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sábado, 5 de maio de 2007

2, 3, 4 e 5 de Maio 2007

"Em cima do piano
Está um copo de veneno
Quem bebeu, morreu
O culpado não fui eu
E o azar foi seu!”


Sobre a mesa plana e lisa e rasa, um prato vazio. E come-se o pão da véspera, bolorento e duro e seco, que o diabo amassou com sal e suor e lágrimas também, que ele não é mais que um ser errante e sofredor.

Comer nada.
Falar nada.
Ficar calada.
Boca fechada
Ir
A nenhum lado
Cerrar os olhos
Cerrar os dentes
Correr parada
E engolir em seco
Ou com a pouca água que resta
Sapos e cobras e lagartos
Corpo partido em bocados
Sem alma ou vida em mim
Fechar a porta outra vez
Dormir e acordar
Sem sonhar
E por fim
Esquecer-me de mim.

7 comentários:

Anónimo disse...

Querida Ana. Esse é também o nome da minha mãe.
Criei contigo uma empatia que estranho e cada palavra que escreves, felizmente ou não, toca-me sempre. E toca-me de uma maneira que não queria. Porque faz pensar. Faz reflectir. Faz voltar atrás no tempo e identificar. Relacionar.
E sempre que partilhas um pouco mais da tua vida comigo e com todos os que lêm o meu espaço sinto a intimidade aumentar e consequentemente a vontade de sair porta fora e ir procurar o sítio onde hoje estás a correr, ou a lamentar-te por não estares de facto a correr, quem sabe. Dá-me vontade de te encontrar e abraçar a tua menina sem nome que me faz chorar a cada palavra tua que leio. Porque sempre que me mostras o teu lado, o da Mãe, dói-me por perceber o que estou a fazer à que ainda se dá ao trabalho de estar aqui comigo. Dói-me ainda mais por não parar.
Diria que hoje, especialmente mais no de em outros dias e outras palavras, me disseste muito.
Um grande beijo e um feliz dia da mãe (que é so amanhã mas aproveito já), porque sei que mereces. *

Jacke Gense disse...

Oi Aninha..
Minha amiga corredora e poeta..rs
Como andam os treinos para a maratona???
Olha.. vc realmente é um exemplo para mim... vendo você correr essas provas longas me anima a pensar na possibilidade de também correr um dia uma maratona... coisa que jamais pensei em fazer..

Um super beijo garota!

Anónimo disse...

ANA!
Ó ANA?

Jacke Gense disse...

Aninha...
Você sumiu menina.. onde está???

Mande noticias para nós!

Álvaro disse...

Ana... Qué passa-aaaa?!

Porque desapareces?

Bjs

Álvaro

Anónimo disse...

Querida Ana, onde andas? Já sinto falta. Quero saber por onde tens corrido.. **

Álvaro disse...

Anofa:

Compreendo e respeito a tua necessidade de mudança. Espero que seja boa para ti!
Mas eu sou amigo dos meus amigos e espero continuar a nossa amizade. Colo a seguir algo importante, do Dalai Lama:
Gostaria de concluir explicando melhor o significado de compaixão, que freqüentemente é mal entendido. Compaixão verdadeira não está baseada em nossas próprias projeções e expectativas, mas sim nos direitos do outro: independentemente da outra pessoa ser um amigo íntimo ou um inimigo, contanto que ela deseje paz e felicidade e deseje superar o sofrimento, então, baseado nisso, desenvolvemos respeito verdadeiro para com seus problemas. Isso é compaixão verdadeira.
Em geral, chamamos qualquer preocupação com um amigo próximo de compaixão. Isso não é compaixão, é apego. Nem casamentos duram por apego, embora o apego geralmente esteja presente. Eles duram porque também há compaixão. Se os casamentos duram pouco, é por perda de compaixão; só há apego emocional baseado em projeção e expectativa. Quando o único vínculo entre amigos íntimos é o apego, mesmo uma questão menor pode causar uma mudança nas projeções. Assim que nossa projeção muda, o apego desaparece — porque o apego estava baseado unicamente na projeção e expectativa.
É possível ter compaixão sem apego — e similarmente, ter cólera sem ódio. Portanto, precisamos esclarecer as diferenças entre compaixão e apego, e entre cólera e ódio.