Às vezes, quando todos mal terminaram o jantar e já saem da mesa ainda com a sobremesa na mão, apressados para as suas tarefas, ela, fica mais um pouco, então sozinha na mesa. Vai comendo devagar, como gosta. Um pouco mais e só um pouco mais ainda, uma migalha de pão, um naco de queijo ou um pedacinho minúsculo de carne, com o cuidado de deixar as doses necessárias para os almoços do dia seguinte. Bebericando do copo em pequenos golos, lentamente, e fica assim, a ouvir o rádio, comendo, bebendo, e às vezes chora.
Nesse tempo só dela, em que lhe apetecia conversar mas tem só os pratos vazios e sujos para levantar. Aconchega-a a ideia de que fez um bom jantar, que mais uma vez alimentou a família e mais uma refeição foi servida, mesmo que os elogios não surjam, como é costume.
Às vezes, quando todos mal terminaram o jantar e já saem da mesa ainda com a
sobremesa na mão, apressados para as suas tarefas, ela, fica mais um
pouco, então sozinha na mesa e às vezes chora.
3 comentários:
Bonito texto! De uma "beleza triste", mas bonito.
Beijinhos
Deixa lá a loiça suja, deixa lá os restos em cima da mesa, vai mas é correr....
Temos mesmo que combinar um treino juntas, o Iosif vai ao Almorol, vou ficar sozinha não queres vir fazer um treino no Monsanto??
beijoquinhas
Um beijinho Ana.
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