Sábado, 12 de Agosto de 2006
Sem encontrar resposta lógica, interrogo-me sobre o que faço nesta terra, nesta rua.
Andei. Sem saber ou querer, parei o carro na "Rua da Teimosa" e sozinha acabo de me equipar e vou pela estrada fora, agora a pé e em passo de corrida.
De ambos os lados gado. Bovino, ovino e cavalar. Na estrada os automóveis mais rápidos do que seria de desejar, e na berma, sempre correndo de frente para o trânsito, vou eu num piso acidentado alternando terra batida, areia e pedras, e ainda algum asfalto.
Estou decepcionada. Depois de 4 treinos em 7 dias, estou absolutamente na mesma! Ate parece que estou pior. É verdade que estava muito calor ainda, apesar da hora avançada da tarde, mas o piso era plano, não havia subidas nem dificuldades de maior! Fiz 16 minutos e retorno, pelo que totalizei 32 m de corrida contínua, em absoluto esforço apesar da lentidão.
Estava bem hidratada (bebo água em grande abundância repartida ao longo das 24 horas do dia), e se é verdade que não me lembro de ter almoçado na forma como 95% dos portugueses interpretam o almoço, e se comi a meio do dia um bom pão rico em diversas sementes, queijo fresco e fruta fresca, essa situação em mim é usual, pelo que não vejo nada que justifique tal cansaço no treino. Dificuldade em respirar, extrema e disparatadamente ofegante tendo em conta o ritmo, um peso no corpo, falta geral de energia. Que se passa comigo?
Mas há outra coisa: um pensamento constante esteve comigo durante o curto treino:
"Que faço eu aqui nesta terra de estranhos, sozinha a correr, apenas com o meu amor? " - O próprio, entenda-se, que apesar de ténue e frágil é ainda o único que me acompanha para além do da minha família.
Estou inscrita para a Maratona do Porto, mas ainda vejo a minha participação extremamente comprometida. Sinceramente, penso que não vou conseguir. Uma razaõ aponto para isso: o prazer de correr que eu tinha? O meu amor pela Corrida onde está? Alguém o viu passar, ou fugiu de mim e encostou-se aí num lugar qualquer ?
Se alguém tiver dele qualquer informação agradeço imenso que me contacte. Procuro-o incessantemente mesmo sem ter a certeza se vale a pena voltar a encontrá-lo. Temo que nada seja igual. Houve demasiadas agressões, estragou-se qualquer coisa, que eu busco em vão agora.
Como ele é? Daquilo que me recordo, ele era grande, belo, contagiante, singular, fazia-me sentir como ninguém... Dava-me vontade de sorrir, de lutar, de viver. E ultimamente...tenho sorrido pouco...
1 comentário:
Miúda, não páres nunca de sorrir... nem de correr...
Muitos :-) plenos como tu!
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