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sábado, 16 de setembro de 2006
Viana do Castelo, Sábado, 16 de Setembro de 2006
Faltam 29 dias para a Maratona do Porto
Vejo-me aqui em Viana do Castelo. Um treino longo para fazer. Prefiro fazê-lo hoje pois dúvidas pairam sobre mim como nuvens negras sobre a cabeça num dia de trovoada. Assim, o que for será, e depois do desastre em S.João das Lampas, este treino longo é quase como um tira-teimas. Ou as coisas melhoram, ou o melhor é encostar-me à box.
E as coisas melhoraram. Eu, o António e o Eduardo. A descobrir Viana. 2h50m de corrida contínua. Muito bom!
Quer dizer a corrida não foi bem contínua, pois a uma dada altura (tinha 1h34m de corrida) resolvi tropeçar e estatelar-me ao comprido numa estrada de calçada romana, entre campos de milho, a serra e o mar.
Uma pessoa parece que vai devagar, mas experimentem lá mandar-se para o chão enquanto correm! O balanço é jeitoso e o travão para parar o pesado corpo foi o tórax, abdómen, e coxas, que paralelas ao sol se deslocam uns metros a velocidade alucinante! Pelo menos foi o que me pareceu ali com o chão tão perto!
O rosto foi levantado por instinto, e quando finalmente paro, braços estendidos à frente do rosto, que também por instinto assim reagiram, a minha principal preocupação foi deslocar lentamente e com dificuldade a mão direita, que a sangrar e a doer se moveu a menos de um escasso centímetro do solo até encontrar a esquerda, levantei o polegar direito o que me provocou uma dor intensa pela mão toda, e desliguei o cronómetro.
Entretanto enquanto executava esta complicada operação, já os rapazes estavam a tentar levantar-me segurando-me nos braços. Gritei:
“Parem! Parem! Esperem, a sério!”
Precisava verificar como estava, não me podia voltar a posicionar na vertical assim de repente. Tinha de ver os estragos.
Forço as mãos contra o chão. Tudo dorido, mas inteira. Os joelhos empurram o chão obrigando-me a ficar de gatas. Estou inteira. Agora sim, posso levantar-me.
“Temos de ir! Vamos!” – recomeço de imediato a correr e o cronómetro retoma o seu trabalho.
Toda esta operação não demorou mais de 30 segundos.
Custa-me respirar nos minutos seguintes, mas ao fim de pouco tempo tudo está de novo controlado.
Cai porque ia em esforço, como habitualmente, pesada e trôpega. Mal conseguia levantar os pés. Mas dali a pouco parece que a coisa começou a melhorar. Caminhos sem saída, ladeados e salpicados pelo mar e com o farol a marcar o retorno obrigatório, parece que me entusiasmaram, e acabei por me sentir bem durante praticamente toda a segunda metade do treino.
O que restou: Uma sessão longa realizada, um corpo dorido e uma mão intensamente dorida, umas nódoas negras e umas arranhadelas. Nada de especial portanto com excepção do treino que me devolveu algum optimismo e confiança.
Amanhã, outro dia para treinar.
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1 comentário:
Muito obrigada pelo teu comentário e já agora pela "miúda". É claro que sabe sempre bem!
Já agora como consegues adicionar links ao teu blog, de por exemplo, blogs favoritos, como tens no teu blog? E já agora como fazer para os comentários ficarem expostos?
Qdo tiveres tempo, logo me respondes, ok? Desculpa aproveitar-me assim dos teus conhecimentos.
Obrigada e até breve. Boas passadas!
Lénia
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