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domingo, 23 de fevereiro de 2014

Maratona de Sevilha, ou A Hora das confissões

Correu-se hoje a Maratona de Sevilha. Correu-se salvo seja! Correu quem correu! Outros há que estavam inscritos e não foram. E confesso que a tendência seria chorar sobre o leite derramado, sobre o que que poderia ter sido e não foi, ao invés de sorrir sobre o que é hoje, o que acontece hoje, aqui e agora.
Foto de JUAN JOSE UBEDA.SEVILLA, 23/02/2014.MARATON DE SEVILLA 2014
E sim, se é com alguma tristeza que me vi privada de emoções só imaginadas e vividas por amigos, não deixo também de sentir a alegria transmitida pela alegria desses mesmos amigos e companheiros de Corrida que lá correram.

E sim, renovo as razões para não estar em Sevilha, e sim, continuam válidas que isto a vida não é só Corrida e os euros precisam ser gastos noutras actividades familiares. Sim, foi um desperdício o valor da inscrição, mas do mal o menos. Gastar mais é que não podia ser. Ficamos assim. Com alguma pena mas sem drama. Ai, como eu me quero convencer a mim própria para não fazer drama...

Confesso também que houve algures no tempo uma forte desmotivação para correr e a necessária preparação para a Maratona ficou comprometida há muito tempo.

Confesso que por um lado estou triste (lado emocional), mas por outro lado (racional) não há qualquer razão para tristezas e apenas alegria que sinto genuinamente ao saber os resultados de muitos amigos. (mas ainda não sei de todos...)

Resta-me continuar a correr, a sonhar e já agora só me inscrever na Maratona quando de facto estiver em condições para a vir a concretizar... (conversa...já estou inscrita noutra...na do Porto, claro, mas essa, pelo menos em termos financeiros e logísticos, sempre me fica mais fácil realizar).

Até lá, vou correndo, sem grandes nem pequenos planos, embora confesse que me façam falta.

Poderia resignar-me e dizer para mim mesma que faço o que posso, mas confesso...sei que poderia fazer muito mais...

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Corta-Mato de Santo António dos Cavaleiros

A ideia era ir correr. Era hoje o Corta-mato de Santo António dos Cavaleiros, mais uma prova do Troféu de Loures. Não que eu esteja a pensar fazê-lo, com a devida intenção de me classificar e claro, classificar o melhor possível. Nada disso, até porque provavelmente não farei o número mínimo de provas para me classificar sequer. Número esse que desconheço, tal é o meu interesse na coisa!

No entanto, estou inscrita. Para todas as provas do Troféu. São gratuitas. Pago zero. São relativamente perto de casa. Gasto pouco em deslocação e perco pouco tempo, o que é bastante importante quando se tem família e não a queremos obrigar a viver em função da Corrida.

Por estas razões, estava decidida a ir correr o Corta-Mato de Santo António dos Cavaleiros. Preparei tudo (quase, pois cada vez mais aplico o viver o momento e deixo tudo para o "momento", o que por vezes me prejudica) de véspera e fui. Mas ao chegar ao local não se avistava vivalma. Chovia torrencialmente. Dei voltas e voltas ao local e nada! Perguntei a um transeunte e sim, era ali, mas ele não sabia de nada para hoje...

Estranho...Pensei que devido ao mau tempo anunciado e aos alertas com que a comunicação social nos bombardeia, a prova tivesse sido adiada. Ainda assim, era estranho não estar por ali ninguém. Talvez os clubes que correm o Troféu a sério (não o "meu") tivessem sido avisados a tempo...Talvez.

Por fim encontro o meu amigo Fernando que combinara vir também à prova. Estava como eu...não sabia de nada e calculava que a prova tivesse sido adiada.

O mau tempo instalava-se a cada minuto que passava. Ficamos pelo café e ide para casa que isto cada vez está pior.

Já perto de casa, o mau tempo estava completamente instalado: chuva e vento forte!

Que fazer? Correr? Sim, não, sim, não, aqui, ali, acolá, não!

Casa!

Mas...e a mente? A que se fica muito tempo sem reconhecer o esforço físico começa a derrapar perigosamente? Caraças! Porque é que eu não sou uma pessoa normal?

Ok, vamos para a net tirar um desses videos com exercícios de fazer por casa e vamos lá suar. E...oh se suei! Foi 1h15m de bom exercício a fazer suar as estopinhas! A fazer lembrar as velhas aulas de Aeróbica, de que no passado fui fã e assídua frequentadora! Foi BOM! A rapariga do video mexe-se bem e eu tenho mais do dobro da idade dela, mais do dobro do peso dela e bolas! Estou em muito má forma! (olha a novidade!). Mas ainda assim, mais ou menos aldrabado aqui e ali (quem consegue seguir aquela coreografia toda? Eu não!!!) fiz tudinho e durou 1h15m a minha injecção de energia e ânimo de que preciso!

E começo a dar razão ao meu irmão: correr é bom, mas melhor é diversificar os exercícios.

Atrevem-se a experimentar?



Nota: após verificação, o Corta-Mato de Santo António dos Cavaleiros é dia 9 sim, mas... 9 de Março!!!

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

A importância do exercício físico(*)

Se te soubesses doente e se o médico te prescrevesse tomar um comprimido cor de rosa ou azul bebé como se quer a vida, todos os dias, para melhorares o teu estado, mesmo sabendo que a cura é inatingível, mas que precisas deles para suavizar o teu mal estar e os sintomas que te atormentam e não te deixam estar bem, o que farias? Tomava, claro! Quer dizer, depende! Depende de quê, caraças?! Quem não se quer sentir bem?! Ora...depende sim! Quer dizer...se conseguisse querer de facto sentir-me melhor, aliviar os sintomas e cuidar bem de mim, sim, claro que tomava!

E então se o médico, em vez de um comprimido cor de rosa ou azul bebé como se quer a vida, te prescrevesse uma sessão diária de exercício físico, de intensidade de moderada a intensa, precisamente para melhorares o teu estado, mesmo sabendo que a cura é inatingível, mas que precisas delas para suavizar o teu mal estar e os sintomas que te atormentam e não te deixam estar bem, o que farias?
O animal não respondeu. Pegou na mochila e foi para a piscina. Nadou como sabe e devagar, durante 60 minutos.

(*) como se existisse alguém que desconhecesse o facto...

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Flores

Cada vez que me visita, traz-me uma flor. Apanhada de um jardim ou de uma berma da estrada, absolutamente silvestre. É colocada na minúscula jarra que tenho na entrada. Bem, na verdade não me traz sempre uma flor. Por vezes vem apenas e muda-me a água da última que me trouxe. Outras vezes substitui-a por uma nova e ouve-me reclamar que aquela ainda estava boa. Responde-me que não, que esta é mais bonita e mais fresquinha. Eu refilo mas sei que é verdade e delicio-me com o momento, saboreando a cena. Muitas vezes traz uma flor diferente, verdadeiramente bonita e original e quase exótica, só para ver como se dá na jarra. Muitas já foram eliminadas e já deixou de as trazer. Morrem na jarra em poucas horas. Mas outras há que vivem dias comigo. Abrem de dia, fecham à noite para dormir e voltam a abrir com a primeira luz do dia, de novo na manhã seguinte. Essas são as nossas preferidas, as que vivem comigo e me enchem o coração de emoção, num misto de felicidade e saudade adivinhada. Por isso há dias em que as olho e só me apetece sorrir, feliz e não sei porquê. E outros há, em que as olho e só me apetece chorar, comovida e não sei porquê.