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terça-feira, 29 de outubro de 2013

A minha última Maratona foi...

... em 2006!  Há muito tempo portanto. E foi no Porto e foi assim: Uma Maratona feliz, para ler ou reler aqui.

Era a 3ª edição de uma Maratona que cresceu espantosamente, e eu fi-la em 4h04m58s.

Recordo com saudade e muito carinho:







Na merecida massagem 

Depois em 2007, quis corrê-la de novo mas desisti ao km 30... Depois disso nunca mais me atrevi a tentar sequer.

Agora, quando a Maratona do Porto já vai para a sua 10ª edição, eu vou lá estar de novo. Partir, correr, sorrir, suar e chegar! Pelo menos é com esta ideia que parto. Com esperança e fé e felicidade! Felicidade de pelo menos ter me esforçado, o que considero minimamente suficiente para desta vez concluir a minha 5ª Maratona! Felicidade pela conquista de me ter atrevido a tentar, me ter esforçado, de ter conseguido vencer os meus fantasmas tantas vezes e ter saído para ir treinar. Só por isso, por estes 4 meses de preparação, já valeu a pena. A Maratona em si, será a cereja no topo do bolo.

Até .... depois, querido diário

domingo, 27 de outubro de 2013

27ª edição 20 Km de Almeirim - 27 de Outubro de 2013







Falta 1 semana para a Maratona do Porto. Dizem os livros que correr 20 km 8 dias antes pode não ser o mais indicado, mas meus amigos, de toda a preparação que tive, raros foram os dias em que  posso dizer que tenha feito "o mais indicado". É assim. Na Corrida como na Vida. Nós saber até sabemos, mas quantas vezes as coisas não são, por este e aquele e outros milhares de motivos, "o mais indicado"? Pois pagamos, eu sei que pagamos! E de que maneira! Mas ainda assim estou convencida que vou cortar a meta da 10ª Maratona do Porto, no próximo domingo. (não sabemos é a que horas nem em que condições, mas isso na verdade, ninguém o pode saber, correcto? Nem mesmo aqueles que acham que sabem. Não sabem!)

Hoje seria um dia em que a forma estava mal (pior que o costume!) Uma valente constipação que não sendo grave nos ataca o corpo, nos faz chorar baba e ranho,  nos ataca a cabeça com dores assim como ao corpo. Ponderei não ir. Mas, decidindo bem ou mal, fui! 

Sem grande aquecimento pois o tempo também não era muito lá comecei a prova. E se o pé esquerdo, o calcanhar e também um tendão na parte de trás dessa perna, indo da nádega até meio do gêmeo já me anda a chatear praticamente desde que comecei a "preparação", hoje a coisa assustou-me! Habituada à dor, hoje ainda antes do 1º km, houve ali umas duas guinadas que julguei que ia ficar por ali. Hoje e no próximo domingo. Uma dor... poder-se-á aguentar. Se for contínua, de nível.... suportável, o que evidentemente varia de pessoa para pessoa. Mas uma guinada, pode fazer-nos ceder, atrofiar, parar, sem hipótese! Assim, reduzi (ainda mais o ritmo) e fui muito atenta a cada passada. Ia colocando a perna e o pé de forma que julgava  evitar a guinada e assim, devagarinho, de facto, a guinada não voltou durante 20 km. Por alguns metros até esqueci a dor e fui "bem" até à meta, pois a parte respiratória e cardíaca iam bem descontraídas.

Nesta Corrida encontrei bastantes rostos conhecidos e alguns amigos. Foi bom rever tanta gente.

Se chego satisfeita a esta semana que falta para a Maratona? Nem por isso. Confiante? Quanto baste! Se acredito? Acredito!!!

O trabalho (e a falta dele) para a Maratona está feito! Agora é continuar a trabalhar a parte mental, que essa terá alturas em que quererá falar mais alto e pode lixar tudo! Mas por outro lado, pode também levar-me um bocadinho para além do que este corpo à partida poderá alcançar.


domingo, 20 de outubro de 2013

Objectivo na Maratona

Do meu amigo Jorge Branco, do Último Quilómetro, esta magnífica composição: Eu, a Maratona, Paris (a minha primeira), o Porto onde quero correr a que será a minha 5ª Maratona, o Sonho e o Amor...elementos fundamentais para a nossa felicidade.
Está magnífico Jorge Branco. Muito obrigada! Adorei!


Mas como não é só de sonhos que se vive... há que trabalhar para os realizar.

E se ontem corri 10 Km, hoje foram 22 Km em 2h17m. Bem lento como podem verificar. Os primeiros 15 foram com "Os Perigosos", equipa também a treinar para a Maratona do Porto e que me levaram com eles e não foi tão lento assim. Os restantes 7 foram comigo mesma e cheguei aos 22.

Como me sinto a 2 semanas da Maratona?

Bem e mal. Certa e incerta. Segura e insegura. Com coragem e com medo.

Sei que fisicamente não estou bem preparada, ainda assim acredito que vai ser possível (chegar à Meta da Maratona). Mas estou melhor preparada para a distância (embora mais lenta) do que naquele ano em que disisti (2007). Estou, fisicamente bastante longe do ideal, mas acredito ainda assim que fisiscamente falando é possível.

Tenho também consciência que com esta preparação precária, ali a oscilar entre o suficiente e o insuficiente, a parte mental vai ser de extrema importância. Vai pesar mais do que a parte física (essa...acredito na maior parte do tempo, que vai aguentar).

Mas assim, reveste-se ainda mais de toda a importância o factor mental. E desse tenho mais medo ainda. Busco motivos, razões para me agarrar e querer continuar a prova para alcançar a Meta, naquelas alturas em que o insconsciente me vai gritar em surdina: "pára! não vale a pena! desiste! para que te meteste nisso?" (sim, porque eu sei que ele me vai fazer isso)

E eu, com as forças que terei, hei-de-lhe responder com convicção, as vezes que forem precisas:

"Eu quero contribuir para o número de chegados à Meta! Quero fazer parte desse número que tudo leva a crer vir a ser o novo record de chegados à Meta da Maratona em Portugal! Quero ser um entre eles! Os que vão fazer o novo record!"

E se o tempo já me deixou de preocupar (seria ridículo se me precocupasse tendo em conta a minha forma) o objectivo único é esse: Cortar a Meta! Rever o meu pai e a minha filha depois de 42.195 metros corridos.

Acho que é um bom objectivo, como o são todos os objetivos que se criam e que nos fazem lutar para serem alcançados.


Até amanhã querido diário

sábado, 19 de outubro de 2013

"Estou a treinar para a Maratona do Porto"... a 3 Novembro 2013!!!!

"Mas que raio de treino é este?! Tu estás a treinar para quê?!"

E porque importa é não parar, o que importa é não desistir e ter muito prazer nesse processo, de desafio, de luta e de conquista ou não mas com a certeza de que se acredita, se luta e se tenta... ela respondeu:

"Eu...eu...Estou a treinar para a Maratona do Porto!!!!"





 O meu pai, aguadeiro, fotógrado, amigo e companheiro. Pilar sem o saber...


quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Foi a senhora que...

O telemóvel toca a meio da tarde. Número identificado, também de telemóvel, mas no entanto desconhecido desta rapariga e portanto não constante da sua lista de contactos.

Deve ser mais alguém para o autocarro para a Maratona do Porto, pensa. Daqui a nada, acabam-se as vagas, pensa satisfeita.

- Estou? - atende.
- Estou sim, boa tarde.
- Boa tarde - responde.
- É a senhora Ana...blá...blá...blá...Pereira? - não chega a intimidá-la a forma de abordagem, utilizando o nome completo dela, incluindo a preposição "de" que faz parte do nome dela, mas não deixa de lhe suscitar uma curiosidade aguçada.
- Sim, sou.
- Foi a senhora que no dia 13 de Setembro de 2013 entregou um cadáver....(blá blá blá blá...)

A conversa continuou e acabou por fazer sentido, mas naquele instante a mente dela estancou ali.

Um cadáver? Um mamífero carnívoro da espécie canina? Um monte de carne e pêlo denominado canídeo? Uma massa a entrar em decomposição? Um cadáver num saco preto?!

Eu entreguei a Cindy, a nossa Cindy...que esteve connosco o tempo de uma vida, pensa. Eu entreguei a Cindy...não um cadáver!

Sem o interlocutor dar conta, por instantes passou-lhe uma vida pela mente, a recordação da amiga peluda, os dias felizes, os últimos dias tristes doridos... a vida, a despedida, a morte.

Depois, como a maior naturalidade do mundo, retomou a conversa num tom casual e desprovido de qualquer emoção:

- Sim, sim, fui eu. - e estranhamente a frase soou-lhe a confissão, a profissional ou assassino que assume uma acção com frieza, clareza e rigor, pronto e preparado para as consequências que de seus actos advêm.



domingo, 13 de outubro de 2013

"Eu e a Maratona" e a Meia Maratona Ribeirinha da Moita

Normalmente as pessoas que fazem a Maratona, retiram dela ilações e ensinamentos para a Vida, criando um paralelismo fácil de compreender entre a Maratona e a própriaVida.

Ao treinarem e ao concluírem uma Maratona, é frequente ouvirmos frases como:

- A Maratona ensinou-me e mostrou-me que eu sou capaz, que me supero, que o esforço compensa;
- O treino para a Maratona e a própria Maratona ensina-me a ser disciplinado, organizado, metódico, exige-me um determinado esforço e alguns sacrifícios, coisas tão necessárias e úteis para as mais vastas áreas da vida;

E ao completarem uma Maratona, sentem-se mais capazes, acreditam mais em si, na sua capacidade de trabalho. Apuram ou vêem nascer neles a resistência, persistência e também paciência, que em tantos situações da Vida era bom que soubéssemos usar!

E assim, é comum ouvirmos que a partir do momento em que se tornam Maratonistas, as pessoas forças para enfrentarem a sua própria Vida. E é verdade, ganham.


Já completei 4 Maratonas na minha vida. Tentei a 5ª em 2007 mas desisti ao km 30. Nunca mais me atrevi a tentar sequer! Até agora, que me preparo para a correr na 10ª edição da Maratona do Porto, a 3 de Novembro de 2013.

Os treinos, apesar de terem começado bem no princípio do Verão, acabaram por descarrilar completamente e as dúvidas sobre se devo ou não tentar fazer a Maratona, são bem fundamentas, sensatas e realistas.

Quando devia estar a correr uma carga jeitosa de kms por semana e quando as sessões longas deviam ser incluídas...parei. Sim, posso dizer que parei. E se à primeira vista a razão terá sido o início do ano escolar da minha filha e consequentemente alteração de rotinas e ritmos de vida, para além de me ser exigida outra presença, mas não foi menos responsável uma certa desmotivação que foi crescendo à medida que os dias passavam. Desleixei-me também nos cuidados alimentares e engordei rapidamente. O Outono com os seus dias mais pequenos e escuros podem também ter a sua quota parte de responsabilidade. Mas, verdade seja dita, a principal responsável é...nem mais nem menos...a minha pessoa!

E os dias têm passado em oscilações constantes: "Faço a Maratona" e "Não faço a Maratona"

Hoje, tivemos por aqui a Meia Maratona Ribeirinha da Moita e eu aproveitei para fazer uma sessão longa.

Corri antes da prova 9,570 Km em 1h06m02s e fiz a prova, com 21,210 Km em .....  2h28m16s

Total: 30,780 Km Tempo: 3h34m18s

Mas não correu muito bem. Pelo menos a partir do km 17 ou 18 da prova (quando já eu tinha 26 e 27 km nas pernas e no resto do corpo...). Tive de caminhar algumas vezes embora por poucos metros.

Decidi várias vezes durante esses períodos, que a Maratona estava fora de questão. Mas logo me animava e ainda acreditava e corria, assim como acredito agora!

Depois da prova, doí me tudo, mas mesmo tudo! Nada de lesões que eu sou uma pessoa de sorte e correr 30 km depois de estar 15 dias parada parece não me ter feito mossa por aí além.

No entanto, depois de cortar a meta, comi banana, bebi água e isostar e comi 2 bolachas, e pouco depois começaram as náuseas que tão bem conheço sempre que o esforço que faço é maior do que aquele para o qual estarei minimamente preparada. Ao chegar a casa depois de uma viagem de carro agoniada...acabei por vomitar tudo! Litros e litros de água e isostar com banana diluída e vestígios de bolacha. Litros de vomitado, cuja primeira golfada não teve tempo de acertar no local certo!

Depois...depois...algumas horas depois estou bem!

E faltam 3 semanas.

E para ajudar a recuperar desta aventura de hoje, acho que amanhã vou calçar os ténis e correr!

Sim, porque continuo a acreditar que conseguirei cortar a Meta da Maratona no dia 3 de Novembro.

E desta vez faço ao contrário! Levo os ensinamentos da Vida, as provas que já dei, as vitórias e metas que alcancei na Vida, nas mais diversas áreas e levo-as para a Maratona! Se já tanto ultrapassei e venci nesta Vida, não vou ser capaz de fazer a minha 5ª Maratona?!

Como me disse hoje um amigo que muito considero: "Fazer a Maratona não vai custar nada. custa mais, isso sim, enfrentar a Vida" 

Com o meu amigo Fernando Sousa, que me acompanhou nos kms antes da prova 
Partida dada

A meio da prova



A poucos metros da meta

Meta cortada, cronómetro desligado

Ninguém à vista... no espaço para descansarmos e tirarmos o chip de controlo

No fim, eu e o meu pai
Pelo meu pai...

Fotos da Meia Maratona Ribeirinha da Moita na AMMA - Atletismo Magazine Modalidades Amadoras

E mais fotos, pela "A minha Corrida", aqui

e também do CCD Alvitejo, aqui

Talvez aqui volte para falar realmente da Meia Maratona Ribeirinha da Moita, que foi prova de que gostei e que considero perfeitamente dentro dos parâmetros normais de qualidade pelo preço que pagamos (EUR 5,00)

Até amanhã querido diário

sábado, 12 de outubro de 2013

Outubro de 2013 e a rapariga - Psicologia barata

Este é o último mês antes da Maratona do Porto, aquela que a rapariga quer que seja a sua quinta!

E já vamos no dia 12...

E o plano de treinos para a Maratona descarrilou... Descarrilou o plano e descarrilou ela...

E de acordo com o canal mais apreciado lá em casa: AXN Black

Este é o mês dela!!!

"Outubro, mês dos comportamentos perturbados..."

E porque, apesar do descarrilamento,  continua a acreditar que é possível...que ainda vai a tempo de agarrar o cavalo, que vai partir, correr e cortar a meta da Maratona do Porto no dia 3 de Novembro... e por isto e por aquilo e por muitas outras coisas, ainda bem que assim é! 

Viva Outubro e estes e outros "comportamentos perturbados", que de gente supostamente "normal e equilibrada" já está a rapariga farta! (nota do tradutor: está patente neste escrito o Síndroma do deprimido, em que se auto elogia, colocando-se num plano de superioridade em relação aos demais, como se os sintomas de que padece e suas consequências o elevassem a uma espécie de ser especial, escolhido e parte de uma elite, de indivíduos seleccionados, síndrome esse que muitas vezes impede que se queira tratar, e dessa forma alimenta e favorece a doença de que padece)

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Carta à Maratona

Paris, Abril de 2001

Conheci-te no longínquo ano de 2001. Na cidade do amor: Paris. Talvez por isso te tenha adicionado ao meu coração e até hoje não te larguei  e o meu amor por ti é tão sólido como uma rocha milenar.

Se antes de te conhecer, já te admirava e desejava fervorosamente, então naquele ano de 2001, enquanto percorria contigo de braço dado, as ruas de Paris nas margens do Sena, ora te abraçando num abraço apertado, ora te dando somente a mão num gesto cúmplice apaixonado, puxando-te para mim  e beijando-te apaixonadamente para de seguida seguirmos juntas para aquele que seria o êxtase, a consolidação do nosso amor, a minha atracção e devoção por ti cravou-se-me na alma de forma permanente. Sentir o teu sabor, embriagar-me com o teu aroma e suar contigo horas a fio…foi das experiências mais sublimes que já  tive.

Uma relação destas, que se mantem há 12 anos, nem sempre é fácil. Teve os seus altos e baixos, as dificuldades surgem, as contrariedades, as dores e as mágoas também. Não é fácil manter um amor vivo e fazer vingar uma relação. Horas há até em que questionamos tudo, e reflectimos se vale a pena continuar. Depois, vens-me abraçar como só tu sabes e eu rendo-me deliciada. E a paixão nasce e renasce de novo, lembrando-me deste amor que nutro por ti, acordando-o em mim, adormecido por vezes. O mistério, o desafio, o esforço, a conquista, tudo em ti me chama e o misticismo mantem-se.

Em 2007, na cidade do Porto, tivemos o que seria o nosso 5º encontro. Mas não correu bem. Não cuidei bem de ti. Nem de ti nem de mim. Não me armei de tudo o que tu precisas para me receber e me amar em pleno, como sempre são os nossos encontros. Sem plena consciência disso,  o certo é que te desrespeitei, considerei-te um tesouro fácil, um “prémio" adquirido e garantido. E tu, se a princípio te mostraste receptiva à minha presença e sorriste, depressa me revelaste o que sentias e o que eu merecia: magoaste-me, deixaste de sorrir e atiraste-me ao chão, mostrando-me o meu lugar e lembrando-me que só te tem quem te merece! E eu não te merecia… Chorei, chorei como mulher abandonada e traída. Mas afinal o erro foi todo e só meu. Não te mereci e não te tive nesse ano de 2007.

Agora…está tudo de novo combinado. Para o dia 3 de Novembro de 2013….de novo na cidade do Porto. E uma vez mais…eu não sei se te mereço…

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Arroz de pato

Desde aquele dia que fazer Arroz de Pato me reconforta. Aconchega, abraça e embala. O cheiro do pato a cozer com as cabeças de cravinho espetadas na carne, a cebola e o chouriço na água a borbulhar da fervura, emanando um cheiro pela cozinha que me transporta para casa por fim.

O refogado ligeiro com cebola, alho e azeite, onde vou acrescentando umas colheres da água da cozedura para evitar que a cebola e o alho fritem, dá um toque de magia ao aroma que nos invade as narinas e a alma.

O arroz misturado com o refogado, mais água e por fim a carne desfiada e as rodelas de chouriço a decorar a superfície do prato. O forno quente para onde vai o preparado. E o cheiro, o cheiro inesquecível e inigualável a abraçar-me, a serenar-me e a dar-me paz.

Desde aquele dia que é sempre assim quando faço arroz de pato.

Hoje estava mesmo a precisar de fazer arroz de pato.

Desculpa pato mas teve mesmo de ser...

terça-feira, 1 de outubro de 2013

A minha Meia Maratona de Guimarães - 22 de Setembro de 2013

Quando o Paulo Costa, responsável da Global Sport e director da Meia Maratona de Guimarães me convidou, eu estava longe. Longe geograficamente (a cerca de 350 Km, no local onde vivo) e longe da ideia de tal participação, apesar de já ter conhecimento da realização da prova e da mesma me ter suscitado bastante interesse desde o início. Por ser em Guimarães, cidade que não conhecia, berço da nação, por prometer uma visita histórico-cultural, por ser a 1ª edição e por ter na organização a Global Sport,  entidade já com provas dadas de saber fazer e que bem conheço da Meia Maratona do Douro Vinhateiro.
Se o convite me veio apelar (ainda mais) à participação, o factor distância a exigir despesas significativas (transporte, portagens e eventualmente estadia) para além do tempo exigido com a logísitica necessária, pesavam bastante, e mesmo depois de aceitar o convite, até ao último dia muitas foram as vezes em que hesitei e ponderei declinar, dando o dito por não dito.
Mas o empenho deste jovem dinâmico e  empreendedor, mesmo visto à distância e só possível graças às novas tecnologias, não me permitiam desistir. Ele não o merecia, e eu tinha de estar presente! E eu queria estar presente!
Assim, sábado à noite, véspera da prova, a decisão estava tomada e tornou-se irrevogável quando me deitei e liguei o despertador para as 3h30m (da madrugada de domingo 22 de Setembro de 2013).
Passeei a cadela às três e meia da manhã, tomei duche, tomei o pequeno almoço, peguei no carro e no meu companheiro de vida: o meu pai, e fizemo-nos à estrada.
A viagem correu muitíssimo bem e o Sol, como a dar-nos as boas vindas,  nascia em tons vermelho-amarelo à nossa chegada a Guimarães.  Ainda não eram 8 da manhã! Toda a estrutura do que seria a zona de partida estava ainda a ser montada. E em cima de um escadote, a montar painéis e pórticos, estava quem? O Paulo Costa, o director da prova, esse mesmo! 


Com prazer o fui cumprimentar, agradecer e felicitar desde já pela iniciativa. E depressa o tive de deixar continuar a trabalhar.
O facto da Partida ser dada nesta zona comercial – Espaço Guimarães – tem várias vantagens: muito espaço exterior e interior, casas banho limpas e café, o que nem sempre é fácil encontrar e é muitas vezes um problema para os dependentes como eu. 

Necessidades satisfeitas, fomos levantar o dorsal. A possibilidade de levantar o dorsal no dia da prova é uma mais valia que se revestiu de especial importância no meu caso e face ao exposto. 

O meu pai quis inscrever-se na Caminhada Solidária, o que fez, contribuindo assim para um cheque no valor de EUR 10.000,00 que foi oferecido à Associação de Paralisia Cerebral de Guimarães, precisamente fruto das inscrições desta Caminhada Solidária integrada na Meia Maratona de Guimarães. 
À medida que as horas avançam e o Sol se levanta, o ambiente vai-se compondo. Bastante animação, um sol brilhante e tudo estaria perfeito não fossem os incêndios, a verem-se ao longe e que foram cenário constante pelo país todo nesse dia.
Surpreendentemente encontro muitos amigos ali em Guimarães. Amigos do Norte mas também muitos amigos do Sul. Guimarães chamou-os e eles responderam. Como eu. Entretanto, o trânsito fora já cortado e podemos aquecer em segurança. Há muita e muita gente (cerca de 8000 entre atletas e caminheiros) mas consegue-se correr no aquecimento.
A Partida é dada em ambiente muito festivo. Vários papelinhos atirados ao ar e ali vamos nós. Conhecer Guimarães a correr.
O meu pai participou, caminhando, sem por isso deixar de fazer o que tanto gosta também: fotografar os atletas. Tentar descobrir-me no meio dos milhares, e quando me vê, cheio de felicidade...naquele instante a máquina "falha"...e eu sorrio. Sorrio mais, continuo a correr e grito-lhe que não faz mal. E não faz. O momento vivido é o que vale.
A corrida leva-nos para a cidade. Adorei entrar e dar uma volta na Pista de Atletismo Irmãos Castro. Adorei as ruas de Guimarães e os vimaranenses. As igrejas, os monumentos, os largos... E só penso em voltar. Com tempo. Hoje, conheci Guimarẽs, literalmente, a correr! Quero voltar com tempo. Adorei o Castelo, as subidas, as descidas, os retornos, os "chuveiros" improvisados pelos bombeiros, de me cruzar num deles com o amigo Joaquim Costa. Momento singelo e sublime. A juntar a tantos outros que Guimarães me ofereceu. Corro em esforço. Um esforço controlado, mas a média mantêm-se praticamente constante, oscilando apenas de acordo com o desnível das ruas. A Corrida continua.
Gostei de chegar à meta, encontrar o meu pai e de novo e sempre, vários amigos. 
O meu Garmin marca 21,350 Km e registou o tempo de 2h06m. Cada vez pior, penso. Mas isso é secundário agora. Conquistei Guimarães, penso com alegria e de coração repleto. Recebo a medalha, água e futa.


E para além disso, recebemos também um sabonete de lavanda e jasmim "Fado", produzido pela fábrica Confiança, que agora me perfuma as gavetas e me promete embalar num banho que adio.
Como a fruta, troco de camisola e assisto à entrega de prémios. Dou descanso ao meu "fotógrafo" e fico agora eu "de serviço". Também gosto de fotografar. Não deixo de ficar triste por haver um único pódio feminino quando há sete masculinos...
Depois...bem...depois é tempo de regressar. Mudo de roupa, come-se uma bucha trazida de casa e temos um país para atravessar. A arder, por sinal... 


O regresso fez-se igualmente bem. Mais trânsito, claro, e incêndios, incêndios por todo o lado. Pela auto-estrada, com o depósito a ficar cada vez mais vazio, faço contas de cabeça e aponto para encher na Bomba "X" na qual tenho desconto, mas não é que já com a reserva do combustível bem adiantada, a polícia nos manda sair da auto-estrada?! Tudo por conta dos incẽndios. E não é que a minha geografia é fraca e o GPS é coisa que só o cronómetro que uso para correr tem...e estava a ver-me a andar, a andar e...bombas de gasolina nada?! Desvio daqui e dali e nem vos conto onde fui encher o depósito! 
Acabou bem a história e chegamos bem a casa muitos quilómetros depois.
Já recordo com saudade Guimarães e só sei que morro de vontade de lá voltar. Têm também destas coisas as Corridas. Uma pessoa diz que vai correr, mas o que mesmo fazer...é viver! E como quase sempre, fica com vontade de mais! Quero voltar a Guimarães! Para, com tempo, algum tempo, a conhecer um bocadinho mais.





E é esta a última crónica e foi aquela a última Corrida...
Até um dia, querido diário