Faz hoje 2 anos, mais precisamente 731 dias que este blog nasceu.
Passados 731 dias, caminho descalça pelo corredor do Arquivo (morto, onde raramente se vai e as pastas se acumulam cheias de pó, mofo, bolor e teias de aranha), mas ora iluminados por fortes lâmpadas fluorescentes ora por ténues candeias de chama oscilante, e eu vou caminhando e lendo as legendas de cada prateleira. Algumas claras e inequívocas, outras, tenho mesmo de passar o dedo sobre as palavras, escolher um melhor ângulo para fazer a luz incidir e olho-as estupefacta, irreconhecíveis até para mim.
Morte, vida, corridas, dor, lágrimas, sufocos, risos também, esperança morta, esperança renovada, raiva, alegria, o supérfluo e o profundo, amizades, amores e enganos e desenganos, o sagrado e o profano, está tudo arrumado, ali, lado a lado, mais acima ou mais abaixo, mas está tudo lá. Nos Arquivos.
Cheira a mofo em zonas mais escuras, mas logo a malmequeres e sol e mar mais à frente. Rostos e palavras de outros também espreitam por entre folhas soltas. Rostos e palavras que me acompanharam de alguma forma ao longo destes últimos 731 dias. E estão eles também ali no Arquivo.
Por fim chego àquela noite de 14 de Abril de 2006. Noite em que a Maria Sem Frio Nem Casa nasceu.
Retiro a pasta da prateleira e releio o que escrevi nessa noite. Poderia voltar a escrever o mesmo hoje que as palavras não se gastaram nem caíram em desuso, sem sequer temer o enfado da repetição ou do aborrecimento.
Porque o caminho nunca está construído. Vai sendo aberto, desbravado, desviado e inventado à medida que o sonho avança, ao ritmo de bola colorida nas mãos de uma criança que não se cansa de a atirar ao ar para a ver cair e logo a apanhar para de novo a atirar na direcção de um céu azul ou negro estrelado. Sempre.
Passados 731 dias, caminho descalça pelo corredor do Arquivo (morto, onde raramente se vai e as pastas se acumulam cheias de pó, mofo, bolor e teias de aranha), mas ora iluminados por fortes lâmpadas fluorescentes ora por ténues candeias de chama oscilante, e eu vou caminhando e lendo as legendas de cada prateleira. Algumas claras e inequívocas, outras, tenho mesmo de passar o dedo sobre as palavras, escolher um melhor ângulo para fazer a luz incidir e olho-as estupefacta, irreconhecíveis até para mim.
Morte, vida, corridas, dor, lágrimas, sufocos, risos também, esperança morta, esperança renovada, raiva, alegria, o supérfluo e o profundo, amizades, amores e enganos e desenganos, o sagrado e o profano, está tudo arrumado, ali, lado a lado, mais acima ou mais abaixo, mas está tudo lá. Nos Arquivos.
Cheira a mofo em zonas mais escuras, mas logo a malmequeres e sol e mar mais à frente. Rostos e palavras de outros também espreitam por entre folhas soltas. Rostos e palavras que me acompanharam de alguma forma ao longo destes últimos 731 dias. E estão eles também ali no Arquivo.
Por fim chego àquela noite de 14 de Abril de 2006. Noite em que a Maria Sem Frio Nem Casa nasceu.
Retiro a pasta da prateleira e releio o que escrevi nessa noite. Poderia voltar a escrever o mesmo hoje que as palavras não se gastaram nem caíram em desuso, sem sequer temer o enfado da repetição ou do aborrecimento.
Porque o caminho nunca está construído. Vai sendo aberto, desbravado, desviado e inventado à medida que o sonho avança, ao ritmo de bola colorida nas mãos de uma criança que não se cansa de a atirar ao ar para a ver cair e logo a apanhar para de novo a atirar na direcção de um céu azul ou negro estrelado. Sempre.
14 comentários:
Parabens
Parabéns Maria sem Frio nem casa, cheia de pó e de mofo...mas viva.
Bjs
Fátima
olá Ana
muitos parabéns! longa vida à mentora e ao blogue.
ao invés de sentimentos nostálgicos, festejo sempre os aniversários como "obra feita". devemos festejar o caminho, a aprendizagem e o quão mais ricos somos.
pessoalmente parabenizo e agradeço o muito que este blogue (a mentora, especialmente) me dá.
passo por aqui e aprendo. por isso vou sempre passando.
beijinho grande, até breve e festa rija!
ab
Olá Ana
parabéns pelos 731 dias de vida deste "Maria Sem Frio Nem Casa", espaço de que sou, como bem sabe, assíduo frequentador e um admirador confesso.
Um beijinho de parabéns.
PARABÉNS Aninha...
Se blog é um dos primeiros blogs de corredores que conheci e que tenho tanto gosto de visitar!! Que ele perdure por muitos e muitos anos e continue trazendo essa energia positiva para todos nós leitores assíduos!!!
BJS
Jacke
Olá Ana,
O teu blogue, os teus relatos, as tuas críticas, a força das tuas palavras impulsionadas pelo teu ser que por vezes se transcende e se funde com o imaginário... tudo isto merece PARABÉNS!
Continua a ser a Maria sem frio...sem casa...mas feliz por muitos bons anos.
Beijinhos
Fernando Sousa
Parabens pelos dois anos do blog
Continue a escrever,"coisas" bonitas, talvez nasça aqui uma nova escritora.
Um leitor assíduo
Com os cumps
José Lopes
Olá Maria!
Parabéns pelo trabalho desenvolvido.
Regressei ao mundo da corrida este ano após uma prolongada ausência.
Ao regressar efectuei pesquisas na internet e despertou-me este blogue: “Maria sem frio nem casa”, nome engraçado, pensei. O tipo de mensagem contida identificava-se com o que eu sentia relativamente à corrida.
Li actuais e antigas mensagens. Gostei bastante e tornei-me um leitor assíduo das tuas crónicas. Dois anos de bom trabalho com empenho e dedicação.
Desejo-te muitos e bons anos de vida Maria, e que a Ana te acompanhe nesse caminho. É que, o caminho faz-se caminhando.
Luís Mota
Olá Ana,
Parabéns pelo seu blogue, pelos seus textos de pensamentos, reportagens e fotos.
É um incentivo e exemplo para os atletas amadores como nós.
Continue escrevendo, fotografando e quando apetecer uma corrida para manter a forma física e o bem estar.
Um abraço para o seu Pai, já agora que escreva mais vezes.
Bjs.
C. R. = Carlos Rocha
(Mogadouro)
Que pouca sorte a minha, Ana!
Tinha feito um comentário que, afinal, se esfumou certamente porque foi mal submetido. Tentarei “reconstituí-lo”.
Dizia eu - mais palavra, menos palavra - que queria felicitá-la porque não nos deixou faltar “delícias” sobre a “mesa” ao longo destes dois anos.
Foi com o Maria sem frio nem Casa que eu aqui, nos confins da civilização, entrei na blogosfera e foi graças ao incentivo da Ana que me aventurei, a título experimental, a criar o meu próprio blogue, ainda por caracterizar.Ter partilhado connosco os seus pensamentos e as suas vivências, da forma como tão bem o sabe fazer, tem sido um excelente incentivo para que exercitemos a escrita, afinal, uma forma duradoura de mostrarmos a alma.
Mesmo que a vida, por vezes, se lhe apresente carregada de contrariedades, saiba continuar a lutar com as poderosas armas que tem.
O mote “guerreiro” do Poeta: “numa mão sempre a espada, na outra a pena”, assenta-lhe que nem uma luva.
Parabéns
Beijinho.
olá Ana
OBRIGADO!
bj GRANDE
ab
Parabéns Ana,
O caminho faz-se caminhando!
Parar?
Só se for para um "abastecimento" é que a meta mesmo estando distante será sempre "cortada"!
Afinal somos corredores de fundo!
E tantas vezes vamos lá ao fundo da nossa alma buscar forças para continuar a "corrida"!
A "corrida" não pode parar!!!
Beijos
José Capela
Já é tempo deste blog deixar as fraldas!
Parabéns pelo Maria Sem Frio! Longa vida na blogosfera!
E agora ( mas não sucedendo os projectos pessoais), que tal um blog a várias mãos?
Com tão bons escribas que por aqui andam seria um bom exercício de "desegocentração". Fazia muita falta, pois os blogs pessoais criam-nos um excesso de "egocentração" ( sem que isso seja negativo, pois também nos ajuda a organizar as ideias).
Fica a sugestão, aceitam-se contributos ( eu a meter o "bedelho num blog para onde não fui chamado).
Fica bem!
Beijinhos e... força na pena!
Parabéns!!!
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