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terça-feira, 29 de novembro de 2011

VI Grande Prémio da Arrábida

Sobe o pano e os holofotes, verdadeiras luzes da ribalta mostram o palco amplo,  vazio e nu, e lá no meio, ponto minúsculo a passar despercebido está ela, sob quem as luzes fortes incidem, focando-a denunciam-na e descobrem-na. De cócoras, os braços a esconder o rosto e a proteger a cabeça, em busca vã de sossego e intimidade. Palco de vaidades, de famosos de trazer por casa, a despir pessoas e emoções. De que ela gosta na maior parte do tempo, é verdade, e a provar isso mesmo está este espaço de partilha. Mas às  vezes cansa...às vezes... apetecia-lhe só... correr. E outras vezes, nem isso...

- E do VI Grande Prémio da Arrábida, o que contas?

- Adorei, como em todas vezes que o corri. Gosto de levantar os olhos, alcançar Palmela, saber que tenho de subir até lá e depois descer regressando ao ponto de partida. É como se fosse...simbólico, místico... não sei explicar muito bem, apenas sinto. Como se fosse conquistar o castelo e voltar, deixando-o lá intacto, tendo no entanto usufruído dele, sabendo-o lá, ali mesmo pertinho de mim, senti-lo respirar como eu, com as devidas diferenças, claro. Ofegante eu, sereno ele a contagiar-me a alma. Tocá-lo sem no entanto o devastar ou melindrar sequer. É assim o Grande Prémio da Arrábida. Leva-nos serra acima, primeiro em pelotão, pois atletas da organização, Lebres do Sado, impõem um ritmo mais lento aos atletas mais rápidos, obrigando o pelotão a seguir praticamente compacto até ao 2º km. Caminhos de terra, campo, e depois subir a serra. Palmela com o seu empedrado, alcatrão, agora a descer, para logo sermos de novo empurrados serra abaixo. Descida feita e um atleta amigo da montanha, vestido agora de empregado de mesa a rigor, oferece em bandeja uma prova de Moscatel, em copo pequeno como convém. E eram mais ajudantes. A oferecer Moscatel e línguas de gato (biscoitos). Até porque a corrida teve este ano o seu maior número de participantes e havia que dar conta de todos: cerca de 583 chegados à meta. E este ano pela 1ª vez, provei! "Ana! Tem de ser! Vá lá!" - e o copo estendido... oh pá, não resisti! Em dois golos, um por dentro outro por fora e lá segui com o esófago a arder, e um adocicado na boca que agora neste instante que escrevo me sabe imensamente bem, mas que a meio da corrida, nem por isso, mas  no entanto, só a visão daquele cenário dá um ânimo e carisma muito especial à prova, não fosse o Moscatel representativo de Setúbal, terras das Lebres organizadoras. De novo nas ruas de Setúbal, uma breve passagem pela relva do jardim de Vanicelos, e somos canalizados para a Meta. No final temos no saco uma garrafa de Moscatel com o logotipo da prova, uma t-shirt e água. Tudo muito bem! Limitaram as inscrições e estas se esgotaram e houve ainda quem ficasse de fora a querer ir. Para o ano já sabem, é fazer a inscrição mais cedo (ouviste João?).

Gostei do percurso, com trânsito condicionado, apenas a tornar a prova ligeiramente menos agradável num curto trecho do percurso para os atletas mais lentos (saída de Palmela). Bem sinalizado, com abastecimentos de água, e muito bonito. Muita animação na Partida e na Chegada. As inscrições foram fáceis, a organização divulgou lista de inscritos, a entrega de dorsais foi rápida e eficiente, os resultados saíram rápido, e mais uma vez fico muito satisfeita por ter lá ido correr, recomendo a prova e para o ano quero de novo marcar presença! Houve ainda prémios por classificação por escalão, atribuídos no local. Ainda em simultâneo decorreu uma caminhada de 7 km, denominada com originalidade de "7 km ao seu ritmo". Na realidade, também fiz da minha prova  "os 12.700 metros ao meu ritmo" e fiquei bastante satisfeita.

Corri os 12,700 Km da prova em 1h16m57s


Deixo algumas imagens, e para o ano lá conto estar de novo a correr.
No aquecimento, com cara de má, apreensiva, vá-se lá saber porquê...Ah! Já sei! O Pinho falava-me da Maratona de Sevilha e o assunto deixou-me assim: séria, carrancuda, serei eu capaz? Ser, sou, desde que queira, a questão é que ainda não quero o suficiente...

A Partida, com as Lebres à frente, a controlar o ritmo e a obrigar o pelotão a seguir junto durante 2 kms

A minha amiga Ana Groznik a cumprimentar o fotógrafo, ainda sem saber que ia ser 2ª classificada no seu escalão
E lá venho eu atrás, também sem saber ainda que ia ser a 8ª classificada no escalão, que é o mesmo da Ana Groznik, e que teve 13 atletas chegadas à Meta
 
José Sousa, uma Lebre a chegar à Meta, com um sorriso bonito, não contribuísse ele também para o sucesso desta prova

Ana Groznik e um casual companheiro de corrida, a poucos metros da Meta


E eu mesma, a metros de cortar a meta

No funil da Meta, também com companheiros de percurso aqui e ali, em partes da corrida

Com Ana Groznik e Dina Mota (Lebres do Sado - Organização da Prova)
Com meu pai, a fotografar para a AMMA, (e para mim)


Com amigos, conhecidos e desconhecidos dos Run 4 Fun - atletas, amigos, uma coisa em comum temos sem dúvida alguma e que partilhamos: A Corrida




Classificações do VI Grande Prémio da Arrábida 

Outras informações no site da organização: Lebres do Sado

Fotografias de meu pai, António Melro, na AMMA 

De atletas que correm e fotografam, o que todos nós agradecemos pois apanham a prova bem pelo meio e conseguem fotos que mais ninguém consegue:

De Carlos Lopes

De Fernando Almeida

De Paulo Fernandes

De José Carlos Melo

6 comentários:

JoaoLima disse...

Parabéns! :)

horticasa disse...

Boa Ana! muito boa!
Que bonito texto como sempre, beijinho, eugénia

Ana G. disse...

:-))
Foi mesmo um dia muito bonito. Obrigada, a minha cara amiga, por recomendar-me a participar nesta corrida.
Beijinhos da Eslovénia

Unknown disse...

Olá Ana;

Isso com o isotónico moscatel, até as subidas parecem descidas....

Um abraço
dos Xavier's

Anónimo disse...

Olá Ana, as fotos estão muita fixes, Mais uma prova em que tive
muito gosto em acompanhar a Ana e o Rui… até ao fim da subida para
Palmela íamos praticamente juntos, a partir daí O Rui ficou para trás Ana como anda a correr muito nunca mais a vi. Ana se não for antes até á Maratona de Sevilha.
Beijinhos Abraços aos meus amigos Melro e Rui.
Apinho

JH disse...

Olá Ana,
Tive pena de nao ter lá estado, mas sabes que nao gosto de correr sem dorsal. Devido à incerteza da minha viagem a Setúbal quando soube já era tarde. Ainda tentei, mas "em casa de ferreiro espeto de pau" e na minha cidade nao tenho nenhum amigo que me pudesse desenrascar um dorsal ...
Ainda bem que gostaste, fica para a próxima.
Bjs
Joao