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sexta-feira, 16 de junho de 2006


Enquanto não me chega a genica e a inspiração para escrever algo (do imenso que se poderia dizer) sobre a XX Escalada do Mendro, Vidigueira, onde tive o privilégio de participar ontem, estou para aqui a ruminar pensamentos menos bons e com uma vontade danada de devorar chocolate preto. Ou de leite, ou branco, ou com avelãs (o meu preferido) ou uma mistura de todos. Ainda não sei se chegarei até final do dia sem cometer o pecado.

Sim, porque comer chocolate é pecado! É especiaria digna de deuses e seus filiados. E eu, simples mortal, não sou nem uma coisa nem outra.

Mas um pedacinho só… Ai, um pedacinho só não faz mal, pois não? Tenho direito ao verdadeiro néctar dos deuses, eu sei que tenho, mas outras crenças, ou antes outros factos, me dizem que não devia. É-me desnecessário e nada benéfico.

"Comes mais do que corres…" – ecoa-me na cabeça a frase proferida ontem e a mim dirigida com toda a veracidade, enquanto devorava eu uma bifana ainda quentinha e bem grelhada a escorrer o suco da carne para o pão caseiro alentejano, duas fatias generosas que nos deixam farinha à volta da boca após cada dentada gulosa.

Pois é, por isso é que estou como estou, e ainda desejo e penso comer chocolate negro delicioso.

Água na boca. É com água na boca que fico.

E fico assim a sonhar depois dos teus olhos me fixarem por instantes, num abraço furtivo, numa carícia disfarçada, pois sei que esse olhar existe ainda para mim, mesmo que não venha de ti.

Mas foi bom voltar a sentir os teus olhos pousados em mim. Deu-me forças para continuar a acreditar que essas coisas ainda existem, até para mim.

Ah, acho que agora vou até ali dar uma dentada no chocolate que me tenta só porque existe. São assim, as coisas boas da vida.

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