Seguimos por esta estrada. Quero ver se chegamos ao Rio Trancão, antes dele chegar ao Tejo, e voltamos.
Está muito calor. Estou a morrer de sede.
Juro que não vais, aqui e agora, morrer de sede!
Vamos andar.
Caminhamos.
Corremos.
Estou a morrer de sede.
Esquece isso. Juro que o Rio está perto.
Estou a morrer de sede!
Talvez naquela casa esteja alguém e possamos pedir água.
E se ali estivesse uma mulher, de negro vestida, ao portão da casa, de bilha de barro apoiada na anca e púcaro estendido e nos oferecesse a água fresca que chilreia como um passarinho ao verter da bilha? Ah? Que tal? Depois, quando olhasses para dentro do púcaro, já nas tuas mãos, sôfrega e agradecida, e o elevas para matar a sede, verificas que a serpentear na água como doidos estão dezenas de pequenos vermes escorregadios e pretos?
Juro que te mato! Achas que tens graça?
Acho!
Olha para este muro. Esta casa podia contar-nos tantas histórias...
Pois...se as casas falassem...
Olá bom dia, diria a casa e tu borravas-te de medo!
Oh! Não é isso!
Caminhamos mais. Suadas. Vermelhas. Juntas. Felizes neste instante de Vida.
Olha! Olha para aquela janela!
Juro que naquela janela estava uma pessoa. Ali, lá dentro de casa!
Não vejo nada.
Juro!
E hoje foi isto - ver aqui, sem saber se as fotos justificam o ritmo ou se o ritmo justifica as fotos. E quanto importa isso? Foi uma belíssima manhã! Juro!
Quinta do Brasileiro:
Quinta do Brasileiro |
Quinta do Monteiro-Mor:
Quinta do Monteiro-Mor |
Rio Trancão |
1 comentário:
Mais uma vez se justifica o galardão do blogue com melhor qualidade do ponto de vista literário!
Um beijinho (podem ser vários?) "piquena"!
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