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segunda-feira, 26 de novembro de 2012

ainda o VII Grande Prémio da Arrábida, por... Ela


Jantou, arrumou a cozinha, abriu a garrafa de Moscatel que foi prémio de presença para todos os participantes chegados ontem à meta do VII Grande Prémio da Arrábida, mantendo intacta a 1ª que ganhou em 2007 na 2ª edição da Corrida (o Moscatel estraga-se?) e instalou-se no sofá com um copo ao lado e um pedaço de chocolate preto picante, que ia bebericando e mordiscando respectivamente, para escrever sobre a Corrida, a dela e a de mais ninguém, embora saiba que há por certo 586 estórias para contar, tantas quantos os atletas chegados à meta ontem em Setúbal. Mas a dela é a dela. Gosta de ter a veleidade de acreditar que se escrever, a sua voz chega além e ao chegar além pode tocar alguém e servir para alguma coisa minimamente útil. Acredita que com as suas palavras divulga e promove a Corrida e pode trazer a mais alguém os benefícios que a Corrida lhe traz a ela. É por isso que escreve mas se dissermos que não sente um prazer e um bem estar tremendo ao escrever, estaríamos a mentir.

O VII Grande Prémio da Arrábida

Aconteceu a 25 de Novembro de 2012, numa manhã chuvosa e cinzenta, organizado pelas Lebres do Sado, o Grande Prémio, não a manhã, mas esta veio também a revelar-se muito agradável para quem aceitou o convite e desafio de correr este Grande Prémio que se realizou pela 7ª vez.

As Lebres sabem o que fazem. Correm. Por isso tão facilmente e de forma tão cativante  vão ao encontro dos requisitos dos que participam e alinham ali ano após ano e que são cada vez mais fruto do eco de todos os que participam. Foi mais uma edição de sucesso.

Já com um número de participantes razoável, nem por isso deixou de funcionar de forma muito eficaz, quer nas inscrições, entrega de dorsais, horário e tudo o resto.

A prova tem a particulariedade de, após o tiro de partida, o pelotão se manter compacto por cerca de 2 km, pois as  Lebres "obrigam" a manter um ritmo razoavelmente lento e ninguém os pode passar antes disso, o que no meu caso não tem grande influência pois o lento deles é rápido par mim. No entanto, estou sempre acompanhada e não há grande dispersão antes disso.

A Corrida sai do Jardim de Vanicelos em Setúbal, e vai para Palmela, enveredando por estradas de terra batida, e subindo sem piedade até Palmela. Aí volta-se ao asfalto por uns bons metros mas depressa estamos de novo em estrada de terra batida agora a descer, não vertiginosamente mas com uma inclinação razoável. No final dessa descida atingimos já o km 10, e se antes já tivemos direito a  2 abastecimentos de água, aqui e agora temos prova de Moscatel e Línguas de gato. Também a indumentária dos supostos empregados de mesa que nos servem o dito Moscatel, não passa despercebida mesmo debaixo das capas de plástico na tentativa de se protegerem da chuva. Um requinte a meio da Corrida. Uma tradição, a promover e dar voz a um produto local: o divinal Moscatel de Setúbal assim como à forma afável de receber desta gente.

A meta é de novo no jardim de Vanicelos, verde coberto de folhas caídas a embelezar o Outono nesta manhã cinzenta no céu e colorida nesta terra e nestas estradas que os atletas percorreram, bem protegidos pelo trânsito devidamente bem condicionado e até inexistente em boa parte do percurso bem sinalizado. À chegada à Meta, é-nos entregue de imediato a nossa classificação no escalão embora provisória. Cerca de 24 horas depois está disponibilizada na internet de forma completa e detalhada.

As entregas de prémios por classificação e por escalão fazem-se no local de forma perfeitamente regular e em bom ambiente.

E foi este o VII Grande Prémio da Arrábida. Tivemos um rebanho de ovelhas à beira da estrada, tivemos serras verdes e um um céu carregado de cinzento, uma chuva purificadora e um percurso adorável (claro que estas últimas palavras da frase estão carregadas de subjectividade mas estou-me absolutamente nas tintas, é o que eu sinto e isso é claro e inegável, que venham então os outros 585 relatos da prova e façam-se estatísticas e tirem-se conclusões tão ou mais subjectivas que esta).

No meu entender, a prova está de Parabéns. Muito bem conseguida! Volto sempre!

Prémios de participação para além da própria vivência: t-shirt e garrafa de Moscatel.

Em simultâneo decorreu uma prova de 7 km a caminhar ou correr, a dar oportunidade de participar no evento aos menos preparados.

Cheira a estrume o ar, há lama no chão, há chuva nos rostos lavados em sorrisos francos, há a essência do ser, há condições para correr e Ser. No Grande Prémio da Arrábida onde eu quero sempre voltar.

Muitos Parabéns às Lebres do Sado e  que venha a VIII edição, que eu quero lá voltar a correr.

Foto de Dina Mota - Lebres do Sado





Mais uma serie de fotos de Paulo Fernandes - Lebres do Sado:

No posto de abastecimento mais esperado: a prova de Moscatel, lá venho eu, um pontinho laranja ao fundo a surgir por trás dos arbustos
     

Um brinde à Corrida, à Vida, à Amizade e às LEBRES DO SADO que nos proporcionaram esta manhã espectacular! Obrigada Amigos!
E agora, de lábios adoçados, lá sigo eu para a meta, ainda a cerca de 2 km...

As classificações podem ser vistas aqui, no site da organização: Lebres do Sado

Até amanhã querido diário

domingo, 25 de novembro de 2012

VII G.P. Arrábida - 25 de Novembro de 2012



Decorreu hoje o VII Grande Prémio da Arrábida, organizado pelas Lebres do Sado, e muitos lá acorreram e bem correram. Nem a chuva forte os afugentou. Compareceram na Partida, subiram e desceram a serra e nada temeram. Eu fui um deles.
Já depois de terminar a prova
Os ténis completamente, mas COMPLETAMENTE encharcados e sujos de terra

 A Partida do VII Grande Prémio da Arrábida, um video de Maria Safara:

A Partida, comigo atrás como deve ser - Foto de Paula Fonseca - mais fotos poderão ser aqui vistas no seu album

Corri os 12,780 Km em 1h23m25s 

A minha Corrida registada pelo meu Garmin:


VII G.P.Arrábida por mariasemfrionemcasa no Garmin Connect - Detalhes

Palavras serão aqui depositadas amanhã

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

6ª feira, 23 de Novembro de 2012 - Canela

O Pastel de Belém carregado de canela, sobre a mesa. Canela aos montes. Sim, porque ela tem aquela necessidade do exagero, do excesso, do ir mais além, do passar a linha, do pular a cerca, de saltar a ponte... Sim, a canela aos montes sobre o Pastel de Belém, não é mais que a concretização dessa necessidade premente e constante. A canela, essa amiga, aceleradora do metabolismo, cobria por completo a superfície do Pastel de Belém. De forma claramente exagerada e anormal.

Jantar agradável seguido do Pastel de Belém. Conversas e riso contido mas solto no exacto momento que o Pastel levava uma dentada e se situava entre os dentes e lábios dela. O ar expelido pelo nariz no riso contido fez soltar uma nuvem de canela que turvou a paisagem entre eles. Mais risos, agora libertos. Que bom que é rir.

São assim os jantares bons em dias bons, depois de um treino bom:

5 km em 35 min, tendo sido  4 km lentos em que se deu a palavra às palavras que precisam soltar-se e por fim 1 km menos lento já sozinha consigo mesma.

Agora é desejar bom fim de semana a todos e domingo correr na Arrábida!
E a canela????

Venha ela!
Aos montes!!!

Características e benefícios da Canela para a nossa saúde, podem ser vistos aqui, e noutros lados também...

A besta e a procura da cura "De todos os males"









Interessante e fantástica a nítida e clara sensação de sair do filme e passar para a plateia. Passar num ápice de actor a observador atento das personagens, seus actos e emoções. Ver a besta de novo regressar à penumbra, levando consigo filtros cinzentos que mostram uma vida opaca de formas desfocadas. À sua ausência, fica tudo de outra cor. O pano subiu de novo na Vida da rapariga. Nitidamente a besta evaporou-se. Por ora. Por ora está de novo adormecida, caiu no alçapão que ela tenta fechar com o peso do seu próprio corpo e nesta situação sente-se feliz por ele, o peso, ser considerável e conseguir vencer a besta, e pisa a tampa do alçapão, uma e outra vez e outra ainda, em saltos grotescos, pisando ainda dedos enegrecidos de unhas sujas e compridas da besta, que resiste à queda e ao fecho da porta que será selada ainda que tenuemente. Mas ela vence a besta. Por ora. Fecha o alçapão e não há agora vestígios dela. A besta foi de novo enclausurada. Por ora. A rapariga sente-se bem e faz de conta que não tem medo que ela volte, assim de repente, da mesma forma como agora desapareceu. Mas por ora foi vencida e ela, a rapariga continua sempre à procura, à procura da cura e por isso foi correr na noite fria. Sentiu-se viva e precisou correr depressa para se manter viva. Ritmo bem vivo para o seu corpo pesado. Quente a contrastar com o frio. Era mesmo do que ela precisava!

Correu 8 Km em 47m12s numa média de 5:53 / Km


 Karpe Diem - "De todos os males":

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

O corredor branco

"Conhece bem aquele corredor. Conhece-o por demais. Por ele ter sido o horizonte de tantas noites e tantos dias da sua vida. Cenário real em mundo imaginário. Branco, alto, estreito, de paredes brancas rugosas onde arranha as palmas das mãos propositadamente ao percorrê-lo. Corredor sem fim que a viu correr em vão de um lado para o outro em busca de uma saída. Corredor sem portas de paredes asfixiantes.

Conhece bem aquele corredor. De paredes brancas enganadoramente lisas onde arrasta as palmas das mãos e sente o frio e os grumos do cimento a rasgarem-lhe a pele. E ela arrasta as palmas das mãos ao longo do corredor enquanto o percorre ansiosa. Aumenta a pressão à medida que o percorre. Até doer e sangrar. Na ansia de abrir um rasgo e esgueirar-se para o exterior.

Conhece bem aquele corredor. De paredes brancas com manchas de humidade a fazerem caras feias de fantasmas e espectros. Até essas ela conhece bem. Sempre os mesmos olhos encovados, as mesmas bocas abertas e expressões grotescas. São estas as manchas de humidade nas paredes deste corredor branco. Que ela conhece bem.

Conhece bem este corredor branco. De paredes altas e lâmpadas tubulares fluorescentes agarradas ao tecto e salpicadas de dejectos de moscas.  Há luz, muita luz neste corredor branco que ela conhece bem. Luz em demasia, branco em demasia, paredes em demasia que ameaçam esmagá-la.

Quer sair. Não sabe. Às vezes pensa que se correr muito conseguirá sair. E às vezes, de ténis calçados e rosto transpirado consegue mesmo sair e vê o mundo fora do corredor. Pode até manter-se nesse mundo um bom período de tempo.  Mas com o tempo, pelas brechas debilmente soldadas como feridas frescas mal cicatrizadas, infiltra-se de novo e sempre o branco e quando ela dá conta, foi completamente invadida e é já ela que está de novo dentro do corredor branco alternando estádios de luta com derradeiros gritos antes de se aninhar a um canto e deixar-se ficar."



Escreveu e depois apagou tudo deixando o papel branco agora borrado, amarfanhado e amarelado. Olhou então para a folha aparentemente limpa e teve a certeza que nada se apaga. Poderia apenas virar a página ou mesmo saltar a página, mas ela continua sempre lá.

Poderia ter escrito que percorreu em passo de Corrida o caminho que vai do ponto a) ao ponto b) e que demorou "x" tempo nesse percurso, o que lhe daria uma média de "y" minutos por km, e que se sentiu cansada, leve ou pesada, triste ou animada e que mesmo assim se sentiu muito feliz simplesmente porque correu. E todos acariciariam a página, de brandos e agradáveis modos e perderiam nela uns minutos a sorrir perante a singela descrição do acto.

Poderia... mas essa página já estava cheia mesmo apagada. Vira a página e aí sim, encontra uma nóva página em branco para escrever tudo o que quiser.

Até amanhã querido diário

sábado, 17 de novembro de 2012

Vou...

Vou... correr a Maratona do Porto, daqui a um ano.

Vou... correr uma serie de São Silvestres este final de ano.

Vou correr o Grande Prémio da Arrábida. Não, vocês não vão porque não se increveram e as inscrições já esgotaram!!! Ok, ok, já sei que tu também estás inscrito, e tu aí também. Tu não?! Temos pena, agora só para o ano!

Vou... correr a Maratona de Lisboa este ano! Ok, não é bem a Maratona, é a Maratona em estafetas e eu vou correr o último percurso, que dizem ser o mais difícil. Mas isso é para quem já traz 30 km nas pernas. Eu vou sair dali bem fresquinha para correr os últimos 12.195 metros da Maratona. Espero encontrar Amigos a correr a Maratona e poder acompanhá-los nestes últimos quilómetros. Vamos a ver, tudo depende dos ritmos deles e das meninas que fazem equipa comigo. Não faço ideia que tempo levarão até me entregarem o testemunho ao km 30. 3 horas? 3 horas e picos?

Vou...

- Já treinaste hoje?
- Não...
- Então VAI, porra!!!

- E esta semana, correste alguma coisa ao menos?!
- Sim, corri, mas coisa pouca...
- Quero os teus treinos todos aqui, coisa pouca, coisa muita, sabes bem que gostas de mostrar ao mundo a valente que és! Agora, vai correr!

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Laivos de Felicidade irradiam do peito, ponto incerto na matéria, feita de carne irreal, ponto inatingível e imaginado. É daqui e dali, ponto incerto no corpo de onde emergem feixes de luz, local invisível, mais fácil encontrar na alma, se formos capazes de a tocar e sentir.

Aparentemente irreais, laivos de luz, frenéticos e enérgicos, a medo a princípio, desenfreados depois percorrem a alma e espreitam a luz. Felicidade.

Medo de sentir. Felicidade. Por falta de hábito e defeito de formação. Alma defeituosa, mente tortuosa. Medo de sentir, medo de perder, medo de ser. Feliz.

Atalhos errantes, alma perdida, sorri e chora. Neste dia triste. Neste dia feliz. Uma Amiga tropeça em rasteira da vida e luta agora em agonia. Dura maneira de saber que a vida é agora, só agora, o instante a seguir é este e é incerto.

Uma força para ti minha Amiga, vais superar isso tudo!

domingo, 11 de novembro de 2012

O estado da Nação

Um fim de semana quase passado...

Uma rotina cumprida, compras feitas, limpeza e arrumações (nunca o suficiente nem o que se deveria ter feito, mas a Vida está a passar e recuso-me viver para a casa...), um concerto a que não assisti porque há obrigações e não vivo exclusiva e unicamente para satisfazer a minha vontade,  para além da despesa que isso implicaria com a deslocação, refeições felizes, castanhas assadas e vinho, muito amor e hoje ...

Uma Corrida matinal, um treino à beira Tejo... 9 Km, assim distribuídos:

5 Km a ritmo mais lento (6min e taaaal o km)
1 km menos lento (5:32)
1 km outra vez mais lento para recuperar (6:15)
1 km outra vez menos lento (5:17)
e para acabar 1 último km mesmo lentinho para acalmar os ânimos (6:40)

Total do treino: 9 Km em 55m50s

Este é o estado da nação... não consegui fazer mais nem melhor...

Nesta fase, a um ano da Maratona do Porto,a que será a minha 5ª Maratona, a minha empreitada e desafio é tentar incluir a Corrida na minha vida, com uma regularidade de pelo menos 3 a 4 vezes por semana. Acho que é sensato e razoável, a esta distância da Maratona, dia em que correrei  42.195 metros na magnífica cidade do Porto, tentar nestes primeiros 6 meses (até Março, Abril) ter alguma regularidade nos meus treinos, com duração e distância que me permitam correr de forma minimamente confortável uma Meia Maratona. Não devo nem quero melhorar tempos nem nada disso, apenas quero usufruir da Corrida, e tâ-la na minha Vida de forma assídua e regular. Coisa que me tem sido bastante dificultada, por horários e condições várias. E essas não mudaram, eu é que tenho de mudar, mas confesso, é-me muiiiiito difícil criar e manter essa assiduidade... Mas acredito que serei capaz. Nestes próximos 6 meses, assim será. Treinar com o objectivo de criar uma pseudo-rotina, uma regularidade desejável... Depois nos segundos 6 meses, farei então um treino mais direccinado para a Maratona, mas por ora a ambição é apenas esta...correr regularmente.

Se consigo ou não, não sei, mas pelo menos vou tentar... e aqui sempre, e no terreno por vezes...vocês poderão acompanhar-me. Até à 10ª Maratona do Porto, a 3 de Novembro de 2013. É muito tempo eu sei, será necessária muita paciência e persistência. Terei eu? Terão vós? Eu...com vocês ou sozinha...eu vou seguir...como aliás sempre tenho feito, e aliás também como todas as pessoas fazem afinal, e por isso sou uma pessoa absolutamente banal... que corre, escreve e vive...de forma absolutamente banal...





".../...

Poisa o teu braço no meu
Ajuda-me a seguir
Ao virar esta esquina
Há um paraíso por descobrir


.../... "

Sonhos na Estrada de Sintra, António Manuel Ribeiro, UHF

Até amanhã querido diário

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A caminho do Inverno...


Os dias estão mais cada vez mais pequenos. Saio de casa de manhã e ainda há vestígios da noite escura preguiçosa para ir embora e chego a casa ao fim do dia já é claramente (que expressão irónica) de novo noite escura e bem escura.

Chove. Chove de noite, chove de dia e chove quando termino a jornada.


Está frio. Está frio na rua, em casa, no escritório.

Um desconforto instalado, só serenado por um prato de comida quente, já em casa à noite, partilhado com a família no calor das conversas, das risadas e dos goles de vinho tinto que acompanham castanhas assadas, quentes. As brasas do carvão onde o peixe foi grelhado a aquecerem o ambiente e a alma. Daqui a pouco será a lareira, que tanto calor dá, reconforto para o corpo e para a alma.


Com esta descrição, nada aponta que o apelo da Corrida se faça sentir.

No entanto... no entanto, essas, como quase todas as coisas realmente importantes vêm de dentro, não de fora. E mesmo com um ambiente hostil e pouco propício à prática da Corrida, mesmo muito pouco apelativo, a condição principal está cá: a vontade!

Senti vontade de correr. E entre tudo o que descrevo acima, mais precisamente antes de jantar, arranjei tempo e dei asas à vontade: fui correr!

S.Pedro ajudou e nem chuva apanhei. Apenas um percurso escuro, sem luz mas também sem gente, e a calma da noite no cimo da serra, com a vila em baixo iluminada, deu-me uma calma de que necessitava desesperadamente.

Uma palavra para o treino: Excelente.

Em mais palavras: serenidade, calma, tranquilidade, sossego, paz... "Não preciso de mais nada hoje..", diria a rapariga, mas é mentira, seguiu-se um bom banho quente e um belo de um jantar, simples, em família, reconfortante e alegre.

Correu 8, 5 Km, em 56 min... muito calmos os primeiros 6, em alegre e animada cavaqueira, e mais rápidos (menos lentos) os km 7 e 8, em silêncio apenas consigo própria e o seu coração, com o céu como tecto e a cidade iluminada cá em baixo como presépio que se aproxima. Por fim, 500 metros só mesmo para relaxar.

Até amanhã querido diário


domingo, 4 de novembro de 2012

Esta rapariga...



Esta rapariga hoje sente a falta do seu rapaz...

Pode parecer muito independente (e é!), pode parecer muito forte e faz tudo o que for preciso fazer, sozinha se assim tiver de ser. Nunca deixou de fazer algo por ter de o fazer sozinha.

No entanto esta rapariga não sabe fingir...e hoje esta rapariga sente a falta do seu rapaz...

Foi treinar, correu sozinha 9 Km em 56 min, num sobe e desce propositado a pensar no Grande Prémio da Arrábida em que vai participar no fim do mês,  e na passada 5ª feira dia 1 Novembro ainda feriado, correu 13 Km confortáveis em 1h25m. E ela gosta de partilhar estas coisas, estes feitos mundanos mas tão valiosos para ela.

Mas hoje esta rapariga... sentiu falta do seu rapaz...

"Fingir, não sei fingir" - UHF, composição de video de Paulo Jorge Neves André


sábado, 3 de novembro de 2012

15 anos


"- Já não tens 15 anos! Já não tens idade para isso..."

É verdade que já não tenho 15 anos. Na realidade tenho praticamente 15 anos três vezes. E se isso me responsabiliza (mais), não evita que sinta muita coisa, não exactamente da mesma forma de quando tinha 15 anos, mas ainda com maior intensidade, maior encantamento e deslumbramento e maior libertação.

E quase trinta anos depois dos meus 15 anos, volto eu à estrada. E ontem, 1 de Novembro de 2012, entre dúvidas, obrigações, disponibilidade e culpas, prós e contras, praticamente à última hora decidimos pôr-nos a caminho de Vale da Pedra, onde os UHF iriam dar um concerto.

Chuva e noite numa estrada sem fim. Noite Negra de Azul. Chegar a Leiria e procurar a terreola de seu nome Souto da Carpalhosa, Vale da Pedra. Eram as festas populares em honra de Nosso Senhor dos Aflitos e os "meus" UHF estariam em palco.



Em boa hora decidi ir. Ainda chegámos a tempo de jantar na festa, dar uma volta pela meia dúzia de barraquinhas e depois...depois foi hora de ir ao céu e voltar. Porque o paraíso é além e às vezes é mesmo aqui e eu pude cantar sem me preocupar com nada ou ninguém (ninguém me ouvia mesmo) e pude rir-me de mim mesma quando destreinada falhava nas letras das canções mais recentes. Afinal eu sou da velha guarda e andei muitos anos afastada deste mundo enquanto os UHF iam produzindo canções de telenovela...

Mas a essência está toda lá. E está toda em mim ainda. Ainda e renovada! Em cada palavra solta, em cada melodia dançada, em cada tema tocado a fazer-me viajar, sair de mim e voltar.

Sonhos, sonhados e vividos, abraçados nas horas que duram o concerto, destilados em suor de tantos saltos e emoções libertadas, de voz rouca de tanto gritar, de me querer fazer ouvir, de me soltar e ser feliz naquela hora, ao som... da voz magistralmente divinal de António Manuel Ribeiro. Sempre. como se eu tivesse 15 anos outra vez... E é tão bom ter 15 anos outra vez...

Bons sonhos e bom fim de semana...

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

9ª Maratona do Porto - Parte II e o Início

A Maratona do Porto, resistente e persistente como o Maratonista, passo a passo vem em cada edição firmar-se como uma Maratona de qualidade ao nível das melhores.

Com boa divulgação e informação no site da organização Runporto, uma feira já com bastantes coisas para ver, uma Pasta Party, refeição completa a base de massa, gratuita para os Maratonistas, Concerto de Fado ao fim da tarde, e onde tudo decorreu de forma plenamente satisfatória.

A prova em si é uma festa, este ano com 1668 Maratonistas a cortarem a meta dos 42.195 metros, record nacional que já tinha sido alcançado no ano passado e agora ultrapassado, cerca de 2400 participantes na Family Race, prova de 15 Km que se veio a revelar com mais de 16 km, erro já assumido pela organização. Quilómetros marcados, um percurso novo, em minha opinião mais apelativo para o Maratonista, com animação, seguro e muito agradável nas margens do Douro.

Medalhão, garrafa de Vinho do Porto com o logotipo da Maratona, mochila, t-shirt e outras lembranças.

Uma 2ª t-shirt à chegada, guarda-roupa, massagens, facilidade de transportes entre a Chegada e a Partida e vários pontos da cidade.

A organização facilitou ainda a viagem de ida e volta, a custo quase simbólico a mais de 150 participantes na Maratona a partir de Lisboa, cidade que fica a 300 Km do Porto.





Não sem falhas, e este ano teve uma que que considero de relevo, que foi a escassez e mesmo ausência de abastecimentos sólidos para os atletas mais lentos a partir de certa altura, que em minha opinião serão os que mais necessitam tendo em consideração o tempo que levam em esforço. Falha essa que não duvido ver eliminada na próxima edição, a 10ª Maratona do Porto, dia 3 de Novembro de 2013, que conta já com um bom número de inscritos onde eu me incluo.



A Maratona do Porto ao longo dos anos, em números, num excelente trabalho de João Lima que pode ser visto aqui no seu blogue

Para mim a Maratona do Porto é uma festa, onde eu não quero deixar de participar. Este ano foram os 15 que afinal eram 16 km, para o ano serão os 42.195 metros também para mim. 

Encontro e reencontro de muitos Amigos.

Algumas imagens:










Parabéns Runporto pela 9ª Maratona do Porto!

Amigos, para o ano estarei com vocês!!! Na Maratona! É esta a novidade que trago do fim de semana! Atleta inscrita!!! Sempre é mais que somente a intenção de...

E estou perfeitamente consciente do que isso implica. Treinar, treinar, treinar...

Um ano! Planos, intenções e concretizações já a partir da próxima vez que aqui escrever. Por agora é só. A notícia. Acreditem ou não. Farei a minha 5ª Maratona na 10ª Maratona do Porto a 3 de Novembro de 2013. Acreditem ou não. Eu acredito! E sei também que não é só uma questão de fé, mas sei também que começa, mantêm-se viva e termina com essa mesma fé! Para além do treino, claro.

Daqui a um ano conversamos, ou antes, quase diariamente  se tiverem paciência para me aturar. Têm?