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domingo, 11 de junho de 2006



Domingo, 11 de Junho de 2006

Grande Prémio de Atletismo S. Vicente de Fora - LISBOA

Não é todos os dias que se anda a aquecer à volta do Panteão Nacional.

Exactamente essa obra magnífica que se pode considerar a 1ª Igreja Barroca em Portugal, com origem em 1568, sendo depois roubada e destruída e nada tenha sobrado dessa igreja original, mas o projecto como conhecemos hoje data de 1683 e é da responsabilidade do arquitecto João Antunes, que à data da sua morte, viu ainda a sua obra idealizada muito longe de estar acabada, passando por várias mãos e retrocessos dos quais destaco o Terramoto até ser finalmente acabada já em meados do séc. XX, tendo sido respeitado no entanto o traço original do projecto, assistiu hoje pela 12ª vez à prova de Atletismo organizada pela Junta de Freguesia de S.Vicente de Fora.

Lisboa, essa mulher que se nos oferece com toda a sua beleza e onde todos os dias penetramos e saímos sem reparar na sua beleza!

Alfama enfeitada para o StºAntónio já amanhã à noite. Hoje palmilhamos as ruelas vazias mais coloridas pelos enfeites em papel. Stº António e as sardinhas assadas vendidas a preço de ouro aguardam-nos amanhã.

Hoje correu-se por ali. Uma prova de Atletismo que se faz há doze anos e que a organização nos indica, grata com a nossa presença, que a meta se situa entre a tampa de esgoto na estrada e o candeeiro. Este ano não houve dinheiro para uma lata de tinta, desculpa-se quase envergonhado um elemento da organização.

Sorrio. Nós sabemos que estas realidades existem, até em Lisboa e não apenas na aldeia penalizada pelo isolamento lá para Trás os Montes! Mas por vezes esquecemo-nos... Hoje fui recordada.

O percurso, para além do carro da organização que ia à frente, era explicado pessoalmente antes de cada partida. Uma volta pequena mais uma volta grande obrigaram-nos a subir e descer de forma bem violenta. O piso em paralelepípedos extremamente polidos e irregulares não ajudaram em nada. A distância entre 3 a 4 km foi o que nos safou.

Vários escalões, policiamento, ambulância, água em abundância e balneários à disposição dos atletas no final da prova.

Partidas dadas em separado pelo que se destaca a monstruosa diferença do números de participantes da prova principal (Seniores) e dos mais jovens, em relação à prova dos/as veteranos/as. Um problema que não é novo mas que tarda em solucionar-se.

Taças e troféus em quantidade e qualidade para distribuir pelos vários escalões. A distribuição dos mesmos foi feita com despacho e sem problemas. Um dos elementos da organização, enquanto distribuía os prémios sustinha entre os lábios de forma natural uma beata. Sinceramente não sei se mais alguém achou aquilo absolutamente fora do contexto, ou se teria sido só eu…

Reparei que os poucos atletas presentes eram diferentes do usual. As roupas, o calçado, o modo de falar, de gesticular, até as características físicas denunciavam um estrato social baixo. São na sua maioria moradores da freguesia.

Para mim, que já não sou nova nestas coisas, foi uma experiência absolutamente nova. Lisboa capital de Portugal e o Atletismo… Uma visão do que existe.

2 comentários:

José Duarte disse...

Ana,

Também conheço essa realidade. Se tiveres fotos e classificações, talvez se consiga encaixar na AMMA do próximo mês.
Boas corridas

Maria Sem Frio Nem Casa disse...

Olá Zé. Obrigada pelo registo, visita e comentário.

Claro que já enviei p/ o Carlos, com mais fotos. Pode ser que se aproveite alguma coisa.

Boas corridas também par ti.