Sopram ventos. Oriundos de direcções distintas e empurrando para outras tantas. Leves ou fortes. Resisto vincando pés na terra ou deixo-me ir, vencida como folha de árvore em fim de tarde de Verão à deriva em vendaval que se levantou.
Como mãos macias e quentes de amante, o vento afaga-me o rosto, baralha-me o cabelo sobre o rosto e afaga-o como jamais este fora. Delicio-me com as suas carícias como em encontro de amantes separados pelo tempo e pela aparente distância, em completo deleite de horas de amor. Este vento morno. Vento de mudanças este. Mudanças que se fazem sentir, não de tão drásticas quanto frágeis decisões de querer mudar num ímpeto de vontade que morre derreada dias depois, como tão bem conheço, mas simplesmente deixo-me ir desta vez. Sem resistir, aproveitando o vento, à sua mercê, inclinando apenas a cabeça para desviar o cabelo dos olhos, em harmonia com ele para navegar à bolina, e chegar onde quero.
Em paralelo, há coisas que não mudam. Fio condutor que nos traz do passado ao presente e nos encaminha para o futuro. E o amor é uma delas. Pelo menos este amor, que é o mais fiel e duradouro e doce e forte e seguro que conheço, apesar das aparentes mas afinal circunstanciais incompatibilidades, das crises e dos abalos, mas também de alegrias, de amparo e segurança. Este amor que tenho esquecido de alimentar e mantido em silêncio, adormecido. Despertou e hoje alimentei-o um pouco. Um pouco só de mim, e é suficiente para me trazer de novo. À Vida.
Corri 30 minutos apenas …
3 comentários:
Parabéns amiga Ana
Um tónico muito importante e fundamental para a vida.
Um beijinho.
Olá Ana
bonitas palavras...
Beijinhos,
AAlmeida
Olá Ana,
Bonitas palavras!
Um abraço
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