Encheu-se de lágrimas o Tejo, hoje de manhã cedo, alvorada já e o sol vai alto e a azáfama de gente enche já as ruas e o barco em direcção à urbe, como formigas em carreiro, apinhadas em pedaço de madeira flutuante, alheias às lágrimas que correm, balançando a jangada onde viajam, faces abaixo, invisíveis e silenciosas, enchendo o rio, em direcção ao mar que as acolherá, sem o ver sequer, cegas, seguem o seu caminho sem saber para onde vão, mas ainda assim vão, confiantes nos braços que lhes darão abrigo e proporcionarão alívio, permitindo-lhes transbordar e dessa forma libertar-se.
Depois, quando ao fim do dia o sol prometer deitar-se sobre o mesmo Tejo que o viu acordar, e o rio já sem lágrimas descansar aliviado do seu contínuo correr, na maré vazia da Baía, que as vazou e levou para o oceano e do oceano para outro rio, outra foz e outra margem, ela já sem lágrimas correrá ao seu lado, onde as lágrimas desapareceram e resta apenas uma serenidade que se emana da baía tranquila, onde aves resgatam alimento do fundo agora visível, em cada passada que ela dá, catadupas avassaladoras de tranquilidade e paz que ela assimila e interioriza com avidez e segurança. Cada vez mais forte. Em cada passada serena e calma que dá.
Correu 45 minutos
3 comentários:
olá Ana
excelente essa corrida, a retomar os carris.
e parabéns pelas fotos: lindas!
que início de dia.
Bjinho
Ab - Tartaruga
Correr à beira Tejo: como a invejo Ana!
E parabéns mais uma vez pelos textos.
Fernando
Oi Ana,
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