Isto é Lisboa, capital de Portugal
Cidade de riqueza e miséria. De elitismos e de bairrismos onde o popular domina. Santo António é padroeiro da cidade e as festas populares estão aí. A juntar-se a elas neste mês dos santos populares e das festas e das sardinhas assadas, esteve na sua 2ª edição, a Corrida de Santo António. Com organização da HMS Sports Consulting, Lda. em parceria com a EGEAC – Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural e a Câmara Municipal de Lisboa, a Corrida de Santo António, a par da 1ª edição demonstrou uma engrenagem gigantesca e profissional que sabe o que faz e pôs cerca de 2500 pessoas a correr e a caminhar com a satisfação da maioria delas. Cumprindo os pontos básicos para uma corrida de sucesso, tendo certamente para isso todas as condições necessárias reunidas, pontos base esses como o são uma boa divulgação e promoção, um custo de EUR 8,00 (no prazo em que a inscrição é mais barata), facilidade de inscrição, trânsito plenamente cortado, uma cidade à disposição com percurso plano e agradável, perfeitamente delineado e assinalado, controlo por chip, prémios de agrado geral (t-shirt e manjerico - símbolo das festas populares da cidade), 2 pontos de abastecimento, para além da água e bebida isotónica no final, um diploma personalizado disponibilizado no site da organização, muita animação, boa e bem organizada entrega de dorsais, apoio médico da Cruz Vermelha e temos praticamente tudo para a prova ter sucesso. E teve! Apesar dos prémios por classificação (Troféus) serem apenas para os 3 primeiros homens e para as 3 primeiras mulheres, independentemente do escalão. Mas o atleta de pelotão, as massas que são chamadas para a Corrida que assim ganha novos adeptos, não é isso que procuram. Procuram o que a Corrida de Santo António dá. E por isso encheram o Rossio e as ruas de Lisboa. E certamente muitos voltarão para 2013, ano em que se deseja se realize a 3ª edição da Corrida de Santo António. A todos os que proporcionaram a troco de oito euros, neste fim de tarde de Sábado, uma Corrida muito agradável e com excelentes condições a 2500 participantes, os meus parabéns!
A minha Corrida de Santo António
Sinto-me uma privilegiada e uma palerma. Uma palerma que corre e insiste em continuar a correr, mesmo cansada ou gorda ou desanimada, devagar devagarinho, apenas pelo que a Corrida lhe dá secreta e espalhafatosamente, e escreve num blogue há mais de seis anos, sobre Corrida e sobre ela própria, indissociável uma da outra, com o desejo pouco secreto de ser útil a alguém, de que o seu escrever sirva para alguma coisa e para mais alguém para além dela própria.
E se há quem a leia há 6 anos, há quem tenha desistido pelo caminho, mas também surgem novos leitores que a fazem continuar. Que a fazem pensar que vale a pena continuar. A correr e a escrever. E a Inês e a Pizza são 2 exemplos. Hoje correu com elas e adorou. Uma nova geração a aderir à Corrida. A amar correr, a fazer da Corrida este meio de ganhar e melhorar a qualidade de vida, em busca de satisfação e de uma vida saudável. E ela, pateticamente sente-se a fazer a ponte entre os "velhos" companheiros de corrida, e uma nova geração que adere à Corrida. E acredita que tem uma ínfima influência. Mas mesmo ínfima que seja, ela sente que vale a pena! E por isso continua.
Corremos as 3 juntas a prova toda. Fizemos os 9,980 Km em 58m53s, numa média de 5:54 / Km. Conversámos. A Pizza (em crescente e espectacular evolução) a puxar para a frente, a Inês a baixar de ritmo de quando em quando e eu atenta no meio delas e a "mantê-las juntas". Os ritmos não seriam muito diferentes se fossemos cada uma por si, mas tenho a certeza que a prova teria sido muito diferente para cada uma de nós, se assim fosse. Assim, juntas...foi espectacular!
Se a minha perna doeu? Ai pois claro que doeu! E depois? Tudo na balança, dor e prazer, ganhou o prazer indiscutivelmente e por isso é continuar.
Aqui, a minha, e que foi "a nossa" prova, e algumas imagens:
Com o meu pai |
Com os homens da AMMA, Carlos Viana Rodrigues e José Gaspar, seus criadores e mentores, e o meu pai à esquerda, fiel colaborador no que à Fotografia diz respeito - sem eles (e outros colaboradores) a Corrida estaria muito mais pobre e menos colorida |
Com as meninas, Inês e Pizza, a nova geração recém chegada mas já claramente apaixonada pela Corrida, e por quem tive o prazer de ser acompanhada nestes 10 Km de prova, em conversas interessantes intercaladas com o silêncio, onde cada mundo se fechava por momentos, para logo de seguida se abrir e partilhar numa espectacular hora de convívio. |
Na Praça do Comércio |
Já no Rossio, a escassos metros da linha da Meta |
E no fim, já meta cortada e já com o tradicional e popular manjerico na mão, a casualidade juntou-me à velha geração, aqui com Henriqueta Solipa e José Lopes |
10 comentários:
Adorei o relato Ana! :) :)
Obrigada por ter vindo connosco!
E amanhã é feriado, não te esqueças das fatias douradas!:D
Beijinhos
Que inveja!!
No bom sentido claro, tive que ir para outras paragens...
Que lindo o texto como sempre, que lindas coisas dizes...que lindas fotos e que bem se portaram as meninas mas!!! que feia a menina mais velha que ainda não foi ver o que se passa com a sua perninha!.. Ai! Ai!
O Ana a sério, não queremos que tenhas que ficar parada meses se isso for mais além!
Vai lá ver isso por favor.
beijinho
Olá Ana;
Isso foi mesmo em ritmo de festa, com o mangerico na mão!!!
Muito bem.....continua!
Abraço
dos Xavier's
Sim Ana continua a valer a pena vir aqui espreitar!
Beijinho
delícia!
dá vontade de sair correndo, com alguns bons amigos, a tagarelar, a ver as cores do dia passarem também correndo!
correr é vida!
vida plena!
quando corro, me sinto mais, inteira, atiçada, com os sentimentos do mundo a transbordar, abundantes como meu próprio suor!
parabéns, meninas!
fizeram uma linda, e colorida, festa pelas ruas!
Olá Ana
Gostei muito do texto como é habitual.
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Só não gostei da legenda da foto onde estou, dizendo "velha geração"
eu que estou agora a rejuvenescer para a corrida :):):):)
Bjs
J.Lopes
Ana
Só uma correção, o padroeiro de Lisboa é S. Vicente e não Santo António. O S. Vicente anda muito esquecido e é no que dá.
:)
Gostei de te ver, assim como ao amigo Melro teu pai.
Uma prova na capital com sangria e manjerico no final (para além da "bejéca") fizeram de sábado um dia muito bonito e (con)corrido, com todos nós a fazermos a festa em louvor desse santo namoradeiro e casamenteiro.
Hajam provas assim que estaremos lá não para prémios (os prémios são para quem corre por eles), mas para conviver que disso é que nós gostamos.
Tudo de bom!
Querida Ana,
Nunca deixarei de vir espreitar o teu Diário, por isso, faz favor de continuar a escrever, e a correr, como tu bem sabes fazer, sempre com esse espirito e essa garra que esconde uma alma frágil e sensivel. Admiro a tua força e a tua vontade de ir sempre mais além, nunca desistir da vida e das coisas que te fazem sentir Viva. Continua assim, Ana! Beijinhos :)
Sandra Silva
Eu gostei muito desta prova, acho que tinha ambiente de festa! :) E, tendo em conta a afluência, acho que estava muito bem organizada.
Bjos!
conheço um senhor dos seus quarentas e picos que diz exatamente o mesmo. não há gente nova a correr, por isso nas maratonas e nas meias parece que só se veem 'cotas'. eu comecei a correr há pouco tempo e nunca pensei 'apaixonar-me' desta maneira por este desporto que exige muito mas que me permiti sentir viva. é assim que me sinto quando corro. pelo que li de ti, és uma inspiração :) beijinho
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