semana! Ai isso vou! Prometo que vou!

Até amanhã querido diário

domingo, 8 de março de 2009

26ª edição 3 Léguas do Nabão - 8 de Março de 2009

Porque cada um corre... Só e apenas esse mesmo um pode responder. Hoje, fui a Tomar correr a 26ª edição das 3 Léguas do Nabão.
Por hoje deixo apenas imagens, amanhã seguir-se-ão palavras que talvez não digam tanto como as imagens:
O rio Nabão, em Tomar:
A minha equipa e apoiantes, antes da prova:
Eu:
A prova já a decorrer:
Com o Fernando Oliveira, que uma vez mais, nos acompanhámos mutuamente da partida até à meta: No estádio, onde estava instalada a meta, aguardando a chegada dos atletas, Zé Gaspar:

E mais que à espera dos atletas, à minha espera, o meu pai: 2ª classificada da geral, e 1ª no escalão, com uma fantástica 1h02m, Susana Adelino:
Longos, longos .... minutos depois, eis a minha chegada:
Uma verdadeira festa é feita à nosssa chegada:

Cronómetro desligado a marcar 1h36m04s para percorrer 15 Km
Amigos pacientes, que me aguardaram: António Almeida e a sua pequena ("grande")Vitória, Luís Mota, Susana Adelino e seu pai Joaquim Adelino (peço imensa desculpa por não conhecer/reconhecer os outros dois amigos...)
Agora num grupo maior de amigos, de onde destaco sem menosprezar qualquer outro: a Isabel e a Maria, o meu amigo António Pereira, a Ana Paula Pinto, a Mariana e o mano Luís, e o meu pai. Mais uma vez peço desculpa por não referir os que não conheço...
De novo e sempre, o meu pai:O almoço dos Sargentos, um piquenique muito agradável onde não faltaram iguarias, na Mata circundante ao Convento de Cristo:O passeio depois da barriga cheia:
A foto de fim de mais uma corrida, desafiada e vencida por todos sem excepção, que se dispuseram a enfrentá-la:


Fotos de meu pai e da equipa da AMMA (Carlos Viana Rodrigues e José Gaspar), onde se disponibilizam Albuns com milhares de fotos desta prova