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segunda-feira, 31 de julho de 2006



"Há buracos que uma vez lá caídos, nunca mais de lá se sai."

Revejo-me nas palavras, perfeita e demasiadamente ciente dessa realidade. E por essa consciencialização infeliz, rastejo pelas paredes numa inglória luta, chapinhando, escorregando, recusando-me a cair, arranhando as unhas até o sabugo sangrar e arrepiar-me com o ruído estridente e cortante das minhas próprias unhas a descerem lentamente as paredes que me cercam. Negras elas, negra eu.

Para que insisto nisto?
Nesta obsessão
Abolição e punição
Ao mesmo tempo?

Deixar de ser eu
Quem e o que sou eu?
Para me tornar no quê?

O caos reina
E eu estou perdida
Nesta imensão medonha que é a vida

Ficar, passar, ir
Já não percebo
A importância de tudo

E o que faço
Quero e posso
Já não sei o que é

Ai, como eu conheço esse abismo
Rastejo, contorço-me
Não querendo admitir
Que já estou nele
Há muito e muito tempo

As paredes do poço são viscosas
Negras e húmidas
Não, não estão geladas
Mas sim a uma temperatura amena
São moles e negras
Como vísceras de animais
Corroídas pelo cancro ou algo pior
Não têm odor
Estão só à minha frente
e ao lado e atrás
Ao meu redor afinal

Às vezes faltam-me as palavras e tenho de usar outras
Como se outras pudessem substituir aquelas,
Como se estas pudessem querer dizer
O que dizem aquelas

Loucura
A um passo da sanidade

Não, não vou deixar-me cair
Ainda não me acobardei a esse ponto
Resisto resignada apenas

E lá fora...
Há tanto para mim


O Comboio espera na estação
"Já não o vou conseguir apanhar", soluço

Parte para o Porto amanhã de madrugada. Tem chegada prevista lá para o dia 14 de Outubro de 2006.

E até ele sair há ainda uma noite para passar. Dolorosa como as demais.

Aperto o bilhete na mão transpirada e respiro fundo. Mas o ar está demasiado quente e não me deixa respirar. E as pernas não se movem. Ou levam-me pelo caminho errado, como se tivessem vontade própria.
Quase a despertar, ensonada ainda, cheguei à praia, mas à medida que o dia avançou...

Ontem, no

Raid Melides Tróia 2006

Foi um dia espectacular! Entre o Sol e a areia escaldante, o mar e a sombra do portal da meta refrescada pela brisa que ainda assim corria, com os olhos fixos na expectativa dos autênticos heróis que chegavam, estive eu das dez da manhã às cinco da tarde! Sobrevivi graças a quase quatro litros de água que bebi, ao fabuloso mar cheio de algas e à excelente e constante companhia do Carlos Viana, assim como de outros amigos e conhecidos, dos quais destaco o Zen entre outros, não mencionando aqueles que estavam em prova, e que tive um enorme prazer em ver chegar.

De máquina em punho, fotografei grande parte dos atletas que chegaram, em grande plano, e ainda vários "apanhados".

A brincar de fotógrafa, acho que fiz um "trabalho" bastante razoável, do qual tirei muito prazer para além das fotos. Não fosse a senhora da Câmara nos convidar a sair da sombra protectora que a meta nos proporcionava, onde os atletas chegavam de meia em meia hora , pois a senhora deve ter calculado que com tal afluência a nossa presença ali prejudicaria a chegada, e disponibilizaria de muito bom grado todas as fotos que tirei a essa entidade, mas dada a compreensão pelo que estávamos a fazer por parte dessa senhora, não o farei.

Mas o que é certo é que guardar para mim o que captei não serve de nada. Fechar um CD numa gaveta intitulado "Raid Melides Tróia 2006" não interessa a ninguém. Nem a mim!

À hora da partida, dormia eu, fazendo uso de um egoísmo também necessário, mas à medida que o dia avançou, junto à meta fui-me deixando absorver pelo ambiente ao ponto de sentir quase aquelas vitórias como minhas, em cada rosto que chegava.

Com o cartão da máquina a ficar cheio, tinha pensado deixar de fotografar todos os que chegavam para guardar "espaço" para os amigos que haviam de chegar. Mas depois, por cada atleta chegado, ao olhá-los, não pude deixar de fotografar. Eles e elas mereciam! Mereciam! Não podia ficar alheia ao esforço de 6 e mais horas, de máquina pendurada ao peito, indiferente.
Senti-me na obrigação. E fotografei todos os que pude. Muitos me escaparam. Os primeiros, pois eu ainda não me tinha decidido a fazer esta autêntica maratona fotográfica, e outros que ficaram menos bem. A todos esses peço desculpa por me terem escapado. Mas muitos ficaram bem. E calculo que gostem de se ver.

Vou criar um Album, e em breve aqui deixarei o endereço, para que todos (até a senhora da Câmara se se der a esse incómodo) possam ver as imagens e não só, do que consegui captar deste fabuloso dia! Ver, copiar, o que quiserem. Estive ao serviço. Dos Amantes da Corrida! Acho que vão gostar de ver.

Em breve voltarei a este espaço para divulgar o referido endereço.

Aproveito para felicitar todos os que venceram porque se venceram! Parabéns a Todos! Até aos que desistiram pois infelizmente alguma coisa não lhes permitiu prosseguir, mas pelo menos tiveram a coragem de aceitar o desafio (eu não tive).

Até breve
Ao dispor

quinta-feira, 6 de julho de 2006

terça-feira, 4 de julho de 2006


3ª feira, 4 de Julho de 2006 - De regresso às lides

Ora cá estou eu de novo!

Um pouco tarde (mas não tanto como a Câmara Municipal de Almada) para anunciar que o
meu clube - Clube do Sargento da Armada - venceu o Troféu de Almada - época 2005/2006!!!!!

1º Lugar finalmente! Bem merecido, bem ganho!

E eu? como é que fico?

Vaidosa, contente, feliz por pertencer a esta "família" e por continuar a vestir a camisola com todo o brio que o clube merece!

Mais que companheiros de estrada, de viagens, de almoços e jantares, de treinos, de esforço em conjunto, de competição saudável, de conversa, tenho ali alguns amigos. Posso chamá-los assim.

E meus "amigos", estou de volta! Jamais me calarão.

Até já