Fiquem em
casa
Não me assusta
nem encontro nenhum drama em ficar em casa.
Não me assusta viver com os meus dentro
de quatro paredes 24 horas por dia, a tropeçarmos uns nos outros, a embirrarmos
uns com os outros, mas também a cuidarmos uns dos outros, e ainda assim a
tentar descontrair para não sermos vencidos pelo medo, pela ansiedade e pelo
pânico.
É importante a consciencialização, a responsabilidade e a atitude. Compreender
o que já se sabe, ou se pensa saber, sobre o vírus, e agir em conformidade para
evitarmos que ele nos apanhe e evitar propagá-lo. Quem nos garante que já não
nos apanhou e quando “vamos só ali e não faz mal porque vamos sozinhos e não
vemos ninguém”, não estamos a contribuir para a sua propagação? O tempo de vida
do vírus nas diversas superfícies é assustador, isso sim, assusta-me! Nas paredes,
no solo, nas portas, nos corrimãos, nas tampas do lixo, na porta da escada, no
ar! Isso sim assusta-me! Assusta-me sim ter de sair e poder trazer o vírus para
dentro de casa. Assusta-me a ligeireza com que alguns ainda lidam com o
assunto. Assusta-me como agem. Assusta-me porque não compreendem que o seu
argumento de “não faz mal porque vamos só ali e não vemos ninguém” é porque muitos
“alguéns” ficam em casa! E também precisavam de arejar e fazer alguma outra
coisa para manter alguma sanidade mental, acreditem!
Com duas
pessoas dentro de portas, que reunem condições que as torna de risco para o Covid-19, tanto pela idade como pelas patologias, fáceis
de “controlar” ao contrário de muitos de quem os filhos se queixam por não compreenderem
a importância do “Fica em casa”, as minhas preocupações e cuidados redobram,
triplicam, quadruplicam e ainda assim tenho noção que podem ser insuficientes. Só eu saio à rua.
Para o que tem de ser. Comida e bens de primeira necessidade (sem esquecer a
cerveja, claro, que isto de manter a sanidade mental, aqui é levado muito a
sério), medicamentos, levar a cadela a fazer necessidades, levar o lixo. Com
mil e um cuidados, mas sei que um pequeno descuido, um gesto automático como
levar a mão ao rosto, um vizinho que nos diz bom dia com demasiado entusiasmo e demasiado perto do nosso
rosto, um “esquecimento” e um azar, e podemos ser infectados. E de igual modo
infectar outros.
Não me
assusta “ter tempo”, nem compreendo a dificuldade de muitos em ocupá-lo dentro de casa.
E a
Economia, dirão? E as contas por pagar, dirão…e sei muito bem do que falam, que
eu até também as tenho! Mas mortos…de que vale termos as contas pagas? É preciso
parar para parar o vírus, manter apenas o estritamente essencial para a sobrevivência
das pessoas. Mas e o país?! O país são as pessoas! Sem elas, não há país...
O país...são as pessoas!
Depois…depois…Há-de
ficar tudo bem! Mas por agora é preciso atitude, adoptar comportamentos que
contribuam para isto parar!
Por nós,
pelos nossos, por vós, pelos vossos, fiquem em casa por favor!
Não é assim
tão difícil.
1 comentário:
é um processo de habituação. todos estamos conscientes que tem de ser por nós e pelos outros, mas ainda estamos em adaptação. por mim falo. nunca tinha trabalhado a partir de casa e muito menos uma semana. espero que passe rápido e com saúde. vai ficar tudo bem! :)
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