Devagar como tem de ser. Estreei uns ténis. Confortáveis mas longe de serem umas luvas para os meus pezinhos de Cinderela a calçar o 41 da Nike+6 Vomero, que prometem estabilidade, amortecimento e conforto em níveis elevados, adequando-se portanto a corredores gordos, quer dizer, pesados como eu, que até têm Osteopenia e como tal uma tendência para as lesões ósseas.
Corri só 5 Km em 32m. Propositadamente só esta distância e só esta velocidade, apesar de me ser difícil outra. Afinal é este apenas o meu 3º treino depois da paragem de 5 semanas.
Ecoam durante a curta corrida, muitas vozes na minha cabeça. Só tenho de ouvir as que me levantam e empurram para a frente. Outras há que me desmotivam, me atiram ao chão e me fariam desistir logo ali, exausta, derreada e aniquilada. Resignada a uma condição que recuso aceitar. A condição dos mortos. E eu estou viva e quero continuar viva! Continuar a ser eu. Viva.
Por fim, correu bem o treino e corri bem eu. Mas depois, depois... o sabor desvanece-se. O treino soube a tão pouco... Parece que nem corri apesar das pernas claramente o desmentirem. Mas por instantes parece até que o treino soube a nada, o frango ao jantar soube a nada, o molho do frango soube a nada, o pão soube a nada, o vinho soube a nada, a salada de alface e tomate soube a nada e eu... a nada saibo...
São dias. Ou então, de facto e inequivocamente, 5 Km não dão nem para aquecer (manias e pretensionismo de quem um dia foi Maratonista)
Até amanhã querido diário