Recostou-se na cadeira confortável, pegou o livro e tencionava ler. Umas palavras mais que conseguisse acompanhar e lhe permitissem entender a sequência da história. Uma leitura densa, de frases extensas, compostas por palavras que se enroscam no cérebro como jibóias, contorcendo-se e apertando até se tornar impossível a compreensão, o entendimento, e então sem dar conta, o pensamento dela dispersa-se, liberta-se, e dá por si noutro lugar e tema, onde o exercício mental é fácil e o físico também.
Como as palavras que se sucedem fluidas num livro, passo a passo, com facilidade os seus pés percorriam o trilho com uma leveza de que mal se recorda.
Há dias assim. E há livros assim. E histórias assim. E vidas assim. Tenebrosas e escorregadias como jibóias. É preciso querer. É preciso vontade, alma, de onde brota a dedicação, concentração e motivação que leva ao acto dedicado. Como na Corrida.
O “Homem Duplicado” repousa agora na mesa, como o treino de corrida que ainda não foi hoje que foi feito, ao lado da chávena de café vazia e da mente cheia de uma vida onde reina o caos, e que se alivia ligeiramente no papel com a ajuda de uma esferográfica.
1 comentário:
Minha querida amiga,
Gostei muito do teu comentário.
Faz-se o que se pode, ou o melhor que se pode com o que se tem. E isso é um facto para mim.
E quando não se pode, não se faz, e também não faz mal nenhum...
E uma pausazinha como a tua, também é necessária de vez em quando, limpa as toxinas do sistema, aclara-nos as ideias...Quando voltares para recuperar o ritmo, tenho a certeza que não vais parar, afinal as pilhas já foram recarregadas a 100%.
Beijinhos e até breve.
P.S.: Em princípio estarei em Monsanto no domingo se tudo correr bem.
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