Definitivamente, sou uma gaja com sorte. Com muita sorte.
Como o bom portuguesinho que quando o vizinho parte uma perna lhe diz que tem sorte pois poderiam ter sido as duas, eu, quando poderia ter partido a bacia, as costelas, o pescoço, a clavícula, os dois pés, as várias costelas (quantas são?), os dois braços, as duas pernas, as duas mãos, os dois pulsos e ainda o crânio, só para mencionar algumas zonas sujeitas a fractura, limitou-se a sorte a reservar-me apenas uma perna, como se centopeia eu fosse e me sobrassem noventa e nove intactas e inabaláveis, pelo que mais sortuda não me podia sentir.
E de facto assim é. E para além dos insignificantes estragos que a vida sempre teima em fazer, tenho ainda a sorte (mais sorte ainda…) de ter quem me coloque almofadas atrás das costas, me ajude a sentar na cama, me traga sopa e fruta que me mata a fome, me aconchega a barriga e o coração.
Portanto, se de casa saí hoje devagar e a chorar, logo entro a gargalhar e a pular.
Ainda mais depois de passar mais de uma hora numa fila de trânsito e a minha carrinha a namorar o tempo todo com um Volvo preto lindo. Ela acabadinha de lavar, clarinha, cheirosa e vistosa. Ele, imponente, preto reluzente como garanhão à solta num prado verde, lindo! Nós numa fila, eles numa outra fila ao nosso lado. Ora avançamos nós. Ora avançam eles. E os gajos a namorarem-se! Olhinhos para cá, olhinhos para lá, pelos espelhos laterais, ou descaradamente lado a lado. Avançamos, deixamos avançar, devagar, deixai-o ir, observamos nós, e avançamos nós agora, deslizando por ele e parando uns metros à frente, aguardando desejosas.
Um autêntico namoro! Quer dizer, pelo menos passaram quase uma hora a “morderem-se” um ao outro. Estivemos quase para lhe dar um “beijinho” propositado, mas ao de leve! Queríamos apenas estabelecer contacto, nada de violento, mas a última conta na enfermaria desta menina, não nos permite mais arranjos e consertos este ano, e não nos pudemos dar ao luxo de tornar esse saboroso devaneio em algo mais palpável.
Assim, quando o trânsito se descongestionou, quase já noite sobre o Tejo, arrancamos a toda a velocidade (pelo menos nós arrancamos, deixando-os para trás e nunca mais os vimos). Cada um em direcção à sua vida. A uma vida qualquer.
E na minha vida de ontem e de hoje, não houve (não houve mesmo!) espaço para treinar. E porque nem só de corrida vive a mulher, adianto já que até ao final de semana vai ser muito complicado treinar, mas descansem os meus amigos: esta recta final de final de época de inúmeras e diversas actividades não compromete de forma alguma o conteúdo da minha última mensagem.
Como o bom portuguesinho que quando o vizinho parte uma perna lhe diz que tem sorte pois poderiam ter sido as duas, eu, quando poderia ter partido a bacia, as costelas, o pescoço, a clavícula, os dois pés, as várias costelas (quantas são?), os dois braços, as duas pernas, as duas mãos, os dois pulsos e ainda o crânio, só para mencionar algumas zonas sujeitas a fractura, limitou-se a sorte a reservar-me apenas uma perna, como se centopeia eu fosse e me sobrassem noventa e nove intactas e inabaláveis, pelo que mais sortuda não me podia sentir.
E de facto assim é. E para além dos insignificantes estragos que a vida sempre teima em fazer, tenho ainda a sorte (mais sorte ainda…) de ter quem me coloque almofadas atrás das costas, me ajude a sentar na cama, me traga sopa e fruta que me mata a fome, me aconchega a barriga e o coração.
Portanto, se de casa saí hoje devagar e a chorar, logo entro a gargalhar e a pular.
Ainda mais depois de passar mais de uma hora numa fila de trânsito e a minha carrinha a namorar o tempo todo com um Volvo preto lindo. Ela acabadinha de lavar, clarinha, cheirosa e vistosa. Ele, imponente, preto reluzente como garanhão à solta num prado verde, lindo! Nós numa fila, eles numa outra fila ao nosso lado. Ora avançamos nós. Ora avançam eles. E os gajos a namorarem-se! Olhinhos para cá, olhinhos para lá, pelos espelhos laterais, ou descaradamente lado a lado. Avançamos, deixamos avançar, devagar, deixai-o ir, observamos nós, e avançamos nós agora, deslizando por ele e parando uns metros à frente, aguardando desejosas.
Um autêntico namoro! Quer dizer, pelo menos passaram quase uma hora a “morderem-se” um ao outro. Estivemos quase para lhe dar um “beijinho” propositado, mas ao de leve! Queríamos apenas estabelecer contacto, nada de violento, mas a última conta na enfermaria desta menina, não nos permite mais arranjos e consertos este ano, e não nos pudemos dar ao luxo de tornar esse saboroso devaneio em algo mais palpável.
Assim, quando o trânsito se descongestionou, quase já noite sobre o Tejo, arrancamos a toda a velocidade (pelo menos nós arrancamos, deixando-os para trás e nunca mais os vimos). Cada um em direcção à sua vida. A uma vida qualquer.
E na minha vida de ontem e de hoje, não houve (não houve mesmo!) espaço para treinar. E porque nem só de corrida vive a mulher, adianto já que até ao final de semana vai ser muito complicado treinar, mas descansem os meus amigos: esta recta final de final de época de inúmeras e diversas actividades não compromete de forma alguma o conteúdo da minha última mensagem.
1 comentário:
Amiga, amiga...
Faz tempo que não venho te visitar... desculpe o sumiço.. Mas não pense que esqueci de ti.... E saiba, que mesmo do outro lado, estou torcendo por seus objetivos e conquitas!!!
E que venha a Maratona né?
Tá chegando!
Super beijo carinhoso!
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