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quarta-feira, 2 de agosto de 2006

3ª feira, 1 de Agosto de 2006

O comboio partiu e eu fiquei no extremo da linha. Onde as pessoas chegam e de onde as pessoas partem. Quase todas com um rumo.

Encruzilhadas de linhas à minha frente misturam-se e baralham-me o olhar e o pensamento.

O Porto é além. O comboio partiu. Há outras e muitas maneiras de lá chegar. Mas cada dia que passa torna o caminho mais penoso.

Deverei ficar? Ou seguir a linha? Mas que linha? Ao comboio já lhe perdi o rasto e neste emaranhado não consigo perceber que linha hei-de seguir.

5 comentários:

Zen disse...

Embarca sem pensar no destino, sem tu saberes ele levar-te-á aquele que afinal sempre desejaste.

Acabei de ler a tua crónica do Mundo da Corrida ( Serra da Freita), leio estas aqui no teu blog e digo-te que: se a tua ausência foi para regressares com esta "força" criativa, então vai de vez em quando... mas regressa sempre, ok?!

Fica bem

Zé Neves

Zen disse...

... ele o "tal" comboio, claro está.

Felicidades

Maria Sem Frio Nem Casa disse...

Obrigada.
Sorrio, e sigo em frente sim!

Anónimo disse...

Sua alma é linda e incrivelmente asseada aos rumores dos obstáculos recorrentes..

Aires Montenegro disse...

PARTIDA


O comboio.
Os amantes.
A lágrima.
O tempo em gota de água.

Quando caminhares na rua sem outra sombra a acompanhar-te
Quando chegares ao fim do dia com a voz cansada solitária
Quando subires as escadas sem o contraponto de outros passos
Quando for só a tua chave a abrir a porta
Quando só a tua sombra manchar o chão da sala
Quando a tua voz se fizer voz só no eco das paredes
Quando a noite chegar e não sorrir o teu cansaço
Quando a tua nudez desaparecer por falta de olhos que a desejem
Quando a cinza cobrir a tua boca e não tiveres razão já para falar
Quando as fadas da noite fugirem na insónia dos teus sonhos


O comboio partirá de vez.