"Cast me aside" - por Lara Fairie
Despojou-se do que já não tinha e pousou os braços sobre o volante imóvel do carro em andamento. Segue viagem o carro. E ela dentro dele deixa-se ir. Quem a visse diria que conduzia e que almejava um destino paradisíaco talvez ou apenas um modesto porto de abrigo, mas é mentira. Só se deixa ir na auto-estrada negra sob um sol escaldante e luminoso. Até onde o carro a levar.
Sentiu os braços cansados sobre o volante. Insuportavelmente cansados e pesados. Ampara-lhe agora os pulsos nele pousados, o volante. Veloz o carro e parada ela. Veio-lhe à memória uma frase batida. “Hoje é o último dia do resto da tua vida”. Mais memórias. De coisas. Coisas passadas. De pessoas. Pessoas presentes ainda que longe. De críticas, censuras, invejas, hostilidades e falsidades. De hoje. E sorrisos cínicos ou apenas vazios, indiferentes. De hoje. E do passado aquele sorriso de bebé veio-lhe de novo à memória para a fazer sorrir enquanto chora. Sorriso de bebé com apenas dois dentinhos acabados de romper deixando já marcas na medalha de ouro que pende suspensa do fio que o padrinho deu.
Segue veloz o carro. Cansada, ela, semi-serra os olhos e por fim, sem força, deixa cair os braços, pendendo-os sobre o colo.
Quando acordou no hospital, assustou-se. Aquilo era a sério agora. Mas ela não queria. Ela estava só a brincar, a pedir ajuda, a chamar a atenção que nunca teve. “Não, não me levem! Eu preciso viver!” . Soltaram-na, com a certeza porém de que ela voltará e que virá o dia em que será tarde demais.
Se há forma que lhe daria prazer morrer, era num trágico acidente de viação, o mais aparatoso possível, sem no entanto envolver terceiros que esses coitados não pediram para se cruzar com ela na estrada nem na vida.
Só uma única coisa a prende a esta vida terrena, uma única coisa, um tesouro de que teme não saber cuidar.
Não, não lhe falem das latas de sardinha e das festas feitas com elas numa mesa pobre mas rica de sentimentos, de alegria e de sorrisos. E quando já não há latas de sardinhas? Já sentiram o sabor do bolor no pão? E ainda assim o degustarem como se de caviar se tratasse? Até à última migalha?
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segunda-feira, 28 de julho de 2008
sábado, 26 de julho de 2008
sem título
Se há coisa que gosto de fazer na vida é conduzir. E conduzo bem. Dá-me um prazer intenso, que me completa, enche e satisfaz. Já o mesmo não posso dizer do estacionamento. Nem gosto nem o faço bem. Conduzir sim, melhor do que conduzo a vida, conduzo o veículo, poderosa e confiante. Só é chato quando a polícia nos apanha em excesso de velocidade (mesmo que sejam apenas uns míseros 31 quilometrozinhos a mais do que a velocidade permitida por lei numa via rápida, sem passeios onde nem sequer são permitidos peões ou animais, onde os separadores de betão separam as vias – mas a Lei, essa madrasta injusta e cega, que não passa de uma forma legalizada do Estado roubar em muitas e muitas situações fez-se cumprir hoje).
E eu hoje fui roubada em 120 euros. Quer dizer, o homem levou um papel assinado por mim com esse valor referenciado, a que vulgarmente se chama cheque. Se tem cobertura ou não, logo se verá, depende do dia e da temperatura que fizer no dia em que os homens o puserem ao banco, e de tantos outros factores.
Isto a vida tem de se levar com calma. Muita calma e serenidade. Uma coisa de cada vez, um dia de cada vez, um momento de cada vez. As soluções são para o momento. É necessário e imperativo satisfazer as necessidade de agora. Matar a fome, ler ou escrever ou conversar. Agora. Quem sabe se quando o cheque chegar ao banco eu ainda cá estou? Para quê me preocupar com o indefinido e incerto? Talvez até o mundo acabe antes, ou o carro da polícia que deve transportar o meu cheque neste momento vá contra uma parede, expluda junto com agentes e os papéis desapareçam para sempre, apagando definitivamente as provas do crime cometido. Ou ainda talvez o simpático senhor agente tenha lido qualquer coisa nos meus olhos e nas palavras que não proferi que lhe façam ter um acesso de humanismo e rasgue os papéis e o cheque desapareça. Estou tranquila e serena e preciso de ir dormir. Dois comprimidos cor-de-rosa como a vida não me devem permitir insónias esta noite. Tenho de estar serena e tranquila amanhã pois tenho um fim-de-semana para passar com a pessoa mais importante da minha vida. Tudo o resto, até as multas, os agentes da autoridade e os cheques sem cobertura são apenas merda na puta desta vida.
Assim, da mesma forma serena e tranquila, a praticamente 13 semanas da Maratona do Porto, ainda não mexi uma palha. Mas suspeito que a teoria acima descrita não se aplique com exactidão a este caso. Se quero (quero?) fazer a Maratona a 26 de Outubro de 2008, na magnífica cidade que amo, Porto, tenho de me começar a mexer. Antes do Momento. Terei de ter muitos momentos antes para conseguir atingir aquele. E por via das dúvidas de algum leitor desatento, a par dos últimos dias, semanas, meses, da minha vida, anteriores a este dia, ainda não foi hoje que recomecei a treinar.
13 semanas. Ainda dá tempo? Acredito que sim, mas não assim: parada.
E eu hoje fui roubada em 120 euros. Quer dizer, o homem levou um papel assinado por mim com esse valor referenciado, a que vulgarmente se chama cheque. Se tem cobertura ou não, logo se verá, depende do dia e da temperatura que fizer no dia em que os homens o puserem ao banco, e de tantos outros factores.
Isto a vida tem de se levar com calma. Muita calma e serenidade. Uma coisa de cada vez, um dia de cada vez, um momento de cada vez. As soluções são para o momento. É necessário e imperativo satisfazer as necessidade de agora. Matar a fome, ler ou escrever ou conversar. Agora. Quem sabe se quando o cheque chegar ao banco eu ainda cá estou? Para quê me preocupar com o indefinido e incerto? Talvez até o mundo acabe antes, ou o carro da polícia que deve transportar o meu cheque neste momento vá contra uma parede, expluda junto com agentes e os papéis desapareçam para sempre, apagando definitivamente as provas do crime cometido. Ou ainda talvez o simpático senhor agente tenha lido qualquer coisa nos meus olhos e nas palavras que não proferi que lhe façam ter um acesso de humanismo e rasgue os papéis e o cheque desapareça. Estou tranquila e serena e preciso de ir dormir. Dois comprimidos cor-de-rosa como a vida não me devem permitir insónias esta noite. Tenho de estar serena e tranquila amanhã pois tenho um fim-de-semana para passar com a pessoa mais importante da minha vida. Tudo o resto, até as multas, os agentes da autoridade e os cheques sem cobertura são apenas merda na puta desta vida.
Assim, da mesma forma serena e tranquila, a praticamente 13 semanas da Maratona do Porto, ainda não mexi uma palha. Mas suspeito que a teoria acima descrita não se aplique com exactidão a este caso. Se quero (quero?) fazer a Maratona a 26 de Outubro de 2008, na magnífica cidade que amo, Porto, tenho de me começar a mexer. Antes do Momento. Terei de ter muitos momentos antes para conseguir atingir aquele. E por via das dúvidas de algum leitor desatento, a par dos últimos dias, semanas, meses, da minha vida, anteriores a este dia, ainda não foi hoje que recomecei a treinar.
13 semanas. Ainda dá tempo? Acredito que sim, mas não assim: parada.
domingo, 20 de julho de 2008
XIII Corrida da Lagoa de Santo André – 19 de Julho de 2008
Esta prova que é já tradicional do Verão do litoral alentejano, deu um pulo este ano. Qualitativamente falando.
Com o habitual apoio técnico da Xistarca, a organização a cargo da Junta de Freguesia de Santo André optou e bem nesta edição por alterar a sempre questionada distância de 9 km para os 10 Km devidamente certificados por entidade competente. A certificação garante a distância anunciada e só por si já faz a prova dar um salto inquestionável em qualidade. O percurso alterado para proporcionar a nova distância traz também vantagens consideráveis. O desvio dos atletas para o meio do pinhal, em caminho de terra, desenhando um “U” e devolvendo-os à estrada mais à frente é em minha opinião um outro degrau subido na escala da qualidade. Mudança de piso, quebra na monotonia numa prova de ida e volta em alcatrão, são apenas exemplos.
Com um limite de inscrições de 700 atletas para a corrida, crê-se que chegaram à meta pouco mais de 600, pelo que não se justifica o ponto negativo encontrado, que se traduziu no seguinte: na distribuição dos sacos aos atletas na meta, a partir de determinado momento, nem todos os sacos tinham o já famoso e bonito medalhão em barro pintado à mão com aves da região, e isso é, a meu ver, um mau trabalho, uma nódoa num bonito pano e que a Corrida da Lagoa de Santo André não merecia. O prémio de presença é para todos. Se há um limite de inscrições, é precisamente para precaver e evitar situações destas. Atleta inscrito, que corre e termina a prova jamais o poderia deixar de levar. Mas aconteceu. Não sei se a 2, a 3 ou a 4 ou a 20 ou a 50 atletas. Mas não devia acontecer a nenhum! E perante as reclamações, alguém da organização confessa que de facto há sacos sem medalhão. Quem deu por isso e voltou atrás, e se teve sorte, ainda o trouxe (eu). Mas não foi assim para todos. Uma nódoa que certamente poderia ter sido evitada.
Passemos às coisas boas que também as houve e não foram poucas.
As inscrições e entrega de dorsais processaram-se de forma regular.
Com uma inscrição de 5 Eur, foi-nos dado um belíssimo percurso para correr. 10 Km certificados, numa estrada ladeada por pinhais, com o trânsito totalmente cortado, e ainda uma incursão no mesmo. Magnífico. Abastecimentos de água, o que foi perfeitamente satisfatório. Prova controlada por chip, bem sinalizada e com público aderente, desde os amantes da cerveja às senhoras da fruta, que em genuínas ofertas de melancia misturada com amor, nos davam ânimo e vontade de seguir e para o ano voltar.
Uma caminhada, a um custo de 1 EUR, foi realizada pela 1ª vez este ano. Proporcionou-se a cerca de 300 indivíduos o prazer de correr ou andar num cenário bonito e saudável.
Uma meta bonita, condigna com o resto. Espaço para retirar o ship. Entrega do saco e os parabéns e agradecimentos.
Banho disponibilizado para todos no Parque de Campismo
Entrega de prémios num palco montado para o efeito, com dignidade e despacho, durante momentos de convívio, onde não faltaram febras, pão, batatas fritas, vinho e fruta e música, mas onde faltaram sardinhas. Talvez (?) um excesso de confiança no ser humano tenha permitido os habituais abusos e açambarcamentos de alguns em situações deste tipo, o que sempre acaba por prejudicar uns tantos outros.
Uma classificação completa que demorou pouco mais de 24 horas a estar disponível para todos no site da Xistarca.
Corrida da Lagoa de Santo André. Uma corrida bonita num sábado à tarde, depois de um dia de praia com o corpo aquecido pelo sol e salgado pelo mar. Uma corrida bonita. Com prémios bonitos. Artigos artesanais da região. A tradicional t-shirt. O medalhão (não para todos). E se para mim o verdadeiro prémio são as emoções e sensações da vivência que me é permitida usufruir em cada prova, sendo por isso invisível para os olhos, ainda assim não deixo de lamentar profundamente a falha que ocorreu este ano na falta de entrega dos medalhões.
Se tenciono estar lá para o ano? Com certeza! Até porque pedi a um menino impossibilitado de correr este ano, a quem dei o meu medalhão, que continuasse a correr e que para o ano me desse ele o medalhão que ele lá irá ganhar. Ali na Lagoa de Santo André! Mas como quero que ele fique com o medalhão que com o seu esforço merecerá, eu tenho de lá estar e ganhar o meu. Mas isso ele não sabe...
Por tudo isto, que em 2009 nos seja a todos permitido correr na XIV edição da Corrida da Lagoa de Santo André. E que muitas mais edições se realizem! Parabéns! E força para continuarem!
Com o habitual apoio técnico da Xistarca, a organização a cargo da Junta de Freguesia de Santo André optou e bem nesta edição por alterar a sempre questionada distância de 9 km para os 10 Km devidamente certificados por entidade competente. A certificação garante a distância anunciada e só por si já faz a prova dar um salto inquestionável em qualidade. O percurso alterado para proporcionar a nova distância traz também vantagens consideráveis. O desvio dos atletas para o meio do pinhal, em caminho de terra, desenhando um “U” e devolvendo-os à estrada mais à frente é em minha opinião um outro degrau subido na escala da qualidade. Mudança de piso, quebra na monotonia numa prova de ida e volta em alcatrão, são apenas exemplos.
Com um limite de inscrições de 700 atletas para a corrida, crê-se que chegaram à meta pouco mais de 600, pelo que não se justifica o ponto negativo encontrado, que se traduziu no seguinte: na distribuição dos sacos aos atletas na meta, a partir de determinado momento, nem todos os sacos tinham o já famoso e bonito medalhão em barro pintado à mão com aves da região, e isso é, a meu ver, um mau trabalho, uma nódoa num bonito pano e que a Corrida da Lagoa de Santo André não merecia. O prémio de presença é para todos. Se há um limite de inscrições, é precisamente para precaver e evitar situações destas. Atleta inscrito, que corre e termina a prova jamais o poderia deixar de levar. Mas aconteceu. Não sei se a 2, a 3 ou a 4 ou a 20 ou a 50 atletas. Mas não devia acontecer a nenhum! E perante as reclamações, alguém da organização confessa que de facto há sacos sem medalhão. Quem deu por isso e voltou atrás, e se teve sorte, ainda o trouxe (eu). Mas não foi assim para todos. Uma nódoa que certamente poderia ter sido evitada.
Passemos às coisas boas que também as houve e não foram poucas.
As inscrições e entrega de dorsais processaram-se de forma regular.
Com uma inscrição de 5 Eur, foi-nos dado um belíssimo percurso para correr. 10 Km certificados, numa estrada ladeada por pinhais, com o trânsito totalmente cortado, e ainda uma incursão no mesmo. Magnífico. Abastecimentos de água, o que foi perfeitamente satisfatório. Prova controlada por chip, bem sinalizada e com público aderente, desde os amantes da cerveja às senhoras da fruta, que em genuínas ofertas de melancia misturada com amor, nos davam ânimo e vontade de seguir e para o ano voltar.
Uma caminhada, a um custo de 1 EUR, foi realizada pela 1ª vez este ano. Proporcionou-se a cerca de 300 indivíduos o prazer de correr ou andar num cenário bonito e saudável.
Uma meta bonita, condigna com o resto. Espaço para retirar o ship. Entrega do saco e os parabéns e agradecimentos.
Banho disponibilizado para todos no Parque de Campismo
Entrega de prémios num palco montado para o efeito, com dignidade e despacho, durante momentos de convívio, onde não faltaram febras, pão, batatas fritas, vinho e fruta e música, mas onde faltaram sardinhas. Talvez (?) um excesso de confiança no ser humano tenha permitido os habituais abusos e açambarcamentos de alguns em situações deste tipo, o que sempre acaba por prejudicar uns tantos outros.
Uma classificação completa que demorou pouco mais de 24 horas a estar disponível para todos no site da Xistarca.
Corrida da Lagoa de Santo André. Uma corrida bonita num sábado à tarde, depois de um dia de praia com o corpo aquecido pelo sol e salgado pelo mar. Uma corrida bonita. Com prémios bonitos. Artigos artesanais da região. A tradicional t-shirt. O medalhão (não para todos). E se para mim o verdadeiro prémio são as emoções e sensações da vivência que me é permitida usufruir em cada prova, sendo por isso invisível para os olhos, ainda assim não deixo de lamentar profundamente a falha que ocorreu este ano na falta de entrega dos medalhões.
Se tenciono estar lá para o ano? Com certeza! Até porque pedi a um menino impossibilitado de correr este ano, a quem dei o meu medalhão, que continuasse a correr e que para o ano me desse ele o medalhão que ele lá irá ganhar. Ali na Lagoa de Santo André! Mas como quero que ele fique com o medalhão que com o seu esforço merecerá, eu tenho de lá estar e ganhar o meu. Mas isso ele não sabe...
Por tudo isto, que em 2009 nos seja a todos permitido correr na XIV edição da Corrida da Lagoa de Santo André. E que muitas mais edições se realizem! Parabéns! E força para continuarem!
sábado, 19 de julho de 2008
XIII Corrida Lagoa de Santo André - Imagens, algumas
Realizou-se hoje a XIII Corrida da Lagoa de Santo André.
Estive lá. Trouxe imagens, palavras e muito mais coisas. As imagens estão aqui hoje. As palavras chegarão amanhã, e as "muito mais coisas" são só minhas.
Antes da partida, com a Ana Paula:Com os AFIS, Severino e Lina:
Estive lá. Trouxe imagens, palavras e muito mais coisas. As imagens estão aqui hoje. As palavras chegarão amanhã, e as "muito mais coisas" são só minhas.
Antes da partida, com a Ana Paula:Com os AFIS, Severino e Lina:
Com a Lénia:
A gente tem tudo Anucha!
Dói-me. Não sei onde nem porquê mas doí-me.
Entrou de mansinho no quarto e tocando-me num ombro sacudiu-me com suavidade mas vigor suficiente para me acordar.
- Anucha! – chamam-me Anucha com o carinho de quem me conhece há 25 anos. – Anucha! Acorda! Acorda Anucha!
Com o sacudir do corpo letárgico, acordo, abro os olhos num rasgo sonolento e descortino a Ana, magra, de faces secas deixando sobressair os ossos da cara de forma assustadora. Talvez a penumbra do quarto lhe acentuem e exagerem os traços e ela não esteja realmente assim.
- O Paulo perguntou se já vendeste a casa. Anucha! A gente tem tudo Anucha! Temos saúde, a gente tem tudo… Se o visses assim numa cama sem …
Não terminou a frase mas eu compreendi. Apertei-lhe a mão com um nó na garganta e compreendi. Acordei.
Obrigo o corpo. Saio da cama e puxo o estore da janela. Estou sozinha em casa. E aquelas palavras comigo. Sozinha mas acompanhada. Compreendi. Tomei duche e aguardo amigos que me darão boleia para a Lagoa de Santo André. Tenho uma corrida para fazer. Eu tenho tudo. Eu tenho tudo…
Entrou de mansinho no quarto e tocando-me num ombro sacudiu-me com suavidade mas vigor suficiente para me acordar.
- Anucha! – chamam-me Anucha com o carinho de quem me conhece há 25 anos. – Anucha! Acorda! Acorda Anucha!
Com o sacudir do corpo letárgico, acordo, abro os olhos num rasgo sonolento e descortino a Ana, magra, de faces secas deixando sobressair os ossos da cara de forma assustadora. Talvez a penumbra do quarto lhe acentuem e exagerem os traços e ela não esteja realmente assim.
- O Paulo perguntou se já vendeste a casa. Anucha! A gente tem tudo Anucha! Temos saúde, a gente tem tudo… Se o visses assim numa cama sem …
Não terminou a frase mas eu compreendi. Apertei-lhe a mão com um nó na garganta e compreendi. Acordei.
Obrigo o corpo. Saio da cama e puxo o estore da janela. Estou sozinha em casa. E aquelas palavras comigo. Sozinha mas acompanhada. Compreendi. Tomei duche e aguardo amigos que me darão boleia para a Lagoa de Santo André. Tenho uma corrida para fazer. Eu tenho tudo. Eu tenho tudo…
domingo, 13 de julho de 2008
E seja o que deus quiser... (salvo seja, que eu aqui também mando, e se ficar parada não há deus que me leve a Santo André)
E para estas duas, as inscrições já seguiram:
Já sábado dia 19 Julho: a XIII Corrida da Lagoa de Santo André, da qual mostro estes medalhões em barro pintado à mão, prémio das minhas presenças nesta bonita corrida (e ainda faltam alguns pois neste caminho que escolhi, tenho perdido muita coisa (embora o fundamental ninguém ainda me conseguiu roubar ou partir):
Já sábado dia 19 Julho: a XIII Corrida da Lagoa de Santo André, da qual mostro estes medalhões em barro pintado à mão, prémio das minhas presenças nesta bonita corrida (e ainda faltam alguns pois neste caminho que escolhi, tenho perdido muita coisa (embora o fundamental ninguém ainda me conseguiu roubar ou partir):
E para não mudar de ideias, seguiu já também a minha inscrição para a 32ª Meia Maratona de S.João das Lampas, dia 13 de Setembro de 2008, prova com um site novo, através do qual se podem efectuar as inscrições.
O resto... o resto logo se há-de arranjar. E força nas pernas? Também... Treinos? Manter-vos-ei ao corrente. Neste momento estou a repousar num puf enorme com o portátil ao colo, e só os neurónios e os dedos se exercitam. O resto (até o coração, garanto!) está parado. Modo: stand-by, para economizar energia.
Até amanhã ou depois
sexta-feira, 11 de julho de 2008
O Exorcista
Recebi esta preciosidade do meu amigo Fernando Andrade . Seria egoísmo guardá-la só para mim, ou deixá-la escondida num comentário. Merece estar aqui, como mensagem principal, que é, com o valor que tem.
Obrigada Fernando.
O Exorcista
"Dúvidas, arrelias, desamores
Caíram sobre si a dada altura,
Renegou a corrida e seus favores
E uma vida liberta, então procura.
Em desatino, pelos corredores,
Tentava disfarçar sua amargura.
Debalde o fez pois toda a gente viu
Que sem correr, sentia muito o "frio".
E então, há quem lhe deixe a sugestão,
Que "parar é morrer", inda p'ra mais
Quando se corre de alma e coração
Não pode, do cansaço, dar sinais.
Pouco segura, enfim, ei-la em acção,
E faz duas corridas especiais:
No Porto a Festa, em Peniche a Fogueira
E aí estava de novo a Ana Pereira!
Porém, passou somente uma semana
Quando o silêncio aqui nos atacou.
Deixara de se ler coisas da Ana
E a curiosidade se aguçou:
Se tudo ia tão bem (mas não de "grana"!)
Porque é que a rapariga se eclipsou?
Eis que um "post" "terríbil " na lição
Só fala de incerteza e "negação!"
Vá de retro! P'ra trás, eu te esconjuro!
Que satânico vento te atormenta!?
Mostra a chama do AFIS, em estado puro
Que é benta a sua luz e afugenta
O espírito maléfico e impuro
Que naquele que é teu tão mal assenta.
Eu te exorcizo! Tenha eu tal poder
Que irás, já a seguir, pôr-te a correr!"
Fernando Andrade
Obrigada Fernando.
O Exorcista
"Dúvidas, arrelias, desamores
Caíram sobre si a dada altura,
Renegou a corrida e seus favores
E uma vida liberta, então procura.
Em desatino, pelos corredores,
Tentava disfarçar sua amargura.
Debalde o fez pois toda a gente viu
Que sem correr, sentia muito o "frio".
E então, há quem lhe deixe a sugestão,
Que "parar é morrer", inda p'ra mais
Quando se corre de alma e coração
Não pode, do cansaço, dar sinais.
Pouco segura, enfim, ei-la em acção,
E faz duas corridas especiais:
No Porto a Festa, em Peniche a Fogueira
E aí estava de novo a Ana Pereira!
Porém, passou somente uma semana
Quando o silêncio aqui nos atacou.
Deixara de se ler coisas da Ana
E a curiosidade se aguçou:
Se tudo ia tão bem (mas não de "grana"!)
Porque é que a rapariga se eclipsou?
Eis que um "post" "terríbil " na lição
Só fala de incerteza e "negação!"
Vá de retro! P'ra trás, eu te esconjuro!
Que satânico vento te atormenta!?
Mostra a chama do AFIS, em estado puro
Que é benta a sua luz e afugenta
O espírito maléfico e impuro
Que naquele que é teu tão mal assenta.
Eu te exorcizo! Tenha eu tal poder
Que irás, já a seguir, pôr-te a correr!"
Fernando Andrade
quarta-feira, 9 de julho de 2008
Negação
Não vou à Corrida da Lagoa de Santo André, na Lagoa de Santo André, dia 19 de Julho;
Não sei se vou à Meia Maratona de S.João das Lampas, em S.João das Lampas, edia 13 de Setembro;
Não sei se vou à Meia Maratona Sport Zone, no Porto, em Setembro;
Não sei se vou à Meia Maratona de Ovar, em Ovar, em Outubro;
Não sei se vou à Maratona do Porto, no Porto, dia 26 de Outubro de 2008.
Não sei onde estarei quando acabar de escrever isto…
Não sei se vou à Meia Maratona de S.João das Lampas, em S.João das Lampas, edia 13 de Setembro;
Não sei se vou à Meia Maratona Sport Zone, no Porto, em Setembro;
Não sei se vou à Meia Maratona de Ovar, em Ovar, em Outubro;
Não sei se vou à Maratona do Porto, no Porto, dia 26 de Outubro de 2008.
Não sei onde estarei quando acabar de escrever isto…
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