Não houve cigarros para descontrair, nem ganzas ou outras drogas. Apenas elas. Com a suficiente e gratificante excitação de quem ia ter (ou não) a possibilidade de ver os ídolos, ali, ao vivo e de perto, em ambiente calmo, longe dos palcos, dos concertos e da fama. Ali, na terra deles, como se fossem pessoas normais, iguais a elas.
Falaram, riram, comeram o lanche trazido de casa, confidenciaram segredos que eram já poucos entre elas e aguardaram sem arredar pé.
Por fim avistaram-no. Um deles. O principal para ela, o mais admirado, amado e idolatrado. Deus em terra, ídolo de carne e osso a poucos metros delas. Não sabiam o que iria acontecer. Abordaram-no, foram bem recebidas com simpatia e à vontade e subiram ao estúdio. Homem feito e duas miúdas de catorze anos num andar fechado de uma torre alta a ver o mar. Perigo eminente, ingenuidade e aventura, deleite emocional (sabem o que é ter 14 anos, ter um ídolo e estar a 1 metro dele a conversar como pessoas normais?) O rapaz, já homem feito, era mesmo um Homem na altura e portou-se como tal. Conversou, tocou viola e cantou para elas uma breve melodia, mostrou-lhes fotos, falou disto e daquilo à pressa e por fim convidou-as a despedirem-se pois tinha de ir a qualquer lado.
Alguém imagina como aquelas miúdas saíram dali?!
Muito para além do vulgar "nas nuvens". Muito para além do "felizes e extasiadas". Muito para além do que quaisquer palavras que hoje consiga encontrar possam descrever.
Aquele dia ficou gravado para sempre naquelas miúdas. A partilha da espera ansiosa, a partilha do momento mais íntimo com o ídolo. Partilha gravada na pele e na alma destas miúdas, Pelo menos nesta. Gravada até hoje de forma inabalável e preciosa.
E hoje, quase trinta anos depois vai ouvi-los de novo. Ao vivo. Em ambiente intimista. Acompanhada do seu homem, entre copos de cerveja e fumo de cigarro, quase trinta anos depois, de brilho nos olhos, constata que está tudo lá! Lá! Vivo! Dentro dela a fazê-la viajar, sentir e viver! Viver melhor esta única vida que ela tem.
Obrigada António Manuel Ribeiro por continuares a manter bem vivo o som e a mensagem UHF, e por continuares a nos proporcionar magníficas Noites Lisboetas como esta que foi a de 27 de Setembro de 2012 no Teatro do Bairro.
Desculpem a qualidade ou antes a falta dela, mas bom bom bom mesmo, foi estar lá!
4 comentários:
Imagino como deve ter sido bom, eu também já tive a oportunidade de assistir a concertos dos meus ídolos ;)
Beijinhos e bom fim-de-semana :D
Bonito. Uma história muito parecida, no masculino também por cá anda.
Saudações musicais
Paulo Inácio
Estou a ver que eram mesmo fãs. :D
Acompanhar aos ídolos, é uma sensação sem igual. Muito lindo o post.
Beijos
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