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segunda-feira, 2 de outubro de 2006




2ª feira, 2 de Outubro de 2006
Faltam apenas 13 dias para a Maratona do Porto

Às vezes estamos tão perto e ninguém se apercebe. E por vezes nem nós próprios nos apercebemos e aí é que começa o perigo. Quando nós próprios não nos apercebemos de quão perto estamos. A facilidade de tornar tudo real, irreversível e irremediável. Essa facilidade assusta-me. Um único gesto necessário…

Não podemos acabar de vez com isto tudo? Eu sei que sim. Não procuro gritos a implorar para que fique. A vida é mesmo assim. Quem está está, quem foi, foi. A diferença é nenhuma. Mas uma única coisa aqui me prende. Só isso me impede de partir. Mas estou assustada.

A ponte tantas vezes atravessada. O uivo do vento e o silvo dos carros que passam e o balançar dos próprios ferros da ponte à noite. Um convite que a morte nos estende todos os dias e em todos os lugares. Eu queria só ser uma pessoa normal, como já soube ser. E feliz.
Leião, 1997

3 comentários:

Anónimo disse...

Cara Ana Pereira:
Embora não a conheça pessoalmente, sei que é uma mulher de grande classe.
Não se deixe abater. Agarre-se aquilo que de facto vale a pena... a sua filha.
Sabe, na vida todos temos, uma vez ou outra, de atravessar um deserto. Uns atravessam-no aos quinze, outros aos vinte, outros aos trinta e por aí em diante.
Uma mulher que tem força para correr uma maratona tem força que chegue para enfrentar as adversidades deste mundo.
Há pessoas que pelo seu carácter estão mais sujeitas a sofrer desilusões, pois acreditam em demasia nos outros.
Siga o seu caminho... olhe para dentro de si. Acredite em si e na sua poesia. A poesia é só sua. O que é sublime para a Ana, pode ser despido de valor para outros.
Continue a sonhar mas tenha sempre atenção aos "lobos que a rodeiam".
Se não conseguir correr a maratona do Porto não há-de fazer-lhe muito mal. Verá que um bom treino, com a solidão dos seus sonhos, a ajudará bastante.
Uma Boa noite.
José, que também sofre também é corredor.

Maria Sem Frio Nem Casa disse...

Li, reli, voltei a ler. Saí do blog, voltei a entrar e voltei a reler uma e outra, e outra vez ainda, este comentário. Se não o li dez vezes já, não deve faltar muito.

Palavras sábias e ricas estas. As palavras são o que eu tenho, é delas que me alimento, é com elas que me alivio e por vezes curo ou pelo menos atenuo a dor.

Enquanto cá estou, quero agradecer estas palavras a um José, ou Manuel, ou Francisco, ou Madalena ou Jacinta, pois o nome é tão só...uma palavra.

Anónimo disse...

Maravilhosa Ana!
Como te compreendo... em tempos já pensei assim, na altura era-me doloroso continuar.
Mas pensa TUDO, MAS TUDO o que nos acontece, de bom ou de mal é transitório. Nao dura sempre. E há que ter serenidade para perceber que são apenas "testes" de reforço do n/crescimento!
Quero dizer-te que és LINDA! E, tens que pensar na unica coisa que te impede de partir... Assim, como um dia eu também pensei. E acredita, o sol voltará a brilhar!
Às vezes, quando nos esquecemos de nós e nos concentramos a ajudar um amigo, ajudamo-nos!
E quando algo desagradável te ocorrer, teclas "DELETE" e "REPLACE" - de imediato substituir por um pensamento agradável!
Vá, vamos em frente... pelos sorrisos e caracóis e por ti! Mereces ser Feliz!
Um abraço forte!