Pela décima nona vez se realizou este mítico e verdadeiro Prémio que promete levar-nos ao fim. Da Europa.
Levado a cabo pela Câmara Municipal de Sintra conjuntamente com o Sport União Colarense, com o apoio da Xistarca, pela décima nona vez se realizou este Prémio que promete levar-nos ao fim. Da Europa, mais precisamente. Para além da prova principal de 17 Km, em simultâneo realiza-se também uma prova de Cicloturismo e uma Mini corrida acessível a todos.
Partindo-se de Sintra, onde cheira a bolos quentes adocicando-nos os sentidos, se levantam os dorsais, e se pode entregar saco com pertences à organização que o fará chegar à meta, inicia-se a travessia da serra num ascendente ziguezaguear colorido por entre o verde pelos equipamentos dos atletas, delineando o caminho a percorrer.
O objectivo é chegar ao Cabo da Roca, ponto mais ocidental da Europa – Latitude 38º 47’ Norte, longitude 9º 30’ Oeste. Já o poeta o disse de outra forma: “onde a terra se acaba e o mar começa”, e podemos nós atletas dizer que vamos a correr até à meta lá ao pé do mar, e afinal estamos todos a dizer a mesma coisa.
O carrossel desce também. E volta a subir. E o verde a envolver-nos. Olhamos os trilhos de terra perpendiculares ao nosso caminho, desejosos de neles penetrar, mas teremos de os guardar para outras corridas. Agora é seguir pelo asfalto. Lentamente, como só nos é permitido. A estrada levar-nos-á lá. Até ao fim.
Mais do que um ponto de abastecimento durante o percurso, estrategicamente colocados para que o folêgo das subidas não nos impedisse de beber. E precisávamos, pois estava um dia bonito e solarengo, quente para um dia de Janeiro, em contraste com a edição de 2007 que nos brindou com neve durante a prova.
Só verde. E melros. E outros bichos talvez escondidos. E nós. Veículos motorizados não foram daquele mundo naquela hora.
Atravessa-se uma estrada (nacional talvez) de forma perfeitamente segura pelas autoridades competentes, e uma cortina se rasga e o verde fica para trás para dar lugar ao mar lá ao fundo, chamando-nos. E o Farol. O farol do Cabo da Roca, a funcionar desde 1772, sendo o terceiro mais antigo em Portugal e mesmo o primeiro a ser construído de raiz no nosso país, visto os outros terem sido instalados em construções já existentes.
E o Farol chama-nos. Cada vez com mais força. E alargando o passo, numa descida contínua, a ele chegamos. Os fotógrafos da AMMA aguardam-nos, registando momentos únicos como todos o são as nossas corridas.
Cortamos a meta e a par do ano passado uma espaçosa tenda com bebidas, das quais destaco o chá, e vários tipos de biscoitos e bolos, são-nos oferecidos e servidos amavelmente.
Devolvemos o ship, alongamos e este ano não precisamos abrigar-nos na tenda. Cá fora o sol aguarda-nos assim como os vários autocarros disponibilizados para nos trazer ao ponto de partida, depois de termos resgatado o nosso saco com roupa seca.
Uma medalha, uma t-shirt, e um espectacular CD da Real Companhia são os prémios de presença que destaco.
Uma prova bastante bem conseguida, e sem dúvida a repetir ou a experimentar. Ah, e tudo isto por EUR 2,5.
De regresso ao carro, ouço o Cd e “Aquarela” não me sai do ouvido. E Sintra, o Cabo da Roca e o Grande Prémio Fim da Europa são uma aquarela linda, como esta, que não resisto a transcrever:
“Aquarela”
Numa folha qualquer eu desenho um Sol amarelo
Levado a cabo pela Câmara Municipal de Sintra conjuntamente com o Sport União Colarense, com o apoio da Xistarca, pela décima nona vez se realizou este Prémio que promete levar-nos ao fim. Da Europa, mais precisamente. Para além da prova principal de 17 Km, em simultâneo realiza-se também uma prova de Cicloturismo e uma Mini corrida acessível a todos.
Partindo-se de Sintra, onde cheira a bolos quentes adocicando-nos os sentidos, se levantam os dorsais, e se pode entregar saco com pertences à organização que o fará chegar à meta, inicia-se a travessia da serra num ascendente ziguezaguear colorido por entre o verde pelos equipamentos dos atletas, delineando o caminho a percorrer.
O objectivo é chegar ao Cabo da Roca, ponto mais ocidental da Europa – Latitude 38º 47’ Norte, longitude 9º 30’ Oeste. Já o poeta o disse de outra forma: “onde a terra se acaba e o mar começa”, e podemos nós atletas dizer que vamos a correr até à meta lá ao pé do mar, e afinal estamos todos a dizer a mesma coisa.
O carrossel desce também. E volta a subir. E o verde a envolver-nos. Olhamos os trilhos de terra perpendiculares ao nosso caminho, desejosos de neles penetrar, mas teremos de os guardar para outras corridas. Agora é seguir pelo asfalto. Lentamente, como só nos é permitido. A estrada levar-nos-á lá. Até ao fim.
Mais do que um ponto de abastecimento durante o percurso, estrategicamente colocados para que o folêgo das subidas não nos impedisse de beber. E precisávamos, pois estava um dia bonito e solarengo, quente para um dia de Janeiro, em contraste com a edição de 2007 que nos brindou com neve durante a prova.
Só verde. E melros. E outros bichos talvez escondidos. E nós. Veículos motorizados não foram daquele mundo naquela hora.
Atravessa-se uma estrada (nacional talvez) de forma perfeitamente segura pelas autoridades competentes, e uma cortina se rasga e o verde fica para trás para dar lugar ao mar lá ao fundo, chamando-nos. E o Farol. O farol do Cabo da Roca, a funcionar desde 1772, sendo o terceiro mais antigo em Portugal e mesmo o primeiro a ser construído de raiz no nosso país, visto os outros terem sido instalados em construções já existentes.
E o Farol chama-nos. Cada vez com mais força. E alargando o passo, numa descida contínua, a ele chegamos. Os fotógrafos da AMMA aguardam-nos, registando momentos únicos como todos o são as nossas corridas.
Cortamos a meta e a par do ano passado uma espaçosa tenda com bebidas, das quais destaco o chá, e vários tipos de biscoitos e bolos, são-nos oferecidos e servidos amavelmente.
Devolvemos o ship, alongamos e este ano não precisamos abrigar-nos na tenda. Cá fora o sol aguarda-nos assim como os vários autocarros disponibilizados para nos trazer ao ponto de partida, depois de termos resgatado o nosso saco com roupa seca.
Uma medalha, uma t-shirt, e um espectacular CD da Real Companhia são os prémios de presença que destaco.
Uma prova bastante bem conseguida, e sem dúvida a repetir ou a experimentar. Ah, e tudo isto por EUR 2,5.
De regresso ao carro, ouço o Cd e “Aquarela” não me sai do ouvido. E Sintra, o Cabo da Roca e o Grande Prémio Fim da Europa são uma aquarela linda, como esta, que não resisto a transcrever:
“Aquarela”
Numa folha qualquer eu desenho um Sol amarelo
E com cinco ou seis rectas é fácil fazer um castelo
Com o lápis em torno da mão e me dou uma luva
E se faço chover, com dois riscos tenho um guarda-chuva
Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul de papel
Num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu
Vai voando, contornando a imensa curva Norte e Sul
Vou com ela viajando Havai, Pequim e Istambul
Pinto um barco à vela branco navegando,
É tanto o céu e mar num beijo azul
Entre as nuvens vem surgindo um lindo avião rosa e grenat
Tudo em volta colorindo, com suas luzes a piscar
Basta imaginar e ele está partindo sereno e lindo
Se a gente quiser ele vai pousar.
Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida
Com alguns bons amigos bebendo de bem com a vida
De uma América à outra eu consigo passar num segundo
Giro um simples compasso e num círculo eu faço o Mundo
Um menino caminha e caminhando chega ao muro
E ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está
E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade nem tem hora de chegar
Sem pedir licença muda a nossa vida
E depois convida a rir ou chorar
Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar
Vamos todos numa linda passarela
De uma aquarela que um dia em fim...descolorirá
Numa folha qualquer
Eu desenho um Sol amarelo (que descolorirá)
E com cinco ou seis rectas é fácil fazer um castelo (que descolorirá)
Giro um simples compasso
Num círculo eu faço o mundo (que descolorirá)”
(Toquinho/Vinícius de Moraes/G.Moura/M.Fabrizio)
E naquela manhã o Grande Prémio Fim da Europa foi aquarela colorida para todos os que a correram e só dessa forma especial a sentiram, dando-lhe pinceladas de cor, de todas as cores, contribuído para uma verdadeira e bela e nova obra, digna de se ver, que se quer repetir por muitos e bons anos.
E naquela manhã o Grande Prémio Fim da Europa foi aquarela colorida para todos os que a correram e só dessa forma especial a sentiram, dando-lhe pinceladas de cor, de todas as cores, contribuído para uma verdadeira e bela e nova obra, digna de se ver, que se quer repetir por muitos e bons anos.
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