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terça-feira, 5 de outubro de 2010

A minha Corrida de Sesimbra 2010

Quem me costuma ler, sabe que há uns dias que nada aqui escrevia. Antes de Sesimbra. Até houve quem se "preocupasse" com a ausência - por não me conhecer o suficiente, por certo - obrigada Ana.

Não escrevi não porque nada houvesse a contar. Treinos, ginásio, bicicleta (sem cair), festas, praia, almoços e jantares, passeios, peso e balança, cães e crianças, dietas e excessos, comida e bebida, farras e velórios, trabalho e ócio. Gostos e desgostos. Dores do próprio e alheias. Vida e Morte, que enquanto a última não for a nossa, fará sempre parte quer queiramos quer não, da primeira, da nossa Vida. Porque houve, houve isso tudo e muito mais. No entanto, sem público. Sem divulgação ou agitação, a provocar o que quer que seja no âmago do ser humano, onde habitam as mais nobres mas também as mais ignóbeis das emoções e sentimentos conhecidas e desconhecidas. Assim estive. Só a viver. Simplesmente, a viver. Nestes dias sem necessidade ou vontade de ostentar troféus, pequenas grandes vitórias, nem de lamuriar derrotas, tropeços, ou ainda carpir dores, minhas ou de outros. Dias de introspecção apenas, a culminar dentro da Corrida de Sesimbra.

Dias em que voltei a correr. Voltei a correr. Só vos digo que voltei a correr e depressa reencontrei a Corrida, essa amante incondicional, e hoje quero dizê-lo e escrevê-lo. Aqui. E porque reencontrei a Corrida, aquela que nos faz sentir cavalo selvagem à solta, sem freio, e crina ao vento, fui correr a Sesimbra. Não fui a Sesimbra para me lembrar do que é amar a Corrida e dos tempos em que ela me fazia feliz. Foi ao contrário. Porque tenho de novo bem vivo dentro de mim, o que é o amor à Corrida, fui a Sesimbra correr.

E em Sesimbra, corri de novo, como cavalo selvagem à solta, sem freio nem sela, de crina ao vento (nem de propósito, tinha-me esquecido de um elástico para prender o cabelo), e voltei a sentir-me... assim...em casa! Na minha casa de novo. E nasceu vontade de... de tanta coisa!

Enquanto corria pelas ruas de Sesimbra, ouvi o meu nome. O meu nome repetido aqui e ali e além. Amigos, diria e pensei, e não me engano por certo. As ruas estão cheias de amigos. A correr como eu. Ou simplesmente a ver passar os atletas e a aplaudir. E o meu nome foi repetido inúmeras vezes (não, os dorsais não tinham o nome do atleta em letras grandes!).

O meu nome nas bocas deles, cansados e suados como eu, e eu também gritei o nome deles, oxalá tenha a minha voz o mesmo efeito neles que a deles em mim. Oxalá. Vozes de uma multidão, com rostos de gente. Definidos, únicos.E oxalá este amor dure, como tem durado, conforme está visto por provas dadas. Esteve sempre cá. Aqui, dentro de mim, sempre. Simplesmente à espera de eu o viver, sem medo. Oxalá o consiga.

Em Sesimbra corri os 10 Km em 56m17s, e fiquei muitíssimo satisfeita. Porquê? Perguntarão. e eu apenas desejo que ... oxalá percebam, porque a mim, agora, já não me apetece escrever mais.
Resto de boa semana para todos que me leram até aqui, e também para os outros que saltaram linhas e também chegaram aqui, mesmo sem terem feito o percurso completo. Como nas corridas fazem os batoteiros! (és um batoteiro?) Ainda assim, resto de boa semana mesmo para todos!

13 comentários:

.JOSÉ LOPES disse...

Parabéns Ana
Pela participação e conclusão desta prova.
Não é uma corrida difícil com um percurso quase plano e o mar ao nosso lado.
Um bom tempo

Com os cumps
J.Lopes

horticasa disse...

Que bom que voltas-te!
Eu cá estou completamente parada.
beijos nossos...áh! eu li tudo OK?!
mais beijos
eugenia

Luciana disse...

Oi Maria, esta corrida deve mesmo ter sido muito boa. Adorei seu texto e sempre venho aqui dar uma olhadinha...

Bjs
Lu
www.lucorredora.blogspot.com

Sergio disse...

Cá do Brasil te parabenizo pelo inspirado relato. Tem vezes em que queremos estar realmente sós para depois nos abrirmos novamente para o mundo. Parabéns pela bela prova.
Um abraço,
Sergio
corredorfeliz.blogspot.com

Fernando Andrade. disse...

Olá, Ana
É sempre bom lê-la, mas ainda é melhor quando aquilo que escreve traduz a felicidade do reencontro com a Corrida. Que esse estado de espírito seja duradouro, é o meu desejo, ou melhor, convicção.
Beijinho, Ana
FA

E disse...

também me sinto assim tantas vezes, ana... só quando vejo o de sempre com um novo olhar é que tenho essa necessidade de escrever!
de outro modo, soa falso... ou fútil...

correr com paixão é o que há de mais gratificante... e é o que transforma mais uma corrida de rua em uma aventura inesquecível... dentro de nós mesmos;)

um grande abraço!

elis
http://elismc.blogspot.com

Anónimo disse...

Olha Maria,

Só digo... Dá cá mais cinco...

Bjs
Lobi

CANELAFINA disse...

Saudade de voce, das receitas, do hospital abandonado, pai amigo, do fiel totó, do seu geito de escrever que me cativou. Finalmente voce voltou. Um abraço Eduardo,
Pelotas,
Rio Grande do Sul
Brasil

Anónimo disse...

Como sempre, o texto bonito!
Porque escreves com um coração bonito...
Beijinhos de Pittsburgh :-))
Ana G.

Jorge Branco disse...

Oh! Ana e ainda deu para pescar esse grande peixão para o jantar!

Henriqueta Solipa disse...

Ana,

Só posso dizer PARABÉNS!

Fico muito feliz por ti e li o que não escreves-te...

Beijo grande

ana paula pinto disse...

Belo tempo!
(O do relógio claro. Se bem que o atmosférico também não fosse mau. Com calor é bem pior.)

Pois...parece que, quanto ao resto, está tudo na mesma:-)

beijinhos

Anónimo disse...

Olá Ana
tivesse eu estado em Sesimbra e seria mais um a gritar o teu nome, como não fui fica aqui o meu BRAVO MARIA.
Beijos e abraço do teu amigo corredor.