Organizado pela Câmara Municipal de Sintra e Junta de Freguesia de Colares, realizou-se a 24 de Janeiro de 2010, o XXI Grande Prémio Fim da Europa.
Com 1750 inscrições que esgotaram, acabou por ter a prova principal 1453 atletas chegados à meta.
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Quando nos abstraímos da logística porque alguém ou um clube trata de tudo, e nos limitamos a recolher o dorsal já da mão do nosso parceiro de equipa e apenas correr, há uma serie de pormenores que nos escapam e a nossa apreciação da prova fica também limitada a uma vivência bastante parcial.
Foi o caso. Ainda assim, há sempre uma estória a contar. Uma experiência a partilhar. A juntar a centenas de outras com o mesmo, mais ou menos valor.
Inscrições on-line, fáceis e práticas. Não as fiz, mas foi como se as tivesse feito. E dou por mim no dia da prova, minutos antes da partida, na vila de Sintra, de dorsal na mão, com o nr. 1035 e o meu nome impresso. Coloco o chip, com o qual será feito o controlo da prova.
Falar de Sintra é falar de romance. Nesta manhã pouco fria mas coberta de humidade que dá a Sintra a tonalidade de verde sobre os muros e as casas, toma-se o café no centro da vila, ao preço do ouro quando só vale lata só porque o alvo é o turista de passagem, e degusta-se os amigos encontrados. Hoje faço anos. Há um prazer redobrado em cada amigo encontrado. E são muitos.
A zona de partida está já cortada ao trânsito, são levados em autocarros para a partida da Mini/Caminhada, os caminheiros, e ficam os atletas a aquecer. Os atletas e outros como eu. Que por um motivo desconhecido e misterioso insistem em continuar a correr.
Portal insuflável emoldura os atletas alinhados na partida, que é dada a horas e soltam-se as pernas e um mar de cor começa a subir a serra. O percurso está bem marcado, vigiado e abastecido em dois pontos, com água apenas mas em quantidade suficiente (eu fazia parte da cauda do pelotão).
A paisagem transforma esta prova, em minha opinião, numa das mais bonitas de Portugal e o verde da serra de Sintra, envolto em nevoeiro, rompido por raios de sol aqui e além, sempre com um cheiro magnífico e intenso a invadir-nos as narinas penetrando e perfurando o corpo até atingir a alma, dá-nos um prazer de comunhão com a terra e o ar, difícil de alcançar.
Depois das duras subidas, ligeiramente suavizadas durante escassos metros para logo se retomar a subida, inicia-se a descida para o Cabo da Roca, onde está instalada a meta. O vislumbre do mar ao fundo, onde acaba a Europa, incita-nos a correr para ele em passos largos. O farol, guardião, aguarda-nos. A meta é logo ali, e depois de vencer a Serra harmoniosamente, e os ventos fortes que nos varrem, cortar a meta ao fim de 16.945 metros com 1h53m20s e ser recebido numa tenda que nos abriga poderia ser algo muito confortável, não fosse o cenário de devastação de mesas vazias e pratos e copos virados, onde ainda me serviram um chá quente e doce depois de esperar que reabastecessem o depósito do mesmo. Quantidade insuficiente para o abastecimento daqueles que abasteceram mais do que o necessário e suficiente. É assim a natureza do ser humano civilizado. Entretanto, fazia-se nesse espaço a entrega de prémios em pódio.
É-nos dado em mão uma medalha e água, temos uns bancos e espaço para retirar o chip, e depois de conseguir o tal chá, poderíamos procurar o nosso saco entre os sacos de toda a gente, com a roupa de cada atleta que a organização se encarregou de trazer da partida para a meta, e levar para casa o que mais nos agradasse, com a nossa roupa ou a de outro eventualmente. Espaço de vestiários que acabou por funcionar deficientemente. Depois da prova, a par de anos anteriores, houve autocarros de regresso a Sintra, mas ao contrário do ano passado, a desorganização foi bastante maior do que seria desejável.
Fora da tenda, apesar do Sol, o vento continuou a fustigar-nos e o conforto de um simples casaco colocado carinhosamente sobre o meu corpo suado e já a arrefecer, completa o prazer que foi correr pela 4ª vez consecutiva de Sintra ao Cabo da Roca. Serra de mistério e romance, bela e doce, de cogumelos gigantes a crescer na berma da estrada e troncos de árvore revestidos a hera até ao cimo. De subidas árduas compensadas pela beleza. Pela beleza, pela paz, pelos odores.
É assim correr o Grande Prémio Fim da Europa.
As minhas participações:
2007 - 1h28m00s
2008 - 1h38m00s
2009 - 2h01m02s
e para inverter a tendência, este ano...
2010 - 1h53m20s
2011 - aguardemos... mas conto lá estar, ai isso conto!
Antes da prova:
Com meu pai, Joaquim Adelino, Susana Adelino e Mário Lima
A partida
Ainda a partida a deixar Sintra em direcção à Serra
Meta:
Com Carlos Viana e S.E.
Com o meu pai
Fotos de meu pai António Melro, S.E., José Gaspar e Carlos Viana, equipa da AMMA - Atletismo Magazine Modalidades Amadoras
Resultados no site da prova
13 comentários:
Olá
os meus parabéns, duplos, pelo teu aniversário e pela corrida.
Continuação e até um dia destes.
Beijinhos,
António Almeida
Bom dia
Ana
Parabéns por ter concluído mais uma prova muito dura, mesmo a treinar pouco.
Gostei do seu texto, só não "aprovo" a parte de considerar que atletas são só alguns.
Penso que todos os que treinam regularmente e arriscam a partir para uma prova daquelas e outras, independentemente do seu desempenho podem ser considerados atletas (sejam eles veteranos, de fim de semana ou amadores ou profissionais ),claro que esta é a minha opinião. :)
Bjs
J.Lopes
Olá Ana!
Parabéns pelo aniversário e por mais uma participação nesta bela e dura prova.
Uma boa semana para ti,
Luís Mota
Olá Ana;
Parabens pelo seu aniversário, em dia de uma prova bonita, num local magnífico, mesmo lá no Fim da Europa.
É sempre bom colocar ás organizacões, algumas criticas construtívas de forma que no próximo ano existam melhores condicões.
Um abraco do Xavier
OLA E SO PARA DIZER QUE QUEM CONSEGUE TERMINAR ESTA PROVA E TEM QUE SE SENTIR MUITO FELIZ TUDO DE BOM E MUITA SAUDE E ATE A PROXIMA PROVA
Olá Ana,
Parabéns atrasados pelo aniversario, felicidades.
Boa prestação na corrida, durinha como dizem!!
Bom resto de semana.
Bjs
Vitor Veloso
Parabéns Ana
Ola Ana, antes mais os meus parabens pelo aniversário e pela corrida finalizada. Mais uma para o curriculum...
Quanto a foto do "saque" ao lanche, infelizmente sei quem é, ainda por cima é uma atleta que anda na frente no seu escalão...
Bjs
Nuno
Olá amiga Ana.
Obrigado por merecer a sua amabelidade em expôr a minha humilde figura e também o da minha filha Susana, (que os seus afazeres profissionais não têm permitido vir até aqui), no seu magnífico post sobre esta bonita corrida.
Não o fiz no Domingo por infeliz distração, mas hoje envio, embora tardio, os meus sinceros parabéns por mais um aniversário. Pela excelente companhia que teve presumo que não perdeu oportunidade de passar um dia bem feliz.
Quando me cruzei consigo já na parte final pareceu-me que ia muito bem, ou então o seu bonito sorriso consegue esconder aquilo que ninguém consegue ver, quero crer pela sua expressão final que conseguiu palmilhar "aquilo" sem recorrer a excessos e exageros, tendo chegado em condições físicas dentro da normalidade e bem descontraída, pelo menos são o que as imagens nos mostram.
Imagino a anarquia final quando lá chegou no que diz respeito ao manjar, eu já tinha visto aquilo desde o ano passado, dá que pensar.
Um beijinho do Pára.
Parabéns Ana! Que alegria deve ser comemorar o aniversário e logo nesta prova!
Olá Ana
A sua alma poética e sentida vem sempre ao de cima, tanto faz escrever sobre uma prova como a do Fim de Europa como de alguém que muito quiz mas, como tudo na vida, teve o seu fim.
Foi um prazer conhecê-la assim como ao seu pai e ao S. E..
300km é um saltinho de passarito quando se quer e se gosta.
:)
A prova foi linda, foi um olhar para a natureza no quanto de belo tem e aquele mar ao longe fez as pernas ganharem asas.
Parabéns pela prova, Parabéns pelo Aniversário (foi o Fábio, dos "Amantes da Corrida", quem mo disse e bem ele a procurou para lhe dar os parabéns de viva voz) e tudo o resto que a Ana aqui conta é um alerta para a organização nas futuras edições.
Estou a ouvir o Zeca, que a Estrela d'Alva a ilumine sempre e a gente vai-se encontrando por aí.
Tudo de bom
Partiu,subindo calma, a verde serra
Sorvendo o puro ar na manhã fria
Até que chegou onde acaba a terra
E feliz, reencontra a companhia.
Entrou na tenda. Tinha havido "guerra"
E em cima das mesas...nada havia.
"-Normal-" disse a sorrir e conformada
Que o que ela q'ria mesmo era a chegada.
Beijinho, Ana e parabéns por mais esta viagem pedestre no "Glorioso Eden"
OLÁ ANA PARABENS PELO SEU ANIVERSÁRIO.
A PROVA FOI BASTANTE DURA, MAS BONITA PELA PAISAGEM E PELO EMPENHO DE TODOS OS ATLETAS.
EU FIZ A MINI MARATONA, E SENTI-ME VITORIOSA POR CONSEGUIR CHEGAR AO FIM DA PROVA.
ATÉ A PROXIMA
PARABENS A TODOS OS PARTICIPANTES
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