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sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Sob uma chuva contínua... eu continuei

O relógio marca 7 da tarde quando chego a casa, e chuvisca. Nada que me amedronte, hoje. Um fantasma meu assombra-me ameaçador, mas hoje sopro-lhe no rosto afastando-o, equipo-me e quando saio para a rua já chove a sério. Demasiado a sério. Meto-me no carro e em 5 minutos estou no Parque da Paz. Percurso que poderia fazer já parte do treino, mas com demasiados carros, peões, maus passeios e passadeiras e semáforos. Não gosto. Preferi ir de carro e treinar num ambiente aprazível que me faria lembrar o campo não fosse o constante zumbido do trânsito em hora de ponta, longe mas não o suficiente para o esquecer.

Uma mata dentro da cidade. Chove a potes sobre o pára-brisas do carro já estacionado. Um ou outro carro espalhado pelo parque e eu saio do meu, alongo e espreguiço-me (há melhor alongamento que um bom espreguiçar?) e arranco eu e arranca o cronómetro. Limpo o visor do relógio e vejo que levo já 2 minutos. A t-shirt já está colada ao corpo. Frente e costas, totalmente encostada à pele. Mas não sinto frio. Corro. E sinto-me bem.

O Parque está deserto. Melhor não podia ser. Chove. Cai água do céu como uma bênção sobre mim. Os odores da terra e as fragrâncias da miscelânea de plantas enchem-me as narinas e chegam-me ao cérebro num perfume maravilhoso. A terra, sempre que podia procurava-a fugindo aos caminhos. Subi e desci entre pinheiros e outras árvores por trilhos estreitos, com os ramos a tocarem-me, pulando raízes e pedras. Até ficar demasiado escuro e sentir medo. Um medo misteriosamente agradável. A floresta tem mistérios e aquela era a sua hora, já não a minha. Continua a chover. Escorre-me água pelo rosto, para se juntar no queixo e em fio se soltar para o solo exalando odores escondidos todo o Verão. De boca entreaberta sinto doce e salgado em simultâneo. Água doce da chuva e o salgado da transpiração diluída. E a chuva não se demoveu. Nem eu. Ora parecendo agulhas picando-me ao de leve no rosto e no pescoço ora doces e suaves salpicos macios imitando carícias. Ao fim de cinquenta e dois minutos a chuva abranda, e como já está escuro limito-me à área mais humanizada, com alguma iluminação e caminhos com melhor piso.

Hoje corro sem tempo. Podia ficar ali toda a noite. Senti. E era verdade. Corri o tempo que tinha estipulado: 1h30m em ritmo vivo (o possível) e em terreno desnivelado, o mais belo do parque e o que me dá mais prazer fazer.

A roupa e os ténis completamente encharcados:


O jantar:


Até amanhã

5 comentários:

Herculano Araújo disse...

Eu tive mais sorte de manhã ainda não chuvia mas foram 1.40 nas arribas das praias de Sintra,
não nos podemos esquecer que a meia de são joão das lampas já esta a porta.

luis mota disse...

Olá Ana!
Um fantástico treino!
Parabéns pelo treino e pela forma como escreve.
Treinei de manhã. Mas sem dúvida que teria sido melhor treinar à noite.
Continuação de boas corridas,
Luís Mota

António Almeida disse...

Olá Ana

apesar da chuva, ou talvez pela chuva, dá para perceber que foi um treino fantástico, muito bom para a "moral" para as Lampas.
Continuação de bons treinos.

Anónimo disse...

Olá Ana boa tarde e aí como vai, ando meio sumido daqui, mas digo que não esqueci de vc não amiga. Bom parabéns fizeste um ótimo treino e ainda mas com chuva é bom d+++, eu só não treino na chuva quando está relampiando, fora isso eu meto o pé na estrada e ainda mais quando é num parque de chão de terra batido.
Não esqueça também de tomar vitamina c após os treinos com chuva hein.
Ana uma curiosidade0, pq o nome do seu blog é MARIA SEM FRIO NEM CASA, qual o motivo deste nome.
Boas passadas amigas e bom final de semana.
Bjsss
JORGE
www.jmaratona.blogspot.com

TOTO disse...

Olà Ana. bons treinos a chuva.
i os quilinhos vâo decendo.domingo 14/9 vou fazer uma meia marathona mas nâo tenho traino que chégue vamos la vére vou ser o ultimo a chegar a méta.
bons treinos;
antonio.