Certamente uma boa parte de Ovar ainda dorme quando a 350 Km de distância ela acorda. Quatro da manhã. Desperta a filha, apanha o pai e os três seguem com amigos estrada fora, noite ainda rumam ao Norte.
Não foi convidada mas Ovar convida. É prova organizada pelo clube que representa há pouco mais de um ano. AFIS. Conhece a Meia Maratona Cidade de Ovar desde os seus primeiros anos, em consequência da empresa onde ela trabalhava ser assíduo e antigo patrocinador da Meia, até há muito pouco tempo, mas só a sentiu desde finais dos anos 90, quando a correu pela primeira vez. E desde a primeira vez a cativou. Sempre que pôde, lá voltou a cada dia 5 de Outubro.
E a 5 de Outubro de 2008, para participar na 20ª edição, ela moveu céus e a terra moveu alguém por ela.
O certo é que lá estava. Na partida. Numa festa de cor. Num ar que se respira fresco e alegre, pronto a acariciar os corpos assim que estes partirem.
A par da Meia, uma caminhada onde ela levou o pai e a filha, que decidiu ir mesmo à última da hora. Prova de amor incondicional que fica guardada e por contar. A corrida também serve para estas coisas. Para as pessoas mostrarem e provarem o que são e o que sentem. Também uma corrida para jovens levou centenas de crianças e adolescentes a correr em Ovar neste dia de festa.
Ovar não me surpreendeu. Apenas manteve o nível e o encanto. Carinho no ar, que se bebeu em tragos em cada passo pela cidade, ladeados pela floresta e lavados pela brisa do mar no rosto. Aplaudidos e cuidados (a presença da Cruz Vermelha e de membros da organização fizeram-se notados ao longo da prova), os atletas correm ao som de palmas e de incentivos do público que acorre às ruas. Porque há público em Ovar. Colorido como as casas de azulejos e doce como o pão-de-ló húmido das gemas de ovo.
Custo razoável, inscrições de forma simples e regular, assim como a entrega de dorsais com o especial destaque do envio de dorsais para residência de muitos inscritos, e muito boa organização nos momentos que antecedem a prova. Partida da caminhada a distância suficiente da partida da Meia, sem por isso deixar de encher as ruas de rostos de gente, que estão ali para correr ou para andar. Para passarem uma manhã a praticar exercício físico.
Ruas muito coloridas e zona muito animada. Corre-se em Ovar como gaivota voa sobre o mar. Assim se sentiu ela. Os quilómetros marcados não lhe pareceram excessivamente longos e sente-se muito bem. Como sempre ali se sentiu. Muito acarinhada, mesmo quando nem sequer sonhava vir a ser um AFIS.
Sem trânsito, dá por si a correr ora em ruas estreitas de casas de azulejo, ora entre pinheiros e um mar de caminheiros ao lado, ora ainda com a brisa do mar no rosto e as palmas no coração. Transporta consigo tesouros que engrandece em Ovar. Tempos de passagem são anunciados e o controle é feito por pulseiras, lembrando-a que a Meia Maratona Cidade de Ovar merecia já um outro rigor nesse controle.
A chegada à meta é única em Ovar. As placas anunciando os metros em contagem decrescente, o funil de gente empurrando-a para a meta sob um céu azul e envolta em cor que não vem só da publicidade dos muitos patrocinadores, fá-la sentir no céu. Felicitam-na e um saco bem recheado de produtos alimentares diversos e o prato de louça alusivo à prova, devem satisfazer a maioria dos atletas. A ela satisfez, apesar de pensar que um medalhão enriqueceria ainda mais o já farto saco de brindes, onde não faltou também a t-shirt, este ano particularmente bonita e entregue com o cuidado de acertar o tamanho desta ao do indivíduo que a recebe.
Classificações postas on-line rapidamente e um razoável serviço fotográfico, disponibilizado no site da organização.
Por tudo isto, está o AFIS de parabéns por ter levado a cabo pela 20ª vez, de forma quase perfeita, a Meia Maratona Cidade de Ovar.
Um único senão, um reparo, um passo atrás, uma ideia retrógrada a tresandar a xenofobismo sob uma capa qualquer que deixa mais que o rabo de fora, é a persistência da organização em permitir a participação de Atletas estrangeiros, apenas a atletas a convite da organização. Argumento algum poderá sustentar de forma séria, justa e humana, esta retrógrada cláusula do regulamento.
Participar na prova é pactuar com isto? Talvez pareça que seja. Mas participar na prova e denunciar o que em minha opinião é um erro grave de uma organização experiente, dedicada e empenhada e séria, é tentar que alguém veja e reveja essa cláusula sob um outro prisma, sob outros olhares que não o do seu próprio umbigo e talvez quem sabe corrigir e deixar a Meia Maratona Cidade de Ovar crescer, não tanto em quantidade mas em qualidade, evoluindo, para que a igualdade entre os homens passe de uma utopia, de um conjunto de palavras reunidas em papel ou em mesas de assembleias. E ela, deve de estar é na rua, onde os homens vivem, onde os homens correm. Em todo o lado. Também em Ovar.
Não foi convidada mas Ovar convida. É prova organizada pelo clube que representa há pouco mais de um ano. AFIS. Conhece a Meia Maratona Cidade de Ovar desde os seus primeiros anos, em consequência da empresa onde ela trabalhava ser assíduo e antigo patrocinador da Meia, até há muito pouco tempo, mas só a sentiu desde finais dos anos 90, quando a correu pela primeira vez. E desde a primeira vez a cativou. Sempre que pôde, lá voltou a cada dia 5 de Outubro.
E a 5 de Outubro de 2008, para participar na 20ª edição, ela moveu céus e a terra moveu alguém por ela.
O certo é que lá estava. Na partida. Numa festa de cor. Num ar que se respira fresco e alegre, pronto a acariciar os corpos assim que estes partirem.
A par da Meia, uma caminhada onde ela levou o pai e a filha, que decidiu ir mesmo à última da hora. Prova de amor incondicional que fica guardada e por contar. A corrida também serve para estas coisas. Para as pessoas mostrarem e provarem o que são e o que sentem. Também uma corrida para jovens levou centenas de crianças e adolescentes a correr em Ovar neste dia de festa.
Ovar não me surpreendeu. Apenas manteve o nível e o encanto. Carinho no ar, que se bebeu em tragos em cada passo pela cidade, ladeados pela floresta e lavados pela brisa do mar no rosto. Aplaudidos e cuidados (a presença da Cruz Vermelha e de membros da organização fizeram-se notados ao longo da prova), os atletas correm ao som de palmas e de incentivos do público que acorre às ruas. Porque há público em Ovar. Colorido como as casas de azulejos e doce como o pão-de-ló húmido das gemas de ovo.
Custo razoável, inscrições de forma simples e regular, assim como a entrega de dorsais com o especial destaque do envio de dorsais para residência de muitos inscritos, e muito boa organização nos momentos que antecedem a prova. Partida da caminhada a distância suficiente da partida da Meia, sem por isso deixar de encher as ruas de rostos de gente, que estão ali para correr ou para andar. Para passarem uma manhã a praticar exercício físico.
Ruas muito coloridas e zona muito animada. Corre-se em Ovar como gaivota voa sobre o mar. Assim se sentiu ela. Os quilómetros marcados não lhe pareceram excessivamente longos e sente-se muito bem. Como sempre ali se sentiu. Muito acarinhada, mesmo quando nem sequer sonhava vir a ser um AFIS.
Sem trânsito, dá por si a correr ora em ruas estreitas de casas de azulejo, ora entre pinheiros e um mar de caminheiros ao lado, ora ainda com a brisa do mar no rosto e as palmas no coração. Transporta consigo tesouros que engrandece em Ovar. Tempos de passagem são anunciados e o controle é feito por pulseiras, lembrando-a que a Meia Maratona Cidade de Ovar merecia já um outro rigor nesse controle.
A chegada à meta é única em Ovar. As placas anunciando os metros em contagem decrescente, o funil de gente empurrando-a para a meta sob um céu azul e envolta em cor que não vem só da publicidade dos muitos patrocinadores, fá-la sentir no céu. Felicitam-na e um saco bem recheado de produtos alimentares diversos e o prato de louça alusivo à prova, devem satisfazer a maioria dos atletas. A ela satisfez, apesar de pensar que um medalhão enriqueceria ainda mais o já farto saco de brindes, onde não faltou também a t-shirt, este ano particularmente bonita e entregue com o cuidado de acertar o tamanho desta ao do indivíduo que a recebe.
Classificações postas on-line rapidamente e um razoável serviço fotográfico, disponibilizado no site da organização.
Por tudo isto, está o AFIS de parabéns por ter levado a cabo pela 20ª vez, de forma quase perfeita, a Meia Maratona Cidade de Ovar.
Um único senão, um reparo, um passo atrás, uma ideia retrógrada a tresandar a xenofobismo sob uma capa qualquer que deixa mais que o rabo de fora, é a persistência da organização em permitir a participação de Atletas estrangeiros, apenas a atletas a convite da organização. Argumento algum poderá sustentar de forma séria, justa e humana, esta retrógrada cláusula do regulamento.
Participar na prova é pactuar com isto? Talvez pareça que seja. Mas participar na prova e denunciar o que em minha opinião é um erro grave de uma organização experiente, dedicada e empenhada e séria, é tentar que alguém veja e reveja essa cláusula sob um outro prisma, sob outros olhares que não o do seu próprio umbigo e talvez quem sabe corrigir e deixar a Meia Maratona Cidade de Ovar crescer, não tanto em quantidade mas em qualidade, evoluindo, para que a igualdade entre os homens passe de uma utopia, de um conjunto de palavras reunidas em papel ou em mesas de assembleias. E ela, deve de estar é na rua, onde os homens vivem, onde os homens correm. Em todo o lado. Também em Ovar.
E no final da prova, me despeço, não de Ovar, não dos amigos, não da Meia Maratona Cidade de Ovar. É apenas... o fim de um AFIS:
Foto de Joaquim Margarido
Mais algumas fotos da prova e deste dia 5 de Outubro de 2008, absolutamente memorável por feliz que me foi, no meu Album
6 comentários:
Olá Maria, parabéns pelo seu Blogg e pela sua participação na Meia de Ova.
Na viagem que fiz pelo seu album de fotos, qual foi o meu espanto e satisfação em ver uma foto minha com a minha esposa (foto 22).
Pode ser nos encontremos no futuro numa prova qualquer, até lá bons treinos.
JCBrito
Olá Ana
Tenho acompanhado as últimas provas e..."puxa" - como dizem os brasileiros - isso é que foi uma evolução:)) Parabéns.
Foi com chave de ouro que deixaste AFIS.
Um beijinho
Paula
Não sabia da questão da inscrição de estrangeiros. Concordo que não faz muito sentido limitar e participação de quem se pretenda inscrever com essa justificação. Esperamos que este reparo seja tomado em consideração.
Olá Ana!
Uma bela participação da comitiva, que cedo se levantou, em Ovar.
O convívio não faltou para enriquecer o dia.
Continuação de boas corridas,
Luís Mota
Olá Maria.
Uma bela história contada à volta da Meia Maratona de Ovar, é um toque de magia e imaginação de quem vive e sente aquilo que faz.
Sobre os Africanos a questão é polémica, eu estaria de acordo consigo se eles participassem também nas outras provas populares, mas como só andam à procura de dinheiro!!! Isto também se aplica aos nossos atletas "profissionais". Que os treinos para a Maratona continuem a correr bem é o meu desejo.
Eu vou à Moita no Domingo mas é para apoiar a Susana, pois ainda não posso correr.
Saudações
Agradeço as participações de todos.
Em relação à questão comentada pelo Joaquim Adelino, de facto é muito polémica e talvez por isso tão poucos falem dela.
Acreditando que a intenção é uma tentativa de protecção e incentivo ao atleta nacional, creio que uma grelha de prémios separada possa ser uma boa solulão, o que outras organizações fazem. Mas sobre este assunto haverá tantas opiniões quanto pessoas.
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