"Entrou esbaforida no escritório.
- Bem meninas... Vi ali uns polícias.... tão giros, mas tão giros! De bicicleta! Com umas pernocas torneadas... oh pá! Deviam ter visto! (*)
- Então Ana?! E não cometeu logo uma infracção?
- Pois, lá vontade tinha... até podia ser autuada...que não me importava nada..."
(*) 20 anos a trabalhar praticamente ao lado do Governo Civil de Lisboa, e a frequentar as mesmas tascas que 99% dos polícias que por ali andam (ou... param), consolida-nos a ideia do polícia barrigudo, patusco e simpático (alguns) que despeja martinis e copos de tintol (ou branquinho) acompanhados ou não de um pastel de bacalhau, logo às 9 da manhã, como se a noite tivesse sido atravessada sem água no deserto – se calhar é pior que isso, mas enfim, seja lá por que razão for, são cenas que ficam na memória ao repetirem-se ao longo de 20 anos, e que justificam a admiração da mulher ao deparar-se com uma nova geração de polícias que anda por aí.
"- Vou ter saudades disto... - diz nostálgica.
- Deixa lá. Pode ser que no campo, os polícias andem a cavalo.
- Esses não são polícias! São guardas!
- E o que é que isso interessa? Desde que o cavalo seja giro... quer dizer... o gajo!"
Pois claro. Deixemo-nos lá de nostalgias. O que foi bom... foi! O que está a ser bom ... é! E o que virá, virá!
1 comentário:
Bela vizinhaça!
Os tintos e os martinis servem muitas vezes para ajudar a navegar no deserto da alma que as memórias da selva da noite criaram.
Sim o que virá, virá!
Boa sorte portanto!
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