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sexta-feira, 24 de julho de 2009
Mudança
Desta vez impera uma única palavra. Com um aparentemente único significado:
Mudança
Há mudança. E eu mudo. Estou a mudar. Simplesmente... estou a mudar. Estou em mudança...
Ainda assim, uma palavra tão simples, de aparente fácil leitura e interpretação, encerra uma significação complexa.
Mudança:
- acto ou efeito de mudar, muda
- movimento de um lugar (país, região, residência, etc. ) para outro; deslocação
- modificação, transformação, alteração
- colocação de algo ou alguém no lugar de outro; troca, substituição
- transformação decorrente de um fenómeno; variação
- (veículo automóvel) engrenagem que permite a alteração de marcha e velocidade
Quem se der ao trabalho de ler, porque não falo de corrida e não há paciência, e chegou aqui, pode escolher um dos significados.
Eu... depois de reflectir um pouco, escolho a última hipótese, pois o que eu estou mesmo a fazer é a mudar a mudança, utilizando e pondo em funcionamento uma complexa engrenagem que me permite alterar a marcha e a velocidade...
Até muito breve
sexta-feira, 17 de julho de 2009
As palavras e a Corrida do Almonda
Vencida, paro de as procurar e calo-me. Desta vez apenas corri e vivi. E as palavras, essas, amigas, se afastam, para eu poder enfim, travar e vencer outras lutas.
De Raul Brandão:
"Nenhum de nós sabe o que existe e o que não existe. Vivemos de palavras. Vamos até à cova com palavras. Submetem-nos, subjugam-nos. Pesam toneladas, têm a espessura de montanhas. São as palavras que nos contêm, são as palavras que nos conduzem. Mas há momentos em que cada um redobra de proporções, há momentos em que a vida se me afigura iluminada por outra claridade. Há momentos em que cada um grita: - Eu não vivi! eu não vivi! eu não vivi! - Há momentos em que deparamos com outra figura maior, que nos mete medo. A vida é só isto?"
Raul Brandão, (1867 - 1930), in "Húmus"
domingo, 12 de julho de 2009
VI Corrida do Almonda
Eu na VI Corrida do Almonda, o rio que banha Torres Novas.
Hoje, 12 de Julho de 2009
O "nosso" grupo, antes da prova, no belíssimo jardim:
Já em prova:
E já à chegada (foi rápida a prova não foi?):
Funil da meta:
O depois imediato:
Os alongamentos:
O meu companheiro, para as curvas da vida, o meu pai:
Outros na prova:
Da autoria de António Melro Pereira, meu pai, dezenas de fotos da prova na AMMA
Palavras...só mais tarde.
Resultados
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Almonda, o rio, e O Agora e o Amor
Um dia, quando já o deixara de procurar, e o Amor se vestia de desesperança, ela encontrou-o. Assim, num mundo que ela julgara inexistente, sem querer, ela tropeçou nele. Sem artifícios ou máscaras, ele se lhe apresentou, despido e belo como só o Amor pode ser. E ela apaixonou-se. Profunda e intensamente ela amou. Respirava Amor quando inspirava e libertava-o quando expirava. Por uma vez na vida chegara a hora dela ser feliz. E foi-o. Muito. Com ele.
Foi então por essa altura, assim num dia soalheiro também do mês de Julho como este, que ela soube que estava a morrer. Mas por estranho que pareça, isso não lhe doeu. Queria apenas viver. Viver. Agora. Agora mesmo enquanto escreve e tu a lês. Sempre fora assim afinal a vida, instantânea e breve, e ela nunca reparara. Não temos mais para viver do que o Agora. O Agora e o Amor…
E já no próximo domingo, dia 12 de Julho e organizada pela
União Desportiva e recreativa da Zona Alta - Torres Novas,
realiza-se a
VI Corrida do Almonda
Regulamento
Almonda, um rio que nasce na Serra De Aire a 5 km a noroeste de Torres Novas, perto de Almonda, aldeia baptizada pelo rio com o nome deste, e de Casais Martanes.
Com um percurso de apenas 30 quilómetros, atravessa os municípios de Torres Novas e da Golegã, onde desagua no Tejo, para muitos quilómetros depois vir ter ao mar, na magnífica cidade de Lisboa.
E o Agora e o Amor levá-la-ão a Torres Novas, para correr 7 Km apenas, desde que ainda haja Agora e desde que ainda haja Amor. Até agora, sem treinos para além dos raros que sempre se anotam neste blogue, note-se e diga-se de passagem.
domingo, 5 de julho de 2009
Ventos de mudança
Sopram ventos. Oriundos de direcções distintas e empurrando para outras tantas. Leves ou fortes. Resisto vincando pés na terra ou deixo-me ir, vencida como folha de árvore em fim de tarde de Verão à deriva em vendaval que se levantou.
Como mãos macias e quentes de amante, o vento afaga-me o rosto, baralha-me o cabelo sobre o rosto e afaga-o como jamais este fora. Delicio-me com as suas carícias como em encontro de amantes separados pelo tempo e pela aparente distância, em completo deleite de horas de amor. Este vento morno. Vento de mudanças este. Mudanças que se fazem sentir, não de tão drásticas quanto frágeis decisões de querer mudar num ímpeto de vontade que morre derreada dias depois, como tão bem conheço, mas simplesmente deixo-me ir desta vez. Sem resistir, aproveitando o vento, à sua mercê, inclinando apenas a cabeça para desviar o cabelo dos olhos, em harmonia com ele para navegar à bolina, e chegar onde quero.
Em paralelo, há coisas que não mudam. Fio condutor que nos traz do passado ao presente e nos encaminha para o futuro. E o amor é uma delas. Pelo menos este amor, que é o mais fiel e duradouro e doce e forte e seguro que conheço, apesar das aparentes mas afinal circunstanciais incompatibilidades, das crises e dos abalos, mas também de alegrias, de amparo e segurança. Este amor que tenho esquecido de alimentar e mantido em silêncio, adormecido. Despertou e hoje alimentei-o um pouco. Um pouco só de mim, e é suficiente para me trazer de novo. À Vida.
Corri 30 minutos apenas …
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Falta
- Acho que já não voltarei mais a escrever no blogue como escrevia… - diz ela nitidamente triste.
- Então porquê? – indaga ele .
- Porque desde que te conheço nunca mais estive sozinha – responde ela, agora com um sorriso, ainda que triste mas iluminado pelo olhar.
Triste porque escrever lhe faz falta. Falta. Falta de estar consigo mesma. Falta… Falta das palavras e de brincar com elas, servir-se delas usando-as e deitá-las a repousar sobre folha branca de papel, e falta dele também.
Ah pois claro, temos é de nos felicitar pelo que temos e não lamentarmo-nos pelo que nos falta! Ai pois claro! Pois claro! Pois claro mesmo!
O blogue é que continua assim… de poucas palavras, como ela às vezes. Há que ter paciência. Melhores dias virão. Em que o tempo dará tempo, e no tempo ela poderá ainda voltar a escrever como dantes na porcaria de um blogue que tem.