30 de Maio, Foros de Amora, Seixal
Realizou-se hoje o XXVIII Jovemaio de Atletismo, prova a cargo do Clube Desportivo e Recreativo Águias Unidas, com o apoio da Câmara Municipal do Seixal, Junta de Freguesia da
Amora, Comércio local e restantes freguesias do Concelho. Prova de 10 Km, a contar para o XXIII Troféu de Atletismo do Seixal e dos Jogos do Seixal 2010.
Em simultâneo realizou-se uma caminhada, o VI Passeio Jovemaio, que deu a oportunidade a todos de usufruírem do prazer de conviver enquanto caminham praticando algum exercício físico, talvez o mais útil pela sua facilidade de prática a todos sem execpção, se excluirmos certo tipo de deficiências e aí já iremos para outro campo, com mangas compridas para discutir.
À parte a prova principal e a caminhada, houve ainda provas para vários escalões jovens, incentivando e promovendo a corrida junto das camadas jovens, existindo apenas prémios de presença para todos os participantes dos Benjamins A, e prémios por classificação para os escalões acima(troféus e medalhas), não deixando estes de ter a t-shirt também como prémio de presença, que era e foi para todos os que cortaram a meta. Água, também na meta não faltou.
Sem classificações, em percurso marcado e seguro ao trânsito, dezenas caminharam acompanhados por carros de apoio, oferecendo o que fosse necessário, e o óbvio: água. O mesmo procedimento se fez sentir na prova de 10 km, apesar dos abastecimentos fixos. Uma nota de cuidado que muito apreciei e que evita casos graves de desidratação como infelizmente acontece ainda em provas megalómanas. Fica o exemplo. A seguir.
Taças por equipas, diferenciando-se a classificação colectiva de escalões jovens e de adultos.
Entrega de prémios rápida no local, apenas a merecer um local um pouco mais digno, para o qual talvez não fosse necessário que elevar o pódio em relação ao público. Pormenores sem importância mas a corrigir para melhorar o que já é feito com muito empenho e sucesso.
Um insuflável imponente marca as partidas e as chegadas, com funil de fácil escoamento. Um "speaker" a que já nos habituamos naquele Troféu mantém um ritmo animado, incansável, desde o início das provas até ao final das mesmas, quando já se arruma o material.O percurso estava razoavelmente bem marcado, com trânsito suficientemente bem condicionado e os atletas correram em segurança, e repito, acompanhados atempadamente de carro de apoio da organização ao longo dos 10 km.
Inscrições gratuitas e as partidas foram pontuais. Entrega de dorsais sem quaisquer atropelos.
Estão todos os envolvidos de Parabéns por mais uma manhã desportiva, de sucesso, sem um centéssimo sequer de que muitas outras dispõem. Com o que tiveram, conseguiram! Uma prova de sucesso! Um manhã de corrida, de sucesso! Uma manhã a promover e a chamar à Corrida! Rostos jovens, a sonhar, como nós nunca deveríamos parar de fazer:
Parabéns ao Clube Desportivo e Recreativo Águias Unidas, à Câmara Municipal do Seixal e a todos que com o seu empenho e até amor, muito amor, puseram esta iniciativa de pé. Pela 13ª vez! Que haja condições e gente, para isto se repetir por muitos e muitos anos!
Com a minha equipa - Clube do Sargento da Armada - com a taça do nosso 3º lugar colectivo!Corri a minha prova de 10 Km, em 1h04m20s, correspondendo a uma média de 6:22 /Km, embora seja uma média enganadora, pois o corpo e a mente não conseguem como dantes manter um ritmo relativamente constante, nem num prova de 10 km, plana como esta, e comporto-me como uma perfeita iniciante inexperiente, tendo feito o km mais rápido a 5:37 e o mais lento a 7:13, o que não é de todo aceitável num percurso plano. Mas de novo, estou a aprender. E com vontade, muita vontade de reaprender a correr, com completa a assumida consciência do ponto onde me encontro: mais de 70 kg, e exercício físico nulo há anos!!!! (as provas de domingo não contam!)
Os primeiros passos estão dados de novo. Acompanhem-me por favor...
A minha chegada:
O meu pai, António Melro, sem ele... que faria eu aqui? Vive por favor pai, por muitos e bons anos, ontem (29.05.2010) que completaste os teus 74 anos e não te pude dar o que mereces, mas se me faltas...se me faltas pai...:
O nosso "repórter" com 74 anos, falta de vista, falta de formação técnica, apenas o amor o move, e leva centenas e centenas de fotos a tanta gente. Semana após semana. Apenas por amor. Aguarda pai, hei-de voltar a correr o que já corri. A ser melhor do que já cheguei a ser... por favor espera e faz-me cá ficar também. Sem ti...sem ti... não sei o que será de mim pai...
Mais fotos na galeria de fotos da AMMA - Atletismo Magazine Modalidades Amadoras
Classificações também na AMMA, muito em breve, conforme prometido pela organização a sua disponibilização
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domingo, 30 de maio de 2010
sábado, 29 de maio de 2010
Ainda o Douro Vinhateiro, E amanhã...
Hoje, sem vontade para grandes conversas, resumo só que a minha Mini da Meia do Douro Vinhateiro foi dura de roer. Não tanto pelo percurso nem pela distância, não pela falta de abastecimentos que me satisfez plenamente (parti na cauda da Meia pois como estava inscrita para essa prova, tive acesso a essa área e após muita hesitação, é que optei pela MINI, pelo que não faltou água e bebida isotónica) mas sim, a prova que não chegou a 6 km, custou-me como há muito não me custava nenhuma. De beleza estonteante, o meu único problema foi a falta de preparação acentuada pelo extremo calor que se fez sentir. Depois, a aflição veio de assistir às cenas miseráveis de falta de água e à aflição de quem esperava atletas da Meia.
Não vale a pena bater mais no ceguinho. Reclamei, não só em conversas de café e bloguezinhos da treta como este, mas directamente à organização, e tive resposta notoriamente honesta, onde o erro é assumido, como não podia deixar de ser, e se voltar atrás e corrigir o que esteve mal, não é já possível, sugere a organização a devolução do valor da inscrição OU a oferta da inscrição gratuita para os participantes deste ano, na edição de 2011, a todos que o reclamaram. Eu, Ana Pereira, a Maria Sem Frio Nem Casa, optei pela segunda. Porque não quero devolução de dinheiro e esquecer o assunto. Quero o reembolso como prova de compromisso que o mesmo não se vai passar, e para isso aceito desde já a inscrição na 6ª edição da Meia Matarona do Douro Vinhateiro, em 2011. É isso só que quero, alguma recompensa pelo gravíssimo erro cometido este ano, mas principalmente o compromisso que tal não se venha a repetir, e até a corrigir outros erros que sabemos que existiram. Na partida da 6ª Meia Maratona do Douro Vinhateiro, estarei lá de novo, porque acredito no Sr. Paulo Costa. Hoje acredito e tudo farei para promover a corrida mais bela do mundo.
Atirar a matar, apontar o dedo, ser mal educado e descarregar raivas em cima de um sujeito que cometeu um erro grave, quando temos um país onde essa nossa raiva seria bem mais bem dirigida a tantos e tantos que comentem erros de calibre bem superior, parece-me descabido e de zé povinho a funcionar em massa. Como rebanho a seguir o pastor. Sugerir enforcamento em praça pública, justiça por mãos próprias, chamar criminoso, etc. é tudo menos de ser humano digno desse nome. ATENÇÃO: o erro mais flagrante (falta de abastecimento) é dos mais graves que já vi numa prova, mas vi reacções iguais porque a t-shirt recebida era a S e não a L. O ser humano, a agir em massa enlouquece. E é pessoa a deixar de ser indivíduo, a deixar de pensar por si, em prol da massa, é agir a quente. Como no tempo das fogueiras. Compreensível dir-se-ia, mas eu pessoalmente não concordo. Gosto de pensar por mim, averiguar os factos, ouvir as partes, e depois conluir, bem ou mal, mas em função de uma análise minha, com os dados que me foram facultados e aos quais tive acesso. Nem sempre certa, mas pelo menos convicta que falo e ajo por mim, não como ovelha de rebanho, mas como essas marginalizadas: as ovelhas negras, que ainda as há e orgulhosamente eu sou uma delas!Para mim, e se nada justificar o contrário, publicamente o assunto está encerrado até à abertura das inscrições da 6ª Edição da Meia Maratona do Douro Vinhateiro. Até lá....temos já para:
amanhã, 30 de Maio de 2010:
Não é todo meu apanágio, copiar ali e colar aqui como se esta minha mente prodigiosa produzisse artigos técnicos e afins, como se de um expert eu me tratasse e oferecesse o meu profundo e extenso saber sobre corrida, a todos, enchendo-me de orgulho e falso altruísmo, por partilhar os meus conhecimentos, que afinal não são meus. Mas claro, a partilha é sempre salutar, mesmo que se caia em repetições, copiar opiniões de terceiros, etc. Desde que os verdadeiros autores sejam mencionadas, nada há de censurável. Absolutamente, nada. E hoje, agora, passo a transcrever:
Amanhã dia 30 de Maio de 2010:
XXVIII JOVEMAIO DE ATLETISMO
VI PASSEIO JOVEMAIO
Foros de Amora dia 30 de Maio 2010 às 9h15
Inscrições
Serão feitas, preferencialmente em impresso próprio e enviado até ao dia 30 de Maio de
2010 para:
CLUBE DESPORTIVO E RECREATIVO ÁGUIAS UNIDAS
Av. António Sérgio
Fanqueiro – Foros de Amora
2845 – 588 Amora
Telefone / Fax: 21 224 16 67 ou pelo fax. 21 097 61 21.
Horário da secretaria 18h00 até 20h00
e-mail: cdaguias@hotmail.com
Informações divulgadas, retiradas da AMMA, calendário de provas, onde estão devidamente desenvolvidas
Eu? Cansada e pesada lá estarei meus caros. A moleza acabou! Não acreditam? Problema o vosso!
Ana Pereira
Não vale a pena bater mais no ceguinho. Reclamei, não só em conversas de café e bloguezinhos da treta como este, mas directamente à organização, e tive resposta notoriamente honesta, onde o erro é assumido, como não podia deixar de ser, e se voltar atrás e corrigir o que esteve mal, não é já possível, sugere a organização a devolução do valor da inscrição OU a oferta da inscrição gratuita para os participantes deste ano, na edição de 2011, a todos que o reclamaram. Eu, Ana Pereira, a Maria Sem Frio Nem Casa, optei pela segunda. Porque não quero devolução de dinheiro e esquecer o assunto. Quero o reembolso como prova de compromisso que o mesmo não se vai passar, e para isso aceito desde já a inscrição na 6ª edição da Meia Matarona do Douro Vinhateiro, em 2011. É isso só que quero, alguma recompensa pelo gravíssimo erro cometido este ano, mas principalmente o compromisso que tal não se venha a repetir, e até a corrigir outros erros que sabemos que existiram. Na partida da 6ª Meia Maratona do Douro Vinhateiro, estarei lá de novo, porque acredito no Sr. Paulo Costa. Hoje acredito e tudo farei para promover a corrida mais bela do mundo.
Atirar a matar, apontar o dedo, ser mal educado e descarregar raivas em cima de um sujeito que cometeu um erro grave, quando temos um país onde essa nossa raiva seria bem mais bem dirigida a tantos e tantos que comentem erros de calibre bem superior, parece-me descabido e de zé povinho a funcionar em massa. Como rebanho a seguir o pastor. Sugerir enforcamento em praça pública, justiça por mãos próprias, chamar criminoso, etc. é tudo menos de ser humano digno desse nome. ATENÇÃO: o erro mais flagrante (falta de abastecimento) é dos mais graves que já vi numa prova, mas vi reacções iguais porque a t-shirt recebida era a S e não a L. O ser humano, a agir em massa enlouquece. E é pessoa a deixar de ser indivíduo, a deixar de pensar por si, em prol da massa, é agir a quente. Como no tempo das fogueiras. Compreensível dir-se-ia, mas eu pessoalmente não concordo. Gosto de pensar por mim, averiguar os factos, ouvir as partes, e depois conluir, bem ou mal, mas em função de uma análise minha, com os dados que me foram facultados e aos quais tive acesso. Nem sempre certa, mas pelo menos convicta que falo e ajo por mim, não como ovelha de rebanho, mas como essas marginalizadas: as ovelhas negras, que ainda as há e orgulhosamente eu sou uma delas!Para mim, e se nada justificar o contrário, publicamente o assunto está encerrado até à abertura das inscrições da 6ª Edição da Meia Maratona do Douro Vinhateiro. Até lá....temos já para:
amanhã, 30 de Maio de 2010:
Não é todo meu apanágio, copiar ali e colar aqui como se esta minha mente prodigiosa produzisse artigos técnicos e afins, como se de um expert eu me tratasse e oferecesse o meu profundo e extenso saber sobre corrida, a todos, enchendo-me de orgulho e falso altruísmo, por partilhar os meus conhecimentos, que afinal não são meus. Mas claro, a partilha é sempre salutar, mesmo que se caia em repetições, copiar opiniões de terceiros, etc. Desde que os verdadeiros autores sejam mencionadas, nada há de censurável. Absolutamente, nada. E hoje, agora, passo a transcrever:
Amanhã dia 30 de Maio de 2010:
XXVIII JOVEMAIO DE ATLETISMO
VI PASSEIO JOVEMAIO
Foros de Amora dia 30 de Maio 2010 às 9h15
Inscrições
Serão feitas, preferencialmente em impresso próprio e enviado até ao dia 30 de Maio de
2010 para:
CLUBE DESPORTIVO E RECREATIVO ÁGUIAS UNIDAS
Av. António Sérgio
Fanqueiro – Foros de Amora
2845 – 588 Amora
Telefone / Fax: 21 224 16 67 ou pelo fax. 21 097 61 21.
Horário da secretaria 18h00 até 20h00
e-mail: cdaguias@hotmail.com
Informações divulgadas, retiradas da AMMA, calendário de provas, onde estão devidamente desenvolvidas
Eu? Cansada e pesada lá estarei meus caros. A moleza acabou! Não acreditam? Problema o vosso!
Ana Pereira
terça-feira, 25 de maio de 2010
"A 5ª Meia Maratona do Douro Vinhateiro" ou "O Douro sem água"
EDP 5ª Meia Maratona do Douro Vinhateiro - 23 de Maio de 2010
Aquela que se fez anunciar como a mais bela corrida do mundo, e se promoveu e divulgou de forma grandiosa, acabou por se transformar numa corrida trágica e infernal sob um sol escaldante e impiedoso (acima de 30ºC).
Tudo se passou no domingo, 23 de Maio, e depois de uma conduta nas semanas que antecederam a prova, que prometia uma prova de qualidade, no dia da prova, um erro completamente inexplicável, (pois a organização passadas 48 horas do ocorrido ainda não se explicou, deixando apenas uma breve alusão ao sucedido, de forma aligeirada, desvalorizando a situação), a mais bela corrida do mundo acabou por ser a pior corrida do mundo para as centenas de atletas que nela participaram.
A total ausência de abastecimentos para a maioria dos atletas a partir do km 8, incluindo no ponto de chegada, foi o erro fatal. Aquele que não se pode ter. Põe em risco a saúde e a vida do atleta. É a mancha que mesmo que tudo o resto estivesse 5 estrelas (não estava!) envenena e apaga por completo tudo o que de bom se fez. É demasiado sério e grave!
Colocar apenas duas jovens no 1º abastecimento (km 4) para dar água, quando se anunciava 2000 atletas para a Meia, é outro erro óbvio. Quando os atletas ainda pouco se dispersaram (km 4!), seria possível cada jovem oferecer em mão garrafas de água a 1000 atletas cada uma?! Pelos vistos, a organização achou que sim.
Poderíamos "esquecer" vários pontos do regulamento que não se fizeram cumprir, como a "regulamentada" recolha dos atletas após 1 hora da chegada do primeiro, que não se fez e que certamente evitaria vários casos de desidratação e insolação, por mais ou menos graves que fossem. Poderíamos esquecer a má organização à chegada, quer em termos de recolha de chips, quer de entrega de prémios de presença. Há atletas que levaram saco, garrafa de vinho, t-shirt, água, tomboladeira (objecto usado pelo escanção nas provas de vinhos), umas com corrente outras sem. Atletas houve que levaram alguns desses objectos em duplicado e triplicado, porque lhes era estendido em mão, aqui, ali e mais à frente, e outros ainda, faltou-lhes um ou mais objecto e a muitos, faltou tudo! Cortaram a meta e vieram de mãos a abanar, com o interior do corpo mais seco que um bacalhau seco! Se somarmos a isto o facto de terem dado 10 euros para usufruir do prazer de correr , compreenderemos melhor a revolta das pessoas e as frases ofensivas e os nomes que chamaram à organização, principalmente na pessoa do seu director, que acabou a chorar, não sei bem se por ofendido, ou por constatação da merda que fez pela sua incompetência como organizador de provas de atletismo. A avaliar pelo comunicado no site oficial da prova, em nada humilde ou sincero, desvalorizando o sucedido, tudo leva a crer que foi apenas pela primeira razão.
Mas a prova teve coisas boas!
O antes:
Informações no site oficial. Envio de mails para os inscritos com várias informações; Inscrições fáceis, de valor a dar direito a exigir tratamento equivalente (elevado); levantamento de dorsais na véspera e também no dia da prova; problemas habituais resolvidos com prontidão e boa vontade;
No dia: viagem de comboio do local de chegada para o local de partida. Partidas impecáveis com divisão clara e controlada dos atletas da Meia e da Mini; espaço para aquecimento; animação com exercícios de aquecimento e alongamento.
Tudo fazia adivinhar uma prova de sucesso. Daquelas onde todos queremos voltar.
Mas depois...depois tudo se complicou. O mais grave já foi falado (insuficiência e ausência de abastecimentos); a inevitável mistura de atletas da Meia com os da Mini, com a dificuldade de correr para os primeiros; e depois, depois tudo o resto: desorganização na entrega do saco com prémios de presença, conforme já expus acima, a insuficiência e ausência de apoios de primeiros socorros, quer ao longo da prova quer no final; a incapacidade de reparar o erro: se a água acaba ao km 8, muito se poderia fazer para nos próximos abastecimentos já estivessem repostos! Não foi feito! Valeram os bombeiros e os populares, e a cena era arrepiante. Água. Atletas a implorar por água, porque ela é essencial à vida, e eles já a estavam a perder... desmaios, desespero de sofregamente pegar numa garrafa no chão, esquecer que lábios de bocas de dentes podres e cuspo nos cantos da boca, a tocaram antes! Tudo isso é insignificante e os atletas pegam nessas garrafas e sorvem pingos, gotas de água esquecidas. É a luta pela sobrevivência! Já não se quer saber de tempos, quer-se apenas chegar. Bem. Vivo, pelo menos.
São os choros e a aflição dos amigos e familiares que esperavam os atletas na meta, pois praticamente todos estavam a demorar mais do que seria previsto para cada um. São as sirenes das ambulâncias. A partir, a chegar. As macas que não chegam. É o apelo do speaker, a todos, que tragam água, ajuda àquela gente que chega à meta e cai como tordos. Inesquecível. Foi uma prova inesquecível! Cenário arrepiante, triste. A mostrar como a corrida pode ser perigosa também. A afastar as pessoas da Corrida. A desmotivar. Uma prova absolutamente inesquecível! Pelas piores razões.
As coisas boas ainda: O Douro, o meu rico rio Douro e as suas margens. Quero correr lá de novo! Quero que a organização, se honesta for, convide e peça a TODOS que lá estiveram para fazer a Meia e que acabaram por passar um suplício infernal, para voltarem em 2011, com inscrição gratuita (como compensação e mostra de reconhecimento da porcaria que fez, o que para já não está a fazer), e dessa forma manter a prova, a corrida que pode muito bem ser a mais bonita do mundo, mas para isso, é preciso muito mais que apenas as condições naturais. Essas estão lá! Depois há que criar as outras! E o abastecimento é de fácil resolução. Aumentar as quantidades! Simples! Evitar que Caminheiros que misturem com atletas da Meia. Tanto a fazer. A corrigir. A melhorar! Eu gostava que a Organização fosse capaz disso! Será?
Talvez o director da prova seja (é!) um excelente promotor de eventos! Mas organizar uma prova de atletismo de estrada, a parte da promoção é apenas uma parte, o resto, o fundamental, o essencial para satisfazer quem corre e torna o evento num sucesso, exige outro tipo de pessoa, outro tipo de atitude.
Amanhã ou depois conto a minha corrida (Mini) nesta Meia Maratona. Sempre uma história para contar. Mas deixo para amanhã ou depois
domingo, 23 de maio de 2010
O Douro sem água... (amanhã conto)
5ª Meia Maratona do Douro Vinhateiro
Estive lá e participei na ...Mini pois claro, que ainda tenho algum (pouco) bom senso.
Algumas fotos, palavras amanhã:
até amanhã querido diário, que estou de volta!
Estive lá e participei na ...Mini pois claro, que ainda tenho algum (pouco) bom senso.
Algumas fotos, palavras amanhã:
até amanhã querido diário, que estou de volta!
quinta-feira, 13 de maio de 2010
"Os piores" - pensamentos de uma pseudo-treinadora
Os piores não são os iniciantes à corrida, os principiantes, os que nada sabem da coisa, nunca foram corredores nem atletas, e se deslumbram com cada passada e com cada passo de evolução. Absorvem os ensinamentos como ninguém, levam-nos a sério e seguem à risca o que lhes dizemos. Idolatram-nos e treinam com afinco e responsabilidade, evoluindo gradual e solidamente, em segurança, não colocando em risco a sua saúde e/ou a vida.
Os piores são aqueles que já estiveram em forma e foram em tempos, qualquer coisa parecida com um atleta (de meia tigela mas ainda assim um atleta), depois estiveram meses ou anos a cultivarem o sedentarismo, a tornarem-se obesos, sem qualquer tipo de actividade física digna desse nome, e depois um dia, inchados que nem porcos, em risco de ataques cardíacos e veias entupidas com bolas de gordura em estado sólido, e decidem recomeçar, recuperar a forma de há anos atrás.
Esses... têm a mania que sabem muito de corrida (e até sabem mas teimam em não aplicar), e querem voltar à forma antiga, quando tinham outra idade e peso, em meia dúzia de treinos.
Esses, desiludem-se por não fazerem o que faziam, esforçam-se de língua de fora na esperança de fazer tempos e ritmos de outros tempos e não aceitam de forma alguma que apesar de já terem estado em forma, hoje, são como um absoluto principiante.
A sua única vantagem é que irão evoluir de uma forma mais rápida e voltar a atingir a forma mais rapidamente que aqueles que nunca estiveram em forma e sempre foram sedentários, mas mesmo assim, têm de ir devagar, e sabendo isso, teimam em não aceitar a sua realidade física actual.
Esses, teimosos que nem mulas, são os piores. Sem dúvida alguma os piores.
E ela, é um desses. Dos piores... Sem dúvida alguma, ela, é um dos piores...
Os piores são aqueles que já estiveram em forma e foram em tempos, qualquer coisa parecida com um atleta (de meia tigela mas ainda assim um atleta), depois estiveram meses ou anos a cultivarem o sedentarismo, a tornarem-se obesos, sem qualquer tipo de actividade física digna desse nome, e depois um dia, inchados que nem porcos, em risco de ataques cardíacos e veias entupidas com bolas de gordura em estado sólido, e decidem recomeçar, recuperar a forma de há anos atrás.
Esses... têm a mania que sabem muito de corrida (e até sabem mas teimam em não aplicar), e querem voltar à forma antiga, quando tinham outra idade e peso, em meia dúzia de treinos.
Esses, desiludem-se por não fazerem o que faziam, esforçam-se de língua de fora na esperança de fazer tempos e ritmos de outros tempos e não aceitam de forma alguma que apesar de já terem estado em forma, hoje, são como um absoluto principiante.
A sua única vantagem é que irão evoluir de uma forma mais rápida e voltar a atingir a forma mais rapidamente que aqueles que nunca estiveram em forma e sempre foram sedentários, mas mesmo assim, têm de ir devagar, e sabendo isso, teimam em não aceitar a sua realidade física actual.
Esses, teimosos que nem mulas, são os piores. Sem dúvida alguma os piores.
E ela, é um desses. Dos piores... Sem dúvida alguma, ela, é um dos piores...
terça-feira, 11 de maio de 2010
A visita do Papa a Lisboa e O Último Dia
A visita do Papa a Lisboa
Diário
Lisboa, 11 de Maio de 2010
As ruas de dentro, que descem a Baixa e levam o Chiado a Santa Apolónia, cheiram a erva fumada em beco sujo, a vinho tinto espalhado no chão espalhado de copo de vidro acabado de partir caído no chão, de mãos trémulas pustulentas, a suor e a mijo e a merda, numa mistura nauseabunda.
À mesma hora, bem perto dali, a Praça do Comércio está apinhada de gente, supostamente de bem, para ouvir um parasita da sociedade despejar frases feitas e que só um país governado por hipócritas como o nosso, em crise que sabemos bem não ser para todos, aceita receber com pompa e circunstância, mobilizando meio mundo (ou o mundo inteiro) para suportar a recepção megalómaga do tal senhor e sua corja, chamada Igreja. Senhor esse que diz vir como peregrino de Fátima. Peregrino com tratamento especial claro. Mas sabemos que apesar do Fascismo ter sido "oficialmente" erradicado, o que continua a ser preciso é "Animar a malta". E esta tarde milhares estiveram animados, muito animados, alheios à realidade do seu país triste em decadência.
Uma mensagem de esperança e de fé é-lhes incutida e recebem a hóstia que nos meus tempos de inocência aprendi que só devia ser tomada pelos puros, sem pecados, confessados e arrependidos. Afinal representava o "corpo de Deus", diziam, e pelos vistos os milhares que acorreram hoje à Praça do Comércio são tão puros como crianças, como a criança que eu fui e eles próprios foram um dia.
É fim de dia. Do trabalho que tenho a sorte de ainda ter. Tenho os pés escaldados e a cabeça a fervilhar. Não há metro. Há trânsito cortado. Os peões têm acesso condicionado, por carreiros vedados por grades. Como ovelhas a dizer Mééééé´, ou Amén, o que vai dar praticamente no mesmo.
Quando expus a minha postura perante esta palhaçada (parar uma cidade por causa de um homem e de uma religião), a um colega e amigo, ele responde-me que não achava nada mal, o que achava mal era o trânsito ser cortado quando há corridas de rua! Inquirido sobre a importância do homem para ter este tratamento por parte de um país que não está em condições de o dar, pois estava disposta a aprender, não me soube responder. Mas fiquei elucidada! Há os que amam e veneram a Corrida e há os que adoram e veneram o Papa. Está bem visto! Está muito bem visto! Fiquei perfeitamente esclarecida. Pelos vistos, juntar as duas vertentes na mesma alma, é que é areia a mais para a minha camioneta! Cada um com a sua tara, vulgo religião.
Fé! Esperança! É importante tê-la! Renová-la! Quem me dera que o Papa ma tivesse dado. Gostava mesmo de ser assim, como aquelas milhares de almas, ingénuas e puramente imaculadas, capazes de receber tanta sabedoria e humanidade. Tanta fé e esperança!
Fé e esperança ganhei eu hoje também! Renovei a que tenho! Muita ou pouca reforcei-a! Por outra forma, bem distinta do espectáculo que ocorreu na Praça do Comércio, que foi o que se passou lá! Soube que o "meu" psiquiatra se pirou, ou antes pirou, e cometeu suicídio (talvez por ter de me atender uma vez por ano, tal é a regularidade das consultas no hospital público), o que significa que como paciente dele vou ser transferida para outro, o que, tendo em conta a qualidade profissional e os métodos daquele, a situação dificilmente poderá piorar. Portanto, estou cheia de fé! E de esperança num futuro melhor! Mas não por causa do Papa.
E hoje, outra vez, foi o último dia, como o são todos os dias afinal e não damos por isso.
Desafio: encontrem o que há em comum entre as três imagens, que eu já me cansei de saber a resposta marcada a ferro em brasa na carne do meu corpo e no âmago da minha alma:
Podia ficar caladinha, no meu canto, a ruminar o que penso, e ficar muito mais bem vista, como boa cristã que devia ser, pessoa normal, ou apenas parecer, como 99% deles, mas eu sou assim, uma debochada, em prol do que sinto e da liberdade de expressão que faço questão de não deixar de usar, muitas vezes prejudicando-me, mas muitas mais vezes aprendendo, muitas vezes aprendendo até que estou errada...
Até amanhã querido diário, amanhã, outro último dia...
Diário
Lisboa, 11 de Maio de 2010
As ruas de dentro, que descem a Baixa e levam o Chiado a Santa Apolónia, cheiram a erva fumada em beco sujo, a vinho tinto espalhado no chão espalhado de copo de vidro acabado de partir caído no chão, de mãos trémulas pustulentas, a suor e a mijo e a merda, numa mistura nauseabunda.
À mesma hora, bem perto dali, a Praça do Comércio está apinhada de gente, supostamente de bem, para ouvir um parasita da sociedade despejar frases feitas e que só um país governado por hipócritas como o nosso, em crise que sabemos bem não ser para todos, aceita receber com pompa e circunstância, mobilizando meio mundo (ou o mundo inteiro) para suportar a recepção megalómaga do tal senhor e sua corja, chamada Igreja. Senhor esse que diz vir como peregrino de Fátima. Peregrino com tratamento especial claro. Mas sabemos que apesar do Fascismo ter sido "oficialmente" erradicado, o que continua a ser preciso é "Animar a malta". E esta tarde milhares estiveram animados, muito animados, alheios à realidade do seu país triste em decadência.
Uma mensagem de esperança e de fé é-lhes incutida e recebem a hóstia que nos meus tempos de inocência aprendi que só devia ser tomada pelos puros, sem pecados, confessados e arrependidos. Afinal representava o "corpo de Deus", diziam, e pelos vistos os milhares que acorreram hoje à Praça do Comércio são tão puros como crianças, como a criança que eu fui e eles próprios foram um dia.
É fim de dia. Do trabalho que tenho a sorte de ainda ter. Tenho os pés escaldados e a cabeça a fervilhar. Não há metro. Há trânsito cortado. Os peões têm acesso condicionado, por carreiros vedados por grades. Como ovelhas a dizer Mééééé´, ou Amén, o que vai dar praticamente no mesmo.
Quando expus a minha postura perante esta palhaçada (parar uma cidade por causa de um homem e de uma religião), a um colega e amigo, ele responde-me que não achava nada mal, o que achava mal era o trânsito ser cortado quando há corridas de rua! Inquirido sobre a importância do homem para ter este tratamento por parte de um país que não está em condições de o dar, pois estava disposta a aprender, não me soube responder. Mas fiquei elucidada! Há os que amam e veneram a Corrida e há os que adoram e veneram o Papa. Está bem visto! Está muito bem visto! Fiquei perfeitamente esclarecida. Pelos vistos, juntar as duas vertentes na mesma alma, é que é areia a mais para a minha camioneta! Cada um com a sua tara, vulgo religião.
Fé! Esperança! É importante tê-la! Renová-la! Quem me dera que o Papa ma tivesse dado. Gostava mesmo de ser assim, como aquelas milhares de almas, ingénuas e puramente imaculadas, capazes de receber tanta sabedoria e humanidade. Tanta fé e esperança!
Fé e esperança ganhei eu hoje também! Renovei a que tenho! Muita ou pouca reforcei-a! Por outra forma, bem distinta do espectáculo que ocorreu na Praça do Comércio, que foi o que se passou lá! Soube que o "meu" psiquiatra se pirou, ou antes pirou, e cometeu suicídio (talvez por ter de me atender uma vez por ano, tal é a regularidade das consultas no hospital público), o que significa que como paciente dele vou ser transferida para outro, o que, tendo em conta a qualidade profissional e os métodos daquele, a situação dificilmente poderá piorar. Portanto, estou cheia de fé! E de esperança num futuro melhor! Mas não por causa do Papa.
E hoje, outra vez, foi o último dia, como o são todos os dias afinal e não damos por isso.
Desafio: encontrem o que há em comum entre as três imagens, que eu já me cansei de saber a resposta marcada a ferro em brasa na carne do meu corpo e no âmago da minha alma:
Podia ficar caladinha, no meu canto, a ruminar o que penso, e ficar muito mais bem vista, como boa cristã que devia ser, pessoa normal, ou apenas parecer, como 99% deles, mas eu sou assim, uma debochada, em prol do que sinto e da liberdade de expressão que faço questão de não deixar de usar, muitas vezes prejudicando-me, mas muitas mais vezes aprendendo, muitas vezes aprendendo até que estou errada...
Até amanhã querido diário, amanhã, outro último dia...
segunda-feira, 10 de maio de 2010
Identidade
Pediu-lhe para a desenhar e ele não foi capaz. Ela despiu-se, mostrou imperfeições e redondas formas mais ou menos femininas e bonitas ainda. Altos e baixos de uma pele envelhecida e gasta dos seus quarenta anos de vida, irregularidades, foto não tratada, em carne e osso, nua, diante dos olhos dele, cegos.
Ele, fazia dançar o lápis de carvão entre o indicador e o médio num ritmo frenético e contínuo. E não a conseguiu desenhar. A folha de papel continuava em branco, imaculada.
Ela própria não o soube ajudar. Não deu pistas nem dicas, nem sequer indícios dos traços gerais para um primeiro esboço. Não por lhe querer dificultar a tarefa, mas simples e assustadoramente por ela própria não saber.
Ele, fazia dançar o lápis de carvão entre o indicador e o médio num ritmo frenético e contínuo. E não a conseguiu desenhar. A folha de papel continuava em branco, imaculada.
Ela própria não o soube ajudar. Não deu pistas nem dicas, nem sequer indícios dos traços gerais para um primeiro esboço. Não por lhe querer dificultar a tarefa, mas simples e assustadoramente por ela própria não saber.
domingo, 9 de maio de 2010
A verdade reposta
Eu até nem ligo assim muito a futebol, mas homem... há coisas que me estão no sangue! Nasceram comigo! Vermelho vivo como só podia ser!
Finalmente a verdade reposta:
Mas há coisa mais magnífica?
Boa semana para todos, para os dos clubes menores também, que eu não sou nada facciosa...
Finalmente a verdade reposta:
BENFICA CAMPEÃO NACIONAL 2009/2010
Mas há coisa mais magnífica?
Boa semana para todos, para os dos clubes menores também, que eu não sou nada facciosa...
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Uma Meia para fazer...
Uma meia meia feita
Uma meia por fazer
Diga lá minha menina
Quantas meias vêm a ser
Uma meia por fazer
Diga lá minha menina
Quantas meias vêm a ser
- Sei muito bem o que é uma Meia! E também sei que duas Meias não são propriamente o equivalente a uma Maratona! São antes... um par de meias! - diz ela, transformando à medida que ia falando, o tom áspero com que iniciara a frase, numa gargalhada espontânea e franca.
Meia Maratona do Douro Vinhateiro
Vou? Não vou? Vou? Não Vou? Vou! Não vou! Vou! Não vou! Vou! Não vou! VOU! Vou????
Teinos: 0 (zero)
domingo, 2 de maio de 2010
E o fim-de-semana passou e ela não treinou
Inexplicável, surpreendente e contrariamente a tudo o que esperava, cheguei a sábado a pesar 68 kg!
Fim-de-semana para passar. Fico contente por pesar menos do que esperava. (-2,100Kg)
Sábado:
Limpo a casa. Arrumo. Lavo e passo. Cozinho. Com um prazer inédito em coisas simples. Recebo Amigos. Não da lista que ultrapassa a centena do facebook, hi5 ou afins, embora também estes lá estejam, mas da Vida. Simplesmente AMIGOS! AMIGOS, sem necessidade de mais palavras.
O cheiro na cozinha é acolhedor, agradável, diria até afrodisíaco. Coentros, cebolas, alhos, tomates, pimentos a fervilhar no azeite quente. O fumegar do tamboril e das gambas a cozer onde malaguetas emanam um odor agradavelmente picante e quente na fervura da água. Na bancada cheira a chocolate quente e leite condensado. Picam-se as nozes, e a massa do bolo acabado de cortar ao meio perfuma docemente a cozinha. Ao lado, o cheiro do ananás maduro a escorrer sumo na tábua onde foi partido misturado com o aroma doce dos morangos vermelhos, refrescam-nos os sentidos e deliciam-nos.
O resultado foi fantástico:
Cada vez mais, gosto de cozinhar.
À noite, o serão prolonga-se pela madrugada, onde o prazer de viver a dois se reverte no prazer de receber, servir, conversar, agradar, rir, comer, beber, onde a Amizade é o mote, se reproduz e cresce.
Domingo:
Tento correr. A ideia era correr. Depois de peripécias e pequenos contratempos, acabo por sair de bicicleta. Tentativa de andar. Andei. Pedalei, pedalei, contra o vento, o desequilíbrio, e as coxas pesadas resistentes ao movimento. Pedalei afincadamente até o caminho se transformar num areal cheio de pequenas pedras soltas. Sobe. Força nas canetas. As rodas da bicicleta resvalam na areia, ponho travões, perco o controlo e vou de ventas ao chão. Primeiro a mão direita contra o chão suportando o peso todo do corpo, depois o peito, o queixo a deslizar na areia e por fim a cabeça no chão, numa trave de madeira! Entretanto a perna esquerda caia violentamente contra os pedais e quadro da bicicleta, deixando nódoas negras notáveis.
Joelho, mãos e queixo esfolado, minúsculo galo na cabeça e depressa me recomponho (?) e ainda ando mais um bocado, a cambalear contra o vento forte, bicicleta e eu. Ai, triste espectáculo... Não percorri mais que 5 Km, estou toda partida e arranhada e afinal o fim-de-semana passou a correr e eu não corri.
Mas que me diverti bastante, ai disso não duvidem! A Meia do Douro Vinhateiro daqui a 3 semanas?! É não é? Mas eu vou ou não vou?
Fim-de-semana para passar. Fico contente por pesar menos do que esperava. (-2,100Kg)
Sábado:
Limpo a casa. Arrumo. Lavo e passo. Cozinho. Com um prazer inédito em coisas simples. Recebo Amigos. Não da lista que ultrapassa a centena do facebook, hi5 ou afins, embora também estes lá estejam, mas da Vida. Simplesmente AMIGOS! AMIGOS, sem necessidade de mais palavras.
O cheiro na cozinha é acolhedor, agradável, diria até afrodisíaco. Coentros, cebolas, alhos, tomates, pimentos a fervilhar no azeite quente. O fumegar do tamboril e das gambas a cozer onde malaguetas emanam um odor agradavelmente picante e quente na fervura da água. Na bancada cheira a chocolate quente e leite condensado. Picam-se as nozes, e a massa do bolo acabado de cortar ao meio perfuma docemente a cozinha. Ao lado, o cheiro do ananás maduro a escorrer sumo na tábua onde foi partido misturado com o aroma doce dos morangos vermelhos, refrescam-nos os sentidos e deliciam-nos.
O resultado foi fantástico:
Cada vez mais, gosto de cozinhar.
À noite, o serão prolonga-se pela madrugada, onde o prazer de viver a dois se reverte no prazer de receber, servir, conversar, agradar, rir, comer, beber, onde a Amizade é o mote, se reproduz e cresce.
Domingo:
Tento correr. A ideia era correr. Depois de peripécias e pequenos contratempos, acabo por sair de bicicleta. Tentativa de andar. Andei. Pedalei, pedalei, contra o vento, o desequilíbrio, e as coxas pesadas resistentes ao movimento. Pedalei afincadamente até o caminho se transformar num areal cheio de pequenas pedras soltas. Sobe. Força nas canetas. As rodas da bicicleta resvalam na areia, ponho travões, perco o controlo e vou de ventas ao chão. Primeiro a mão direita contra o chão suportando o peso todo do corpo, depois o peito, o queixo a deslizar na areia e por fim a cabeça no chão, numa trave de madeira! Entretanto a perna esquerda caia violentamente contra os pedais e quadro da bicicleta, deixando nódoas negras notáveis.
Joelho, mãos e queixo esfolado, minúsculo galo na cabeça e depressa me recomponho (?) e ainda ando mais um bocado, a cambalear contra o vento forte, bicicleta e eu. Ai, triste espectáculo... Não percorri mais que 5 Km, estou toda partida e arranhada e afinal o fim-de-semana passou a correr e eu não corri.
Mas que me diverti bastante, ai disso não duvidem! A Meia do Douro Vinhateiro daqui a 3 semanas?! É não é? Mas eu vou ou não vou?
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