Esta prova que é já tradicional do Verão do litoral alentejano, deu um pulo este ano. Qualitativamente falando.
Com o habitual apoio técnico da Xistarca, a organização a cargo da Junta de Freguesia de Santo André optou e bem nesta edição por alterar a sempre questionada distância de 9 km para os 10 Km devidamente certificados por entidade competente. A certificação garante a distância anunciada e só por si já faz a prova dar um salto inquestionável em qualidade. O percurso alterado para proporcionar a nova distância traz também vantagens consideráveis. O desvio dos atletas para o meio do pinhal, em caminho de terra, desenhando um “U” e devolvendo-os à estrada mais à frente é em minha opinião um outro degrau subido na escala da qualidade. Mudança de piso, quebra na monotonia numa prova de ida e volta em alcatrão, são apenas exemplos.
Com um limite de inscrições de 700 atletas para a corrida, crê-se que chegaram à meta pouco mais de 600, pelo que não se justifica o ponto negativo encontrado, que se traduziu no seguinte: na distribuição dos sacos aos atletas na meta, a partir de determinado momento, nem todos os sacos tinham o já famoso e bonito medalhão em barro pintado à mão com aves da região, e isso é, a meu ver, um mau trabalho, uma nódoa num bonito pano e que a Corrida da Lagoa de Santo André não merecia. O prémio de presença é para todos. Se há um limite de inscrições, é precisamente para precaver e evitar situações destas. Atleta inscrito, que corre e termina a prova jamais o poderia deixar de levar. Mas aconteceu. Não sei se a 2, a 3 ou a 4 ou a 20 ou a 50 atletas. Mas não devia acontecer a nenhum! E perante as reclamações, alguém da organização confessa que de facto há sacos sem medalhão. Quem deu por isso e voltou atrás, e se teve sorte, ainda o trouxe (eu). Mas não foi assim para todos. Uma nódoa que certamente poderia ter sido evitada.
Passemos às coisas boas que também as houve e não foram poucas.
As inscrições e entrega de dorsais processaram-se de forma regular.
Com uma inscrição de 5 Eur, foi-nos dado um belíssimo percurso para correr. 10 Km certificados, numa estrada ladeada por pinhais, com o trânsito totalmente cortado, e ainda uma incursão no mesmo. Magnífico. Abastecimentos de água, o que foi perfeitamente satisfatório. Prova controlada por chip, bem sinalizada e com público aderente, desde os amantes da cerveja às senhoras da fruta, que em genuínas ofertas de melancia misturada com amor, nos davam ânimo e vontade de seguir e para o ano voltar.
Uma caminhada, a um custo de 1 EUR, foi realizada pela 1ª vez este ano. Proporcionou-se a cerca de 300 indivíduos o prazer de correr ou andar num cenário bonito e saudável.
Uma meta bonita, condigna com o resto. Espaço para retirar o ship. Entrega do saco e os parabéns e agradecimentos.
Banho disponibilizado para todos no Parque de Campismo
Entrega de prémios num palco montado para o efeito, com dignidade e despacho, durante momentos de convívio, onde não faltaram febras, pão, batatas fritas, vinho e fruta e música, mas onde faltaram sardinhas. Talvez (?) um excesso de confiança no ser humano tenha permitido os habituais abusos e açambarcamentos de alguns em situações deste tipo, o que sempre acaba por prejudicar uns tantos outros.
Uma classificação completa que demorou pouco mais de 24 horas a estar disponível para todos no site da
Xistarca.
Corrida da Lagoa de Santo André. Uma corrida bonita num sábado à tarde, depois de um dia de praia com o corpo aquecido pelo sol e salgado pelo mar. Uma corrida bonita. Com prémios bonitos. Artigos artesanais da região. A tradicional t-shirt. O medalhão (não para todos). E se para mim o verdadeiro prémio são as emoções e sensações da vivência que me é permitida usufruir em cada prova, sendo por isso invisível para os olhos, ainda assim não deixo de lamentar profundamente a falha que ocorreu este ano na falta de entrega dos medalhões.
Se tenciono estar lá para o ano? Com certeza! Até porque pedi a um menino impossibilitado de correr este ano, a quem dei o meu medalhão, que continuasse a correr e que para o ano me desse ele o medalhão que ele lá irá ganhar. Ali na Lagoa de Santo André! Mas como quero que ele fique com o medalhão que com o seu esforço merecerá, eu tenho de lá estar e ganhar o meu. Mas isso ele não sabe...
Por tudo isto, que em 2009 nos seja a todos permitido correr na XIV edição da Corrida da Lagoa de Santo André. E que muitas mais edições se realizem! Parabéns! E força para continuarem!