Pego e inspiro-me num comentário recebido no último “post”, de um ilustre atleta, “blogueiro”, poeta, escritor e organizador de prova, entre outras coisas mais, o Fernando Andrade, e que passo a transcrever:
“Surge, assim, uma nova vaga de crime, o "word jacking" que impede os contadores de estórias, os cronistas, de levar por diante a sua função de relatar. A velha "mordaça", já gasta e de sonoridade menos apelativa, cedeu-lhe o lugar.
Quase sempre o "criminoso" actua sozinho e sem qualquer espécie de coacção física, mas não deixa de apanhar a "vítima" de surpresa. E basta que lhe retire duas ou três palavras da estrutura do conto, ainda em potencial, para que a livre espontaneidade fique condicionada. O espírito já não se solta, as ideias ficam reféns da vontade de outrem.
Contrariamente aos outros tipos de crime, neste, a vítima, reconhece claramente o agressor que, só não "vai dentro", se a vítima não quiser. …/…”
Fernando Andrade
E eu confesso aqui que por várias circunstâncias, no regresso da viagem do Porto, ainda antes de chegar a Lisboa, fui vítima deste novo fenómeno, o “Word jacking”. Com uma diferença: foram dois os agressores e se um deles conheço-o bem e vai-se ver comigo dentro em breve, já o outro não se deixa ver, é omnipotente e escapam-se-nos os seus desígnios, pelo que actua em total liberdade e arbitrariedade, mantendo-se impune e imune a qualquer justiça. Amado por uns, desacreditado por outros, o que é certo é que continua a fazer das suas, inalcançável à mão humana, e somos obrigados a resignar-nos aos seus caprichos, chamados de vontade para os fiéis, que nele buscam conforto e aceitação, mesmo ou principalmente depois dos seus actos loucos, inexplicáveis e malvados.
E assim, final de dia de prova e a Maria para além de Sem Frio e Sem Casa, ficou também …Sem Palavras. E andei 2 dias sem palavras. Impotente e em silêncio disse adeus ao Paulo pela última vez hoje, quando o deixei na sua última morada, restando-me apenas o outro agressor que ainda se encontra a monte, mas que entretanto já me devolveu as palavras que ele tinha roubado e que me faziam falta para falar da:
“Surge, assim, uma nova vaga de crime, o "word jacking" que impede os contadores de estórias, os cronistas, de levar por diante a sua função de relatar. A velha "mordaça", já gasta e de sonoridade menos apelativa, cedeu-lhe o lugar.
Quase sempre o "criminoso" actua sozinho e sem qualquer espécie de coacção física, mas não deixa de apanhar a "vítima" de surpresa. E basta que lhe retire duas ou três palavras da estrutura do conto, ainda em potencial, para que a livre espontaneidade fique condicionada. O espírito já não se solta, as ideias ficam reféns da vontade de outrem.
Contrariamente aos outros tipos de crime, neste, a vítima, reconhece claramente o agressor que, só não "vai dentro", se a vítima não quiser. …/…”
Fernando Andrade
E eu confesso aqui que por várias circunstâncias, no regresso da viagem do Porto, ainda antes de chegar a Lisboa, fui vítima deste novo fenómeno, o “Word jacking”. Com uma diferença: foram dois os agressores e se um deles conheço-o bem e vai-se ver comigo dentro em breve, já o outro não se deixa ver, é omnipotente e escapam-se-nos os seus desígnios, pelo que actua em total liberdade e arbitrariedade, mantendo-se impune e imune a qualquer justiça. Amado por uns, desacreditado por outros, o que é certo é que continua a fazer das suas, inalcançável à mão humana, e somos obrigados a resignar-nos aos seus caprichos, chamados de vontade para os fiéis, que nele buscam conforto e aceitação, mesmo ou principalmente depois dos seus actos loucos, inexplicáveis e malvados.
E assim, final de dia de prova e a Maria para além de Sem Frio e Sem Casa, ficou também …Sem Palavras. E andei 2 dias sem palavras. Impotente e em silêncio disse adeus ao Paulo pela última vez hoje, quando o deixei na sua última morada, restando-me apenas o outro agressor que ainda se encontra a monte, mas que entretanto já me devolveu as palavras que ele tinha roubado e que me faziam falta para falar da:
9ª Corrida Festas Cidade do Porto – 22 de Junho de 2008
No segundo dia de Verão do ano de 2008, o Porto acordou cedo com uma neblina que depressa veio a levantar para deixar o sol pousar sobre os corpos dos milhares que escolheram participar na 9º edição da Corrida das Festas Cidade do Porto.
A Runporto, na pessoa do Jorge Teixeira, mas estendendo-se por toda uma equipa que garante o funcionamento correcto da engrenagem desta máquina que é organizar provas proporcionado benefícios às várias partes envolvidas, está de facto de parabéns. Apresenta um profissionalismo e um dinamismo digno de nota e que pelo menos a nível nacional poucos serão capazes de igualar.
Uma máquina gigantesca que funciona de forma ímpar no nosso país, e que proporcionou neste domingo a mais de 1300 atletas e a cerca de 5000 caminheiros uma manhã de festa, muito animada, ao abrigo da prática do exercício físico, numa corrida e caminhada com todas as condições para ser (e foi) de sucesso.
Se considerarmos que parte do valor das inscrições reverteu para um projecto de solidariedade, vê-se que os benefícios vão bem mais além dos facilmente visíveis.
Com uma feira (onde se levantavam os dorsais nos dias precedentes à prova) de fazer inveja a algumas Maratonas nacionais, criou-se um espaço animado e muito agradável para os visitantes, à beira Douro.
A entrega dos dorsais fez-se sem problemas e mesmo quando eles surgem (por qualquer motivo alheio ou não à organização) resolvem-se. Fui testemunha disso.
A prova em si, para além dos primeiros planos e dos seus grandes resultados desportivos, alcançou também a nível de tratamento do atleta de pelotão um patamar de difícil superação.
Partida dada à hora marcada. Caminheiros partiam atrás a uma distância suficiente. Trânsito completamente cortado. Todos os quilómetros marcados. Percurso bem sinalizado, com vários abastecimentos e chuveiros que adivinharam a manhã de calor que acabou por estar, acompanhamento de membros da organização espalhados pelo percurso, onde não houve qualquer atropelo em momento nenhum entre atletas e caminheiros. Sistema de chip para controlo em diversos pontos da prova.
Percurso praticamente plano, muito agradável, junto ao rio Douro, com algum público.
Uma chegada com bastante animação, onde nos é colocado o medalhão ao peito (atletas dos 15 km – prova principal). Nota positiva para o facto dos caminheiros receberem uma medalha bonita, propositadamente feita para a Caminhada.
Água, bebidas isotónicas, bonés, t-shirts, pequenos brindes, óculos de sol, tudo metido num saco é-nos entregue após cortar a meta. Ainda uma tenda onde se podia receber massagens e sempre presente profissionais de saúde.
Em poucas horas já o site da prova disponibilizava a notícia da prova assim como as classificações.
Não sendo novidade para mim o profissionalismo da Runporto, não deixou de me satisfazer sobremaneira a organização desta Corrida Festas Cidade do Porto, em que pela 1ª vez tive oportunidade de participar.
Está pois a Runporto de Parabéns por mais este evento, onde não encontrei qualquer ponto negativo digno de relevo.
Ana Pereira
24 de Junho de 2008
No segundo dia de Verão do ano de 2008, o Porto acordou cedo com uma neblina que depressa veio a levantar para deixar o sol pousar sobre os corpos dos milhares que escolheram participar na 9º edição da Corrida das Festas Cidade do Porto.
A Runporto, na pessoa do Jorge Teixeira, mas estendendo-se por toda uma equipa que garante o funcionamento correcto da engrenagem desta máquina que é organizar provas proporcionado benefícios às várias partes envolvidas, está de facto de parabéns. Apresenta um profissionalismo e um dinamismo digno de nota e que pelo menos a nível nacional poucos serão capazes de igualar.
Uma máquina gigantesca que funciona de forma ímpar no nosso país, e que proporcionou neste domingo a mais de 1300 atletas e a cerca de 5000 caminheiros uma manhã de festa, muito animada, ao abrigo da prática do exercício físico, numa corrida e caminhada com todas as condições para ser (e foi) de sucesso.
Se considerarmos que parte do valor das inscrições reverteu para um projecto de solidariedade, vê-se que os benefícios vão bem mais além dos facilmente visíveis.
Com uma feira (onde se levantavam os dorsais nos dias precedentes à prova) de fazer inveja a algumas Maratonas nacionais, criou-se um espaço animado e muito agradável para os visitantes, à beira Douro.
A entrega dos dorsais fez-se sem problemas e mesmo quando eles surgem (por qualquer motivo alheio ou não à organização) resolvem-se. Fui testemunha disso.
A prova em si, para além dos primeiros planos e dos seus grandes resultados desportivos, alcançou também a nível de tratamento do atleta de pelotão um patamar de difícil superação.
Partida dada à hora marcada. Caminheiros partiam atrás a uma distância suficiente. Trânsito completamente cortado. Todos os quilómetros marcados. Percurso bem sinalizado, com vários abastecimentos e chuveiros que adivinharam a manhã de calor que acabou por estar, acompanhamento de membros da organização espalhados pelo percurso, onde não houve qualquer atropelo em momento nenhum entre atletas e caminheiros. Sistema de chip para controlo em diversos pontos da prova.
Percurso praticamente plano, muito agradável, junto ao rio Douro, com algum público.
Uma chegada com bastante animação, onde nos é colocado o medalhão ao peito (atletas dos 15 km – prova principal). Nota positiva para o facto dos caminheiros receberem uma medalha bonita, propositadamente feita para a Caminhada.
Água, bebidas isotónicas, bonés, t-shirts, pequenos brindes, óculos de sol, tudo metido num saco é-nos entregue após cortar a meta. Ainda uma tenda onde se podia receber massagens e sempre presente profissionais de saúde.
Em poucas horas já o site da prova disponibilizava a notícia da prova assim como as classificações.
Não sendo novidade para mim o profissionalismo da Runporto, não deixou de me satisfazer sobremaneira a organização desta Corrida Festas Cidade do Porto, em que pela 1ª vez tive oportunidade de participar.
Está pois a Runporto de Parabéns por mais este evento, onde não encontrei qualquer ponto negativo digno de relevo.
Ana Pereira
24 de Junho de 2008
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E a Maria? A Maria correu?
Ai pois claro que correu. E correu muito! Se saiu de Lisboa sem saber se alinharia na partida dos 5 km ou dos 15, lá, depressa se decidiu. Correu 15 Km. Em 1h33m16s.
Marca dentro do possível e expectável. Está contente a Maria. Corre outra vez. Ao lado do Douro sob o Sol abrasador.
- Maria! Força Maria! – ouviu mais vezes do que esperava no decorrer da prova. Não conhece a maioria. Nem precisa. Rostos suados como o dela e olhares vivos como talvez o dela esteja se a par do seu coração. Corre a Maria. 15 km sem parar. Pedacinho de vida feliz.
Várias companhias durante a prova e várias conversas. E a promessa com o Douro a ouvir e que não vai esquecer: se na última maratona desistiu ao km 30 (Outubro 2007, Porto), este ano vai a Maria tirar a desforra. Ali, à beira Douro outra vez. Passará o km 30, o 31, o 32, o 33, o 34, o 35, o 36, o 37, o 38, o 39, o 40, o 41, o 42 e os 195 metros que faltarão nessa altura para a meta. Vai chegar à meta no dia 26 de Outubro de 2008.
Está prometido! E o Douro ouviu…
Ai pois claro que correu. E correu muito! Se saiu de Lisboa sem saber se alinharia na partida dos 5 km ou dos 15, lá, depressa se decidiu. Correu 15 Km. Em 1h33m16s.
Marca dentro do possível e expectável. Está contente a Maria. Corre outra vez. Ao lado do Douro sob o Sol abrasador.
- Maria! Força Maria! – ouviu mais vezes do que esperava no decorrer da prova. Não conhece a maioria. Nem precisa. Rostos suados como o dela e olhares vivos como talvez o dela esteja se a par do seu coração. Corre a Maria. 15 km sem parar. Pedacinho de vida feliz.
Várias companhias durante a prova e várias conversas. E a promessa com o Douro a ouvir e que não vai esquecer: se na última maratona desistiu ao km 30 (Outubro 2007, Porto), este ano vai a Maria tirar a desforra. Ali, à beira Douro outra vez. Passará o km 30, o 31, o 32, o 33, o 34, o 35, o 36, o 37, o 38, o 39, o 40, o 41, o 42 e os 195 metros que faltarão nessa altura para a meta. Vai chegar à meta no dia 26 de Outubro de 2008.
Está prometido! E o Douro ouviu…
5 comentários:
Olá Ana
e não é fácil correr 15 km sem parar...bom que a MARIA está contente.
E o Douro ouviu promeesas de uma mulher que afinal se calhar sempre ama a corrida.
Boa semana.
Ele é "ilustre atleta",
ele é "poeta e escritor",
ele é organizador de prova...
...e se mais títulos houvera ...
Quanta distinção, Ana! Com links e tudo.
Obrigado.
Agora, se um dos "word jackers" está já referenciado, esse há-de dar com a língua nos dentes levar à "captura do outro". O pior é que "esse" é demasiado "esquivo", está onde quer, quando quer e faz o que quer. Não tem regras.São "insondáveis os seus desígnios". Premeia-nos com a sua "graça" ou castiga-nos por "provação".
Há quem aceite. Há quem questione.
A nós, apenas nos compete seguir os valores que mais nos animam.
Sábado, em Peniche, temos as Fogueiras, onde as forças malévolas se consumirão nas chamas, enquanto nós, pela noitinha, expurgados delas, correremos, alegres, na urbe e à volta do Carvoeiro, ainda a "saborear" a deliciosa Corrida das Festas da Cidade do Porto.
Tá-me a dar !
Beijinho
Fiquei completamente a "leste" com esta dos "word jackers"
Eu explico, Paulo.
A Ana, no seu post anterior tinha referido que "por vezes as palavras são roubadas ou fogem".
Claro que, aproveitando a deixa, brinquei e designei o fenómeno por "word jacking" por analogia com um tipo criminalidade crescente e tão em voga.
Parvoice, claro está, mas a expressão saíu no comentário ao texto inicial.
sim béla medalha.
boa continuaçâo.
antonio
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