O aquecimento com a animadora: ginástica ao ritmo da música, ao qual curiosamente só aderiram mulheres... |
A entrega dos dorsais |
Eu no meu aquecimento |
O meu pai a aguardar que os atletas alinhassem para a Partida |
A Partida |
A extensão da prova |
Lá ao fundo, a Ponte Vasco da Gama, a qual alcançamos passando por baixo dela pouco antes do retorno, e muito lá ao fundo, a Ponte 25 de Abril e o Cristo Rei, Lisboa e Almada |
A minha chegada |
A chegada do meu amigo Pinho |
O estado dos ténis e das pernas, no fim da prova, cheios de areia e água do rio |
Os alongamentos |
A animadora sempre a dinamizar a manhã, pedindo opiniões a todos e mais alguns |
Por fim, ainda fui fazer o outro gosto que tenho: fotografar! |
O pódio, original, de baixíssimo custo e funcional, aqui com as meninas |
O meu pai, com um elemento da Organização |
Um dos prémios de participação: o Sal que dá o nome à Prova, para além da t-shirt |
A Meta |
1ª Prova do Sal
Quando infelizmente se extinguem provas alegadamente por falta de verbas, apoios e meios, nasce e surge a Prova do Sal. Inovadora, fresca e molhada, a 1ª Prova do Sal, sob a organização da Associação Alcochete Aktivo, com o apoio da Câmara Municipal de Alcochete, Junta de Freguesia de Alcochete, Junta de Freguesia do Samouco, Águas Vimeiro, Salinas do Samouco e Lebres do Sado, decorreu na manhã de 17 de Junho de 2012,em Alcochete, na margem esquerda do Rio Tejo, na linha da água do rio, bem junto a este, em piso de areia molhada e por vezes pedras e algas.
Com um blogue de apoio, toda a informação necessária foi divulgada com dinamismo, onde se facilitava a inscrição (de custo EUR 8,00), e onde as classificações foram prontamente divulgadas após a prova.
A prova, com um número limite de 200 participantes, acabou por ter cerca de centena e meia de atletas chegados à meta, número que não se aconselha ultrapassar muito mais, pois o retorno pode-se tornar complicado com os primeiros atletas a cruzarem-se com os outros.
A distância da prova (cerca de 8,950 Km) ficou bastante aquém da anunciada (10 Km).
A entrega de dorsais foi perfeitamente regular, e a animação no local da Partida era patente. A Praia dos Moinhos foi o palco da partida (e também da Meta), que foi dada a horas por uma simples mas funcional fita. O piso era areia molhada, com muitas conchas mortas e vazias, e muitos caranguejos vivos e irrequietos. Algumas pedras mais à frente, zonas com muitas algas e piso bastante molhado, mas sempre a areia molhada e plana a permitir-nos avançar com ritmo, assim o tivéssemos. O retorno faz-se já depois de se passar por baixo da Ponte Vasco da Gama. Abastecimento de água, e uma muito original e feliz ideia: a fita de controlo que era um colar com uma conchinha enfiada, mas infelizmente e encantadoramente a muitos atletas foi dito que não valia a pena levarem e para seguirem, porque as fitas se embaraçaram umas nas outras de tal forma que não se conseguiam separar e retirar uma que fosse...Foi pena pois seria uma bela recordação que muitos atletas não tiveram.
Alguns membros da organização pelo percurso, alguns transeuntes e está-se de novo na Praia dos Moinhos, onde se corta a Meta, delineada por dois corta ventos enterrados na areia e grades. Somos gentilmente recebidos, e recebemos água e Sal, e temos à disposição laranja e banana, não esquecendo a t-shirt de algodão que já nos tinha sido entregue aquando da entrega do dorsal.
Há balneários à disposição e os prémios por classificação: Flor de Sal para os 3 primeiros de cada escalão, são entregues no local, com relativa rapidez e dinamismo.
A prova, que correu bem, mostra um empenho invulgar, meritório dos mais sinceros aplausos, sendo no entanto um evento a raiar o familiar, mas também talvez precisamente por isso, se detectar um carinho especial com que os atletas são tratados.
Uma prova nova, que se deseja tenha nascido para ficar.
Vencedores na classificação geral:
Masculinos: 1º lugar - Paulo Marques do Clube Praças da Armada com 00:32:30
Femininos: 1º lugar Verónica Correia - Individual, com 00:40:07
Ana Pereira
Fotos da 1ª prova do Sal na AMMA - Atletismo Magazine Modalidades Amadoras
A minha prova
O Rio Tejo, a Margem Sul, Lisboa na outra margem, a água do rio a molhar-me os pés e os caranguejos a atravessarem-se à minha frente. Uma temperatura amena, um céu cinzento, com um sol a aparecer mais para o final. Os pés a enterrarem-se na areia molhada em cada passada, eu e a água, o rio, os amigos que correm comigo, os que ficam "em terra" e ainda assim estão comigo. Nunca tinha estado tão perto do Tejo, tão dentro do Tejo nem o Tejo tão dentro de mim. Perguntem aos meus ténis se não foi assim, seria esta uma oportunidade para me despedir deles...
Sinto-me bem de cabeça e alma, mas o corpo está desconfortável, experimenta a lembrança de correr depois de uma semana parada, e doí-me a perna. Tenho duas. Uma doí, a outra não. Aguento. Corro com a direita e apenas transporto a esquerda. Sorrio e finjo que vou bem também fisicamente mas é mentira. Eu, o Pinho, o Sousa e um companheiro de circunstância (que acabou por ficar comigo até à meta). O Pinho também não está bem. Mas aguenta, como eu. Seguimos juntos, grande parte do percurso em fila indiana. Um escolhe o melhor caminho (areia mais firme) e os outros seguem-no. Por mais que uma vez ia ficando com os ténis presos no areal a parecer lodo. Mas o cheiro a maresia é constante e dá-nos ânimo. No retorno, verifico logo que a prova não ia ter os 10 Km e parece que me sinto com mais força. Bebo água e avanço agora com mais energia. E lamento não ter tido o colar com a conchinha... pois estavam todos emaranhados e presos uns nos outros... Mas sorrio diante das palavras e dos gestos da rapariga a desculpar-se atrapalhada ... Acontece, penso. E logo sigo. Mas fico com alguma pena de não ter sido presenteada com o dito colar, assim fiquei "apenas" com a vivência e essa, é, no meu ponto de vista, o mais importante dos "prémios". Sigo. O Sousa acompanha-se com toda a facilidade e até puxa por mim, o nosso novo companheiro segue-nos de perto, mas o Pinho ficou para trás. Como na Vida, na Corrida também abandonámos e somos abandonados. Tal e qual como na Vida. E tal e qual como na Vida, é perfeitamente compreensível e acabámos por nos reencontrar no final num abraço fraterno depois de cada ter percorrido o seu caminho ao seu ritmo e é mesmo assim que tem de ser. Às vezes acompanhamos e somos acompanhados, outras vezes temos mesmo de seguir o nosso caminho sozinhos. Mas eu acabo por acusar o esforço do "arranque" e quebro. Ainda passo uma atleta, mas já vou em dificuldades. O Sousa continua para a frente e já só o vejo a muitas dezenas de metros de mim. E sigo junto com o companheiro de hoje. Acabámos juntos e agradecemos a companhia casual, sem por isso deixar de ter sido importante e fundamental para o desenrolar da prova. Tudo é importante e tudo faz a diferença. Por fim a Meta instalada na areia seca que custa a enfrentar nestes últimos passos. Mas corto a meta! A correr! Os meus fotógrafos, os rostos conhecidos de amigos, dão-me água e um saco de sal, tenho fruta à disposição e saio dali feliz e contente, por ter adicionado mais um pouco de sal à minha vida. Obrigada Prova do Sal. Para o ano quero de novo te provar!
Maria Sem Frio Nem Casa
11 comentários:
Gostei muito de ler sobre a tua corrida, e todas as tuas palavras reflectem a paixão intensa que tens por correr. Eu não sou uma fã das corridas, mas sei perfeitamente o que é sermos verdadeiramente apaixonados pelos nossos hobbies :) Por isso entendo na perfeição como te sentes :)
Adorei as fotos :)
Beijinhos, boa semana e bom descanso :)
Muitos parabéns pelo relato apaixonante da 1ª Prova do Sal. Fiz parte da organização e senti que falhamos em muitos aspectos, essencialmente devido à inexperiência. Contudo, houve um facto que para mim foi marcante e me deu ânimo para não desistir deste projecto mas antes lutar para conseguir melhorar em 2013. Foi sem dúvida a expressão facial dos atletas que iam chegando. Ver as faces sorridentes de satisfação fez toda a diferença e recompensou-me por todo o trabalho que tive.
Não tive oportunidade de dar a atenção que queria a todos os atletas, fiquei triste comigo próprio, pois são pessoas muito especiais com quem me cruzo nas muitas provas que decorrem ao longo do ano. O tempo passa demasiado depressa e vivemos o mesmo de forma demasiado intensa. Por isso gosto de correr, parece que o tempo pára e consigo abstrair-me dos problemas do dia-a-dia, focando apenas naquele momento e no ambiente que me rodeia.
Mais uma vez, muito obrigado pela simpatia.
Será um primeiro ensaio para Óbidos? Quase metade dessa prova é feita em Dunas e Praia, existindo ainda mais algum tempo para mais retoques. Era uma boa experiência. Bjs.
Realmente as mulheres são o máximo! :)
E essa prova pareceu-me interessante e conheço bem essa zona. Pena não saber destas coisas com mais antecedência...
Vê-se que, apesar das dores, gostaste bastante e acredito que tenha sido uma boa experiência.
Beijinhos**
Cada vez me dizem mais essas provas familiares e menos as mega provas!
Vamos ver se a conjuntura me deixa alinhar na prova para o ano.
As melhoras da perna.
Beijinho.
bolas, correr na areia não deve ser fácil...
Boa Ana!
Parabéns! E estás melhor?
Pensei inscrever-me....
Que pena não ter podido ir... a minha filha fazia anos e havia almoço! Ficava longe...
Espero para o ano poder fazer-te companhia e com a descrição tão bonita que fazes ainda mais vontade dá de ir.
Beijinho
Oláa Ana.
Muito obrigado pela crónica interessante e real ainda com cheiro a maresia daquele areal, água e vento que nos fazem voar com a ajuda dos tais "tapa ventos" que são na realidade Asas para a pratica de Kitesurf,a modalidade "culpada"que nos faz sonhar cada vez mais no encalço dos nossos objectivos enquanto Associação.
Gostaria de a convidar para visitar www.alcocheteaktivo.pt ou no faceboook "AlcocheteAktivo" e entender esta corrente de gente que desenvolve projectos para pessoas menos jovens e individúos portadores de deficiência na modalidade de kitesurf e kitebuggy.
Mais uma vez obrigado pela simpatia com que brindou a organização. Muito boa recuperação e esperamos para o ano voltar a vê-la em Alcochete.
Excelente percurso! Parabéns Ana. Beijinhos
Ana, eu bem queria participar de uma prova assim...
eu corri contigo, e te acompanhei com tanto desejo de também afundar meus pés na areia molhada, que por alguns instantes senti a dádiva de ter um rio em mim!
gosto muito dessas provas pequenas... de estrutura pequena, com poucas pessoas... têm um ar intimista que me encanta!
parabéns pelo teu desafio!
e por este relato que é um presente!
que ideia linda a do colar com a concha... que pena que não foi possível pegar um para guardar de lembrança... mas achei de uma delicadeza e de um carinho imensos alguém ter pensado em algo assim!
um grande abraço!
Olá Ana,companheira de circunstância (des)conhecida durante praticamente toda a prova, com os outros dois colegas.
O vosso apoio e solidariedade mútua foi fonte de energia, bem como, nos últimos km's do regresso a tua camaradagem foi muito importante. Apenas o Tejo falava connosco mas partilhávamos os dois o objectivo de chegar à meta e colocar mais uma conquista no nosso ego.
Não creio que para primeira organização as coisas tenham corrido mal, apesar de efectivamente as lições aprendidas deverem servir para rapidamente colocar esta prova na lista de favoritas. Para isto terão que repensar e organizar melhor o "ida e volta", de qualquer forma, sugiro que não transformem esta corrida em competição, mas sim em pura diversão.
Foi pena os "colares" efectivamente e espero que as garrafas de água que tivémos que deitar fora após o abastecimento tenham sido totalmente recolhidas. Aí sim, sentir-me-ia defraudado se a organização estivesse estado menos bem (não foi o caso, acredito).
Pela paixão pela corrida que muitos e cada vez mais Portugueses partilhamos (o meu objectivo a curto prazo é uma meia, e, quem sabe daqui a um ano, gostava de poder fazer uma maratona!), vamos encontrar-nos em próximos eventos.
Give me five!
Abraço
Luís Rosa
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