9 de Abril de 2022
Um ano sem ti, meu amor. Sem o teu olhar, sem o teu amor, sem...sem....é o que fica, nada, o vazio e a ausência, é o que fica. O vazio.
Pois...no coração és eterna. Amo-te como sempre te amei e sempre te amarei, sei que estás presente... sem estar. Como um amor imaginário. Mas tu foste real. Bem real! Quase doze anos de amor real. Nem todos se podem gabar disso. Nem todos têm a sorte de sentir um amor assim e de serem amados assim por quase doze anos.
Há um ano por esta altura, estava a trabalhar em casa tal como estou agora. Demasiadas coincidências a entristecer os dias. Foi ontem. O que vivemos há um ano por esta altura, está tão presente como se tivesse sido ontem a esta hora. E ainda choro sem ninguém saber.
Mas não há lugar a tristeza nem a nostalgias. A vida segue, qual carrossel gigante, sem parar, sem dó ou piedade ou sequer lugar para segundas oportunidades. Gira e segue. E tu, ou segues ou ficas. E se ficas morres. Morres em vida, que é a pior morte possível. Morrer em vida.
Por isso, eu segui, meu amor. Sem ti. Segui. Um ano.
Temos agora uma rafeira arraçada de dinossauro como diz o meu pai e eu concordo com ele. É a Lucy. A dar-me cabo da cabeça todos os dias. Um potencial grande amor, ainda em construção, confesso. Há horas que me apetece atirá-la da janela, devolvê-la ao canil, abandoná-la na serra à mercê de lobos e gaviões e ursos e leões, fazê-la desaparecer e retomar devagarinho a minha triste e pacata (???) vida do período "antes da Lucy". Ups...e o sentido de responsabilidade etc e tal?! Tu eras capaz?! Claro que não, querida Molly, sabes bem que não. Mas sou humana e por vezes o cansaço e o peso dos dias, levam-nos a estes pensamentos e emoções menos bonitas e politicamente incorrectas. Mas...e depois? Depois, e antes e durante, somos seres racionais, mas também emocionais. Esta cadela apenas dá trabalho, muito trabalho mas eu vou conquistá-la e ensiná-la e amá-la! E confesso, ela já me conquistou. Como amor que dá trabalho, a recompensa é também enorme! E eu já não abro mão dela. E não desisto dela! Deste pirralho, terrorzinho cá de casa e arredores. Quatro meses de vida, 16 Kg de "gente", a desafiar como ninguém. Não desisto dela, por mais difícil que seja. Uma necessidade de amar, cuidar, ser amada e também cuidada, faz de mim isto que sou. Por isso fui buscar a Lucy e estou muito feliz por isso. Lá de cima onde estás, hás-de fartar-te de rir destas cenas aqui em baixo. Até eu me rio, depois de passar aqueles momentos críticos. É que isto, de cuidar de cachorro é como ser Mãe...não são só rosas e há momentos absolutamente desesperantes, Mas depois, depois...a recompensa é de ouro e não troco esta vida por nenhuma outra.
Um ano sem ti, meu amor. Sempre no meu coração, querida Molly.
26-05-2009 - 09-04-2021
A minha querida Molly: