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domingo, 31 de dezembro de 2006

A 13ª edição da S.Silvestre Cidade do Porto - 30 de Dezembro de 2006


Sou! Felizarda, sortuda, abençoada, querida e desejada!

E foi assim a 13ª edição da S.Silvestre Cidade do Porto. Uma chuva miúda mas contínua dificultou a viagem dos aventureiros que no dia 30 de Dezembro de 2006 fizeram umas boas centenas de quilómetros para ao Porto se deslocar, dificultou também a preparação e montagem de tudo o que é necessário para receber perto de 5000 indivíduos e proporcionar-lhes todas as condições para caminhar e correr, e só a nós atletas abençoou.

Secretariado, tendas de apoio e de primeiros socorros, casas de banho, delimitação do percurso, postos de abastecimento, animação, pódio para entrega de prémios, local para retirar o chip e entregar prémios de presença, e isto só para enumerar alguns, foi preparado sob a tal chuva que pela hora da partida já nos tinha transformado a todos em verdadeiros pintos.

Chegamos cedo à zona de partida. Uma bonita árvore de Natal feita de luzes brinda-nos e faz-nos adivinhar o que nos espera: ruas calorosas apesar do frio e da chuva, com as decorações de Natal sobre as nossas cabeças e com público. Muito público que ainda sob a dita chuva não arredou pé e muito gritou por nós.

Dorsais levantados, encontros e reencontros, conversa que nunca fica em dia, despir que é hora, dar sacos a guardar e partir. Para o aquecimento. O meu pobre pai, que foi caminhar, de capa de plástico que só lhe deixava ver o nariz, lá ficou debaixo de uma varanda até à partida. Para que iria aquecer ele? Ao que eu o sujeito... Aqueci acompanhada e minutos antes ali estamos todos muito juntos sem nos tocarmos, verdadeira multidão aos saltinhos tentando cumprir a missão impossível de não arrefecer, com os dedos engelhados de tanto tempo já em contacto com o líquido vital à vida.

Partimos. Eu, que não corria desde o fim-de-semana anterior, quero ir com calma, mas há dentro do peito um frenesim que me eleva o espírito e com ele o corpo. Começa-se a subir e eu subo! Leve! Ouço os incentivos do público, e ouço outras vozes mais fortes na minha cabeça e ao meu lado recordo e vejo o amigo que correu comigo esta prova em 2004 (fizemo-la e terminamos juntos) e no ano passado (apenas uma pequena parte do percurso) e que jamais o voltará a fazer. Nostalgia… Não! Coragem! Se ele estivesse aqui… E lá onde ele estiver, eu sei que de alguma forma está comigo. Está comigo sem dúvida. E a chuva escorre-me por entre o cabelo curto e sinto-a correr em fios pelo rosto até alcançar a boca. O doce da água misturado com o salgado do suor. Levanto a cabeça ao céu e agradeço. Sou abençoada, uma felizarda. Sem dar conta estou no cimo da subida. Desce-se para o local da meta e eu voo! Livre como há muito não era! Repete-se a volta! Quebrar agora na subida? Nem pensem! Subi com a mesma energia. Forte, leve, segura.

As luzes de Natal, a chuva miúda sob a luz das iluminações, o meu rosto molhado assim como todo o corpo, o rapaz que chama o meu nome quando passo por ele: Carlos Soares. – Prazer em conhecer!
O Margarido que avisto à minha frente e acabou atrás de mim. Acho que houve momentos de alucinação, pois devo tê-lo passado sem o ver (deve ter sido da velocidade), ou estaria eu numa outra dimensão qualquer?

Acabo a prova mais que bem! Excepcionalmente bem! O tempo? Pois o tempo foi o que foi: 52m11s, mas o que é aqui de realçar é a forma como me senti: estupendamente bem! Forte, livre e solta.

Depois do banho (de água bem quente no hotel – não vão pensar que eu por ter gostado assim tanto dos chuveiros naturais, me sujeitasse a eles no fim da prova), um jantar magnífico entre amigos, e claro que não podia deixar de ser a tradicional Francesinha, mas desta feita num magnífico forno a lenha, para onde as víamos entrar e de onde as víamos sair a fumegar e a dirigirem-se para a nossa mesa. Foi tudo… estupendo!

E nessa noite eu fui. E eu sou! Felizarda, sortuda, abençoada, querida e desejada! E assim acabo o ano de 2006! Obrigada a todos!

5 comentários:

Anónimo disse...

Tão longe e tão perto...

Só ao verificar a classificação final é que verifiquei que estive 45 segundos distante da Ana. Quantos metros serão 45 segundos?

Se a tivesse visto não perderia a oportunidade e o prazer de, pessoalmente, lhe desejar um bom ano de 2007 e de lhe transmitir um pouco do meu calor. Assim, faço-o aqui e agora.

Que o ano de 2007 seja bom para si.
Certamente que existirão muitas tristezas e dificuldades mas estou seguro que todas conseguirá ultrapassar.


Um abraço amigo
José que também corre

Unknown disse...

Muito bem, os meus parabéns…vejo que as forças, a vontade, o ânimo, estão de volta. Fiz a minha 1º São Silvestre no Sábado (Olivais). Tinha em mente ir fazer a da amadora, mas ao sair do comboio, não sei como torci o pé. Pronstos...Amadora passou a ser uma visão. Os meus parabéns Ana, senti alegria mas palavras.

Zen disse...

Boa isso é que é entusiasmo!

Que seja este o teu estado de espírito para 2007!

Um BOM ANO!

Maria Sem Frio Nem Casa disse...

José que também corre: Agradeço os votos e retribuo de igual forma:

Um bom ano para si com tudo de bom!

Foi pena não nos termos visto no Porto, fica para a próxima e espero que me interpele, pois eu de certeza que não o reconhecerei...

Carlos Lopes, também lhe agradeço as palavras. Pena essa história do entorse... Agora é curar-se! BOM ANO

Zen
Obrigada! Uma coisa te garanto: Eu vou-me esforçar para que assim seja, assim a vida não me pregue partidas, porque no que depender de mim... ai garanto-te que tudo farei para que o espírito se mantenha

Girl Running:
Thanks for posting and Happy NEW YEAR for you, with a lot of health and good runnings

TOTO disse...

salut Ana ;
merci de nous faire partager ta course, c'est un bon recit. bravo pour le chrono.
matenant que j'ai le calendrier des courses pour la fin d'année je serait present pour c'étte course.
merci est bravo . sportivement ((TOTO))