Quando ele lhe disse que tinha saudades da "Ana", ela não se apercebeu de imediato da dimensão e da gravidade da "coisa".
A "coisa" em que ela se andava a transformar há tempos, tal metamorfose de batráquio, que girino, um dia se vê no reflexo da água do lago, e em vez de princesa esbelta e desnuda, montada num cavalo alado de imaculado pêlo branco, é antes rã verde viscosa e escorregadia, que coaxa sem parar nos pântanos em noites de luar, à espera de ser beijada por quem não chega.
Ela não é esta. Ela não quer ser esta. Definitivamente, esta nao é ela. No entanto, esta é ela hoje. Não há outra. Hoje, ela é esta. E ela, esta, tem também saudades da outra, da "Ana"...
2 comentários:
Também aprecio Fernando Pessoa! Boas corridas! Visita o meu blog!
Já que estamos em maré de citações...
"À força de falarmos de amor, apaixonamo-nos"
Blaise Pascal
Não me parece nada mau um beijo à beira de um pântano com nenúfares ao luar e onde até as "viscosidades" seriam sensuais.
Os Princepes são perfeitos, os perfeitos são narcisitas e os narcisitas não amam ninguém, só eles mesmos!
Bjs
PS - Além disso os nobres estão falidos, já não tem palácios em bosques de sonho, antes T2 na Buraca e carros Tunning.
Viva os sapos!
MPS ( Movimento Pró Sap@s)
;-)
Enviar um comentário