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terça-feira, 2 de abril de 2013

Trabalho, rifas e pequenos nadas

Comprou rifas e eu...saí-lhe na rifa. Especialmente hoje, foi notório que fui eu que lhe saí na rifa. 8 horas de trabalho. 16 horas de desgaste. Sem dúvida. Dei o litro e mais outro litro e outro ainda e outro ainda e ainda mais outro! Porra! Estou cansada!

Concentração, dispersão, diversidade, vastidão, confusão, perseguição, incompreensão, demasiada solicitação, caos instalado, anarquia e insanidade mental. É a única forma de aguentar. Manter alguma aparente insanidade mental é precisamente o que me permite mantê-la: a sanidade mental. Trabalhar sob pressão e enfrentar problemas é um desafio. E um problema é também uma oportunidade. Teoria bonita e prática gratificante quando se tem as condições mínimas para o conseguir fazer.

Perder as estribeiras, sentir umas tonteiras, agarrar-me à mesa e não sei o quê e retomar as rédeas. Não perder as estribeiras, ser correcta e diplomata, justa e franca, clara e educada e sempre mas sempre fiel a mim própria.

Há dias do catano! Acho que amanhã vou ser chamada ao gabinete do chefe...

O que vale...o que vale são mesmo as pequenas coisas, os pequenos nadas. Que nos dão satisfação, que nos fazem sentir orgulho de nós próprios, que nos dão prazer e um bem estar singular. Estar bem consigo próprio é o melhor que se pode ter e a base para se estar bem com os outros e para se usufruir de tudo o resto, de todos os pequenos nadas que a vida tem para nos oferecer.

E parte de tudo o resto podem também ser morangos, requeijão, vinho tinto e amizade, que são em separado e em conjunto, um desses pequenos nadas. Que me dão prazer e descontraem. E não se atrevam a dizer que não! Que eu hoje não me vou chatear mais!

"A vida é feita de pequenos nadas" - Sérgio Godinho, e eu estou tão precisada de pequenos nadas, de 6ª feira e do fim de semana, por exemplo e hoje ainda é 3ª...

Até lá, venham mais destes e doutros pequenos nadas que nos dão conforto e ânimo e nos recarregam as forças para nos mantermos de pé e de sorriso na boca e no olhar.










"Segunda-feira
trabalhei de olhos fechados
na terça-feira
acordei impaciente
na quarta-feira
vi os meus braços revoltados
na quinta-feira
lutei com a minha gente
na sexta-feira
soube que ia continuar
no sábado
fui à feira do lugar
mais uma corrida, mais uma viagem
fim-de-semana é para ganhar coragem


Muito boa noite, senhoras e senhores
muito boa noite, meninos e meninas
muito boa noite, Manuéis e Joaquinas
enfim, boa noite, gente de todas as cores
e feitios e medidas
e perdoem-me as pessoas
que ficaram esquecidas
boa noite, amigos, companheiros, camaradas
a vida é feita de pequenos nadas
a vida é feita de pequenos nadas 


Somos tantos a não ter quase nada
porque há uns poucos que têm quase tudo
mas nada vale protestar
o melhor ainda é ser mudo
isto diz de um gabinete
quem acha que o casse-tête
é a melhor das soluções
para resolver situações
delicadas

a vida é feita de pequenos nadas
E o que é certo
é que os que têm quase tudo
devem tudo aos que têm muito pouco
mas fechem bem esses ouvidos
que o melhor ainda é ser mouco
isto diz paternalmente
quem acha que é ponto assente
que isto nunca vai mudar
e que o melhor é começar a apanhar
umas chapadas
a vida é feita de pequenos nadas


.../...

Ouvi dizer que quase tudo vale pouco
quem o diz não vale mesmo nada
porque não julguem que a gente
vai ficar aqui especada
à espera que a solução
seja servida em boião
com um rótulo: Veneno!
é para tomar desde pequeno
às colheradas
a vida é feita de pequenos nadas
boa noite, amigos, companheiros, camaradas
a vida é feita de pequenos nadas."


Sérgio Godinho

2 comentários:

Anónimo disse...

Então Ana,

O que é que se passa? Todos nós temos dias em que não podemos sair de casa em que só nos apetece meter debaixo dos lençois (sozinhos...nada de confusões), adormecer e só acordar noutro dia...alguns até nem acordam mais neste mundo...
Eu também nunca mais estive bem após a destruição da minha família e em que de um momento para o outro fiquei muito sozinho e desnorteado. O que me tem mantido agarrado à vida são as corridas que são como um remédio e se dantes gostava muito de correr agora já não é bem assim, já é mais como que "um comprimido" que tenho de tomar diariamente. Fazem -me esquecer todos os pensamentos negativos que me cercam...mas o ter como amiga alguém como tu também ajuda muito tal como as corridas e, por isso, só te posso dizer, obrigado Ana e tem força. Amanhã ou seja hoje já é outro dia...

Bjs
Fernando Sousa

S* disse...

Espero que estes pequenos nadas te ajudem a ficar feliz.